Como a professora da última aula faltou, fomos dispensados as 11:30. Fui andando com Taylor até chegar a casa dele, quando chegamos ele me deu um beijo demorado na testa e um abraço apertado, deixou uma lágrima cair, mas a secou rapidamente.

— Se cuida, princesa. Me ligue SEMPRE, mesmo a cobrar, a qualquer hora, mesmo que aqui seja madrugada e lá tarde ou noite. Se você arrumar um novo melhor amigo, me avisa. Se você defecar um cocô com o formato do Albert Einstein, me avisa...

— Como eu defecaria o Einstein?

— Ah, você é fabulosa e consegue. Mas, enfim. T-u-d-o que você achar que deve me contar, me conta, o.k.? Eu te amo.

— Tudo bem. Te amo também. Agora tenho que ir, tá?

Saí sem olhar pra trás, não queria pensar em deixar Taylor ali para um à Bolívia. Sim, eu decorei o nome da merda do país que eu vou. Isso fica na América do Sul. É onte minha tia Grace mora. Ela é irmã do meu pai, gosto muito dela, mas não gosto do meu tio, Nichols. Ele é um bêbado idiota que só sabe mandar minha tia pegar cervejas pra ele. Quase igual meu pai, as únicas diferenças eram que meu pai não fazia isso na frente dos filhos (ainda bem) e em vez de cerveja era whisky.

Cheguei na casa do meu irmão super normal, Nikko. Minha mala, meu skate e minha guitarra já estavam lá. Meu irmão é tão comum quanto seu nome, e não, seu nome não é Nikkolas, é NIKKO, e ele odeia que errem seu nome.Toquei a campanhia, Meguy, irmã mais nova do Nik atendeu. Eu não sabia quem era ela, e ela não sabia quem eu era. Sou tão ligada com a família do meu irmão, awn.

— Você... é... ?

Meguy deve ter uns nove anos. Ela estava vestida desse jeito (http://images.bymk.com.br/Sets/Set-2242366-500.jpg?v=634803090600000000) com uma maquiagem super ultra mega forte.

— Oi... hãn, sou Assáfira.

— Assáfira, claro! Nikko comentou que você viria. Entra. Nikko está decidindo que All Star ele põe. — ela revirou os olhos.

— Mande ele ir rápido, hein!

— Fica calma, gata. Ele sabe o que faz.

Ah, não, não sabe.

Meguy foi até a cozinha e pegou um H2OH de laranja e limão.

— MEGUY, VOCÊ OFERECEU SUCO PRA NOSSA CONVIDADA?

— Relaxa, Sra. B. eu estou bem...

—Bom mesmo — Meguy disse baixo olhando para mim, depois gritou — Se ela quiser, mãe, ali no mercado tem!

— MEGUY BLOFIS, TRATE-A COM EDUCAÇÃO! ELA É IRMÃ DE SEU IRMÃO!

Meguy Blofis. Que engraçado. Já posso jogar na cara de Nikko que sei o sobrenome dele, uh.

— Ah, mãe. Af.

Algum tempo depois, meu irmão aparece das escadas, me vê e abre um sorriso.

— Olha, se não é Assafêria.

— Olha, se não é o Nikkolas. — paguei com a mesma moeda, rá.

— Ok, ok, maninha. Você me pegou!

— Uh, pegou. — Meguy murmurou e riu

— Vadia. — Nikko olhou-a como quem diz 'sorte a sua que estou de saida'

Logo depois ele desceu as escadas, estava vestido desse jeito (http://images.bymk.com.br/Sets/Set-2242378-500.jpg?v=634803097800000000), com lápis de olho azul escuro.

— Você não ia de All Star?

— Eu ia, mas... COMO VOCÊ SABE?

— M.B. — ri

— Claro. — Ele riu também

Pegou um limão e fez sinal de "venha" com as mãos. Pegou a chave do carro que estava no balcão e abriu o carro.

— Ei, por que você trouxe um limão para o carro?

— Sinto fome sempre.

— E trouxe um limão? Com que você vai abrir isso?

— Com isso — Nikko esticou uma mão para trás, tirou uma faca e uma tábua de carne da bolsa do banco de trás.

— PRA QUE RAIOS UMA PESSOA EM SÃ CONSCIÊNCIA TRÁS CONSIGO UMA TÁBUA E UM FACÃO NO CARRO?

— Minha querida, isso já salvou vidas!

— Verdade?

— Não, é mentira. Mas eu sabia que você iria acreditar.

— Ai, gracinha.

— Também te amo — ele mandou um beijo — Aí, chatinha, chegamos.

— E, por sinal bem em cima da hora, Sr. Blofis!

— Como descobriu meu sobrenome?

— Sua mãe é linda. — dei de ombros

— Ei, você precisa ir!

— Já? O avião demora muito Nik.

— Não, não demora. Está anotado 13h e já são quase. Ande, vá.

— Tudo bem, leva minhas malas até lá?

— Levo, claro.

— CUIDADO com a guitarra. Pelo amor de Deus! Ainda acho que o voo demora uns 30m.

Antes que Nikko pudesse responder uma voz aveludada anunciou alguma coisa no microfone. A início eu não prestei atenção, mas percebi sua última frase, que era: "Voo 749 para Bolívia". E Nikko disse:

— Viu? Eu lhe avisei!

Então percebi que o texto que a moça-da-voz-bonita falou era que meu voo estaria saindo.

— Beleza, tudo bem. Rápido, em qual dos seus bolsos está meu iPhone?

— Aqui — Nikkon tirou meu aparalho com a capinha dos The Beatles do bolso e me entregou — me liga, tá? — ele deixou as malas perto do avião e me deu um beijo na testa. Isso me fez lembrar Taylor.

Eu estava na porta do avião, quando três caras chegaram e se puseram atrás de mim, um do lado do outro. Um deles era totalmente tatuado, olhos claros e cara de "oi, eu sou punk", os outros dois eram um tanto quanto parecidos, um tinha olhos claros, pelo que eu vi, era bem branco e tinha cabelos pretos. O outro tinha tatuagem no braço, cabelo um tom de castanho escuro, de fato, eram lindos. Eles cantarolavam algo como:

"Hello there, The angel from my nightmare The shadow in the background of the morgue The unsuspecting victim of darkness in the valley We can live like Jack and Sally if we want Where you can always find me And we'll have halloween on Christmas And in the night we'll wish this never ends We'll wish this never ends"

A mulher nos mandou entrar. O avião era com poltronas com 4 assentos. Eu, geralmente, só via deles com 3. A minha era B72, achei e me sentei, coloquei meu fone de ouvido e fiquei ao som de Guns N' Roses, Kiss e Evanescence. Eu ouvia de olhos fechados, quando abri, me deparei com os três caras ao meu lado. Eu estava na última, o tatuado no lado, o do cabelo preto no meio e o de cabelo castanho escuro na ponta. Tirei meus fones de ouvido quando achei que eles falavam comigo, mas eles estavam cantando a mesma canção, pelo menos era no mesmo tom, mas eles falavam "I miss you, miss you" o que deixava a música cada vez mais bonita.

Eu estava totalmente concentrada, mas disfarçando, no que eles cantavam. Até que o tatuado falou:

— Cara, Las Vegas é demais! Estou louco pra chegar!

— Eu também, Travis.

Cutuquei o tatuado, disse que ele estava enganado, que esse voo ia para Bolivia, e a resposta dele me assustou mais do que eu imaginava:

— Não, querida. Esse voo vai para Vegas!

Fodeu.