Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 16
Too late to cry too broke to move on


Notas iniciais do capítulo

Oiê, gente mil desculpas pela demora, estou muito atarefada e ando me matando para conseguir fazer as coisas! Desculpem-me! Esse cap vem maior do que os outros, afinal sempre que eu demoro para postar sinto a necessidade de escrever um cap maior.
Esse cap vai para a Thaa que recomendou a minha fic! Muito Obrigada!
Beijos, boa leitura (desculpem os erros, tive de postar rapidamente)



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 Pov: Annabeth.

Tem certos momentos que não somos nós mesmos, somos apenas uma porção de sorrisos falsos, sentimentos reprimidos e tentativas (muito fracas) de tentar esquecer do que passou. Mas as vezes o passado não consegue deixar-nos ir, às vezes o atrevimento é tão grande que cada segundo do presente é regido por uma mágoa do passado. As horas parecem ser dias, os dias parecem mêses e estes parecem intermináveis anos. Eu não fazia ideia de a quanto tempo estava naquele navio pirata, mas sabia que estava a tempo suficiente para ter mágoas para a vida toda. Era como se minha antiga "vida" estivesse esquecida em uma passado distante e sem boas lembranças. Quanto tudo que se vive nada mais é do que uma bela, e bem artuculada, farsa, perdemos a noção do real e do imaginário. É mais ou menos assim com o amor. Ele nos tira do rumo, nos faz perder a cabeça, em um segundo tudo parece ser um turbilhão de sentimentos confusos somados com uma blea dose de mágoas e desentendimentos. Você não pode escolher a pessoa por quem seu coração bate mais forte, as coisas acontecem sem menor planejamento, sem que haja nem mesmo moderação ou cota de risco. É esse o maior problema do amor. Ele ignora toda e qualquer manifestação da consciência e da razão, seguindo sua vontade própria. Começa bem simples, sem muito a dizer, você chega até mesmo pensar: "É só um beijo, nada de mais" e "vai passar, coisas assim não costumam durar". Mas o tempo passa e coisas simples ganham proporções extraordinárias. Devo meus sinceros agradecimentos à Afrodite, ela consegue deixar mesmo tudo mais interessante. O problema é que eu não tenho mais tempo para seus joguinhos de sentimentos, não há mais tempo a ser disperdiçados com meros sentimentos. há muita coisa em jogo.

No fundo, bem no fundo mesmo, sei que Atena tem razão em pedir-me que me afaste dos sentimentos, eles sempre são perigosos. Apenas uma faísca e a chama começa a arder incansavelmente. Eu devia ser mais forte, devia ao menso tentar ser mais forte, mas uma vez que deixa-se levar por um sentimento... É impossível ignorá-lo ou simplesmente tentar livrar-se dele.

Prometi a mim mesma naquela tarde que nada iria me impedir de seguir meu destino, nem mesmo que para isso tenha que matar o que sinto por Percy, estava disposta a fazer qualquer coisa para acalçar meus objetivos e mesmo assim tinha certeza de que carregaria comigo para sempre os momentos que tive com ele, eram poucos, claro, mas todos perfeitos. Eu podia guardai ainda cada olhar que lançamos na direção um do outro, cada frase inacabada, cada respiração falha, cada supiro, cada promessa feita, cada vez que pensei em nosso "futuro"... e cada beijo... é mais difícil lembrar deles. Uma vez que se conhece o paraíso, é difícil voltar para o inferno. O que resta de mim, afinal? Cacos, restos, pó... Pouco à pouco tento imaginar milhares jeitos de me reconstruir, mas é quase impossóvel achar uma forma de fazer tal maravilha. Seguir em frente é meu maior desafio.

Prometi também que naquela tarde estaria com ele uma última vez, não podia acabar com tudo aquilo sem antes me dar a chance de ter um último momento. Ah os momentos, lembranças que nos seguem eternamente. Não pode-se fechar os olhos que eles chegam como uma enxurrada, cada segundo um momento diferente. Mas no final a vida é apenas isso: Uma tonelada de momentos que temos o trabalho de denominar de "bons" e "ruins", o mais importante disso é saber que apesar de tudo dar errado... houve "o momento". Sabe? Aquele em que o tempo parou para registrar melhor o que aconteceu, aquele que ainda está vivo em algum lugar, aquele que fará o sentimento ser especial para sempre. Fiz o que pude para estar com Percy uma última vez. Rachel não deixava as coisas mais fáceis, para ela, agora eu era a maior inimiga de Percy, por culpa minha ele estava daquele jeito e não havia nada mais repugnante do que minha presença naquele navio. Depois que o capitão teve uma pequena melhora, a primeira providência da ruiva foi mardar-me para fora da cabine e deixar sempre pelo menos três piratas vigiando-me a cada segundo do dia. Por sorte, minha conversa com Atena não fora vista por ninguém, mas depois dela não pude ter paz em nenhum outro momento.

Para minha sorte, ao menos metade da tripulação não consderava-me culpada, estes, continuavam sendo gentis e carinhoso comigo. Connor e Travis Stoll, assim como Grover eram meus principais aliados, e foi até eles que recorri para aquele último momento com pretendia ter com Percy. Precisava desesperadamente estar com ele naquela tarde, eu não sabia muito bem quando chegaríamos ao próximo porto, mas algo me dizia que não podia brincar com o tempo, logo estáriamos ancorados e eu tinha que seguir meu caminho, descendo do navio assim que pudesse, o mais rápido que conseguisse.

-Eu preciso vê-lo. -Falei para Grover firme, mas deixando claro em meus olhos a necessidade de sua provação. Ele olhou-me desconfiado, devia estar imaginando meus motivos para estar com Percy num momento como esse.

-Não acho que Rachel vá concordar com isso. -ele disse simplesmente, batendo os cascos no piso de madeira do navio, em sua mão uma lata de metal estava pronta para seu lanche da tarde.

-Ela não tem que concordar, ela não manda neste navio, -ele pareceu concordar mentalmente comigo -além do mais, ela nem precisa ficar sabendo. -disse eu em tom baixo, como uma garotinha que contava um segredo a melhor amiga.

-O que pretende com isso, Annabeth? -ele me perguntou desconfiado, mastogando um pedaço da lata.

-Eu preciso vê-lo, Grover. Apenas entenda que... as coisas estão ficado cada vez mais complicadas e eu não posso perder a chance de estar com ele, por favor, não negue-me isso. -argumentei da forma que me pareceu ser mais comovente.

-Rachel não vai sair de perto dele tão cedo, se você quiser mesmo vê-lo, temos que encontrar uma boa desculpa para fazer com que Rachel deixe você entrar. -ele explicou comendo mais um pedaço da lata, agora mastigando mais rápido, como se estivesse nervoso com o que estava propondo.

-Precisamos de um plano. -concluí.

-Extato, mas eu ainda não faço ideia do que podemos fazer. -ele confessou um pouco envergonhado.

-Mas eu sei. -falei um pouco triunfante e abrindo um largo sorriso. -Sou, afinal, filha da deusa da sabedoria e estratégia.

-O que tem em mente? -perguntou-me curiso.

-Vamos precisar do curandeiro. -falei olhando ao redor para ver se ninguém inapropriado ouvia nossa conversa.

-Para quê? -ele perguntou-me confuso.

-Vamos dizer que Perseu precisa de mais uma pequena dose de néctar e dizemos a Rachel que fui designada para a função de dar mais néctar a ele.

-E se ela mesma quiser fazer isto?

-Dizemos que só um meio-sague pode manipular a comida dos deuses. E se ela pedir para outro pirata fazer isso, dizemos que por eu ser uma mulher, terei melhor jeito para enfermeira. -eu disse e ele pareceu imaginar o plano em ação. Tinha certeza de que não era a melhor coisa que já havia pensado, mas estava desesperada e com pouco tempo para fazer algo mais elaborado, por ora, o plano estava bom o suficiente.

-E o que diremos para Will? -perguntou Grover, eu ainda não havia pensado em o que falar para o curandeiro filho de Apolo, mas acho que essa parte poderia improvisar um pouco.

-Ainda não sei, mas vou pensar em algo... Podemos apenas dizer que tenho vocação para enfermeira e que ele merece um descanso?

-Acho que vai colar. -Grover disse me dando força.

-Vou falar com ele, depois aviso a você se as coisas dão certo. -falei para Grover ele me passou um sorriso de confiança e assim fui na direção da cabine dos filhos de Apolo.

Posso dizer que dentro daquele navio, os filhos de Apolo eram aqueles que mais se preocupavam com minha presena no navio, não que me considerassem sua inimiga, mas filhos de Apolo tem um ego bem grande e, como não passam muito tempo em terra firme, não tem muito tempo para cortejar nenhuma garota. Sendo assim, tendo-me no navio, dava-lhes um impulso maior para praticar suas cantadas comigo. Não posso dizer que me encomodava totalmente com aquilo, eles eram sempre muito atraeentes e donos de um charme nato. Bati na porta, logo um dos piratas veio abrir a porta para mim. No segundo em que pôs os olhos em mim, um sorriso malicioso formou-se em seu rosto bonito.

-Olá, o que devo a honra desta visita, Condessa Chase? -ele disse se constando na porta.

-Preciso falar com Will, será que você poderia chamá-lo para mim? -falei do modo mais doce que consegui.

-O que eu não faço para você? -ele perguntou-me malicioso, por um segundo senti uma forte vontade de bater em seu rosto, mas tive que me conter, era pelo moreno de olhos verdes que eu estava fazendo tudo aquilo, tinha de manter a personagem.

Will foi até mim desconfiado, talvez não imaginasse que tipo de coisa pudessemos ter para falar com ele. Logo expliquei para ele o que eu queria, não foi muito fácil. Acho que era difícil para ele entender que eu precisava ficar com ele, mas acho que minha carinha de pidona funcionou bem. Peguei o néctar triunfante de suas mãos, corri até a cabine de Percy, para meu azar, Rachel ainda estava lá. Ainda estava no meio do corredor, mas já havia ouvido da tripulação no caminho da cabine que Perseu havia piorado mais uma vez e que estava outra vez com a febre muito alta. No meio do corredor me interrompi bruscamente.

Pude ver de longe Rachel sentada numa cadeira ao lado da cama de Percy, ele estava tremendo de com a febre, ela colocava a todo o momento um pano molhado em sua testa. Pude ver pela expressão da ruiva que as coisas estavam muito piores do que aparentavam. Seus olhos estavam repletos de lágrimas e ela tentava conter seus soluços que acabavam estalando no fundo de sua garganta, só fazendo que aquela cena se tornasse mais desesperadora. Corri na direção do quarto, mas assim que entrei na cabine, ouvi as palavras que eram mais dolorosas do que qualquer outra ofença que pudesse ser dirigida a mim:

-Eu te amo. -ele disse para Rachel. Seus olhos estavam fechados, mas mesmo assim ainda estava consciente, pois Rachel lhe falava algumas coisas e ele prontamente respondia.

Eu te amo, Percy. Você vai ficar bem... Tem que ficar bem... -ela disse segurando sua mão e a apertando.

-Não me deixe, por favor. -ele dizia em forma de súplica.

-Não deixarei, meu amor, estou aqui com você. -ela disse limpando algumas de suas lágrimas.

-Prometa.

-Eu prometo. -ela disse tentando sorrir.

  Quase deixei o néctar cair nos chão. Como eu podia ter acreditado nele, mesmo vendo-o beijá-la ainda acreditava que ele sentia alguma coisa por mim, mas pelo jeito nada disso era real, afinal "Eu te amo" não é "bom dia". Ele não podia sair falando isso por aí me deixando confusa. Era a minha vez de sentir vontade de chorar, mas tive que me segurar, não podia demonstrar fraqueza agora, estava na cara que ele nunca se importara comigo, eu ainda me importava com ele, mas do que ele merecia. Mas era bom que eu visse aquilo, era bom que eu entendesse tudo aquilo... Era tarde demais para que eu pudesse chorar e ainda mais tarde para que eu conseguisse seguir em frente, esquecendo tudo que Percy me fez seguir.

-Rachel. -chamei em tom baixo. -Isto é para o capitão. -eu disse apontando para o pote contendo o néctar.

-O que você está fazendo aqui? -ela me perguntou gritando.

-Eu só vim trazer isso para ele.

-Você não tem o direito para estar aqui, você é culpada por tudo isso acontecer! -ela disse apontando para Percy.

-Não foi culpa minha, não pedi para estar aqui, se ele não tivesse me sequestrado essa missão nunca teria sido autorizada por Luke! -falei.

-Não o defenda! Isso só prova o que eu já desconfiava: Você é igual a ele.

-Ficar me culpando não vai ajudá-lo -falei olhando para Percy que estava tremendo.

-Me dê logo isto! E faça um favor a todos nós e saía daqui! -ela gritou para mim, empurrando-me para fora da cabine rapidamente.

Senti raiva da ruiva, mas ao mesmo tempo sabia que ela estava certa. Eu não tinha mesmo o direito de estar mesmo com Percy, eu não era nada para ele, nada do que um dia imaginei ser. Era Rachel aquele que ela realmente amava e pensar que um dia quis ocupar esse lugar. Talvez tivesse mesmo razão quando disse que era perfeita para ser a companheira do capitão dos piratas, não eu, a simples condessa que nem mesmo sabia como se defender de seus malucos sentimentos. Eu merecia aquele choque com a realidade, agora sim, estava marcado dentro de mim que nada naquele "relacionamento" que eu achava que tinha com Percy. Pronto, a parte dentro de mim que ainda acreditava amar Perseu estava devidamente enterrada...

Pov: Narradora.

Rachel estava quebrada. Ele amava mesmo a condessa que sequestrara, não havíam mais dúvidas sobre seus sentimentos pela loira. Por mais que doesse nela saber que o homem por quem esperou estava apaixonado pela mulher que deveria mater como sua prisioneira, admirava a forma como ele demonstrava esse amor. Antes da loira entrar no quarto carregando um pouco de néctar para curar Perseu, Rachel ouvira Percy chamar por ela incansávelmente.

Flashback on:

-Annabeth... -ele gritou, tremendo por causa da febre, delirando chamando pela Condessa Chase. -Annabeth. -Rachel se sentiu perdida, como diabos ele podia chamar pela outra?

-Percy -ela tentou falar alguma coisa para fazê-lo entender, mas ele não parava de chamar por Annabeth. Segurou sua mão para tentar acalmá-lo, mas nada fez efeito.  Rachel entendeu que ele não estaria calmo a não ser que ela estivesse com ele. Mas Rachel não pensou em chamá-la, nunca faria isso. Ela era a culpada de tudo aquilo, se não fosse por ela, Percy não estaria assim. -Estou aqui. -ela disse.

-Annabeth? -ele perguntou.

-Sim, sou eu. -Ela se fez passar por Annabeth.

-Eu te amo, muito... lamento isso... isso...ter acontecido... eu... eu -ele estava mais agitado, se debatia na cama e continuava a alimentar seu delírio.

-Eu sei, está tudo bem.

-Eu te amo. -ele repetiu mais uma vez, dessa vez Rachel já não conseguia mais segurar as lágrimas, o homem que ela amava dizia que amava outra mulher.

-Eu também te amo. -ela respondeu mais confiante. Isso por ter ouvido passos vindos de trás, olhou com o canto dos olhos por cima do ombra a loira se aproximar.

Rachel pode ver a decepção nos olhos dela, ela também devia amá-lo, mas não deixaria que ela se sentisse bem, Perseu ainda era seu e nenhuma mulherzinha da corte tomaria seu lugar outra vez.


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Notas finais do capítulo

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