O Amor Em Preto E Branco escrita por Lilly C


Capítulo 20
Terapia


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos... estou de volta! Acredito que muitas pessoas tenham parado de acompanhar a história por dessa demora, então tudo que posso fazer é pedir desculpas, e postar o resto da história, é claro.
Só para esclarecer: eu realmente tinha abandonado minha fic porque comecei a não gostar do rumo que estava indo, tentei dar um jeito, mesmo assim não ficou da forma que eu queria...
Bom, é isso.
Desculpa de novo.



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Estava sentada em um círculo de cadeiras. Olhava de um lado para o outro, desviava os olhos para o teto, me remexia na cadeira. Por que eu era obrigada a fazer aquilo? Terapia de grupo. Não queria contar para desconhecidos os atos que me levaram a ruína. Se bem, que todos estavam ali pelo mesmo motivo. Mas cada um havia passado por caminho diferente para chegar ao tal motivo: o vício.

O círculo finalmente havia sido preenchido por completo, foi dado o início às confissões. Havia pessoas com histórias tão chocantes, acontecimentos tão tristes, que comecei a achar o motivo que me levara a consumir álcool e drogas muito idiota. Comparado ao outros, meu motivo era uma frescura.

Minha vez de falar chegara, não sabia se falava o que acontecera, se mentia ou se saia correndo. Mas que dilema estúpido! Resolvi contar... Ao final, sobrancelhas arqueadas, expressões de indiferença. Já esperava, minha história era ridícula.

Sai da sala tentando ignorar os olhares desdenhosos, fui direto para o quarto, sentei na cama, tentando afastar a sensação ruim que tomava conta de mim. Talvez estivesse fazendo drama demais. Eu não sabia o que era sofrimento de verdade, sempre há alguém que sofre cem vezes o que você sofre. Mesmo assim achamos que temos uma vida horrível, é inevitável. Quem tem uma vida fácil, à primeira dificuldade já pensa que a vida é péssima, por não fazer ideia do que é passar por problemas sérios. Eu era uma dessas pessoas, achava que sofria, fazia drama por qualquer coisa que dava errado. Mas, finalmente, estava passando por dificuldades, causadas por mim mesma. Me sentia como uma ilha, que apesar de estar cercada por agua de todos os lados ainda é uma porção de terra isolada. Ou como um navio naufragando, por maior que seja, vai afundando e as chances de salvamento são poucas.

Havia cochilado durante um tempo, acordara com batidas na porta, seguidas pela entrada da minha mãe.

-Como você está? -ela me olhava com preocupação.

-Sei lá. -sinceramente, não sentia nada, nem bem, nem mal- Por que demorou tanto para me visitar? –em duas semanas, essa era terceira visita.

-A empresa em que eu e seu pai trabalhamos está passando por alguns problemas e nós...

-E vocês se importam mais com seu trabalho do que com sua única filha. -interrompi.

-Lógico que não, minha filha. Mas, é que nós... -deitei novamente na cama e cobri a cabeça com o travesseiro antes que ela terminasse.

-Bom, se não quer conversar. Só vim ver se estava bem. -pude sentir a tristeza em sua voz- Eu tenho que voltar para o trabalho. Até logo.

Meus olhos começaram a transbordar em lágrimas. Sentia saudades da minha mãe, eu precisava dela, mais do que imaginava, precisava de seus conselhos, seus abraços e beijos, da força e segurança que sentia quando estava com ela. Precisava do meu pai, meu protetor, meu porto-seguro, sempre por perto para não me deixar cair. Precisava de Hannah, ela mantinha meus pés no chão, precisava de sua amizade, de seu carinho, da calma que sentia a seu lado. Sentia saudades deles, precisava deles mais do que nunca.

Era sábado, meus pais foram me buscar na clínica. Em três semanas seria a primeira vez que sairia, iria para minha segunda consulta com a psicóloga, havia ido em apenas uma em todo esse tempo. Contei tudo para ela, qual seria o problema, agora que até mesmo meus pais sabiam. Ela disse que ficaria tudo bem e que as coisas melhorariam, minha vida entraria nos eixos, mas não como antes. Por um momento tive a impressão de que ela compartilhara das mesmas experiências um dia, pude perceber um pesar explicito em seus olhos. Ao final, me sentia bem por ter desabafado. Antes de retornar à clínica meus pais me levaram a minha sorveteria preferida, na tentativa de me animar e me libertar por um tempo do clima depressivo da clínica. Conversamos por um bom tempo, mas a noite chegou e eu tive que voltar a monotonia da clínica.


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