Dear Diary escrita por Broken, Emily Collins


Capítulo 16
XIV - Idiot


Notas iniciais do capítulo

LOOK WHO'S BACK!!!!! o/
Sim, galera, depois de MUITOS, mas MUITOS meses (três meses e seis dias, pra ser mais exata), estamos de volta com mais um capítulo fresquinho! Não é o melhor de todos, mas eu escrevi com muito carinho (e demora, porque né) para vocês!
Quero agradecer à todos vocês, que não nos abandonaram. Sabe quantos leitores já temos? 119! Obrigada por todas as reviews, recomendações e favoritos também, vocês são demais. E eu quero dedicar esse capítulo especialmente à Tiici, que me lembrou de postar a história graças a uma MP haha. Thanks, Tiici!
Espero que gostem do capítulo! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/256732/chapter/16

Assim que o período letivo acabou, Rose arrumou suas coisas e saiu corredor afora. Algumas garotas populares a cumprimentaram com acenos e sorrisos, e isso só fez Rose ficar mais feliz ainda. Estava tudo tão mágico. Um menino mais do que perfeito havia a beijado, as garotas populares sabiam que ela existia, a vida estava tão mais colorida! Uns dois minutos depois de sair pelos portões escolares, a ruiva foi chamada por uma voz familiar.

— E aí, Weasley?

— Oi – Rose sorriu timidamente para Matt, mas sem encara-lo. Sentiu as bochechas corarem, mas tentou disfarçar.

— Conseguiu alguma coisa para sua reportagem? – o garoto se posicionou perto dela e os dois começaram a caminhar pelas ruas londrinas.

— Já arranjei uns contatos e coisa parecida...

O moreno riu, e os dois prosseguiram caminhada falando sobre algumas coisas sem importância. Em um certo momento, Rose avistou um carro familiar. Um carro dirigido por ninguém mais, ninguém menos do que Malfoy. E isso a fez parar para pensar em uma coisa engraçada.

— Ei, por que você não voltou para casa com Scorpius?

— Digamos apenas que tivemos uma pequena briga – Matt respondeu com uma voz de poucos amigos, como se não quisesse dizer mais do que isso. Mas isso não fez Rose ficar com compaixão ou coisa parecida. Ah, não. Isso apenas aumentou a curiosidade da garota.

— Briga? – a garota encarou o herdeiro Black – Por que vocês brigaram?

— Nada de importante – Matt se virou para ela, e assim que Rose reparou em um machucado em sua boca, a garota parou de caminhar.

— Foi ele que te fez esse machucado?

— Que machucado? – o menino disfarçou, mas muito mal.

—Pare de ser estúpido. Eu quero saber agora porque vocês brigaram.

— Já disse, Rose, não foi nada de importante.

— Se não fosse algo importante, ele não teria te dado um soco na cara!

— Pare de ser boba. Vamos logo para sua casa.

A ruiva bufou, mas prosseguiu caminho, pensativa. Quando chegou à frente de sua casa, novamente encarou Matt e sua boca inchada.

— Me diga, por que ele fez isso? – Rose falou em um tom triste.

— Só te digo uma coisa: Scorpius é um mau perdedor, ele não sabe agir direito quando percebe que perdeu algo, sabe? E isso tem a ver com nossa briga.

Rose permaneceu em silêncio, e decidiu entrar em casa, quando...

— Erm, Rose...

— Pode dizer – a garota se virou para Matt, e viu que ele parecia um pouco envergonhado.

— Bem, como você sabe o baile será em breve, e eu ainda não conheço ninguém legal e nem sei se vou conhecer alguém á tempo do baile e tal... E eu gostaria de saber se você... - ele parou no meio do caminho, sem saber o que dizer.

— Se eu...? – Rose sorriu, já sabendo o que o garoto queria dizer.

— Ir baile você gostaria comigo?

A ruiva fez uma careta. Assim que Matt percebeu o que havia dito, começou a rir, e Rose o acompanhou. Ficaram rindo por uns instantes, até que se recuperaram.

— Acho que você entendeu o que eu quis dizer.

— Sim... Bem, você pode me dar um tempo para pensar? Tenho que colocar alguns pensamentos em dia.

— Sem problemas – o moreno sorriu. — O que vai fazer agora?

— Vou tentar estudar um pouco, e você?

— Vou ver se saio um pouco pela cidade, pra não ter que ver a cara do Malfoy... Bem, melhor você entrar, não? – Rose assentiu – Até mais, Rosinha.

Rosinha.

Rose não se lembrava de ter sido chamada antes de Rosinha por ninguém, tirando seus pais e Scorpius. Ela adorava esse apelido, mesmo sendo um tanto quanto infantil, e ser chamada assim significava que ela era importante para alguém.

Antes que Matt fosse embora, a garota correu a seu encontro e depositou um tímido beijo em seus lábios.

— Até mais – ela murmurou, se afastando do menino que continuava parado no mesmo lugar. A garota então simplesmente entrou em casa e permaneceu um tempo lá, com um sorriso bobo nos lábios e pensando que a vida estava perfeita demais para ser verdade.

[…]

Seis da tarde. Já estava começando a escurecer em Londres e Rose gastou todo o tempo que tinha estudando. Não viu Hugo, que havia saído com uns amigos, nem seus pais, que estavam trabalhando até mais tarde naquele dia. Assim que terminou seus estudos de História, decidiu estudar um pouco de Francês, porém não achava o livro sobre a matéria em lugar nenhum.

— Onde está aquela porcaria? – murmurou para si mesma, e decidiu olhar dentro de seu armário. Achou figurinhas, cadernos antigos, alguns desenhos, e um álbum um tanto quanto curioso. Parou de procurar o livro assim que encontrou aquele álbum e decidiu ver o que havia dentro dele.

Não deveria ter feito isso, pois era quase a mesma coisa do que levar uma facada no coração.

Nas fotos, uma garota de cabelos vermelhos sorria alegremente na companhia dos pais. Aparentava ter onze anos. Em outras fotos, sorria ao lado dos amigos. Um moreno de olhos verdes e um loiro.

Sentiu vontade de chorar, e desviou os olhos do álbum. Mas bateu os olhos em um lugar pior ainda: o seu mural de fotos, mais especificamente em uma foto mais atual dos três.

Por fim, parou e começou a pensar em como havia se afastado de Albus e Scorpius. Em como os três haviam seguido caminhos diferentes.

Então lembrou-se da briga que Scorpius havia arranjado naquele mesmo dia.

Aquilo estava muito errado. Ele nunca havia sido um menino de brigas, ainda mais com pessoas importantes como amigos ou primos. “Malfoy está se tornando estúpido, hipócrita, um completo idiota que eu nunca achei que ele chegaria a ser um dia”, pensava consigo mesma.

Então, num ato de impulso, decidiu sair de casa e tirar satisfações da briga que ele havia arranjado.

Enquanto caminhava pelas ruas, ela pensava na tristeza que era ver Scorpius tão diferente do que sempre foi. E isso só aumentava mais a irritação dela. Quando percebeu, estava parada em frente a porta dos Malfoy.

Rose respirou fundo e tocou a campainha. Torceu intimamente para que Matt não estivesse em casa.

Enquanto estava distraída, observando o lado de fora da casa, uma porta se abriu, mostrando um loiro com cabelos bagunçados, cara de sono...

E um traje de dormir um tanto quanto pequeno.

— Ah, Weasley – Scorpius disse com um tom enojado – O que você quer?

A ruiva fechou a cara. Sentiu vontade de dar uns tapas nele naquele mesmo instante, mas se segurou o máximo que pode.

— Preciso falar com você, Malfoy.

— Sobre...?

— Sobre a droga de briga que você arranjou com o Matthew hoje.

Scorpius a encarou com aqueles olhos cinzentos que fizeram, por um instante, as pernas de Rose tremerem.

— Como você ficou sabendo disso, Weasley?

— Eu não vou dizer nada até que você me explique o que aconteceu.

Malfoy bufou. Pediu para que a garota entrasse e assim que Rose o fez, fechou a porta. Pegou uma calça jogada em cima do sofá da casa e a colocou, sentando-se no sofá logo em seguida, assim como Rose.

— Pra quê você se importa tanto com isso, Weasley? Foi só uma briga entre familiares.

— Uma briga entre familiares que envolve um amigo meu.

— Não somos amigos.

— Não estava me referindo a você.

Scorpius ficou em silêncio, fitando os pés descalços. Então, Rose prosseguiu:

— Você não deveria ter enfiado um murro na cara do seu primo.

— Você não deveria ser tão enxerida.

— Ah, pare com essas patadas de quinta série, Scorpius. Você pode ser mais maduro do que isso.

O loiro revirou os olhos. Pensou em algo para falar, mas não conseguiu dizer nada mais inteligente do que isso:

— Não enche o meu saco.

— Responde logo, Malfoy, por que você deu um soco em seu próprio primo?

— Já te disse que não é da sua conta! Você não tem que saber sobre as discussões que ocorrem entre mim e o Matt! Nem minha própria mãe fica sabendo disso, por que você deveria saber?

A ênfase que houve no “você” que Scorpius disse foi um tiro certeiro no fundo do coração de Rose. Toda aquela pontinha de esperança que ela tinha de voltar a ser melhor amiga dele havia dissipado, e a única coisa que ela fez foi se levantar do sofá, abrir a porta e se retirar, mas não sem antes dizer algo.

— Quando você deixar de ser um babaca, nem tente me procurar de novo, afinal, você já estragou tudo, sendo idiota ou não.

Assim Rose se foi, partindo com seu coração partido pela rejeição do ex-melhor amigo. E assim ficou Scorpius, parado na sala de sua casa, pensando em como foi cruel ao rejeitar a ex-melhor amiga.

O único problema é que os dois eram orgulhosos demais para admitir suas tristezas.

[…]

O sinal havia acabado de bater, anunciando que era o penúltimo período do dia. Rose saiu apressada da sala de História, afinal, o penúltimo período daquele dia era Literatura, uma das matérias favoritas da garota. Guardou os livros sobre História no armário e pegou seu caderno de Literatura, além de seu exemplar de “Romeu e Julieta”, livro que seria debatido naquela aula.

Assim que passou pela porta, Rose arranjou um lugar para se sentar, perto de uma líder de torcida na qual havia feito amizade. A classe foi se enchendo aos poucos, e logo a pessoa que Rose menos queria ver no dia havia chegado ao recinto, calado e de cabeça levemente baixa.

A ruiva simplesmente ignorou e ficou admirando o livro que tinha em mãos.

Logo que a classe se encheu, a professora começou a falar sobre Shakespeare e sobre como suas obras eram importantes para o teatro e para a literatura. Pediu para que os alunos abrissem “Romeu e Julieta” e pediu para que um aluno fizesse em voz alta um resumo do que se tratava o livro.

Ninguém se manifestou, então Rose levantou a mão.

— Pode falar, senhorita Weasley.

— “Romeu e Julieta” fala sobre dois jovens que se apaixonam, mas sua paixão é praticamente proibida pelo fato de que as famílias na qual eles pertencem se odeiam. Quando Julieta é obrigada a se casar com um pretendente qualquer, ela forja sua própria morte graças a uma poção que faz com que a pessoa pareça morta quando a toma. Romeu acha que ela realmente está morta pois não sabe do plano, e então se mata, e assim que Julieta desperta da falsa morte, descobre que seu amado está morto e se mata também.

— Ótimo resumo, meus parabéns.

— Já ouvi resumos melhores.

O resmungo de Scorpius saiu mais alto do que deveria sair, pois toda a classe ficou louca com a afirmação. Quando parecia que Rose não daria uma resposta...

— Faz melhor, Malfoy.

E a classe voltou à loucura, mas dessa vez tentando prestar atenção no “barraco”.

— Que argumento mais de quinta série, Weasley. - ele sorriu, ironizando a frase dita pela ruiva na noite anterior.

Rose revirou os olhos.

— Você não pediu para que eu te deixasse em paz? Então vê se me esquece, cara. Eu sei que você me ama, mas não precisa representar tanto assim.

— Te amar? – Scorpius riu – Nem em dez anos. Já disse, você não é ninguém pra mim.

— Então por que você insiste em me perturbar?

— Porque patricinhas que nem você merecem ser perturbadas.

Rose se levantou da cadeira. Se havia uma coisa que não aceitaria ser chamada, era de patricinha.

— Me chamou do que, seu branquelo desnutrido?!

— Pa-tri-ci-nha.

— Seu imbecil! – a essa altura do campeonato, a ruiva já dava tapas em Scorpius, e os dois continuavam a discutir, até que a professora soltou um grito tão alto que fez com que eles parassem no mesmo instante.

— WEASLEY! MALFOY! PARA. A. DETENÇÃO. AGORA.

Os dois resmungaram, pegaram suas coisas e saíram andando corredor afora, com Rose reclamando e Scorpius em silêncio. Assim que chegaram à detenção, se sentaram em duas carteiras vazias e começaram a travar uma briga através de sussurros.

— Por que você sempre tem que bancar o maioral, seu retardado?! – a ruiva murmurou, encarando-o com total desaprovação – Por sua culpa, estamos aqui! Idiota!

— Calma, Weasley. Pense pelo lado bom: não precisamos ouvir a professora falar sobre um livro chato de um cara chato como Shakespeare.

— Argh! Você não aprende mesmo, né, Scorpius? Fala sério!

— Relaxa, Rosinha. Relaxa – Scorpius sorriu ironicamente. Por mais que Rose achasse aquele sorriso irônico um tanto quanto bonitinho, aquilo não diminuía a raiva que ela sentia pelo loiro naquele momento.

— Uma dica, Malfoy: nunca mais faça contato visual comigo, está entendendo? Nunca mais! Não quero ver sua cara pintada nem de latão, nem de ouro, muito menos de diamante!

— Ah, é? – ele ergueu o rosto – Pois você está me vendo agora! – provocou, apontando para a própria face. Rose bufou.

— Me deixa em paz, babaca.

Depois da última fala da garota, Scorpius se calou. E os dois ficaram lá, perdidos em seus pensamentos e tentando entender o real motivo de estarem brigando tanto. Se não estivessem em pé de guerra há tantos dias, quem sabe, a detenção não teria ocorrido. Nenhum dos dois queria estar lá, observando alguns alunos babando nas carteiras enquanto dormiam ou vendo o velho Filch lendo uma revista enquanto “supervisionava” os alunos detidos.

Como dito antes, um sentia falta do outro. Mas como superar o orgulho? Como quebrar o muro que construíram sem nem mesmo perceber?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram? Não se esqueçam de deixar reviews! Vamos tentar postar DD com mais frequência, pelo menos uma vez por mês ou algo parecido. Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Diary" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.