Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 48
Ter esperança.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu sei que deixei todos morrendo de raiva e curiosidade, mas lembra o que eu disse sobre confiar em mim? Pois é, continuem confiando! Eu nunca disse teríamos um final triste, certo? Então respirem fundo e boa leitura!
Vamos ver o que aconteceu antes do capítulo passado!
Ah, obrigada por não me xingar!
Até lá embaixo!



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Pov: Annabeth.

Um dia atrás...

Meu reino deixou de ser meu lar quando descobri que tipo de pessoa meu noivo, agora marido, realmente era. Todas as vezes que eu voltara para aquele lugar alguma coisa ruim acontecia. Estávamos a pelo menos dois dias no mar, atravessando os oceanos tentando chegar no lugar onde vivi boa parte de minha vida de mentiras, o lugar que eu já achei que pudesse ser mesmo o meu "lar", mas isso era apenas mais uma mentira. Ainda não havia me esquecido do dia em que quase tentei me matar depois de casar com Luke e dizer coisa horríveis para Percy. Eu queria dizer que as coisas iriam ficar bem, que iríamos todos voltar para a casa e ter um vida longa e feliz, mas infelizmente aquelas certezas estavam fora dos meus domínios. Percy e eu estávamos aproveitando o momento, tentávamos passar cada segundo juntos e nos beijos focavam cada minuto mais urgentes. Nós sabíamos que logo ancoraríamos em meu reino e as coisas podiam mudar completamente. Naquele dia, achamos melhor nos separar um pouco, naquela mesma tarde ancoraríamos em meu reino e ainda havia algumas coisas que precisavam ser acertadas antes de atacamos com toda a força.

  A tripulação, agora já completa e reunida dentro do navio, estava inquieta, podia ouvir alguns deles falando sobre coisas que queriam fazer e sobre pessoas que deixaram para trás, alguns amores e alguns parentes vivos. Nem todos eram semideuses, alguns eram apenas mortais que nem sabiam direito o que estavam fazendo, mas que procuravam uma família. Fiquem pensando se alguns deles ainda poderiam ter a chance de construir suas próprias famílias, afinal a vida como pirata não costuma durar muito, os poucos que faziam isso sempre optam por encontrar uma forma de viver sem arriscar a vida que faziam de tudo para evitar que o perigo leve a vida que lutaram tanto para manter. Eu estava apenas observando tudo o que os outros faziam ao meu redor, todos pareciam estar se preparando para a guerra ou revendo seus conceitos, podia ver no rosto de alguns deles que estavam seriamente pensando em desistir, não podia culpá-los. Semideuses também não costumam ter vida muito longa, junca encontrei um com mais de trinta anos, esperava poder chegar nessa idade ao lado de Percy, sei que não é certo fazer planos levando em conta o que estamos prestes a enfrentar, mas eu tinha de me permitir sonhar um pouco, nem que seja apenas aqui, apenas agora. Era pedir muito para que arrisquem suas vidas em favor de nossa causa. Estava perdida em pensamentos quando Thalia se aproximou de mim com cara de quem iria vomitar.

-Você está bem? -perguntei fazendo olhar para mim, seu olhar estava perdido e um pouco confuso.

-Ele disse que queria casar, disse que estava tentando dar o primeiro passo... pode ser maluquice, mas acho que ele estava falando isso para mim. Aquilo foi uma declaração? Porque eu acho que foi. Quer dizer... eu quero que tenha sido uma declaração, mas não tenho certeza. -ela começou a despejar uma série de questões me deixando confusa, mas eu sabia que ela estava falando de Nico e sobre sua quase declaração depois de meu casamento.

-Você ao menos contou tudo o que está me falando para ele? -perguntei confusa.

-É claro que não. -ela respondeu rapidamente. -Eu nem ao menos sei como encará-lo depois disso. -ela respondeu soltando uma risada nervosa e completamente assustadora.

-Thalia, ficar em dúvida sobre o que aconteceu só vai piorar as coisas. -eu disse tocando no braço da filha de Zeus. -Você tem que conversar com ele e resolver as coisas. Antes de encaramos Luke e Cronos. -eu falei em um tom de voz mais baixo e sério. -É perigoso demais para você encarar levando essas dúvidas.

-Eu sei, mas simplesmente não consigo. -ela disse parecendo frustrada.

-Você tem que tentar. -eu disse tentando dar apoio a ela.

-Eu vou apenas deixar que aconteça o que tiver de acontecer. Se ele gostar mesmo de mim, virá falar sem mais rodeios. -ela disse suspirando. -Só espero que seja logo.

Algumas horas depois já podíamos ver meu reino no horizonte, assim que meus olhos focaram no castelo, uma sensação estranha tomou conta de mim. Era um estranho aperto no peito, um desconforto completo e um gosto amargo na boca. Respirei fundo tentando-o fazer aquilo passar, mas não tive sucesso. Era quase uma certeza saber que alguma coisa não daria certo. Rachel percebeu meu olhar distante e preocupado e veio falar comigo, colocou a mão em meu braço e me olhou com com ternura.

-No que está pensando? -ela perguntou delicadamente, o que me fez pensar que ela já sabia a resposta.

-Eu não sei... é só um sentimento estranho. -eu disse e ela continuou me encarando.

-Você sabe que tudo o que os semideuses sentem não é obra do acaso. Se você sentiu alguma coisa diferente, isso tem um motivo. -ela disse parando ao meu lado e encarando o reino, seus olhos também focaram em meu antigo castelo à distância. -Vai me dizer o que te incomoda? 

-Estou com um sentimento estranho... como se algo ruim estivesse prestes a acontecer e eu nem o que fazer. -falei e ela assentiu. 

-Eu sei como é, também estou sentindo isso. -ela confessou.

-Devo contar para Percy? -perguntei a ela.

-Acho que não. -ela respondeu. -Ele já está preocupado o bastante.

-Todos temos que tomar cuidado. -eu disse pensativa. - Você principalmente. -eu disse e ela suspirou.

-Eu não posso continuar nessa jornada com vocês... O espírito do Oráculo me mostrou muitas coisas, coisas que eu gostaria de contar a vocês, mas não posso... não seria justo. -ela comentou triste e um pouco assustada.

-São sobre o futuro? -perguntei ansiosa.

-São. E infelizmente, o futuro não pode ser compartilhado sem maiores punições. Assim que vocês atracarem no reino e partirem em direção ao castelo, terei que abandoná-los, para sua própria segurança. Tem coisas do futuro que não devemos saber até que chegue o momento certo. -ela disse olhando para mim, como se estivesse culpada.

-O que viu não é muito bom, não é? -eu perguntei sentindo meu coração falhar uma batida. Antes de responder alguma coisa, a respiração dela ficou pesada e um pouco irregular. 

-Não. -ela respondeu sombria. -Mas eu acredito que as coisas vão dar certo no final. -ela disse tentando sorrir. -É bom ter esperança.

-Ter esperança... -eu disse sorrindo me lembrando da conversa que tivera com Percy mais cedo. -É o melhor que podemos fazer agora, não é?

-Exato. -ela disse pegando uma de minhas mãos e parando na minha frente para fitar meus olhos. -Você tem que ser forte nesse momento, mas do que os outros. -ela disse seriamente, aquilo não era uma frase de apoio, era um conselho. -Aposto que Atena já lhe disse que você tem um destino a cumprir... ela está certa. -ela disse ainda séria, como quem confessasse um segredo importantíssimo. -Você é a peça chave, Annabeth. Não se esqueça disso.

-Não vou esquecer. -eu disse tentando parecer segura. -Eu prometo.

Rachel conversou comigo por mais alguns minutos, dessa vez sobre coisas banais em vez daquelas coisas sobre destino. Pelas minhas contas, chegaríamos em apenas alguns horas. O tempo pareceu passar bem devagar. Eu já estava ficando nervosa, já não aguentava ficar mais parada, porém quanto o mais rápido chegarmos, mais cedo coisas ruins podiam acontecer. Rachel me deixara assustada, apesar de eu saber que ela só queria ajudar. "Você é a peça chave, Annabeth", ela disse. O que isso queria dizer? Algo me dizia que eu já ouvira aquelas palavras antes, como se a  própria Rachel já tivesse dito isso em outro momento, só não conseguia me lembrar qual. Uma coisa estava certa: eu era parte alguma coisa importante e isso, é claro, já me dizia que seja lá o que eu tivesse de fazer, seria perigoso o bastante ao ponto de custar minha vida. 

Finalmente chegamos em meu reino. O navio foi ancorado e pouco tempo depois nos espremíamos dentro dos botes para chegar ao porto. Logo que meus pés tocaram a terra de meu reino, aquela sensação voltou, só que dessa vez mil vezes mais forte e persistente. Meu coração acelerou por um segundo, nesse momento, Percy segurou uma de minhas mãos, tentando me passar segurança. Sua mão estava quente em oposição a minha que estava fria como a neve.

-Você pode ficar no navio se quiser. -ele disse. -Essa luta não é sua. -ele disse.

-É claro que é. -eu disse. -Sou parte disso tanto quanto você. -eu respondi um pouco sentida. -Só vamos ganhar essa batalha se estivermos juntos. -eu disse firme.

-Tudo bem. -ele disse rapidamente, provavelmente tentando evitar uma briga. -Sinto muito, você tem razão. Temos de estar juntos. -ele disse mais calmo e cuidadoso. -Eu apenas não estou pronto para arriscar sua vida.

-Apenas... esqueça. -eu disse apertando sua mão. 

-Vamos vencer essa, sabidinha. -ele disse me trazendo para perto para um abraço apertado. - Temos uma vida juntos pela frente, não vou deixar que nada impeça isso, entendeu? -ele falou em meu ouvido.

-Não se preocupe. -eu disse. -Eu confio em você. -eu disse suspirando e procurando seus olhos verdes.

-Isso é bom, ainda mais agora que eu tenho esperança. -ele disse sorrindo.

-Tem? -eu perguntei.

-Graças a você. -ele disse depositando um beijo calmo em meus lábios.

Todos já estavam no porto, olhávamos uns para os outros como se as respostas para nossas perguntas estivessem perdidas nas expressões ansiosas e assustadas. As caçadoras estava reunidas em um canto conversando entre si, como se estivessem fazendo os últimos ajustes. Estavam tentando passar confiança umas paras as outras, mas eu podia ver o nervosismo delas transparecer. O que iriamos enfrentar estava longe de ser parecido com um dos monstros que elas estavam acostumadas a caçar, aquilo era mil vezes mais perigoso e delicado de se lidar. Elas estavam tão perdidas quanto nós. Percy de distanciou de mim por um segundo e reuniu sua tripulação rapidamente. Eu podia ouvir o que ele dizia para seus homens, era algo como:

-Isso é a coisa mais perigosa que já fizemos. -ele disse com a voz firme. -Sei que é diferente de tudo que já fizemos juntos e muito mais perigoso também. Por isso, se algum de vocês quiser ir embora agora, eu vou entender. -ele disse e todos os homens o fitaram atentos. -Mais alguns metros à direita estão vários barcos e navios ancorados, vocês podem usá-los para sair daqui. Não posso garantir a vocês que voltaram vivos dessa, então... lhes deixo essa escolha. -os membros da tripulação se entreolharam como se estivessem particapando de uma conversa silencioca, por um ou dois segundos pensei que eles estivessem apenas corcordando em ir embora. Mas Grover mudou isso quando deu uma passo à frente e disse:

-Estamos com você desde o começo, Capitão. Se esse for o fim, ainda estaremos juntos como sua tripulação. -ele disse e os outros apenas concordaram animados.

-Isso é muito bom. -Percy disse sorrindo. -Continuaremos todos juntos, então. -ele disse por fim. Achei que esse seria o último arranjo que teríamos antes de entrar e lutar por nossas vidas, mas eu estava enganda.

-Thalia. -chamou Zoe firme virada para a filha de Zeus que conversava com Rachel.

-Sim? -ela disse chegando perto da tenente de Ártemis.

-Antes de chegarmos aqui eu fiz uma proposta para você e para Annabeth, infelizmente ela já não pode aceitá-la, pois decidiu estar na companhia de um homem eternamente, mas você ainda pode se juntar a caçada caso deseje a imortalidade. -ela disse e Thalia pareceu pensativa por um segundo. Olhou ´para mim com um olhar culpado, tenho certeza que ela estava disposta a aceitar o cargo, mas foi aí que Nico se meteu na história. -Então Thalia, você aquer entrar na caçada? -perguntou Zoe.

-Ela não quer! -disse Nico em um grito e um tanto quanto desesperado. Olhei para ele rapidamente, assim como todos os outros.

-Não se meta, Filho de Hades! -disse Zoe irritada. -O que você tem haver com isso?

-Muita coisa. -ele responde e andou até Thalia. Ao chegar bem perto dela, puxou-a pela cintura e deu-he um beijo caloroso na morena que correspondeu na mesma intensidade.

-Eu... não aceito ser uma caçadora. -disse Thalia tentando recuperar o fôlego depois do beijo.

-Acho que já tomamos todas as decisões hoje. -eu disse e a maioria concordou. Zoe e as caçadoras apenas nos olharam com raiva e seguiram em frente.

Estava na hora de começar a lutar.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews, se eu receber bastante posto amanhã mesmo.
Recomendem!
Escrevam o que pensam!
Até mais *--*
O capítulo de, possivelmente, amanhã vai ser crucial! Teremos ação!