O Amor Em Preto E Branco escrita por Lilly C


Capítulo 6
Um terremoto em minha vida




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-O quê? –minha voz falhou ao pronunciar as únicas palavras que consegui.

-É isso aí. A-ca-bou. –enfatizou.

-Você não pode estar falando sério. Olha, você só pode estar bêbado. Amanhã a gente conversa. –disse, tentando manter a calma, mas algumas lágrimas já escorriam por meu rosto.

-A gente não tem mais nada para conversar. Não dá mais para namorar você. –cuspiu essas palavras com raiva e me deu as costas, andando em direção ao carro.

Assisti a sua partida, paralisada, sozinha em frente à porta de minha casa. “Acabou” repeti em minha mente. Lágrimas começaram a cair freneticamente enquanto eu soluçava. Abri a porta de casa violentamente, batendo-a com força, em seguida. Meus pais estavam na sala, ignorei suas saudações, indo direto para meu quarto e trancando a porta. Me joguei na cama e afundei meu rosto no travesseiro.

-Ellie? Está tudo bem? –a voz da minha soou preocupada –Ellie?

Ignorei-a. Não queria falar com ninguém, queria ficar sozinha, queria o silêncio e a solidão.

-Tudo bem, então. –ela disse, ao ver que eu não responderia- Conversamos depois.

Fiquei deitada, sozinha em meu quarto, sofrendo por causa daquele idiota pelo que me pareceu uma eternidade, mas, de repente, parei, como se meu estoque de lágrimas tivesse se esgotado. Sentei-me, o travesseiro no colo, sequei o rosto e respirei fundo, as lágrimas haviam parado, mas a dor não, a sufocante e destruidora dor da rejeição.

Fiquei por mais algum tempo sentada, parada, sem fazer nada, só tentando respirar. Resolvi ligar a TV para me distrair, estava passando jornal, a notícia era de um terremoto no Japão. Era assim que me sentia, como se um terremoto tivesse me atingido e devastado toda minha alegria.

-Posso entrar agora? –era minha mãe a porta do meu quarto novamente.

Dessa vez me levantei, fui até a porta e destranquei-a. Minha mãe entrou e se sentou na poltrona que ficava próxima a mesa e eu voltei a me sentar na cama.

-O que ele fez? –perguntou, observando meus olhos inchados.

-Como você sabia?

Ela deu de ombros.

-Mãe, ele... terminou comigo. –minha voz falhou novamente.

-Por quê? Vocês se gostavam tanto, pelo menos parecia.

-Ele terminou porque... eu sou daltônica. –disse, por mais que doesse.

-Ele terminou só por causa disso? –confirmei com a cabeça- Então ele não te amava de verdade. Um dia você vai encontrar um príncipe que vai te amar do que você é.

-Espero que ele não venha em um cavalo, porque eu morro de medo de cavalos. –disse tentando descontrair um pouco e dando um meio sorriso.

Ela sorriu e me deu um beijo na testa, saindo do quarto, em seguida. Reparei o quanto estava cansada e resolvi dormir, talvez tentasse falar com Brandon no dia seguinte, quem sabe ele mesmo estar bêbado. Para minha surpresa, cai no sono rapidamente.

 Acordei com a luz forte do Sol invadindo meu quarto, alguém tinha escancarado as cortinas. Abri os olhos com dificuldade e pude ver quem era: Hannah.

-Bom dia, Bela Adormecida.

-Bom dia. –respondi mal humorada- Que horas são?

-Meio dia.

-Sério? Eu dormi tanto assim?

-Tive que vir aqui te buscar para a gente ir ao almoço do Brandon.

Brandon, que nome odioso. Pensei se deveria ligar para ele. A resposta era não. Não deixaria com que ele partisse mais ainda meu coração, que já estava em cacos.

-Eu não vou.

-Não vai? Por quê?

-Nós... quero dizer, ele terminou comigo. –minha voz saiu com mais raiva do que pretendia.

-Ele terminou? O que você fez?

-Eu não fiz nada. Ele terminou porque é um idiota. –estreitei os olhos ao lembrar da cena na noite anterior, a raiva tomou conta de mim- Ele terminou comigo porque eu sou daltônica.

-Como você sabe? –Hannah parecia confusa.

-Sei o quê?

-Sobre o daltonismo.

-Ah. Minha mãe contou.

-Finalmente. Achei que ela te deixaria morrer sem nunca tocar no assunto

-Algum dia ela teria que me contar, né? E sobre o almoço, se você quiser ir...

-Eu não vou de jeito nenhum, nunca fui com a cara dele e agora ele mostrou o babaca que é. Eu só iria por sua causa.

Hannah era incrível. Passava mais da metade de seu dia cuidando de mim e como eu retribuía? Enchendo os ouvidos dela com os meus probleminhas ridículos. Hannah, definitivamente, era especial, meu anjo da guarda.


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