Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 50
Escolhas.


Notas iniciais do capítulo

Sorry a demora! Eu queria fazer com que esse capítulo fosse bem legal. Eu escrevi esse treco três vezes e não conseguia fazer com que ficasse bom o suficiente. Mas agora foi!
Vou dedicar esse capítulo para a Miss Valdez que escreveu uma linda recomendação. Muito obrigada, linda! Você me fez ter vontade de escrever hoje!
Antes de lerem, quero dizer que esse é o penúltimo capítulo, meu amores! Sim, estamos dizendo adeus!
Boa leitura!



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Pov: Narradora*

Quando Annabeth abriu os olhos, soube que não estava mais no mundo dos vivos.Tentava se lembrar o que raios tinha acontecido até chegar naquele lugar estranho. Aliás, que lugar era aquele?

 Poucos minutos antes ela sentira a agonia de sentir as enormes pedras esmagarem seu frágil corpo e de seu sangue jorrar para fora do corpo. Ela não desistira em nenhum momento de tentar manter-se em segurança, mas não conseguiu se proteger por muito tempo, apesar de correr bastante para impedir que as maiores pedras a atingissem, houve um momento em que não pode mais fugir. Sentir todas aquelas toneladas a atingirem era maios ou menos como pagar todos os seus pegados em apenas alguns minutos. Sua perna fora a primeira a ficar presa debaixo de uma grande rocha marrom, sem poder correr mais, outras pedras de menor tamanho e menor peso, mas que eram capazes de impossibilitar que ela fugisse e continuasse a tentar se proteger. Pouco tempo depois ela estava apenas respirando por uma pequena brecha que permitia a passagem de ar. Mesmo com dificuldade de respirar e mover seu diafragma, ela continuava lutando para manter-se consciente. Rezou baixinho para que alguém lá em cima acreditasse que ela ainda estava viva e fosse procurá-la por entre as pedras. Pediu silenciosamente para que os Deuses lhe permitissem dar ao menos um último adeus para Percy, ela não queria ir embora sem antes dizer que o amava uma última vez. Esperava que seus amigos estivessem bem, que tivessem derrotados os monstros que os atacaram e estivessem prontos para reconstruir tudo aquilo que Cronos destruíra, pena que ela não poderia mais ajudá-los...

Aos poucos ela sentiu seu coração bater com mais dificuldade, seus lábios estavam secos e sua pele estava mais fria do que qualquer pedra de gelo. Ela teve vontade de embrulhar-se com um cobertos em quentinho ou ter os braços fortes de Percy ao seu redor. Estava com sono, muito sono... mas aquela não seria uma simples soneca ou momento de descanso, uma vez que se rendesse e deixasse que suas se fechassem... seria um caminho sem volta. Ela tentou resistir. Deus, ela tentou até suas energias se esgotarem completamente! Mesmo que aquilo não fosse o fim que tinha planejado, Annabeth ao menos podia dizer que lutara bastante, que fizera de tudo para esperar por Percy. Ela ao mesmo teria uma morte digna. Esperava que as pessoas contassem sua história ao longo dos anos, para que soubessem que ela fora realmente corajosa o bastante para convencer o homem que teve o corpo tomado por Cronos a ajudar e salvar o mundo.É... seria uma boa história.Sentiu-se bem por um momento, mesmo se sentindo perdida em um lugar estranho e provavelmente perigoso, ela estava forte o bastante para encarar outro titã, apesar de esperar que não tivesse de fazer outra vez. Todos os seus ferimentos, toda a dor e todo o sofrimento que estava tento antes não estava mais lhe incomodando. Era como se tivesse tomado pelo menos um estoque completo de morfina. Não sentia seus membros ligados ao corpo, não sentia seu coração bater e muito menos a necessidade de respirar.

A úncia explicação que tinha para aquela situação é que estava morta. Olhou ao redor com a testa franzida, sentia um cheiro horrível que infelizmente sabia muito bem do que se tratava: Enxofre. O lugar era parecido com a concepção que mortais tinham sobre o inferno, só que um pouco mais organizado. O lugar onde eu estava era escuro, muito escuro mesmo. Pelo canto dos olhos ela podia observar algumas chamas dançando por entre as pedras, estava distante o bastante para que ela não se apavorasse muito. Não muito. Podia ver que estava em uma espécie de porto, podia ser por passar tanto tempo com Percy atravessando os oceanos em um navio pirata. Olhando o horizonte podia ver um barco distante se aproximar dela. Uma figura negra encapuzada e vestida com grande manto negro que parecia tremeluzir a medida que ele remava era o que estava trazendo o barco até ela. Em qualquer outra situação ela estaria morrendo de medo, mas aí estava a diferença. Ela estava morta! Não tinha mais nada a temer.

Aquele era Caronte, o barqueiro encarregado a levar as almas para Hades. Conhecia as histórias, sabia que deveria dar um dracma de ouro para que ele a atravessasse, mas ela não tinha nenhuma moeda de ouro ao seu dispor. Não estava preparada para morrer quando aconteceu, aquele fora um descuido grave. As almas que não pagavam o barqueiro, estavam destinadas a vagarem eternamente sem direção. Com certeza não era algo que ela gostaria de fazer por toda a sua eternidade.Quando o barco aproximou-se mais da garota, ela notou que Caronte não estava sozinha. Junto dele havia mais duas figuras que ela, aos poucos, pode notar quem eram elas. A primeira era uma garota de longos cabelos negros e olhos que mudavam de cor, era simplesmente linda. Annabeth sabia muito bem quem ela era. Silena era linda de qualquer forma, viva ou morta. Se bem que para uma garota morta, ela não estava não tinha o aspecto de cadáver ou espírito acorrentado.

A outra figura ao lado dela, era uma outra mulher, não sabia exatamente quem ela era, mas a achava estranhamente conhecida. Tinha cabelos castanhos assim como seus olhos, eram doces e carinhosos. Ela lhe lembrava alguém, só não sabia dizer quem. Assim que o barco parou bem na sua frente, as duas mulheres desceram e pararam na sua frente. Silena logo correu em direção à amiga com os braços abertos e estendidos. Silena a abraçou, mas infelizmente Annabeth não sentiu nada, a amiga pareceu entender a confusão da loira, pois sorriu paciente para ela. A outra mulher lhe estendeu a mão sorrindo.-Olá. -ela disse calmamente, deixando Annabeth mais calma. O nervosismo da loira era evidente.

-Meu nome é Sally. -uma luz veio em sua mente. -Sally Jackson.

 -Você é a mãe de Percy. -Annabeth disse rapidamente.-Sim, querida. -ela disse sorrindo para ela um pouco mais feliz.

-Estou muito feliz em conhecer a mulher que fez meu filho optar pela vida uma vez. -Annabeth não entendeu bem o que isso queria dizer, mas ela sabia que tinha alguma coisa haver com a vez em que Percy quase morrera após levar um facada.

-Desculpe, Sra.Jackson... mas não sei direito do que a senhora está falando. -admitiu a loira depois de um tempinho. Falar de Percy apenas fazia com que ela se sentisse pior por estar morta. Morrer não devia ser a parte fácil?

-Tudo bem, querida. -ela disse pegando a mãe de Annabeth e olhando para a pele da garota. Annabeth notou que suas mãos estavam estranhas, ela quase conseguia sentir o toque de Sally, aos poucos, foi percebendo que suas pele estava mais clara do que o normal, mas não que ela estivesse ficando mais branca, na verdade, era como se ela estivesse um pouco transparente, mas ainda em sua cor normal.

-O que está acontecendo comigo? -ela perguntou assustada.

-Calma, Annie. -disse Silena dando força para a amiga. -Vai ficar tudo bem.

-Por favor, parem de dizer que vai ficar tudo bem. -Annabeth disse passando a mão pelos cabelos, mesmo que mal pudesse senti-los entre os dedos, ela não sabia mais o que fazer. -Digam-me o que está acontecendo. Por que vocês não estão como eu?

-É simples. -disse Silena. -Você ainda não está morta. -ela falou suspirando e mostrando um sorriso convincente, como se aquilo fosse uma coisa boa.

-Como assim? Eu deveria estar morta. Eu... estou no mundo inferior e estou falando com pessoas que já morreram. Como isso pode ser possível? -Annabeth disse liberando todas as suas frustrações. Não queria estar ali, queria estra viva ao lado de Percy, queria ter uma vida longa ao lado dele e queria passar por experiências que ainda não vivera. E mesmo já estando no mundo inferior, achou que no mínimo poderia morrer agora e descansar. Será que nem morta poderia ter um pouco de paz?

-Annabeth, apenas tenha calma que iremos explicar tudo o que está acontecendo. -disse Silena tentando acalmar a amiga que parecia à beira da loucura.

-Podem começar. -disse a loira por fim.

-Olhe, as coisas nem sempre são fáceis de ser explicadas. -disse Silena. "Ótimo, essa é uma bela forma de começar uma explicação", pensou Annabeth, mas não interrompeu a amiga. -Mas digamos que você ainda não morreu completamente.

-Você está na fase de transição. Está entre os dois mundos, o dos vivos e o dos mortos. -falou Sally séria. -Você pode escolher em qual dos mundo quer ficar.

-Como assim? -perguntou Annabeth. -Hades nos dá essa escolha?

-Não para todos. -disse Silena. -Alguns morrem rapidamente, mas algumas pessoas como você tem a oportunidade de lutar pela vida. E, geralmente, mesmo com esses fatores, Hades pode negar essa escolha, a menos que alguém importante lhe peça um favor. -disse Silena com o olhar distante, Annabeth achou que ela diria aquilo dando pulinhos de alegria ou coisa do tipo, mas sua voz estava tão séria quanto sua expressão.

-Isso é bom, não é? -perguntou Annabeth estranhando a reação da amiga. -Quer dizer... alguém achou que eu poderia lidar com isso... vocês sabem quem pediu isto para Hades?

-Nem sempre. -disse Sally. -É uma escolha complicada. -ela ponderou por um segundo a segunda pergunta de Annabeth. -Deve ter sido sua mãe... ela se preocupa muito com você.

-Complicada? -perguntou Annabeth estranhando o que elas falavam. -Não me parece algo difícil de escolher. -Annabeth sentiu-se agradecida por sua mãe ter feito aquilo. Seja lá o que ela estava pensando tinha haver com algum de seus planos... e ninguém deveria duvidar dos planos de Atena.

-Mas é. -disse Sally. -Uma vez que você decide voltar, não terá a garantia que vai sobreviver. E sendo assim, não terá mais tanta mordomia quando agora.

-Espera... quer dizer que de qualquer jeito vou acabar morta? -perguntou Annabeth.

-Mais ou menos isso. -Silena deixou escapar e recebeu um olhar reprovador de Sally.

-Não é bem assim. -disse ela tentando deixar Annabeth um pouco mais calma, se lhe fizesse falta, Annabeth respiraria profundamente.

-Estou confusa. -confessou a loira com uma expressão triste. -Vocês tem que ser mais claras.

-Desculpe, Annie. -disse Silena triste. -Você tem razão, devemos ser mais claras, sua escolha é complicada e requer detalhes.

-Obrigada. -ela disse mais aliviada.

-Tente imaginar assim, isto que você vê agora ainda não é a morte de verdade, digamos que o que acontece aqui é apenas algo da sua mente, quase como uma ilusão. Algumas pessoas não morrem rapidamente, mas se machucam o bastante para ter esse tipo de experiência... mesmo vivas, elas experimentam a morte. Você é uma delas, assim como meu filho. Se decidir ficar, você poderá vir comigo e encontrar pessoas como você. A morte não é ruim para as pessoas que morream lutando e levaram uma vida digna. Se decidir vir comigo e com Silena e aceitar o presente que Hades lhe oferece, caminhará diretamente para o Esílio.

-E se eu decidir voltar? -perguntou em um tom mais baixo, como se aquela ideia fosse louca o bastante para que não pudesse ser mencionada alto.

-Você terá apenas algumas horas, talvez alguns minutos. O máximo que conseguir aguentar. Não podemos prever o que vai ou não acontecer. -Sally explicou.

-Eu tenho alguma chance? -a loira perguntou sentindo uma enorme vontade de chorar, mesmo sabendo que não havia mais lágrimas em seus olhos.

-Sempre há uma chance. -ela respondeu sorrindo, ela passava uma calma delirante. -Basta acreditar. -ela disse dando um lindo sorriso. -Meu filho me fez a mesma pergunta.

-Terei a mesma resposta dele? -ela perguntou esperançosa.

-Você tem esperança? -perguntou Silena se metendo na conversa.

-É só o que eu tenho.

-Então você sabe o que fazer. -disse Sally. -Você é uma lutadora, Annabeth. Uma sobrevivente, eu diria que é muito mais forte que os bravos guerreiros conhecidos das histórias gregas. -disse Sally e ela apenas escultou sem demonstrar nenhuma emoção. 

-Não tenha tanta certeza. -Annabeth sussurrou.

-Mas eu tenho. -ela rebateu.

-E eu também. -disse Silena.-Não são muitas as garotas que escondem a melhor amiga no armário e se entregam para os inimigos. -disse ela sorrindo lembrando da última vez que vira Annabeth de perto, antes de sua trágica morte.

-Eu estava tentando apenas proteger as pessoas que amo. -a loira comentou, se estivesse em sua forma viva teria ficado muito corada com os comentários das duas.

-Annabeth, minha cara. Nesse momento nada que lhe dizermos ou que você fez fará uma real diferença. -disse Sally por fim. -Temos apenas mais alguns minutos com você, sua escolha, apesar de muito complicada, deve ser tomada agora mesmo. Não podemos lhe aconselhar corretamente nesse momento... tudo depende de você. -a mulher explicou com cuidado, Annabeth apenas a observou com um olhar triste. Era bem mais complicado do que podia imaginar minutos atrás.

Quando apareceu misteriosamente naquele lugar, tudo o que conseguia pensar era em voltar e ver Percy uma última vez, essa era a sua certeza, porém aquilo era muito mais complicado do que ela imaginava. Caso escolhesse voltar, sua morte estaria apenas algumas horas ou minutos mais atrasada. Conseguiria voltar para sentir mais dor? Conseguiria suportar a agonia mais algum tempo? Não tinha mais nenhuma certeza. Mas e se ficasse? E se... apenas ficasse com Silena e sua quase-falecida-futura sogra? Não seria mais fácil? Não polparia o tempo que não tinha? Ela apenas queria descansar em paz e, quem sabe, viver feliz em algum lugar. Sendo este no mundo dos vivos ou não. E agora? O que fazer? Percy era sua vida, era tudo o que lhe fazia continuar de pé... Queria olhar em seus olhos apenas mais uma vez. Annabeth não tinha mais certeza de nada, não conseguia tomar uma escolha e não conseguia nem mesmo pensar em algo correto a fazer.

Mas ela amava Percy mais do que qualquer coisa, sabia que faria qualquer coisa por ele... qualquer coisa... Tinha de voltar, tinha de vê-lo, nem que aquela fosse uma falha e muito equivocada chance de 5% que as coisas poderiam dar certo, ela agarraria aquela bendita chance com todas as forças. Mas dane-se as chances, nem todo mundo tem chance, nem todo mundo tem essa probabilidade, pessoas morrem por menos, pessoas passam suas vidas sem nunca ter uma chance de viver um grande amor. Ela tinha de lutar, tinha de aproveitar essa chance, essa probabilidade mínima de sobreviver, era sua chance... não podia deixa-la ir sem lutar por ela. Todos tem escolhas, podem escolher fugir, podem escolher se esconder e podem escolher lutar. Ela escolheria lutar, já perdera coisas demais em seus 17 anos de vida e já fizera coisas que nunca imaginou serem possíveis, sentiu-se triste ao lembrar que não teria tempo suficiente para fazer seus 18 anos, que logo chegariam... Já lutara contra monstros, já casou-se duas vezes (uma delas de forma bem clandestina), acabara de ficar viúva, convencera um servo fiel de um titã a trair o mal e se entregar para salvar o mundo, já quase perdera o amor de sua vida umas três ou quatro vezes... Tantas coisas... Mas ainda haviam muitas coisas pela frente. E ela queria ao menos lutar para ter essa chance de viver novas coisas. Ela queria ter um futuro, estava na hora de lutar por ele. Os olhos verdes de Percy estavam esperando para vê-la viva. Já tinha tomado sua escolha, seria por ele. Só por ele...

-É normal está confusa, Annabeth. -disse Sally pegando uma de suas mãos. -Mas lamento informar que nosso tempo está acabando. Logo Hades vai acabar tomando essa decisão por você.

-Eu... eu...decido voltar. -ela disse tentando parecer confiante, apesar da hesitação inicial.

-Essa foi sua escolha. -disse Sally por fim. Uma luz pareceu iluminá-la de uma forma bela e divina. Ela parecia uma deusa. -Espero que dê tudo certo. -ela disse sorridente, Annabeth sabia que Sally estava torcendo por ela.

-Vou sentir sua falta. -disse Silena. -Você ainda é minha melhor amiga. -falou dando um ultimo abraço na amiga. -Espero que dê tudo certo, Annie. Você merece.

-Obrigada, Silena. -A loira disse sentindo seu corpo ser sugado de volta para seu corpo machucado. -Você sempre vai ser minha melhor amiga.

-Vamos nos reencontrar. -ela disse antes de Annabeth estar completamente longe do mundo inferior. 

Daqui a muito tempo... espero.

Annabeth pode ouvir a voz da amiga antes de abrir os olhos e se encontrar em meios as pedras. A dor vinha em forma de pontadas agudas e profundas. Mas ela iria aguentar. Algo dentro de si dizia que ele estava perto, muito perto. Podia segurar, podia aguentar firme, podia sobreviver... por ele.... e por tudo que eles ainda têm pela frente.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews!
Recomendem!
Escrevam para mim, pode ser a última chance.. (drama básico)
Até mais meus Cupcakes!
Beijos *--*