Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 9
Firmando acordos.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Amores, lamento não ter postado ontem, mais minha net tava uma bosta. Bem esse cap é o meu xodó, cuidem bem dele, achei legal (mereço até recomendações kkk)
beijos
Boa leitura!



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Pov: Annabeth.

Longe de tudo e de todos me escondi na cabine dele, muito idiota de minha parte, mas eu ainda não tinha coragem suficiente para sair andando pelo navio, não sabia ao certo se queria encontrar o que estava escondido por entre as cabines e escuras salas, cujas vigias estavam sempre fechadas. Ainda lutava comigo mesma para manter a calma, alguma coisa muito errada estava acontecendo comigo, algo que eu nem ao menos sabia nomear, mas estava estranhamente relacionada ao capitão daquele navio. Seus olhos verdes da cor do mar ainda ficavam brincando com a minha mente, eu conseguia vê-los sempre que fechava os olhos, era uma tortura. E pensar que dias trás eu apenas imaginava como seria minha vida sendo a nova rainha, e pensar que naqueles momentos meus maiores temores eram apenas saber se eu suportaria a pressão de governar um povo ao lado de meu marido. E agora? Agora eu pensava se conseguiria aguentar... Ver Percy e Rachel juntos. Mas afinal qual era o meu problema? O que me dava mais medo era saber que eu podia muito bem saber o que estava aconteceno comigo, mas talvez meu maior problema fosse não conseguir admitir que sabia muito bem o que estava acontecendo. Talvez eu não quisse encontrar as respostas das minhas perguntas internas, talvez as respostas não possam me consolar e sim as atitudes. Eu precisava ao menos saber para onde correr, ao menos ter um plano de ação... eu só não queria ficar parada lá me sentindo horrível por alguém que nem ao menos sentia o mesmo por mim. Afinal, o que aquele capitão tinha para me deixar tão confusa? Nem dei-me ao luxo de pensar em respostas... Eram tantas que podia escolher a melhor. Perseu era teimoso, tenebroso, vingativo, transtornado e, posso adicionar, complicado. E mesmo assim eu só conseguia ver suas qualidades! A vontade de fazer diferente, o instinto de proteção para com sua tripulação, a percistência, a fidelidade e a coragem. Eu tinha certeza de que haviam muitas outras qualidades, mas não sabia ao certo se poderia conhecê-las, pelo menos não do jeito que gostaria.

Estranhamente, só de entrar naquele quarto as lembranças de um momento estranho que tivemos me invandiam com uma rapidez inesplicável. A frustração de não poder sentir o gosto de seu beijo ainda me deixavam com raiva, as vezes me pegava imaginando como seria se Grover não tivesse-nos interrompido. As coisas poderiam ter tomado proporções diferentes agora. E ainda assim ainda era estúpido sentir aquilo tudo pelo homem que me sequestrara, ao menos nossos intermináveis diálogos sobre como e quando me matar tinham dado um tempo. Pensando bem, Rachel e Perser ficavam bonitos juntos, formavam um belo casal até. Podia até imaginar seus futuros filhos, com olhos verdes brilhantes e cabelos avermelhados correndo pelo navio deixando a tripulação atenta as bordas, para ver se eles estavam em segurança. Mas o que estou falando? Não devia me importar tanto como serão ou deixarão de ser os filhos deles, eu devia apenas me preocupar em sair daquele lugar, voltar para meu reino e seguir o caminho que destino traçara para mim quando pequena. Não importando o quanto aquele pirata podia confundir meus pensamentos, eu já pertencia a outro homem e devia mater meus pensamentos firmes em nosso reencontro.

-Annabeth? -ouvi alguém bater na porta, era a voiz dele, parecia preocupada.

-Entre. -respondi de onde estava.

-Vim trazer roupas limpas para você. -ele informou entrando no quarto segurando algumas sacolas repletas de roupas femininas. -Espero que sirvam em você.

-Obrigada, Capitão Jackson. -respondi mais fria do que planejava.

-Hã... Você está bem? Alguma coisa errada? -senti um "não" bem grande e alto se formar no fundo de minha garganta, mas preferi guardá-lo para mim, e ao invés de dizer a verdade, preferi dizer algo mais sensato, porém pouco verdadeiro.

-Sim, é apenas saudades de casa. -falei em tom baixo.

-Lamento. -pude ouví-lo murmurrar mais para si mesmo do que para mim.

-Rachel é uma mulher muito bonita. -comentei caminhando até as sacolas que ele havia deixado ao pé da cama.

-É, mas conheço mais bonitas que ela. -ele disse, por um momento fiquei estranhamente feliz por ouvir aquilo, mas por outro lado mostrou o quão frio ele poderia ser em relação as mulhres que gostava.

-Desde quando se conhecem? -perguntei curiosa.

-Faz um bom tempo.- respondeu pensativo. -Me abriguei com sua família depois da morte de minha mãe, erám velhos amigos, mas depois que começaram a ficar ricos, acharam que não era adequado manter um meio-sangue bastardo próximo assim da família. -ele contou.

-O que fizeram com você? -perguntei olhando-o, era incrível ouvir sobre o que ele passara.

-Me manteram preso em um quarto no porão da casa deles. Isso até um completar dez anos, depois fugi outra vez.

-Rachel foi com você?

-Não, mas enquanto fiquei no porão deles, ela era única que vinha visitar-me e trazer-me comida. -seu olhar estava distante, mas estava em minha direção.

-Ela parece ser bem especial para você. -falei depois de um suspiro.

-É uma grande amiga. -ele respondeu sorrindo.

-Não parece ser só uma amiga. -retruquei.

-Mas ela é. -ele parou de sorrir e passou a me encarar profundamente.

-Acho que devia avisar isso à ela, amigos, pelo menos de onde eu vim, não se casam assim. -comentei um pouco irônica.

-Não vamos nos casar. -ele disse rapidamente.

-Ouvi-a dizer que iam. -eu disse desafiadora.

-É algo que ela acha que vai acontecer. -ele explicou-se um pouco artodoado.

-E por que ela acha isso, afinal? -falei com raiva.

-Porque... não sei o porquê! -ele começou a se estressar com aquela "conversa" toda.

-Acho que devia descobrir, ela gosta mesmo de você, devia ao menos falar mais abertamente sobre seus sentimentos. Casamento é algo importante. -disse eu pegando um vestido qualquer e deixando em cima da cama, parei na sua frente de braços cruzados esperando sua resposta.

-E o que faz de você especialista no assunto, que eu saiba, seu casamento é um belo arranjo para levar Luke ao trono. -ele disse com raiva, lá vamos nós entrar naquele assunto outra vez.

-Você faz questão de lembrar isso sempre! -falei num girto.

-Porque parece que você não consegue ver o que está bem na sua frente! -ele disse gritando também.

-Pelo visto, você também não! -falei, não acho que ele tenha entendido direito o que eu quis dizer com aquilo, mas a ideia era mesmo essa, aquele sentimento não podia passar de uma simples confusão mental minha.

-Eu desisto! -ele disse levantando as mãos em sinal de rendição. -Não consigo conversar com você!

-Deve ser porque todas as nossas conversas não passam de monólogos seus sobre meu casamento arranjado com Luke!

-Ora, vamos! Você acha normal ser obrigada a se casar com alguém?

-Não, mas é aceitavel quando por uma boa causa.

-Boa causa? Desde quando colocar um crápula no trono é uma boa causa?

-Você não o conhece!

-Conheço melhor do que você.

-Quer saber, você tem razão! Não podemos manter uma conversa. -virei de costas pegando o vestido da cama e indo na direção do banheiro.

-Não me dê as costas. -ele disse altoritário, puxando-me pelo pulso. E me fazendo parar de frete para ele.

-Está me machucando -falei em tom baixo. Não por estar com medo dele, mas por estarmos muito próximos um do outro.

-Você não devia enfrentar seu sequestrador. -ele disse baixo, com a voz rouca.

-Se você parar de me provocar...

-Não quero passar a viagem toda brigando com você.

-Não é o que me parece.

-Vamos ao menos firmar uma trégua -ele disse. -Eu paro de falar do seu casamento -ele cuspiu a última palavra. - se você parar de me enfrentar assim.

-Isso é uma proposta?

-É pegar ou largar. -ele respondeu.

-Acho que podemos tentar. -respondi, perdida em seus olhos verdes.

-Ótimo. -ele disse.

-É essa a parte que damos as mãos e firmamos o acordo. -eu disse, vendo que ele ainda segurava meu pulso direito.

-Eu não costumo firmar acordos assim. -ele respondeu.

-De que jeito, então? -perguntei confusa.

-Assim... -ele disse me puxando para mais perto rapidamente.

Minhas mãos bateram com força em seu peito, ele não pareceu se importar com o impacto de nossos corpos, pareceu até gostar, pois abriu um sorriso maroto para mim. Não sei bem como devia estar minha expressão, mas estava em algo entre surpresa e desejo. Suas mãos foram rapidamente para minha cintura, minha respiração encontrou a sua, estávamos dividindo o mesmo ar, que tornou-se escasso rapidamente. Seus olhos ainda me fitavam profundamente, eles pareciam me perguntar se podia continuar com aquilo, deve ter respondido que sim, pois ele começou a se aproximar de mim. Meus olhos se fecharam instantaneamente, assim como os dele. Pareceu uma eternidade até que eu pudesse sentir seus lábios sob os meus, um cheiro de maresia me invadiu no mesmo instante. Seus lábios eram macios e convidativos, com um gosto que eu não sabia descrever muito bem, algo entre hortelã e água salgada, perfeito. Começou com um simples tocar de lábios, mas logo ele aprofundou aquele beijo, sua língua pediu passagem para a minha, que a deixou passar. Logo estávamos explorando a boca um do outro numa dança que acontecia em perfeita sincrônia. Minhas mãos arragaram-se em seus cabelos pretos, bagunçando-os mais, suas mãos subiam e desciam por minhas costas, causando arrepios em minha espinha. Eu já não lembrava de mais nada, não lembrava dos motivos que nos fizeram brigar, no que me deixara com raiva dele, predi a noção de tudo que estava ao meu redor. Naquele momento, só existiam eu e ele na face da terra. A única coisa que me importava era estarmos juntos. Não sei dizer quanto tempo durou aquele beijo, podiam ser segundos, minutos, mas para mim passaram-se horas. Uma hora o ar fez-se necessário ao tão alarmante ponto de termos que nos separar para respirar um pouco. Sua testa ainda estava colada na minha, e ainda trocávamos alguns selinhos rápidos. Minhas mãos desceram para seus ombros e as dele pararam no meu rosto. Finalmente tive coragem para abrir meus olhos, dei de cara com os suas orbes verdes, eles estavam mais brilhantes que antes. Ele parecia querer dizer alguma coisa, mas não conseguia emitir som algum. Eu tinha perguntas, questionamentos e outras minhares coisas para falar para ele, mas não consegui falar nenhuma delas, seus olhos tiraram toda a saniade que existia em mim, eu só conseguia pensar em beijá-lo outra vez.

-Eu... -ele começou. -Estava apenas esperando para... finalmente beijá-la. -ele sussurou em meu ouvido, um sorriso se formou em meu rosto ao ouvir aquelas palavras.

-Eu também. -sussurei de volta.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Deixem reviews, faz bem.
beijos!
até logo