Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 43
Ajuda inesperada.


Notas iniciais do capítulo

OI! Galera, finalmente estou de férias! u.u
Obrigada todos aqueles que deixaram reviews capítulo passado, e aqueles que não deixaram: DEIXEM!
Para a alegria de muitos, esse é o último capítulo com Percabeth separado (aleluia!!!)
Boa leitura.



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Pov: Annabeth

É estranho saber que no mundo em que vivo não existe chance de se obter o controle da própria vida. Alguns dizem que tudo o que acontecem é questão de "sorte" ou mesmo de "azar", seja lá o que você estiver vivendo, achar que tudo é uma questão de sorte e obra do acaso pode ser realmente frustrante, afinal de uma forma ou de outra queremos acreditar que esses acontecimentos são para uma coisa maior... algo realmente importante para nosso caminho. O problema só ocorre quando entendemos que se tudo for mesmo uma questão de "sorte", nada que aconteça será realmente importante e se for, não saberemos identificar. Cada um tem sua sorte, esta pode muito bem ser considerada como "azar" e o pior de tudo é saber que se tudo depender mesmo de sorte, significa dizer que não podemos mudá-la ou tentar revertê-la. Sem falar das pessoas que acreditam em "destino", acreditar no destino faz com que tentemos encontrar um significado para tudo e não nos permite encarar os fatos como "desnecessários" ou mesmo "banais". Dessa forma, aconteça o que acontecer, tudo estava escrito nas linhas do destino, programado no momento em que ganhamos o dom da vida. Só que se for pensar bem no que acontece, verá que não temos direito e nem controle nenhum sobre nossas vidas já que tudo o que acontece está fora de nossas dimensões de entendimento.

Existe ainda mais uma teoria, aquela que diz que tudo acontece por vontade de "Deus" ou do ser que você acredita em sua religião. Posso dizer no meu caso as coisas são bem mais complicadas, levando em conta que tenho a vida parcialmente controlada por vários "deuses" de diferentes poderes e influências. Eles decidem, de certa forma, minha sorte e meu azar e, só para piorar, fazem meu destino. O mundo meio-sangue é bastante injusto e reconhecivelmente complicado. Mas no final, não é tão diferente do mundo dos mortais quando comparamos o fato de nenhum de nós ter o controle sobre a própria vida. Somos apenas peças em um grande tabuleiro, prontos para jogar o jogo escolhido por eles.

-Você faz ideia de para onde estamos indo? -perguntei para Thalia enquanto andávamos com as caçadoras pelo meio da floresta.

-Não, mas pelo que sei sobre elas, não deve ser para um lugar agradável. -ela respondeu.

-Eu posso ouvir vocês. -disse Zoe. Ela estava na frente do grupo, em uma distância considerável de nós. Não deixei de me surpreender. -minha audição ficou bem mais apurada depois de anos e anos servindo a deusa da caça. -ela explicou.

-Que bom que ouviu. -Thalia resmungou.

-E respondendo a sua pergunta, Annabeth. Iremos para um vilarejo não muito longe daqui. -ela respondeu, sem em nenhum momento pararmos de andar.

-Em quanto tempo você acha que chegaremos lá? -perguntei. Aquela floresta parecia interminável.

-Isso vai depender de nossa carona... -ela respondeu deixando a frase morrer no ar.

-Carona? -uma das caçadoras perguntou curiosa. -Nós nunca pedimos ajuda a ninguém quando estamos em uma missão.

-Dessa vez é diferente. -Zoe respondeu suspirando. -Esta não é uma missão oficial. -ela revelou.

-Então estamos indo sei-lá-onde como enxeridas? -perguntou Thalia zombando da situação.

-Mais ou menos isso. -Zoe respondeu dando os ombros.

-Não acredito nisso!- eu falei erguendo os braços. -Quando acho que estou no caminho certo... descubro que está tudo errado outra vez.

-Menos drama, Annabeth. -pediu Zoe. -Estamos fazendo isso por uma boa causa, ou melhor, por uma ótima causa. Você também quer ver Luke no chão, o que ele está fazendo pode ser muito mais perigoso do que você pensa. Se os deuses forem extintos, as caçadoras ficarão perdidas e os meio-sangues serão todos mortos... e sabe-se lá o que pode acontecer com o resto do mundo. Só existe equilíbrio porque estamos todos servindo os deuses, pode parecer algo horrível para alguns, mas é por causa deles que o mundo tem equilíbrio... mesmo que muitas das vezes esse "equilíbrio" seja questionável.

          -O que vamos fazer, então? -perguntei a ela.

-Vamos conhecer a origem do problema. -disse Zoe. -Vamos no lugar onde a mãe de Luke nasceu, cortar o mal pela raiz. -ela explicou. -Deve ter alguma coisa lá que tenha desencadeado essas reações do Luke.

-E você acha que encontraremos isso indo onde a mãe dele nasceu?-perguntou Thalia.

-Tenho quase certeza. -respondeu Zoe.

Durante um segundo ou dois estive apenas no modo automático, era como se eu já conhecesse aquele plano... Alguém já estava fazendo isso, ainda caminhando ao lado das caçadoras, finalmente consegui me lembrar que parte da história eu estava esquecendo: Percy e o resto da tripulação também estavam se encaminhando para lá, prontos para realizar a mesma missão de busca que Zoe estava organizando. Um panico momentâneo me abateu. Eu não estava pronta para vê-lo novamente... ainda era muito cedo. Mas, por outro lado, eu sabia que nunca estaria pronta o suficiente para encará-lo outra vez.

-E quem dará essa "carona" para nós? -perguntou Thalia.

-Um velho amigo seu, Nico Di Ângelo. -ela respondeu simplesmente, foi a vez de Thalia de ficar assustada.

-Nico? Espera... como ele sabia que estávamos com intenção de ir até a terra natal da mãe do Luke? -perguntou Thalia depois de respirar fundo.

-Foi graças à uma ajudinha de uma velha amiga. -ela respondeu sorrindo. -Bianca Di Ângelo.

-Achei que Bianca estava morta. -falei para Thalia em tom mais baixo.

-Ela está morta. -sussurrou Thalia de volta.

-Como isso foi possível? -perguntei para Zoe me metendo na conversa.

-Acho que sua amiga Thalia pode explicar melhor. -ela respondeu.

-Nico pode falar com os mortos. -Thalia disse. -É conhecido no mundo inferior como "Príncipe dos fantasmas". -ela explicou pra mim.

-Exato. -disse Zoe. -Às vezes o espírito de Bianca me visita em sonho, falamos sobre muitas coisas e achei que não fazia mal pedir um favor a ela.

-Isso significa que navegaremos com... homens? -perguntou uma das caçadoras assustada.

-Sim, mas só por algumas horas... e o navio estará quase vazio, apenas nós e o filho de Hades e talvez mais alguns ajudantes. -todas as caçadoras pareceram não gostar muito da ideia de estarem junto com homens. -Sei que não será muito agradável, mas temos um propósito maior e não podemos nos desviar dele.

-Ela parece minha mãe falando. -falei para mim mesma, em um tom que ninguém mais poderia escutar.

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Pov: Nico.

-Onde você disse mesmo que íamos  -perguntou Percy ela décima oitava vez enquanto eu conduzia o navio até a ilha que Bianca havia me indicado. Não era a primeira vez que eu falava com minha irmã, mas essa era a primeira vez que ela me pedia um favor. Tenho que admitir que não gostei inicialmente da ideia de estar prestes a ajudar as mesmas pessoas que levaram minha irmã para morte, mas por outro lado, não queria deixar Bianca na mão. Ela nunca me pedira nada e sempre cuidou de mim. Era a minha chance de tentar recompensá-la por isso.

Logo que expliquei para Percy o por quê de estarmos dando meia volta, deixando apenas parte da tripulação na ilha, ele, notavelmente, não mostrou-se muito animado. Porém depois de ouvir as palavras: "aliadas contra Luke", concordou em deixar-me buscá-las. Contanto que estivesse a bordo também, pelo o que me pareceu, ele não confiava muito em minhas habilidades de conduzir o navio até lá. Percy estava fazendo de tudo para fazer com que o navio fosse cada vez mais rápido, porém eu sabia que logo ele estraria cansado demais para isso e estaríamos a mercê da vontade do vento.

-Vamos para uma ilha próxima daqui. -eu respondi. -Precisos buscar as caçadoras. -expliquei. -Elas podem oferecer uma ajuda mais do que importante para nossa missão de derrotar Luke.

-Você mesmo disse que as caçadoras podem ser..."enfezadas". O que quis dizer com isso? -ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

-Olha, vamos apenas dizer que elas não gostam muito da companhia dos homens, ou seja, elas podem ficar encarando e, se você chegar muito perto, elas podem tentar arrancar o seu olho. -eu disse e ele me encarou boquiaberto.

-E você disse que elas seriam nossas "aliadas". -ele bufou.

-E elas serão, só não ficarão muito felizes com isso.

-Muito animador. -ele comentou

-Sei que pode parecer meio esquisito, até meio perigoso, mas eu sei que elas poderão ser exatamente o que estava faltando para conseguirmos derrotar Luke.

-Espero mesmo que esteja certo. -ele disse olhando para o nada. -Acho que não temos muito tempo.

-Exato. Logo encontrarmos com as caçadoras as coisas irão melhorar.

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Pov: Atena.

As coisas estavam indo bem, mais do que eu esperava. Poseidon parecia até mais entrosado comigo, não estávamos mais tentando nos matar, ou pelo menos não toda a hora. Sinceramente, estava mais preocupada com o que poderia acontecer agora com a aproximação de Annabeth com as caçadoras, elas não estavam em meu plano, mas agora poderiam servir para alguma coisa. Não foi muito fácil convencer a irmã do filho de Hades a me ajudar, mas depois que usei ótimos argumentos sobre como a ajuda mútua entre caçadoras e meio-sangues normais poderia resultar na vitória. Poseidon estava tentando ajudar o navio de Percy a ir cada vez mais rápido, porém  não podia dar bandeira, os outros olimpianos estavam nos vigiando, princialmente a ele, por ser o pai do principal acusado de tentar libertar Cronos. Desde que firmamos essa aliança para tentar unir nossos filhos, passávamos a maior parte do tempo juntos, quase sempre no palácio dele no fundo do mar, no único quarto que eu poderia entrar (pois não estava submerso). Observávamos a trajetória do navio de Percy graças a uma espécie de bola de cristal feita de água que mostrava a imagem do navio em meio às águas. Era exatamente assim que estávamos monitorando tudo, tentando fazer com que não houvessem falhas em meu plano.

-Em quanto tempo você acha que eles chegam? -perguntei, estava ansiosa demais e já estava começando a achar que tudo daria errado.

-Só mais um pouco -ele respondeu olhando para mim com aqueles lindo olhos verdes, o que me fez perder a linha de raciocínio por alguns segundos. -Você quer parar de andar de um lado para o outro?

-Desculpe. -eu disse. -Estou apenas avaliando se as coisas irão dar certo mesmo. -eu disse sentando em uma das cadeiras dispostas na sala.

-Eu sei que você é nova nesse tipo de coisa, assim como eu, mas agora o melhor que você pode fazer e relaxar e confiar em mim. Acha que pode fazer isso? -ele perguntou sorrindo, como seu pudesse dizer não para quele sorriso.

-Posso tentar. -eu disse suspirando.

-É um começo. -ele disse dando os ombros.

-Como você acha que eles vão reagir quando se encontrarem? -perguntei olhando para o chão.

-Bom, acho que sua filha provavelmente vai tentar matar Percy, e ele, por sua vez deve ficar sem reação quando reencontrá-la. -ele explicou passando a mão em seus cabelos pretos brilhantes.

-Vamos conseguir ajuda-los, não é? -perguntei. Não era de meu feitio ser insegura, porém eu nunca havia tratado com assuntos amorosos antes e  quando falamos de amor, tudo é imprevisível. 

-Sim. -ele disse se levantando e parando na minha frente. -Estamos fazendo de tudo para arrumar as coisas. Vai dar tudo certo. -ele disse pegando uma de minhas mãos. Não podia reclamar do toque, mas também não podia negar o quanto aquilo era estranho.

-Você tem razão... eu não devia me preocupar tanto. -comentei.

-É normal, estou na mesma situação. -ele confessou puxando uma outra cadeira e sentando ao meu lado.

-Isso é estranho? -falei olhando para ele.

-O quê?

-Você e eu... tentando juntar nossos filhos e conversando normalmente. -falei.

-É quase um milagre... ou um sonho. -ele disse e eu o encarei assustada. -Quer dizer... hã...hum... -ele começou a se perder e senti a estranha vontade de rir. -Eu só estava tentando... tentando...

-Eles chegaram! -eu disse me levantando rapidamente, acabara de ver o navio ancorar na bola de água.

-Já não era sem tempo. -disse Poseidon. -O que fazemos agora? -ele me perguntou.

-Esperamos. Pelo menos por enquanto. Agora eles tem que fazer a parte deles.

-E qual seria?

-Não se matar até que possamos agir.

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Pov: Narradora.

No final de tudo, acabamos descobrindo que nenhuma das teorias estão corretas. As coisas acontecem apenas porque nós as fazemos acontecer. No final, ninguém controla nossas vidas. São nossas escolhas que definem o que vai ou não acontecer. Não vale a pena acreditar nessas teorias só para encontrar alguém para culpar. Os seres humanos não gostam de saber que alguém os controla, por isso tem que entender que ninguém faz isso. Temos poder sobre nossas vidas e é só o que importa.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews
recomendem
escrevam o que acharam.
até mais *-*