Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 31
Segundas chances para o amor.


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Meus lindos! Posso dizer que fiquei um pouco maos alegrinha com a aparição de alguns dos meus "ex-fantasminhas", sejam bem-vindos, leitores novos! Fiquem bem à vontade.
Esse cap vai para Victor Walker que me escreveu uma linda recomendação! Meus deuses, valeu mesmo *-*
Obs: Vcs aprovam um cap mais hot? (respodam, por favor)



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Aprendi com os últimos acontecimentos de minha vida que o mais importante de tudo é termos um motivo pelo qual lutar. Um caminho para seguir e uma estrela para nos guiar. Existem pessoas que passam suas vidas inteiras vagando pelo mundo sem achar um motivo pelo qual devem se esforçar, uma razão que lhes dê uma missão durante sua jornada. Poucos são aqueles que encontram algo realmente importante. Tenho pena dessas pessoas, elas nunca saberão o que é ter um objetivo para cumprir. Conheço meus objetivos, faz pouco tempo, é verdade, mas estou empenhada em conseguir alcançá-los custe o que custar. Meu nome é Annabeth Chase, agora sou a princessa de meu reino, o qual, agora é governado por meu marido cruel disposto a matar qualquer um que cruzar seu caminho. Luke deve ser coroado pela manhã, o casamento já foi realizado e, mesmo não tendo-me ao seu lado, ninguém tem o direito de tirar sua coroa. As regras são claras, ele precisava apenas casar com a moça escolhida, não necessariamente precisava tê-la consigo na hora da coroação. E mesmo assim, quando terminar a cerimônia de coroação, serei oficialmente a mais nova rainha.

É engraçado como a vida pode ser ironicamente cruel. A única moça que poderia levar o príncipe ao trono, e o levou, é justamente o tipo de pessoa caçada e morta em seu reino, uma meio-sangue. Como irá reagir o povo, se um dia saber, que sua rainha é filha de uma deusa? Ainda mais a deusa da sabedoria. Minha não ficaria muito ogulhosa ao me ver escondida em um navio pirata, ainda mais ao lado do filho de um de seus maiores inimigos. Atena e Poseidon são inimigos desde que sua história de amor terminou de um jeito trágico. Desde então, minha mãe além de comprar uma briga para toda a eternidade com o deus dos mares, ainda fez o favor de criar um enorme cisma com a deusa do amor, Afrodite. Por isso a razão e o coração brigam tanto, minha mãe nunca se recuperará do que aconteceu, algumas cicatrizes são mesmo eternas.

–Você tomou decisões peculiares, Annabeth. -disse uma voz já conhecida por mim.

–Pareceram-me corretas quando as tomei. -respondi para minha mãe.

O dia estava amanhecendo, eu estava na, já tão conhecida, cabine de Percy, este devia pensar que eu estava dormindo, mas quem disse que consegui pregar os olhos depois de tantos acontecimentos em uma só noite. Os piratas acharam melhor fazerem uma reunião para decidir o próximo passo, parece que manter a rainha no navio era bem mais arriscado do que sequestrar a condessa, como fizeram tempos atrás. Não esperava a visita de minha mãe, aidna mais nessa altura do jogo, sabia que ela nunca concordaria com minhas ações, ainda mais depois de firmar uma nova aliança com Perseu.

–Você anda seguindo o caminho traçado por seus sentimentos... -ela fez uma leve pausa. -é algo contestável, mas nem sempre errado. -ela disse e eu a encarei surpresa.

–Está concordando com minhas decisões, mãe? -perguntei curiosa.

–Eu não disse isso. -ela respondeu prontamente, mas ainda vacilante. -Apenas concordo que não havia forma viável de você permanecer naquele lugar por muito tempo.

–Ainda bem que sabe. -eu disse olhando em seus olhos tão cinzas quanto os meus.

–Acredito que nada que posso falar a convencerá de deixar o filho do pescador. -ela disse e ouvi um raio partir o céu, encontrei um sorrisinho no rosto de minha mãe, ela adorava insultar o velho inimigo.

–Exatamente. -concordei.

–Posso saber o por quê? -ela perguntou me encarando com os olhos semicerrados. Uma pergunta desafiadora, para ela mesma, é claro.

–Acho que sabe a resposta. Mas como sei que precisa me ouvir dizer... Porque estou apaixonda por ele.

–O que eu mais temia. -ela disse depois de dar um longo suspiro cansado.

–Por que isso lhe incomoda tanto? -perguntei me sentando na cama de Percy, meu vestido de noiva ainda um pouco molhado da chuva da sacada acabou molhando um pouco a roupa de cama.

–Eu já lhe disse, você é uma das minhas filhas mais brilhantes, Annabeth, não quero que este relacionamento acabe por corrompê-la. -ela explicou.

–Corromper-me? -perguntei incrédula. -O que isso tem haver?

–Quando misturamos nossas missões com nossos sentimentos acabamos por estragar tudo. -ela disse se sentando ao meu lado, notei que ela usava um vestido bem simples da cor verde e seus cabelos estavam presos em um coque que deixava que alguns de seus cachos caíssem graciosamente no rosto. -Muitas heroínas acabaram perdendo-se quando encontraram o amor em seu caminho. Não vê Helena de Troia? -ela abriu a boca para continuar, mas eu acabei interrompendo-a com uma pergunta boba.

–Helena era uma heroína? -não contive a pergunta.

–De certa forma era. O problema é que acabaram colocando-a apenas como uma mulher bonita e desejada, que acabou sendo o motivo de uma guerra. Na verdade, quando Helena escolheu se casar com o rei Menelau tinha um plano, ela sabia que ao seu lado poderia fazer de Esparta um reino promissor, mais do que já era. Ela tinha lá suas dúvidas sobre a forma naqual Menelau a comandava. Ela era inteligente o bastante para saber que poderia fazer de Esparta uma potência, acima das outras cidades-estado da Grécia. -os olhos de Atena brilharam, estava claro que ela esperava apenas o melhor de Helena. -Mas estão ela conheceu Páris, pode-se dizer que se apaixonou por ele, mas não era amor de verdade, temo que aquilo fora apenas uma paixãozinha de momento. O importante aqui é destacar que Helena, por causa do que sentia por Páris, abandonou Esparta e a filha que teve com Menelau. Tamanha insanidade teve, porém, seu preço. O problema é que quem o pagou foram as milhares de pessoas que morreram na guerra, assim como suas famílias que perderam alguém querido. -Atena terminou de contar a história, ela parecia ter feito uma pequena viagem no tempo para poder me contar tudo aquilo, parecia um pouco abatida com tudo que me contara. -Ao final a guerra, quando Helena voltou para Esparta estava tão desequilibrada e desacreditada, que não pode cumprir sua missão.

–Eu não vou anular minha missão por causa do que sinto por Percy, mãe. -expliquei.

–Como pode ter certeza?

–Eu sei que é apenas com a ajuda de Percy que poderei vencer Luke e ajudar os meio-sangues. E às vezes... acho que é só por causa dele que ainda tenho forças para lutar. -confessei para minha mãe, ela suspirou.

–É um problema quando o "amor se torna a razão".

–Sei disso, mas o amor pode ser um bom motivo pelo qual lutar, mãe. -dei um sorriso. -Você mesma deu sua benção para Ulisses, ele passou por tudo aquilo para voltar para casa e encontrar a esposa, Penélope. E, tomando exemplo a guerra de Tróia, se bem me lembro, Aquiles também amou profundamente uma moça troiana chamada Briséis. Ele até mesmo parou de lutar quando ela foi tirada dele.

–Bom argumento. -disse Atena.

–Uma perfeita filha de Atena. -disse Percy entrando no quarto com um sorriso de no canto dos lábios.

–Perseu Jackson. -declarou minha mãe como se fosse o nome de uma doença perigosa que merecesse tratamento imediato.

–O próprio. -ele disse estendendo a mão para ela, Atena nada fez. Constrangido, Percy recolheu a mão e a encarou.

–Então é você que tem sequestrado minha filha. -ela disse encarando-o de forma ameaçadora.

–Hã... eu... eu estava apenas... -Percy estava começando a ficar vermelho.

–Um perfeito filho de Poseidon. -ela disse ironica. -Cada um herda alguma coisa dos pais.

–Tem razão. -ele disse um pouco mais confiante. -Parece que Annabeth herdou apenas o melhor. -ele disse.

–Sem mais delongas. -minha mãe disse por fim. -Cada um tem um destino. O de minha filha está parcialmente traçado, enquanto você não interferir no resultado final...

–Aceitará nossa relação? -Percy perguntou animado.

–... Não insenerarei você. -ela disse por fim. -Até mais, Annabeth. -ela disse com o que me pareceu ser o um quase sorriso. -Nos veremos, talvez em breve.

–Até mais mãe. -eu disse antes de Percy e eu cubrirmos nossos olhos para que ela se fosse sem causar um grande estrago em nossos corpos.

–Ela vai ser uma ótima sogra. -comentou Percy sorrindo. -Será que ela me dá sua benção? -ele perguntou me puxando para a cama.

–Acho que ela pode considerar. -respondi pensativa.

Percy me abraçou enquanto caíamos em sua cama macia e bem arrumada, até demais para um pirata. Suas mãos brincavam com as pontas de meu cabelo enquanto encarava-me com seus olhos muito verdes. Ele beijou-me mais um vez, só que dessa vez havia algo diferente, talvez algo mais... Feroz? É o que parece. Seus lábios estavam nos meus e nosso beijo se tornava cada vez mais intenso... Logo ele já estava em cima de mim.

–Percy... -chamei-o entre beijos. -Percy?

–Sim? -ele perguntou recuperando o fôlego e olhando para mim com os olhos gentis.

–Eu sou, tecnicamente..., uma mulher casada... -falei sentindo meu rosto corar. Não que fosse uma puritana, mas ao menos não queria ir com essa culpa para o mundo inferior.

–É, está certo... você ainda é casada. -ele disse saíndo de cima de mim e deitando ao lado, seu tom era um pouco triste. -Por enquanto... -disse sorrindo um pouco.

–Eu só não quero que minha mãe o mate antes de fazermos isso direito. -falei sentindo que meu rosto ficava mais vermelho.

–Tudo bem... eu...também acho....-ele disse como se estivesse desculpando-se.

–Vamos esperar só mais um pouco, pelo menos até eu ser a mais nova jovem viúva da região.

–Me parece um bom plano, por ora! -ele disse dando um suspiro.

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Pov: Rachel.

Existem certas coisas, detalhes ou outros pequenos momentos, que não sabemos que podem trasformar nossa vida para sempre, frações de segundos, milésimos... enfim, pouco tempo, é o que basta para dar um fim há algo que conhecemos. Eu achava que estava pronta para revelar toda a verdade para Percy, mas na verdade não estava. Eu não sabia que seria tão doloroso não ser mais aquela pessoa em que ele ainda conseguia confiar. É estranho chegar agora e parecer uma estranha no ninho, mal consigo me olhar no espelho e encarar a face daquela estranha mulher que traiu o homem que ousou amar mesmo sabendo que não podia fazer tão ato. Tenho medo de nunca mais ser a pessoa que era antes, não éramos mais amigos, nunca seremos amantes e eu nem sei se poderemos conviver juntos por muito tempo. Ninguém sabe que estou aqui no navio, Percy não quis contar para ninguém que era a traidora no meio deles. E agora, aqui estou, escondida em uma cabine que eu nem mesmo sabia que existia no navio, afastada do olhar de todos. Era melhor assim... pelo menos por enquanto é o melhor que poderei conseguir. Não venho sido uma pessoa justa, tenho criado intrigas, atraído apenas o pior para mim... e o pior de tudo é saber que pode não haver perdão para tudo o que fiz.

O pior de tudo, apesar de certo, é saber que juntei Percy e a condessa. O homem que amo agora está com outra mulher, a mulher que ele ama e que eu tanto tentei afastar. Será que é isso que chamamos de alma gêmeas? Será que é isso que chamamos de destino? Talvez sim, talvez essa seja o melhor exemplo...

Fico pensando se durante toda nossa vida temos o direito de ter apenas uma alma gêmea. Queria saber os planos de Afrodite para mim, pelo menos me traria algumas certezas. Mereço saber se devo me dar esperanças de achar um novo amor ou conviver eternamente com a certeza de que Percy sempre será de Annabeth e que para mim só reste lamentar e etorcer para ter chance em uma outra vida.

Ainda tento manter esperanças que podemos encontrar mais de alguém para amar de verdade, daquele jeito tão puro e rar para sabermos que poderia ser para sempre. Seria muito injusto com as pessoas se apenas um alguém no mundo fosse perfeito para nós, e se essa pessoa estiver impossibilitada de estar conosco? Ou se já tiver alguém? Não é justo... tem de haver pelo menos uma segunda chance. Para que pelo menos, depois de tanta dor e sofrimento, termos a chance de encontrar a felicidade nos braços de outra pessoa. Faz bem pensar que em algum lugar lá fora existe alguém que está esperando por nós, que foi desenhado perfeitamente para formar um par junto de nós... É pedir muito? Pedir que ainda haja esperança? Sei que cometi muitos erros, sei que fiz coisas horríveis e que talvez não mereça tudo o que espero ter, mas... existem outras pessoas no mundo, outras pessoas como eu, talvez não com a mesma culpa, mas com uma certa semelhança quando se diz respeito ao amor que deixamos ir... elas merecem uma segunda chance, merecem saber que ainda podem ser felizes.

Agora ouço rizadas lá em cima. São deles, claro.

Percy e Annabeth são mesmo almas gêmas.

E não há mais nada que eu possa fazer com isso.

Apenas esperar...

E ter esperança...

Por que no fundo, bem lá no fundo, ainda tenho coragem de acreditar que esse ainda não é o fim.

Só peço que, se houver mesmo um plano amoroso para todos nós, reserve alguma coisa maios para mim.

Quem sabe minha tão aclamada segunda chance não pode virar mesmo uma possibilidade...




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Notas finais do capítulo

Bom, como disse antes: Vocês sabem o que fazer!
Então não se acanhem e façam!
kkkkk
Beijos
até mais *-*