Rock Of Ages escrita por AniinhaBorges


Capítulo 16
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/253797/chapter/16

Acordei na manhã seguinte estranhando os raios de sol batendo forte no meu rosto. A cama de Aaron ficava logo em frente à janela e esta era apenas coberta por uma persiana branca que estava um pouco aberta. Assim que o sol começou a bater em mim, me virei na cama resmungando e fazendo pequenos gemidos. Em seguida, depois de muito me conflitar na cama, me sentei e esfreguei os olhos.

Sim, eu realmente tinha passado a noite na casa dele. Mais que isso, eu havia passado a noite com ele. Olhei ao meu redor e tudo que encontrei foram pistas do que tinha acontecido ontem à noite. Provavelmente, ele havia planejado tudo para ontem. Quando chegamos ao quarto dele ontem, haviam velas posicionadas em lugares estratégicos além de uma fita com as melhores músicas para fazer amor no rádio dele, só esperando pelo play.  Eu não o culpava nem reclamava, ontem tudo havia sido perfeito. É claro que jamais imaginei que minha primeira vez seria com um vocalista de uma banda amadora de Los Angeles ao som de Def Leppard, mas tenho que admitir que a realidade com certeza venceu a fantasia.

Quando acordei, Aaron não estava ao meu lado. Eu estava sozinha em sua cama bagunçada vestindo uma de suas camisetas de banda agarrada a um travesseiro. Provavelmente, ele deveria estar acordado fazendo café da manhã para mim. Nada poderia ser melhor para concluir seu plano melhor que isso. Minha teoria ficou mais forte quando ouvi barulhos vindos da cozinha. Cheia de expectativa, levantei da cama e andei silenciosamente até a cozinha, me aproximando cada vez mais daquele cheiro de café que agora era acompanhado de um cheiro delicioso de panquecas. Fui chegando mais perto, sem fazer nenhum barulho e doida para surpreendê-lo com um abraço por trás, mas chegando à cozinha quem ficou surpresa fui eu.

De fato, alguém estava fazendo panquecas e café. De fato, havia alguém na cozinha, mas essa alguém não era Aaron.  “Eve, bom dia. Que surpresa.”- a mulher de cabelos castanhos e olhos iguais ao de Aaron me disse simpaticamente. “Ramona, o que faz aqui?”- eu disse gaguejando. Só depois me dei conta da pergunta estúpida que tinha feito. “Bem, querida, eu moro aqui. E sou mãe daquele rapaz com quem você chegou ontem.”- ela respondeu sorrindo levando um bule com café até a mesa na sala. “Você o que?!”- eu perguntei espantada. “Aaron não te contou? Sim, eu sou a mãe dele. De onde você acha que ele herdou aqueles olhos?”- ela brincou me chamando para sentar com ela. Eu estava parada em choque no mesmo lugar. Tudo fazia sentido agora; Aaron vivia no Poison, Ramona havia me dado folga na noite do nosso primeiro encontro sem reclamar e a história que Aaron me contou naquela mesma noite sobre não saber quem era seu pai. “Ah, aí está você.”- ele surgiu na sala vestindo apenas uma calça de pijama e com uma toalha na mão. “Bom dia, mãe.”- ele disse passando por Ramona e a beijando no rosto. Ela sorriu e sentou-se a mesa, começando a tomar café. Eu ainda estava parada, incrédula. “Ei, vamos tomar café.”- ele disse me beijando e pegando minha mão. “Vejo que conheceu minha mãe.”

No início a tensão tomou conta de mim. Aaron e Ramona conversavam sobre o show de ontem à noite e eu continuava sentada sem dizer nada. Eu não estava chateada com a situação, só não entendia porque que Aaron não havia me dito que a dona da lanchonete onde eu estava trabalhando era, além de ser uma pessoa maravilhosa, sua mãe. “Eve, você mal tocou no seu café. Tem alguma coisa errada?”- ela me perguntou calmamente. “Não, é só que...”- eu tentei dizer, mas nada saía. “Eu não costumo comer muito pela manhã.”- menti. “Ah, mas você precisa. Fiz panquecas de sobra. Por que não vai até a cozinha pegar mais? Você é de casa agora.”- ela disse sorrindo.  Tentei recusar, mas ela insistia cada vez mais e Aaron também acabou insistindo. Acabei levantando conta minha vontade, esquecendo-me completamente  de que estava apenas usando uma camiseta gigante e uma calcinha cor de rosa.

Enquanto estava na cozinha, ouvi a campainha tocar. Aaron se levantou rapidamente e foi atender a porta. “Ah, é você.”- ele disse com uma voz enojada. “Mãe, desde quando recebemos a criadagem em casa?”- ele disse ironicamente. “Bom dia, Aaron.”- a pessoa que estava na porta disse seriamente, tentando evitá-lo. “Aaron, deixe de ser criança e o deixe entrar.”- Ramona ordenou e Aaron obedeceu. “Além do mais desde quando Chip é nosso criado? Ele é nosso funcionário e meu amigo.”- ela disse frisando o fato de Chip ser um amigo. Ao mesmo tempo em que suas palavras ecoaram no ar, eu apareci na sala com um prato cheio de panquecas e encontrei Chip, parado em pé perto de Ramona. “Eve.”- ele disse um pouco surpreso. “Chip.”- eu disse gaguejando. “Tudo bem?”- eu prossegui. “Sim, tudo bem.”- ele disse. Por um minuto o silêncio tomou conta de tudo. Chip tentava descontroladamente não me olhar, mas era inevitável. Ele me olhava dos pés a cabeça, provavelmente admirando meu o que eu estava vestindo. Sua cara de bobo era a mesma da noite em que nos conhecemos. E Aaron o encarava como se soubesse que ele estava tentando não me olhar. “Ér, eu acho melhor eu ir pro quarto.”- eu disse. “Que isso, Eve. Fique, vamos todos tomar café. Chip, junte-se a nós.”- Ramona disse fazendo os olhos de Aaron queimarem de raiva. “Não, não. Eu já tomei café. Eu só vim lhe entregar a chave do Poison. Obrigada.”- disse Chip deixando o molho de chaves em cima da mesa e voltando a me olhar. “Ah, mas não há espaço nem para uma xícara de café?”- ela insistiu. “Não, mãe. Você o ouviu dizendo que já tomou café.”- Aaron se adiantou antes que Chip pudesse dizer qualquer coisa e já foi o conduzindo até a porta. “Acho então que você já pode ir, não é? Veio só deixar as chaves não é?”- ele disse parando em frente à porta. Chip o olhou com raiva e com vontade de lhe dar um soco, mas não o fez.  “Sim, eu já estava de saída. Bom dia, Ramona.”- ele disse. Aaron abriu a porta para ele e antes que ele pudesse sair, ele se virou mais uma vez e disse: “Bom dia, Eve.”.

Depois que Chip saiu, voltei para o quarto largando meu prato de panquecas na mesa. Aaron fechou a porta e voltou para mesa, onde Ramona lhe deu uma bronca gigantesca por ele se comportar de maneira estúpida e infantil com Chip. Ele ouviu a mãe sem dizer nada e, então, percebeu que eu não estava mais lá. Segundos depois ele entrou no quarto como um raio e me encontrou sentada em sua cama. “Por que você não me contou que era filho dela?”- eu disse timidamente sem encará-lo. “Sei lá, achei que não era necessário. Você descobriria um dia.”- ele disse sentando-se na cama comigo. “Não era necessário? Aaron, ela é sua mãe.”- eu disse com raiva. “Ué, você nunca me disse quem são seus pais.”- nesse momento, um arrepio me subiu pelas costas e eu gelei completamente. Ele estava certo. De fato eu não havia contado, nem pretendia contar. “Mas você não os conhece. Eu conheço e admiro a Ramona.”- eu disse tentando driblá-lo. “Tudo bem, tudo bem. Fui um idiota em não te contar, me desculpe. Agora, vem cá.”- ele disse descruzando meus braços e me puxando para perto dele. Mas eu não fui. Soltei seus braços e o empurrei. “O que foi agora? Eu te pedi desculpas.”- ele disse sem entender. “Eu sei, eu só não quero.”- eu disse. “Você pode me levar pra casa?”- eu perguntei me levantando. Foi então que ele me parou. “Eve, o que foi?”- ele disse me olhando e segurando meu braço. “Nada, só quero ir embora.”- eu disse soltando seu braço e andando em direção ao meu vestido largado no chão.

Em poucos minutos, me vesti e já estava me calçando. “Olha, eu só vou te levar se você me falar o que houve.”- ele disse me olhando encostado na parede. “Aaron, eu já disse. Eu não quero. Só quero ir pra casa.”- eu respondi. Ele suspirou e ficou em silêncio. Foi então que ele percebeu tudo. “É por causa daquele babaca?”- ele perguntou. “O que?! De quem você está falando?”- eu disse. “É por causa do Chip?”- ele repetiu. Eu não disse nada, apenas senti seus olhos me encarando esperando minha reposta. “Eve, é por causa do Chip?”- ele repetiu. E eu continuei em silêncio. “Tá, não acredito. Você teve alguma coisa com aquele cara?”- ele perguntou. “E se eu tiver tido? Algum problema?”- eu disse o enfrentando. “Nenhum, ele só é um babaca.”- ele disse dando ênfase em cada letra da palavra babaca. “Babaca é você! Você o tratou feito um nada. Ele é muito legal com a sua mãe e você o trata assim?! Deixe de ser ciumento!”- eu disse. Ele ficou em silêncio, ele sabia que eu estava certa. “E além do mais, eu não tive nada sério com ele. Só o conheci na noite que cheguei aqui e ele me ajudou a encontrar minha irmã.”- eu disse, escondendo a parte em que Chip e eu nos beijamos e, é claro, a parte em que eu me apaixonei por ele. “Agora, você pode me levar pra casa?”- eu perguntei colocando minha bolsa no ombro e o encarando. “Não, vem cá.”- ele começou me puxando de novo. “Desculpa por tudo, ok? Eu não quis dizer aquilo é só que eu não me dou bem com ele. Se você quiser, eu falo com ele amanhã.”- ele disse colocando suas mãos no meu rosto. “Não, não precisa. Desculpa ter te chamado de babaca.”- eu disse abaixando o rosto. “Tudo bem, tudo bem. Eu sei que você não quis dizer isso. Não gosto de brigar com você.”- ele me puxou pra mais perto e beijou minha testa. “Nem eu.”- eu sussurrei. Em seguida ele levantou meu rosto e me beijou delicadamente. “Tem certeza de que quer ir pra casa?”- ele me sussurrou entre meus lábios. Eu balancei a cabeça e me deixei levar pelo beijo. Ele então me pegou nos braços e me deitou de volta naquele oceano de lençóis e travesseiros que o sol continuava a tocar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rock Of Ages" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.