Rock Of Ages escrita por AniinhaBorges


Capítulo 8
Capítulo 7




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Mais tarde, Bonnie e eu voltamos para casa para nos arrumarmos para a tal festa. Eu não estava gostando muito dessa ideia de acompanhá-la numa festa para ela resolver certo assunto, mas ela era minha irmã e mesmo sendo mais velha que eu, às vezes eu tinha que cuidar pra que ela não aprontasse algo grandioso. E além do mais Chip estava indo. Isso me deixava um pouco mais animada para ir.

Depois de nos arrumarmos, ficamos esperando pelos meninos que iriam nos buscar de carro. Eu já estava com meu carro, mas Bonnie não quis usá-lo. Ela já havia combinado com Jerry tudo e não queria desmarcar. Sinceramente, acho que esse não era o motivo, mas não insisti. Os meninos chegaram e novamente nos apertamos naquele carrinho amarelo de Jerry. Por sorte, diferente da noite anterior, não havia caixas de pizza ou nenhum violão. Mas mesmo assim, o carro ainda estava apertado.

Durante todo o caminho fomos todos em silêncio. Dessa vez, Chip e eu fomos no banco de trás, enquanto Bonnie ia na frente com Jerry. Ela disse que precisava ir na frente para poder mostrar qual era a casa da festa. Novamente, não acreditei que aquele era o motivo. E novamente, não insisti. Estava sentada a poucos metros de Chip, que assim como ontem à noite estava quieto, olhando pra fora da janela. Finalmente consegui reparar que ele estava usando outro par de jeans, mas os mesmos tênis de hoje cedo. Ele também usava a mesma jaqueta de ontem à noite e uma camiseta de banda. Mas algo estava diferente nele hoje; provavelmente seu perfume. Ele estava cheirando tão bem. Cheirando a perfume, não a milk-shake ou cheiro de lanchonete. Perfume mesmo. E era um dos bons.

A casa onde estava acontecendo a festa era bem grande e parecia uma mansão. Ok, pode-se dizer que ela era uma mansão. Jerry parou o carro algumas casas antes e fomos andando até ela. “Eve, o que você está fazendo?”- Bonnie me perguntou enquanto eu me dirigia até a porta de entrada. “Eu ia bater na porta e depois entrar. Não é assim que se entra numa casa?”- eu perguntei apontando para a campainha. “Quando se é convidado sim.”- ela disse me puxando. Nós quatro demos a volta na casa e paramos em frente aquela que parecia ser a porta dos fundos. “Tem certeza que isso não tem alarme, né?” – Jerry perguntou a Bonnie parecendo um pouco nervoso. “Sim, eu já disse.”- ela respondeu tirando um canivete da bolsa e entregando a Chip. Ele abriu o objeto e se posicionou para abrir a porta. “Só um minuto, vocês não arrombar a casa? Pensei que você fosse convidada da festa.” – eu disse assustada. “Se eu fosse convidada, estaria entrando pela porta da frente né?” – Bonnie disse vigiando o terreno.  “Então, a gente vai entrar de penetra?”- eu perguntei enquanto Chip terminava de abrir a porta e guardar o canivete no bolso. “Tudo indica que sim, princesa.”

Mesmo odiando ainda mais essa situação, entrei na casa. Eu já não estava querendo estar na festa sendo uma quase convidada, imagina como penetra. Passamos por um corredor escuro e aos poucos fomos ouvindo música e vozes vindas da sala. A casa estava lotada. A sala havia se tornado uma boate com direito a bar e um palco. Para completar, no segundo andar também estava lotado. “Ok, Jerry você vem comigo. Eu vou procurar uma pessoa, resolver o que tenho que resolver e depois a gente dá o fora.”- Bonnie disse parecendo um chefe de polícia passando a missão para seu grupo de policiais. “Eve, você fica aqui, tente se divertir um pouco. E não fale com ninguém.”- ela disse. Eu balancei a cabeça e concordei. Ela em seguida olhou para Chip que estava atrás de mim com uma cara confusa. “E é claro, você fica de olho nela.” – ela disse por fim pegando Jerry pelo braço e sumindo na multidão de pessoas.

A música parecia cada vez tocar mais alto e a cada passo que dávamos, parecia que a festa ia enchendo mais. Chip e eu andamos até o bar, onde ele pediu duas cervejas como ontem à noite. “Agora, você já sabe beber.”- ele me disse me entregando uma garrafa. Eu ri e peguei a garrafa. Antes de beber, hesitei um pouco e pensei se aquilo seria uma boa ideia. Foi então que me lembrei da minha irmã dizendo pra eu me divertir um pouco. Bebi um pouco então e decidi ir dançar. Eu estava realmente com vontade de dançar e eu queria muito fazer isso. Larguei a garrafa no balcão e deixei Chip lá, parado sem saber o que fazer. Eu não queria muita coisa, só me divertir um pouco.

Quando cheguei à área mais cheia da pista, outra música estava começando. Então, como se não houvesse ninguém ao meu redor, comecei a dançar loucamente como nunca tinha feito antes. Nunca tinha me sentido tão bem e tão livre na vida. Também era a primeira vez que eu não estava ligando para o que os outros iriam pensar de mim. Tudo pra mim se resumia a mim, a música, a pista e a Chip. Ele estava ali parado perto de mim, rindo e me assistindo. “O que?! Nunca viu uma menina dançar?”- eu perguntei me aproximando dele. “Já, mas não assim.”- ele respondeu às gargalhadas. Era bom o ouvir rindo. Ele tinha uma risada gostosa. “Ah, deixa de ser careta.”- eu falei. “Vem, me mostre seus passos. Tenho certeza que tem um pé de valsa dentro de você, louco para se soltar.”- eu o puxei para a pista de dança, mesmo ele tentando lutar contra mim. “Não, não. Eu não danço.” – ele disse. “Claro que dança! Todo mundo dança! Até eu estou dançando.”- eu insisti. Ele parou perto de mim e continuou me encarando. Ele era duro na queda. Continuei dançando antes de a música acabar e ele continuou a rir de mim. “É que eu não gosto desse tipo de música.”- ele disse chegando perto de mim. “Ah, eu também não, mas quem liga? Estamos numa festa, temos que nos divertir.” - eu disse dando ombros. “Mas, então, que tipo de música você gosta?” – eu perguntei no momento que a música tinha acabado. Ele pensou um pouco e de repente, uma música lenta começava a tocar. “Desse tipo.”- ele disse me puxando pela cintura e começando a me conduzir lentamente, seguindo a melodia da música.

Lá estávamos nós, mais uma vez com nossos corpos perto um do outro. Ele continuava a me conduzir de acordo com os acordes e palavras que o cantor dizia. Suas mãos estavam na minha cintura e eu estava com os braços esticados abraçando seu pescoço. “Realmente, você tem um gosto musical bom.”- eu disse, olhando timidamente para ele. Ele era mais alto do que eu, o que me fazia ter que olhar pra cima toda vez que eu quisesse olhar pra ele. “Muito obrigado.”- ele disse. “Então, me conte um pouco sobre você.” – eu pedi. Eu queria saber sua biografia completa, mas ter mais informações sobre alguém não era nenhum crime. “Bem, eu nasci no Colorado e vim pra cá fugindo dos meus problemas com 16 anos. Não tinha nenhum sonho de ser famoso nem nada, só queria fugir de tudo ao meu redor.” – ele disse. “Mais ou menos como você.”- ele sorriu pra mim. Como ele sabia que eu era meio que uma fugitiva? Eu nunca tinha mencionado isso. Ele continuou sorrindo e em seguida, falou mais um pouco sobre si. “Ok, agora é a sua vez.”- ele disse. “Eu?! Apenas uma menina que cansou de fazer tudo o que os outros mandam. Cansei de ter compromissos, fazer o que meus pais querem e morar isolada de tudo e todos.” – eu disse. Realmente, não havia muito mais pra saber. “Bem, pelo o que você diz, acertei no apelido.”- ele brincou, dando a entender que eu realmente era uma princesa.

Após a primeira música lenta, vieram outras em sequência. Chip e eu continuávamos a dançar, cada vez mais próximos e ocasionalmente trocando algumas poucas palavras. Era tão bom senti-lo perto de mim e saber que ele estava me segurando, me abraçando. Novamente, senti que nada mais importava ao meu redor, só nós dois. Continuamos assim abraçados até que eu encostei minha cabeça no seu peito, ficando mais próxima a ele e podendo sentir melhor seu perfume e ouvir seus batimentos cardíacos. Eu não era médica nem nada, mas podia sentir que eles estavam cada vez batendo mais rápido e que meu coração estava seguindo nesse mesmo ritmo. De repente, levantei minha cabeça e voltei a olhá-lo nos olhos. Ele estava sério e seus olhos, pela primeira vez, não tinham aquela aparência de cansado. “Seria errado se eu te beijasse agora?” – ele perguntou ainda mantendo aquela aparência séria e sem tirar seus olhos do meu. “Não.”- eu sussurrei, imitando sua expressão séria e o observando se inclinar, esperando que seus lábios finalmente encostassem-se aos meus.

Não havia beijado muitas pessoas na minha vida, mas sem dúvida, o beijo de Chip era o melhor que eu já recebera nessa minha existência. Seus lábios eram molhados e, mesmo depois de ter bebido cerveja, não tinham gosto algum de álcool. Seu beijo era delicado e nem um pouco apressado, mas também não tinha um ritmo lento. Para completar, parecia que nossos lábios haviam se encaixado perfeitamente. Separamo-nos e pude notar que nenhum de nós estava se sentindo sem graça. Pelo contrário, os dois se sentiam bem, como se estivessem esperando por aquilo. Eu posso dizer que estava. Ele sorriu pra mim e me puxou para mais perto ainda, como se não quisesse que eu jamais saísse do conforto de seus braços. Novamente me deitei em seu peito e fiquei repassando aquele momento que tinha acabado de acontecer entre nós. Todas as sensações que aquele beijo tinha despertado em mim, o que aquilo significava e todos os sentimentos que eu estava sentindo por aquele gerente de lanchonete do Colorado que só tem um par de tênis e nenhum sonho de ser famoso.

Depois de algumas muitas músicas lentas, os rifes de guitarra voltaram a dominar tudo e a festa voltou a ficar animada. Já que não estávamos dançando mais, não havia razão dele continuar me mantendo em seus braços. Mas por alguma razão, ele não me soltou. “Você quer voltar a dançar?”- ele perguntou com as mãos agora em meu rosto. Eu balancei a cabeça e disse que não. Ele, então, me puxou para mais um doce e apaixonado beijo, fazendo com que arrepios subissem por minha espinha de novo. Era tão bom e tão eletrizante sentir seu toque e seus lábios encostando-se aos meus. “Bem, já que você não quer mais dançar, o que me diz de dar o fora daqui?”- ele me propôs sussurrando nos meus ouvidos e depois beijando minha bochecha. “Eu diria que é uma... Aquela é a Bonnie?” – eu perguntei virando ele pra porta da varanda atrás dele. Um cara estranho estava a segurando pelo braço e eles pareciam estar discutindo. Ele me olhou e me puxou pelo braço, em direção à varanda. Talvez fosse por isso que ela precisasse de uma presença masculina com ela hoje.

Quando chegamos à varanda, o homem já havia soltado minha irmã, mas eles continuavam a discutir. Jerry estava por perto, caso ela precisasse, mas considerando o que tínhamos acabado de ver, ele e nada era praticamente a mesma coisa. “Drew, eu só quero minha grana. Eu trabalhei eu mereço receber.”- ela disse olhando ferozmente para o tal homem. Ele riu e bebeu mais um pouco de seu uísque. “Gatinha, eu vou te pagar. Eu já disse. quantas vezes eu te decepcionei?”- ele disse encostando a mão no rosto dela. Bonnie deu um tapa nela, afastando-o. “Você me disse isso há três meses. Eu quero minha grana agora.”- ela disse. Ele a olhou e deu seu copo para um cara que estava perto dele. “Bom, você vai ficar querendo então. Eu não tenho mais a grana do seu cachê. O clipe foi um fiasco. Desculpe, baby. Essa é Hollywood.”- ele disse ironicamente. “Como assim você não tem mais?! Você está de sacanagem comigo?”- ela disse partindo pra cima dele. Jerry rapidamente a agarrou, impedindo-a de qualquer coisa. “Ah, não. Eu jamais poderia aprontar qualquer tipo de sacanagem com você, docinho.”- ele disse mais uma vez encostando suas mãos nela de novo. “Exceto, por aquela noite. Ah, sim. Naquela noite eu estava de sacanagem com você, mas acho que você também, não é?”- ele disse com um sorriso malicioso. “Quando quiser repetir a dose, sabe onde me encontrar. Agora vão embora, antes que eu chame a polícia.” – Jerry soltou Bonnie a olhando nos olhos com uma cara de decepção. Ela tentou fugir de seu olhar, mas não conseguiu. “Parece que alguém não contou pro seu namoradinho sobre suas aventuras, né?.”- ele disse rindo. “Bonnie, você dormiu com esse cara?”- Jerry perguntou com uma cara de nojo. Ela fugiu de novo dele, mas ele a agarrou pelo braço e a olhou nos olhos. “Jerry, vamos. Isso não é da sua conta.”- ela disse se soltando e passando por mim e Chip. “Por favor, você realmente achou que eu a contratei por causa do talento dela?”- ele disse rindo e bebendo mais um pouco. Chip me pegou pela mão e chamou Jerry. Ele nos ouviu, mas ao invés de vir em nossa direção, avançou em cima de Drew.


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