Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 7
Chegando ao porto


Notas iniciais do capítulo

Oiê, gente! Lindo reviews no último cap, amo v6 por isso!
É feriado na minha cidado (e no estado) estou morrendo de tédio e escrevi esse cap, acabou de sair do forno.
Beijos!



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Pov: Annabeth.

Eu não sabia bem o que estava acontecendo comigo, eu nunca fora de chorar muito menos de demonstrar meus sentimentos assim tão abertamente, mas o Capitão dos piratas me deixara em uma situação em que não pude conter mais minhas lágrimas. Eu nem sabia direito o que realmente me fizera cair aos prantos na frente dele, mas tantas coisas passavam em minha cabeça, lembranças ruins e velhos arrependimentos. Eu não deveria estar naquele navio pirata, deveria estar no castelo real, vivendo como uma princessa e logo como rainha. Deveria estar sendo bajulada por toda a corte e não tendo brigas e momentos estranhos com meu raptor. E mesmo assim eu não conseguia imarginar-me em outro lugar se não perto dele. O que está acontecendo comigo? O que aquele homem faz comigo? E por que, mesmo ele tendo roubado-me de meu lar, eu não conseguia odiá-lo? Perseu Jackson era diferente de todos que eu já conhecera, ele era vingativo, tinha traumas e lembranças que o levaram a se tornar um homem frio e mesmo assim, quando eu o olhava nos olhos (e que olhos), ainda conseguia ver traços do homem que ele deveria ser se nada daquilo houvesse acontecido. Eu podia ver que dentro de seus olhos havia um homem que eu realmente gostaria de conhecer, e não aquele pirata descontrolado. Não sei bem o que era, talvez... Afeto? Pena? Amor...?

E para piorar, ainda havia Luke. Nós não nos conhecíamos muito bem, mas eu bem... gostava dele. Talvez fosse por causa da promessa que ele havia me feito logo quando fui apresentada formalmente para ele. Ele havia me prometido que seríamos uma família, que nada de ruim aconteceria comigo, desde que estivéssemos juntos. Aquela promessa me parecia bem injusta agora, afinal, olha só onde eu fora parar. Sempre temi um pouco as atitudes de meu noivo, mas sempre o respeitei. Ele sempre foi, para mim, algum tipo de divindade. Quando pequena, junto de Silena, ficavámos imaginando nossos príncipes encantados, ela sempre teve aquela imagem do lindo e forte homem em cima do cavalo branco que viria buscar-lhe um dia, já eu, pensava em Luke. No começo não era muito fácil ser cortejada desajeitadamente por um rapaz sete anos mais velho, porém eu não sentia-me incomodada, ele era meu destino. Em outras palavras, eu nunca me dei ao luxo de pensar em outro homem se não Luke, mas agora... Agora havia aquele estranho Capitão. Por que ele me arrancava suspiros? Ele não tinha esse direito!

Arrastei meu vestido de noiva até o banheiro da cabine, tomei um banho rápido, porém relaxante. Devo ter passado no máximo uns três minutos debiaxo do chuveiro, mas foi tempo suficiente de, na minha volta para o quarto, encontrar uma bandeja com um belo café da manhã me esperando. Tenho que admitir que estava faminta, mas que pesei bem antes de injerir qualquer alimento de lá. Podia parecer besteira de minha parte, mas ainda não havia descartado a ideia de Perseu pudesse me matar a qualquer momento e o fato de brigarmos a todo momento não ajuda muito. Me peguei parada, olhando para a comida com dúvida, medo e fome ao mesmo tempo. Em uma outra situação, creio que poderia até rir daquele momento. Teria continuado do mesmo jeito, se Perseu não tivesse aberto a porta e entrado no quarto junto comigo. Ele olhou para mim e para a comida, deve ter notado meu receio, pois deu uma leve risada animada. Que bom que eu o divertia.

-Vamos lá, condessa. Sei que está faminta. -ele disse me lançando um sorriso.

-Pode ser uma armadilha. -falei.

-Para quê? Você já não está aqui presa? -ele perguntou curioso.

-Para me matar. -ele riu um pouco mais alto dessa vez.

-Ora, se eu quisesse matá-la, já teria feito isso, não acha?

-Não, não se não fosse ganhar alguma coisa com isso.

-Hum... é por aí. Mas posso garantir que sua morte, nesse momento, não me traria nada de proveitoso.

-Nem mesmo a doce satisfação de me ver morta? -perguntei levantando a sobrançelha.

-Por que acha que eu ficaria satisfeito em matá-la? -ele perguntou em tom sério, como se eu o tivesse ofendido.

-E não ficaria? -sei muito bem que não é muito educado responder uma pergunta com outra, mas já estávamos naquele joguinho idiota, não tinha motivos para dar uma resposta clara e direta.

-Não. -ele disse simplesmente me olhando nos olhos.

-Por quê não? -perguntei, mais uma pergunta estúpida para se fazer a alguém que te mantêm presa em um navio, mas eu queria algumas respostas.

-Desse jeito, me parece que quer que eu a mate, condessa. -ele comentou.

-Eu já nem sei mais. -comentei.

-Não deveria pensar assim.

-Você mesmo me provou, hoje mais cedo, que minha vida não representa nada para você... e pelo jeito, não representa nada para ninguém... -começei a falar, mas ele me cortou.

-Não é possível.

-Você não conheçe minha história. Você acha que as coisas foram sempre muito fáceis para mim, mas não foram. -eu disse calmamente. Era a primeira vez que trocávamos mais de três frases sem entrar em uma discursão.

-Eu sinto muito. -ele disse baixo, mas eu pude ouvir.

-Pelo quê?

-Por ter falado aquelas coisas antes... eu não sei onde estava com a cabeça. -ele disse, dessa vez baixando os olhos.

-Não precisa, você estava certo.

-Não sobre tudo. -ele disse rapidamente.

-Sobre o quê estava errado, então?

-Sobre... -ele parecia estar pronto para dizer alguma coisa, mas parou no meio do caminho. -Muitas coisas. -respondeu, posso dizer que fiquei um pouco desapontada.

-Que seja. -falei simplesmente.

-Mesmo assim eu peço desculpas.

-Está tudo bem.

-Você deveria mesmo comer alguma coisa, eu prometo a você que nada acontecerá.

-Obrigada. -falei. Não resisti e começei a comer algumas uvas. Era realmente um ótimo café da manhã, havia frutas, pães, torradas, café e uma fatia de bolo. Imaginei se aquilo tudo era cortesia do capitão, ou todos comiam assim de manhã. Percy esperou que eu terminasse de comer, ambos estávamos sentados na cama, em cantos sepradas, mantendo uma distância segura um do outro.

-Estava bom? -ele perguntou quando terminei.

-Sim, obrigada pela refeição.

-Faz parte do meu pedido de desculpas.

-Faz isso sempre que pede desculpas a alguém?- perguntei curiosa.

-O que lhe faz pensar que eu peço desculpas à mais alguém? -ele sorriu.

-Nunca faz isso?

-Você é a primeira pessoas que peço desculpas, desde a morte de minha mãe. Sinta-se honrada.

-Já sinto-me honrada.

-Ótimo. Por que você não vem comigo até lá em cima? Chegaremos ao porto em mais ou menos um hora, a paisagem é bonita, o oceano é mais claro nessa região, você pode até ver alguns golfinhos.

-Seria muito bom. -concordei.

-Você vai gostar, prometo.

-Acredito em você.

Perseu me estendeu a mão num ato convidativo, aceitei, peguei sua mão. Um choque percorreu meu corpo assim que nós no tocamos. Minha respiração ficou pesada, eu mal consegui me lembrar qual era meu nome. Senti minhas pernas ficarem meio bambas, mas me seguirei firme. Ele me conduziu para fora do quarto, subimos as escadas até chegarmos lá fora. O dia estava quente e o céu bem azul, fiquei feliz por ver algo tão bonito quanto isso, não podia ver paisagens como essas no castelo...

-Isso é lindo! -falei olhando ao redor.

-Sabia que iria gostar. Essa foi minha reação também quando vi esse lugar também, foi minha o primeiro lugar onde passei.

-Por que aqui?

-Minha mãe tinha era amiga da família Dare, famosa aqui, eles me esconderam. Logo chegaremos a ilha, é o nosso próximo porto. Passamos um bom tempo em silêncio, apenas observando a paisagem na lateral do navio, as vezes me pegava olhando para ele, afinal, entre olhar o oceano e seus lindos olhos... preferia olhar suas orbes verdes, eram mais profundas.

-Capitão? -chamou o sátiro que se chamava Grover, amigo de Perseu.

-Sim, Grover?

-Já podemos ver o porto.

-Sério, eu nem vi o tempo passar... -ele olhou para mim, deu um sorrizinho.

-Acho que o senhor vai querer ver quem está lá. -ele disse, mas eu pude ver que ele estava tomando cuidado com o que estava falando. Eles trocaram alguns olhares, como se conversassem silênciosamente.

-Ah. -Perseu disse como se entendesse finalmente alguma coisa. Ele correu até proa do navio, bem na ponta, Grover o seguiu. Resolvi segui-los sem deixá-los me ver.

Parei um pouco atrás deles, onde pude ver uma garota, mais ou menos da minha idade. Era ruiva, devíamos ter a mesma altura, pude ver seus olhos verdes brilhantes, como os de Perseu. Pude ver que ela acenava feliz para ele, prestando mais atenção, vi que ela tinha um cartaz que dizia: Bem-vindo, meu capitão!

Não sei o que aconteceu.

Meu rosto ficou vermelho, de raiva.

Ele tinha alguém... e eu aqui achando que repressentava alguma coisa para ele!


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews!!
Até logo.
Posto amanhã!
Beijos ♥