Pov: Percy.

Saí de minha cabinhe seguindo Grover, que me interrompera em um momento, digamos, importante. Eu não sei o que deu em mim, não lembro-me de sentir isso em outro momento, nem ao menos sei descrever direito o que se passava em minha cabeça, se é que se passava alguma coisa nela. Meus pensamentos ainda estavam embaralhados, sentia mil coisas ao mesmo tempo e não conseguia ter certeza de nada, ou melhor, quase nada... Eu tinha certa, total e completa, de aquela condessa me tirava do sério. Ela deixava-me interaimente...confuso. Assim que descobri que ela também era semideusa, no mesmo instante, senti ódio de tê-la por perto, era tão injusto ela ter tido uma vida de rainha enquanto eu passei meus dias lutando para estar vivo. Mas ao mesmo tempo que eu deveria odiá-la, ela me deixa completamente perdido, principalmente quando me encara com aqueles olhos cinzentos... Cinzentos? Eu nunca imaginei que lguém pudesse ter olhos como aqueles, tão lindos, misterioso e profundos. Consegui me perder dentro deles, parecia que eles podiam ver minha alma. Era estranho pensar em tudo isso, levando em conta que eu devia apenas mantê-la como refém em meu navio. Eu quase havia tocado seu lábios, fico imaginando o gosto que eles teriam... Mas o que raios estava dando em mim? Eu não podia pensar nela desse jeito, não devia. Mas era quase impossível, os cabelos loiros dela, junto com a cor incomum de seus olhos me deixam completamente vulnerável.

Mas eu não tinha de pensar nisso agora, tinha que pensar apenas na mensagem que Luke enviara. Afinal sua reação ao pequeno sequestro de sua noiva era o que iria nós guiar daqui para frente. Grover trotava nervoso na minha frente, talvez a notícia não fosse boa, pelo menos o som de seus cascos batendo no piso do navio me distraíam o bastante para que eu não voltasse a pensar em Annabeth Chase. Saímos da parte interna do navio, pude ver que todos estavam reúnidos em volta de um pergaminho que estava nas mãos de Connor Stoll, pude ver seus dedos brincando com o fio que mantinha o pergaminho fechado, ele devia estar doido para saber o que estava escrito nele. A primeira coisa que pensei foi: Luke é tão incompetente ao ponto de precisar de um pombo correio em vez de usar uma mesagem de Íris, mil vezes mais fácil e rápido.

–Capitão, aqui está sua mensagem. -disse Connor antes mesmo que eu pudesse chegar perto deles.

–Acalme-se, Connor. Logo saberemos o que o Príncipezinho quer. -eu falei em tom de deboche.

–Todos temos interesse na resposta, Percy. Acabe logo com isso. -Meu melhor amigo e sátiro, Grover disse, ele também transbrordava de curiosidade.

–Tudo bem, então. -abri o pergaminho rapidamente, com letras bem desenhadas feitas com uma caneta tinteiro, um pouco borradas nos cantos, a mensagem dizia:

Muito bem Capitão Jackson, se desejava guerra, é isso que vai terá. Não pense que o deixarei livre por roubar minha noiva, espero que ela esteja bem, ou então as consequências serão muito mais severas. Não house encostar um dedo em Annabeth. Seja lá o que pretende fazer em seguida, posso afirmar que vou frustrar suas ações.

Serei cortês o bastante para negociar sua rendição. Liberte Annabeth no porto mais próximo e entregue-se sem resistência, em troca prometo-lhe que não será condenado a morte, assim como seus homens. Pense com sabedoria, o reino possui um bela frota de navios de guerra, vai mesmo querer enfrentar-los?

Aguardo sua resposta.

Príncipe Luke Castellan.

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Terminei de ler a mensagem em voz alta para todos os meus homens, ambos se entreolharam por um segundo, como se compartilhassem o mesmo pensamento. Por fim olharam para mim esperando uma resposta, pareciam um tanto nervosos para o meu gosto.

–Ele só pode estar brincando. -comentei num tom de ingnação. -Nós não iremos nos render! -falei olhando para todos eles.

–Mas e se a frota deles for mesmo muito poderosa? -perguntou Travis, irmão de Connor.

–Iremos lutar.

–Mas e se não tivermos a menor chance? -perguntou Will.

–Iremos lutar. -respondi outra vez.

–Mas e se... -Grover começou, mas eu o cortei.

–Me ouçam bem, nós não iremos voltar atrás. Ou vocês se esqueçeram o que eles fazem com pessoas como nós? Eles matam nossas famílias e nós torturam até que não aguentemos mais imploremos pela morte! É por isso que estamos aqui, não é mesmo? Para provar que podemos fazer mais, para povar que podemos lutar contra eles e ganhar! Não me interessa as ameaças da corte, não vamos continuar e vamos derrotá-los!

Dessas belas e improvisadas palavras que disse, eles pareciam estar mais confiantes. Eu não sabia ao certo se podiam mesmo lutar contra a forta de Luke, mas iríamos tentar, tentar até morrer se fosse preciso. Todos naquele navio tinham histórias horríveis sobre como os reinos tratavam meio-sangues, eu podia ver em cada um deles a mesma raiva e o mesmo ódio que eu sentia. São todos bons garotos com sede de vingança. Foi assim que consegui montar essa tripulação, juntando todos aqueles com sentimentos iguais aos meus. Eu havia prometido a eles que teríamos nosso triunfo e eu não desistiria desse objetivo agora, não depois de termos dado um grande passo sequestrando a futura rainha do reino onde nasci. Eu tinha que admitir que não fora nada justo em raptar Annabeth, mas ela fazia parte da nobreza que tanto julgou e matou nossos semelhantes, agora não havia mais escapatória, ela estrava presa conosco e eu não estava disposto a deixa-la livre. Ouvi todos eles gritarem e levantarem suas espadas para o alto em sinal de apoio às minhas palavras, agora eles estavam prontos para continuar e conseguir nossa tão esperada vingança.

Dexei-os comemorar e pensar um pouco, já estava amanhecendo um novo dia e nenhum deles havia descansado ainda, mandei todos irem para suas cabines descansar e tentar dormir um pouco, teríamos mais uma longa jornada pela frente e eu precisava que todos eles estivessem inteiros e fortes para que tudo continuasse indo bem. Formos para a parte interna do navio, todos já estavam mais ou menos instalados e encaminhados para suas cabines, só restava eu entrar em meu quarto. Antes que pudesse girar a maçaneta da porta, me detive com a mão pousada sobre ela. Eu não sabia muito bem como reagir ao encontrar Annabeth lá dentro.

Tinha feito uma promessa a mim mesmo de não maxucar ou tocar em um fio de cabelo dela antes mesmo da mensagem de Luke chegar, mas eu estava começando a questionar essa última parte de minha promessa. Eu não sabia se conseguiria ficar longe dela por muito tempo. Mesmo havendo fortes motivos para que eu simplesmente fingisse que ela não existia. Além do fato de ainda haver uma parte dentro de mim que ainda a odiava, também tinha uma outra coisa ainda mais complicada: Eu havia deixado alguém esperando por mim, alguém que eu não sabia mais identificar que tipo de sentimento me despertava, mas que eu ainda devia explicações. Rachel Elizabeth Dare, a moça que eu costumava cortejar, que me esperava impacientemente no próximo porto, no qual chegaríamos ao entardecer.