No momento em que me afastei de Hannah, todos os pensamentos sobre o que acontecera na escola, mais cedo, pareceram vir à tona. O ódio, a raiva e, principalmente, a dor tomaram conta de mim novamente. Precisava descontar tudo de alguma forma e eu já sabia como.

Estava sentada, a minha frente um balcão de madeira e sobre ele, um copo de vodka. Já era meu quarto ou quinto copo, e cada gole me sentia "melhor". Algumas das pessoas que estavam sentados ali me encaravam com olhares interrogativos, outras estavam bêbadas demais para reparar em quem estava próximo, eu simplesmente não liguei e continuei a beber. Agora entendia porque as pessoas afogavam suas magoas nas bebidas. O álcool entorpecia os sentidos e atenuava a dor, mesmo que só por algum tempo.

Só sai daquele bar, que ficava próximo a minha casa, quando deu a hora de ser fechado. Estava muito bêbada, fui cambaleando e tropeçando em meus próprios pés. Dei graças a Deus que já estava bem tarde e meus pais deviam estar dormindo, por outro lado, teria que explicá-los o motivo de ter voltado tarde para casa no dia seguinte, mas seria melhor do que explicar bêbada.

Entrei em casa, tentando não emitir ruídos, mas acabei escorregando no tapete em frente à porta e caindo com força no chão, com um baque alto. Depois disso fui andando cuidadosamente até meu quarto, me joguei na cama, muito tonta, e logo dormi. 

Acordei, no outro dia, com uma dor de cabeça muito forte. Não lembrava de ter voltado para casa, mas me lembrava aonde tinha ido na noite anterior. Mas, não podia deixar que meus pais desconfiassem que estava de ressaca, então me arrumei normalmente para ir à escola e fui caminhando em direção aquele pedaço de inferno na Terra.