Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 15
Impasse.


Notas iniciais do capítulo

Amores, fiz meu simulado, fui bem (na medida do possível) tive tempo para escrver esse cap. Ainda bem!
Beijos, acabou de sair do forno.
Boa leitura (nos vemos lá embaixo)



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Pov: Annabeth.

Nada podia ser pior do que aquele momento. Ao lado dele, cuidando de seus ferimentos rezando para que os deuses não queiram tirar-me mais uma pessoa importante. Percy estava com febre, seu ferimento nas costelas era profundo, ele sangrava bastante e não falava coisa com coisa. Os primeiros momentos foram os piores, não sabiamos direito o que fazer, o capitão estava praticamente morto, jogado em um cando do navio e nós tinhamos medo de nos aproximar e descobrir que não havia mais nada a ser feito. Os olhos dele ficaram fechados por muito tempo, eu mal podia ouvir as batidas de seu coração alinhadas a respiração incostante e fraca. Por um segundo, pensei o pior. Mas por um milagre ele mostrou-se consciente por alguns segundos, foi o que bastou para continuarmos tentando salvar sua vida. Um curandeiro de filho de Apolo que estava a bordo do navio veio nos ajudar, touxe consigo um garrafa contendo néctar e ambrosia, comidas que, pelo que me os outros piratas me dizeram, era comida dos deuses, podia nos curar, mas caso consumidos em excesso, podiam nos puverizar. Não soube no momento se aquilo era bom ou ruim, mas preferi me agarrar a chance de que podíamos salvar Percy, era tudo o que importava. Rachel estava conosco na cabine, o que só me deixava mais triste. Em nenhum momento ela soutou-lhe a mão, ajudava-me com a compressão do ferimento, mas em nenhum momento deixou de falar que o amava e chorar ao meu lado. Parte de mim morreu naquele momento. Ela o amava tanto e ele parecia corresponder, as imagendo do beijo que havia presenciado ainda não me saíam da cabeça. Estava tentando manter vivo o homem que amava, para que ele pudesse viver feliz ao lado de outra mulher. Não parecia fazer muito sentido e mesmo assim, nada no mundo me faria parar de tentar salvar sua vida.

Nosso curandeiro fez o melhor que pode, reconheci seu esforço, mesmo sem saber se traria algum resultado. Essa era a pior parte. A espera, esperar que ele sobreviva, esperar seus que seus olhos se abrissem e voltassem a ver o mundo. Já havíamos controlado a homrragia, mas ele havia perdido muito sangue, não sabíamos o quanto seu corpo ainda aguentaria. Em menos de duas horas depois que terminamos de tratá-lo e começamos a esperar alguma reação de seu organismo, Rachek fez questão de espulsar-me da cabine, ela com toda certeza não confiava em mim. Mas quem podia culpa-la? Se alguém naquele navio poderia ser responsabilizado pela situação de Percy, esse alguém era eu. Por minha causa o navio fora atacado, eles vieram a trás de mim... se eu tivesse simplesmente passado para o navio de Luke nada demais teria acontecido. Eu poderia ter me oferecido como moeda de troca para que Silena fosse libertada, mas nenhuma daquelas coisa passara por minha mente. Será que já não era demais? Minha melhor amiga já estava morta, meu noivo era um assassino e agora eu tinha que perder o homem que eu amava? Alguém devia estar pregando uma peça em mim. Ainda me pergunto se aquilo é mesmo real, ainda tenho esperança que a qualquer momento possa acordar em minha cama, em meu quarto, dentro do castelo de minha família. E se nada disso tivesse aconteceido? Eu seria rainha, Silena estraia viva e com seu segredo protegido, nunca sentiria nojo de Luke e Perseu não estaria a beira da morte como agora. Minha vida de mentiras perfeitinhas e arranjos estava fazendo falta, antes de entrar nesse navio, antes de estar com Percy, nada de falso em minha vida encomodava-me, era tão natural que as coisas acontecessem como o planejado que nem me lembrava mais como era não planeja-las.

Corri para a parte externa do navio, o mastro central ainda estava partido ao meio, com uma das metades atravessada bem no meio do convés. Andei até ela, senti-me como se fosse um banco normal, observei a paisagem lá fora, poderia até mesmo apreciá-la se não estivesse tão preocupada com Percy. Pela primeira vez fiz uma coisa que imaginei nunca iria fazer: Rezei para minha mãe. Atena era a deusa mais inteligente de todos os olimpianos, aprendi um pouco de sua história quando criança. Mesmo depois de todos os livros sobre deuses terem sido tirados de circulação em nosso reino, meu pai achou que vaia o risco importar alguns livros sobre o assunto de terras distantes, ele queria que eu aprendesse de onde vinha minha parte divina e, ou como minha madrastra preferia dizer, mostrar-me onde a desgraça de meu pai começou. Nunca encontrei com minha mãe e mesmo assim sempre adimirei, seus atos, suas decisões, sua sabedoria e magnitude. Não sabia muito bem como começar a fazer uma preçe, mas improvissei. Esperava ao menos que ela ouvisse, mas ao mesmo tempo temia que ela não conhecesse-me, afinal, nunca tive o direito de fazer-lhe uma oferenda.

–Atena...hã...Mãe? Sou Annabeth Chase, sua filha... -falei meio sem graça por estar falando sozinha. -Se estiver me ouvindo... eu só queria pedir sua orientação nesse momento. Sei que como sua filha deveria parecer digna de sua sabedoria, mas creio que não tenho agido como manda minha consciência e, mesmo assim, peço-lhe que ajude-me de alguma forma... Qualquer coisa que aponte-me o caminho certo nessa confusão... -respirei fundo, senti o vento bater em meu rosto de um jeito calmo e despentear levemente meus cabelos. -Eu tenho que ser como a senhora nesse momento, só não sei como... -falei deixando uma lágrima cair de meus olhos.

–Eu sei muito bem quem você é, Annabeth. E sei também o que você está passando. -disse uma voz dentro de minha mente.

–Mãe? -perguntei.

–Sim, é a primeira vez que ouço uma preçe sua. -disse-me ela em tom de desaprovação. Antes mesmo de poder me defender, uma luz muito forte começou a surgir na minha frente, protegi meus olhos que começaram a arder no momento em que a luz apareceu. -E esta -ouvi minha mãe dizer depois que a luz apagou-se - é a primeira vez que você me vê. -ela compleou.

No começo tive um certo receio de olhar, mas logo a curiosidade venceu-me e acabei por olhar na direção de onde a voz vinha. Pela primeira vez eu via minha mãe, não como nas gravuras dos livros onde a imagem desbotada de uma mulher forte e poderosa quase não fazia jus a sua real beleza, mas lá estava minha mãe de verdade, bem na minah frente, de um jeito que nunca imaginei que uma deusa seria. Tinha cabelos loiros como os meus e olhos ainda mais cinzas e profundos, erámos muito parecidas, quase como se fossemos irmãs. Seus cabelos loiros caíam pelas costas, usava um vestido em estilo grego da cor de seus olhos com pequenos detalhes dourados, sua pele era clara como a minha e ela tinha algum tipo de luz que a rodeava levemente.

–Mãe... -falei baixinho.

–Estou feliz em vê-la pessoalmente, Annabeth.

–Eu também. -falei olhando para ela ainda um pouco supresa.

–Pelo que me parece, está em um impasse, entre a razão e seus sentimentos. -ela disse tranquilamente, como se estivesse acostumada com aquele tipo de problema.

–Sim. Eu não faço ideia de como agir... sem me magoar, mas quero fazer o que é certo. -expliquei para ela.

–Você não é a única que tem essas dúvidas, mas você é uma mulher sábia, Annabeth. Assim como eu. Você se tornou forte e independente, mesmo convivendo como um lar... digamos... hostil. Você soube manter as aparências mesmo sob pressão constante. Você tem que permanecer forte nesse momento e seguir o que a razão indica.

–Mas... eu... -tentei protestar.

–Os sentimentos são vagos, incertos e traiçoiros, eles nunca apontam um caminho seguro, Annabeth. Quando homens sábios não perderam a cabeça quando resolveram ignorar o que a razão lhes dizia. O amor faz tragédias acontecerem, a razão nos dá soluções. Siga o caminho mais seguro, ouça apenas o que sua consciência dizer. -ela disse, por um instante tentei acreditar em tudo o que ela dizia, mas o amor sempre parece coerente quando quer e mesmo quentemos não escutá-lo, sempre acabamos sendendo.

–Mas e quando quem fala mais alto é o coração? -perguntei.

–Você faz de tudo para achar um jeito de cala-lo. -ela respondei friamente, não havia outra maneira, a deusa da sabedoria nunca aceitaria qualquer medida tomanda sob os conselhos de meros sentimentos.

–Obrigada, pelos conselhos. -falei um pouco tímida.

–É meu dever orientá-la de acordo com nossa natureza, filhos de Atena devem aprender a ser sábios em todas as circunstâncias, mesmo que isso lhe custe muito.

–No meu caso custa bastante. -comentei.

–Annabeth, pense bem. Você é a futura rainha, faça de tudo para voltar para seu reino e para o lado de seu noivo, mesmo que não concorde com sua ações você ainda é a única mulher que pode levá-lo ao trono.

–Mas ele matou minha melhor amiga -senti um aperto no coração ao lembrar da terrível morte de minha amiga.

–Você pode mudá-lo, você tem esse poder. Nesse momento, para de pensar em si mesma e pense em seu reino, pense nas pessoas que estão sob o comando de Luke, só você pode ajudá-las, mas só fará tudo isso se estiver sem sua terra, ocupando o cargo que foi lhe dado quando criança, Annabeth. Todos nós temos deveres, nossas responsabilidades vem antes de tudo.

–Está me dizendo que devo ficar com Luke? Ficar ao lado do assassino de minha melhor amiga?

–Não aprovo as ações tomadas por ele, mas não posso negar que o rapaz faz de tudo para manter-se no poder. Como disse, estando você no centro de suas decisões, tem pleno poder para mudá-las para melhor. Não foi à toa que o destino a escolheu para ocupar esse cargo.

–Não sei se posso... me afastar de Perseu agora.

–Deixe o pirata de lado, Annabeth. -ela me repreendeu, como se eu tivesse a ofendido profundamente, lançou-me um olhar mortal. -O filho do pescador nada mais fez além de desviá-la de seu destino, não vê que ele só lhe trouxe problemas e tristezas? -quis contestar, mas ela estava certa, nada aqui me fez bem. Uma série de acontecimentos que só faziam-me ficar confusa e esquecer quem eu era, mesmo não sabendo direito. Annabeth Chase não era uma pessoa de verdade, ela fora inventada pela corte, mas quando tentou se descobrir em meio a uma tripulação de piratas vingativos, descobriu que nunca poderá ser mais do que a Annabeth inventada pela corte, afinal, era essa Annabeth que tinha poder de mudar alguma coisa em seu reino. Por um momento entendi tudo o que Atena queria dizer. Meu destino não era ser a rainha perfeita, meu destino era mudar a forma como o reino era conduzido. A única coisa que fazia esse destino, apesar de coerente, ser desastroso, era que de qualquer jeito, eu teria de deixar o amor de minha vida para trás.

–Não há outro jeito, há?

–Não. Esta é sua sina. Aceite-a. -ela me disse calmamente, não havia como discutir com a deusa, não havia mais palavras ou argumentos que pudesse usar para defender que o amor podia me levar para um bom caminho, pois afinal, o dever vem antes da felicidade.

–Acho que eu não tenho essa escolha. Importando ou não o que quero... a decisão já estava tomada.

–Que bom que entende isso.

–É a única coisa que posso fazer. Mesmo que entender não seja aceitar.

–Você tem o poder em suas mãos, Annabeth. Use-o com sabedoria.

–Como uma verdadeira filha de Atena.

–Um presente meu para os mortais. -ela deu-me um sorriso. -Tenho orgulho de você, minha filha. Nunca esqueça disso. -ela me disse antes da mesma luz que a trouxe, aparecer de novo para leva-la embora. Em menos de segundos, a deusa já havia desaparecido do navio e eu estava sozinha como antes, mas dessa vez bem pior do que já estava.

Olhei para o horizonte, o sol estava querendo se pôr, mas o dia ainda estava claro com apenas algumas nuvens alaranjadas. O vento bateu mais uma vez em meu rosto, despenteando-me mais uma vez, mas dessa vez os ventos levaram consigo uma lágrima gélida recém caída de meus olhos. Uma lágrima que levava consigo todas as minha tristezas e lamentações pela decisão que acabara de tomar... Eu não podia mais ficar naquele navio e mesmo que parte de mim fosse ficar com Percy para sempre, a outra parte tinha que continuar viva e fazer justiça, cumprindo destino que fora me dado. Estava na hora de ser Annabeth Chase, a filha de Atena.





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Notas finais do capítulo

Olha eu de novo!
Bom, como sempre: DEIXEM REVIEWS!
Recomendações, comentários, suas opniões.
Até segunda ordem, postarei só no domindo de noite ou segunda. Sinto muito, mas sairei amanhã.
Beijos
Reviews mudam vidas!! (musiquinha...)