Pov: Annabeth.

Era como aqueles sonhos que você se vê numa situação estranha, mas que logo melhora, e então você agradeçe mentalmente por está sonhando tudo aquilo. Só que no momento seguinte, você se vê presa em algo maior, muito maior, algo que lhe dá medo, algo que é completamente diferente do que esperava... Abra seus olhos! Você está em um pesadelo. E quando pensamos que o pior já passou, vemos que apenas o começo de uma série de eventos cada vez mais catastróficos. É pior do que simples pesadelo, é real. Não como fugir, não tem como acordar. Num segundo, você se vê presa numa vida que não escolheu levar. É tarde demais para voltar para o que já conhecia e estamos longe demais para correr e reparar o que já foi estragado. Não sei de onde tirei forças para não deixar que lágrimas frias descessem de meu rosto, talvez fosse o meu orgulho que ainda estava ativo dentro de mim, mantendo-me em pé. Ele não merecia ver-me chorar por sua causa e nem eu estava disposta  fazê-lo assistir essa cena. Me sentia estúpida por ter ouvido suas promessas e mais ainda por ter acreditado. Era pedir muito que alguma coisa boa finalmente me acontecesse? Talvez fosse apenas um momento de fraquesa de minha mente aclamando por um momento feliz. Só isso. Pra uma filha de Atena, tinha quebrado todos os ensinamentos de minha mãe. Todos os conselhos sábios passados em séculos por sua divina sabedoria foram simplesmente esquecidos por mim ao olhar naqueles olhos verdes, ao encontrar-me na perdição de seus braços fortes. O maior problema do amor, é que ele desmente toda a razão dentro de nós.

A cena queimava em minha mente, rezei mentalmente para que aquele beijo acabasse logo, mesmo querendo fugir para não ver aquilo, querendo fechar os olhos ou correr para a cabine outra vez, não consegui me mexer. Minha mente me fazia olhar para aquilo e prestar atenção em cada detalhe, para quem sabe finalmente me chocar contra a realidade. Aquele era o verdadeiro Perseu Jackson. O mentiroso, o ardiloso, sem coração, disposto à passar por cima de quem quer que fosse para conseguir o que quer.

"...Nunca confie demais em piratas, eles sempre sabem como te passar a perna..."

Ele mesmo me me falara isso, deveria ter levado seu conselho ao pé da letra, talvez não estivesse assim agora. Mas não, fui burra o bastante para achar que ele podia mesmo gostar de mim. Que podia deixar de lado sua vingança para ficar com mulher que ele mesmo sequestrara.

"Eu nunca faria isso com você"

Mais mentiras, todas se acumulando pelo caminho... Tudo o que ele fez, tudo o que disse... fora tudo para deixar-me aos seus pés e depois pisar em mim. Era parte do plano? Ou fora apenas ao acaso? Não sei dizer, mas ele merecia meus sinceros aplausos! Conseguira o que queria, havia deixado-me contra meu reino e ainda, só para variar, ainda havia me destruído por dentro.

Finalmente, o beijo terminou. Perseu parecia ter finalmente notado minha presença alí. Olhou para mim assustado e depois para Rachel, que tinha um belo sorriso estanpado no rosto. Por um segundo, achei ter visto culpa em seus olhos, mas preferi acreditar no que acabara de ver, não em seus olhos dissimulados. Respirei fundo, recolhi o que estava do meu orgulho e os encarei com meu melhor olhar.

-Deculpem a intromissão, mas creio que o Capitão, nesse momento, não deveria estar distraíndo-se. Levando em consideração o ataque que receberá em pouco tempo. -falei firme com meu melhor tom de sarcásmo.

-Do que está falando? -perguntou Rachel, Perseu ainda parecia em transe.

-Tem um frota de navios chegando. Tenho certeza que são de Luke. -falei rapidamente.

-Annabeth... eu... -ele começou a falar, mas eu ão queria ouvir, ele não tinha mais o direito de me dirigir a palavra novamente.

-O capitão deveria acordar os outros, eles estão vindo rapidamente, logo estaremos alinhasdos perfeitamente na mira de seus canhões. -falei dando as costas para os dois.

-Annabeth, espere! -ele disse correndo até onde eu estava. -Não é nada disso o que você está pensando.

-Não! É exatamente o que estou pensando! E eu apenas lamento ter acreditado em tudo o que você disse.

-Deixe-me explicar! -ele gritou, mas eu nem dei ouvidos, apenas virei-me ao ponto de olhar em seu rosto.

-Acorde seus homens, ele não merecem pagar por seus erros. -eu disse friamente. Por um segundo, senti vontade de voltar até ele e beijá-lo. Em seus olhos havia algum sentimento estranho, mágoa talvez. Devia ser por ter visto seu plano dar errado e ainda por cima saber que estava para ser atacado. no máximo.

-Como sabe que eles estão vindo? -ele perguntou, mudando completamente o tom de voz, estava mais sério agora.

-Eu os vi chegando pela vigia. Estão vindo da direita, querem nos atacar com os canhões laterais, que, posso dizer, são os mais devastadores. -falei antes de entrar na região das cabines e deixá-lo para trás completamente.

Logo que cheguei correndo à sua cabine, minhas lágrimas antes contidas começaram a descer rapidamente, fiz força para não deixar que meus soluços saíssem alto demais ao ponto dos outros escutarem. Pude ouvri Perseu chamando seus homens o aldo de fora do quarto, encostei-me na porta para não deixar que ele entrasse, minhas costas deslizaram até que eu chegasse ao chão frio do navio. Lá fora a correria dos outrso piratas para se armarem me lembrava um pouco o dia em que fui sequestrada. Maldita hora em que fui parar nas mãos de Perseu Jackson. Maldita hora em que ele deixou-me viver. As coisas estariam bem mais fáceis agora se ele não tivesse levado-me para aquele navio. Luke teria arrumado uma nova noiva, Perseu teria cumprido uma boa parte de sua vingança e eu não teria de estar pensando em tudo isso agora. Respirei fundo e limpei minhas lágrimas, eles não poderiam ver-me chorar uma hora dessas, nem Luke se conseguisse penetrar no navio e nem Perseu se fosse procurar por mim. Fui até a vigia mais uma vez, já estavam perto demais, prontos para o ataque. O que eu faria? Ficaria alí esperando o resultado da luta ou iria até lá e tentaria fazer alguma coisa para ajudar?

Mas, ajudar quem?

Luke, o homem para quem fui prometida. O qual só via-me como seu passaporte para o trono?

Ou Perseu, que sequestrara-me de meu lar, partira meu coração e me mantinha como prisioneira?

Complicado. Nenhum dos partidos parecia ser o certo, mas eu não estava disposta a voltar para casa e nem ajudar Perseu, porém os demias piratas lá fora eram inocentes, eu não queria vê-los feridos. Maldita hora em que fui me apegar aqueles homens. Fui até uma das paredes da cabine do capitão e peguei uma das espadas penduradas lá, tinha um cabo pesado demais, então preferi pegar uma faca que estava em cima de uma cômoda, era perfeita, do tamanho da minha mãe e era rápida e leve o suficiente para que eu me defendesse de algum engraçadinho. Escondi a faca em minha meia-calça na altura da abertura de meu vestido na perna. Fui até a parte externa do navio, na hora em que os homens de Luke pulavam no barco pirata. Pude ver de longe Luke em pé no Princessa Andrômeda dando ordens para um de seus tenetes, Ethan Nakamura. Perseu e os outros estavam se preparando para a luta e no meio daquela confusão toda, pude notar, no navio de Luke alguém que não esperava ver no meio daquela guerra, Silena.

O que ela estava fazendo alí? Logo ela que tinha horror a batalhas e coisas assim. Seus olhos castanhos brilhantes encontraram os meus, por um segundo, pude ver que uma lágrima de felicidade desceu de seus olhos, mas logo o medo tomou conta de sua expressão. Pude ver uma mão segurar seus cabelos por trás e puxá-la para trás. Quem poderia fazer isso com ela? Vi que era a mão de Luke levando minha amiga arrastada até a beira do navio, ele segurava uma faca em seu pescoço ameaçando cortar sua sua garganta.

-Silena!-gritei ao ver ele precionar a faca em seu pescoço. Corri até a beira do navio, os homens de Luke já duelavam com os piratas em nosso barco, uma verdadeira guerra em alto mar. Atravessei a multidão até chegar perto de Silena. -Luke! Solte-a! -gritei para ele, mas seus olhos só pararam sobre mim por alguns segundos. Vi que ele estava mais interessado em que estava ao meu lado, Perseu.

-Você não quer fazer isso, Luke! -Perseu gritou ao meu lado.

-Você não sabe do que sou capáz, ainda mais com quem trai minha confiança! -ele disse olhando para Silena.

-Do que ele está falando? -perguntei para Percy.

-Ah, você não sabe, Annie? -Luke perguntou sarcástico.

-Saber o quê?

-Silena é uma semideusa! Uma espiã! -Luke gritou.

-Deixe-a livre! -pediu Percy.

-Silena... você... -eu nem sabia o que etsava dizendo.

-Ela é uma mentirosa, deve ter feito contato com Perseu e virou sua espiã dentro de nosso reino, aposto que os ajudou a entrar em nosso castelo, aposto que forneceu a data do casamento! Aposto que era sua amiga por obrigação!

-Não, é mentira! -Silena gritou. -Não ouça o que ele diz, Annie!

-Já he dizeram que não deve confiar em Piratas, Annabeth? -perguntou Luke sorrindo. -É a mais pura verdade! Mas o que eles não sabem, é que um dia descobrimos quando eles nos passam a perna e eles pagam por isso! -ele gritou, seu olhar era completamente insano, tive medo dele pela primeira vez.

-Não! -Perseu gritou, eu não havia entendido, meu olhar tinha desviado para o rosto de Silena, mas logo foquei em seu pescoço e vi uma outra cena que nunca saíria de minha mente...

Luke puxou a faca no pescoço de minha amiga, o sangue começou a tomar conta das mãos dele e dos vestido rosa de Silena... em menos de dois segundos, minha melhor amiga estava morta nos braços de Luke, seu assassino.

-Não! -gritei antes de cair no chão de joelhos.