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Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

O último!



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Kaline Bogard

Parte 03

– Vocês precisam ver – Travis dizia expansivo e simpático como sempre – O lugar é incrível.  No andar de cima tem uma suíte, dois quartos para visitas e um banheiro.  Embaixo tem a cozinha, a sala de jantar, uma sala para receber amigos e um banheiro.  Pensei em usar o sótão para um escritório com biblioteca.  Também ajeitar um som, colocar alguma isolação pra poder ouvir no máximo.  É tudo perfeito e sem escadas em caracol.

Enquanto Travis ia enumerando suas idéias, Wes apenas olhava sem poder esconder sua surpresa.  Todos os outros no grupo logo sacaram que Travis apenas brincava, debochando do loiro.  Mas Mitchell sempre levava tudo ao pé da letra e achava que o outro falava sério sobre sua própria casa.

–... uns bibelôs de porcelana na estante da sala...

– Não vou colocar bibelôs na minha sala! – nesse ponto Wes cortou a empolgação do outro detetive.

Travis acertou um tapinha no joelho e riu.

– Eu sei, Wes.  Precisa relaxar mais, cara.

– Percebo que chegaram a um acordo.  Comprou sua casa, Wes?

O loiro voltou-se para a doutora tentando desfazer a cara feia.

– Comprei.

– E como se sentiu?

– Precisamos mesmo falar sobre isso? – ele moveu-se desconfortável na cadeira, como sempre acabava sendo o centro das atenções – E sobre o bebê da Dakota? Não quero roubar a cena...

– Oh, não – a jovem apressou-se em dizer – Pode usar meu espaço.

Wes tentou não resmungar.  Só podia ser um complô de todos contra ele.

– Bem.  Me senti bem em ter um lar e sair do hotel, finalmente.  A casa precisa de uns reparos...

– E vamos fazer isso juntos – Travis se meteu – Ele cuida da parte elétrica e eu ponho a mão na massa.

Os outros casais aplaudiram o moreno.  Wes torceu os lábios, cruzou os braços e meneou a cabeça inconformado.  Marks podia espirrar e lançar germes da gripe na sala que, ainda assim, todos iriam achar lindo e divertido.  Como podia ter tanto carisma?!

– Falta o cachorro – Clyde lembrou.

– Eu não vou comprar um cachorro.

– Sei onde estão vendendo chihuahuas lindos!

A afirmação deixou Wes arrepiado.

– Um chihuahua?! – voltou os olhos na direção de Travis para sondar a reação do mais alto.  Para seu horror ele parecia considerar a sugestão com cuidado – Travis, eu não vou cuidar de um chihuahua.

Então Marks riu.

– Relaxa, cara! Eu sei que você não vai se dar bem com um chihuahua.  Esses animais precisam de muito carinho.  E não de um dono “cubo de gelo”.

Antes que Wes respondesse à provocação, a sala foi aberta pelo grupo de bailarinos que usava o espaço em seguida.  A sessão precisava acabar.

– Bom final de semana, pessoal – a doutora Ryan se despediu – Como tarefa de casa quero que tragam um fato marcante que acontecer com vocês.  Apenas um.

T&W

Travis deu um longo gole na latinha de cerveja gelada enquanto admirava Wes terminar de conectar o último fio.  O loiro era sempre tão organizado e preciso no que fazia... como se a mais simples tarefa fosse um cliente precisando de defesa.

Ignorando que era observado, Mitchell afastou-se um passo para analisar o trabalho e deu-se por satisfeito.  Virou-se para sair do cômodo e quase trombou em Travis parado muito próximo.

– Ei!

– Te assustei?

– Com essa cara feia? Claro – a resposta veio com um sorriso.

– Engraçadinho – o moreno estendeu uma latinha para o outro – Ta bem gelada.

Assim que Wes aceitou a oferta Travis passou a mão livre pela cintura magra e o puxou de encontro ao próprio corpo.

– Papai Travis não tem “cara feia”.

Wes rolou os olhos.  Arrepiou-se todo quando sentiu a mão atrevida do mais alto deslizando pelo fim de suas costas por sobre a camisa fina.  Em seguida os lábios se uniram num beijo calmo, profundo.

Ao se afastarem ficaram se fitando em silêncio por alguns segundos.  Até Travis quebrar a quietude.

– As coisas se ajeitam.  Não vai se arrepender de comprar essa casa.

– Você está certo.

– Concordou comigo de primeira?! Cara, a doutora Ryan precisa saber disso.

– Travis – o loiro ameaçou – Acho que ela já anda desconfiada da nossa... relação.

– Você acha?!! – Travis fingiu espanto de forma exagerada – Tenho certeza que ela já sabe.  Você dá muito na telha, cara.

Diante da possibilidade Wes sentiu o rosto esquentar de vergonha.  Mais alguém no grupo desconfiaria que ambos fossem mais do que simples colegas de trabalho?

– Precisamos tomar cuidado – o mais baixo passou a língua de forma nervosa pelos lábios.  Não estava preparado para revelar o caso de ambos e enfrentar o mundo e todo o preconceito que isso traria.

– Relaxa, Wes.  Basta agir como sempre, somos caricatos demais, ninguém nos leva a sério.  A não ser a doutora Ryan, mas ela é expert em terapia de casais.  E somos um casal, não é?

O ex-advogado balançou a cabeça.  Travis tinha razão em uma coisa: eram caricatos demais.  Quem os levaria a sério?!

Antes que o rapaz se perdesse em pensamentos, Travis deslizou a mão de forma suave pelo rosto de tez pálida.  Sorriu sacana quando os olhos igualmente claros se fixaram questionadores.

– Vai voltar pro hotel essa noite?

– Vou – Wes observou ao redor – Não dá pra ficar aqui.

– Vem pra casa – o moreno convidou simplista – Dorme lá.

– Dormir? – Mitchell debochou com uma sobrancelha erguida – Tem certeza de que essa é sua intenção, “Papai Travis”.

– Me pegou – ele ergueu as mãos em sinal de rendição – Meus planos envolvem tudo, menos dormir.  Mas amanhã é domingo, então podemos acordar tarde.  Depois a gente vem pra cá e adianta mais as coisas.

Wes abriu a latinha e tomou um longo gole.

– Tudo bem.  Obrigado pelo...

Mas Travis não deixou que ele terminasse o agradecimento, colocando um dedo sobre os lábios finos.

– Shhhhh – sussurrou – Você não precisa de convite para entrar em minha casa, Wesley.  Ou em minha vida.  Não agradeça.

O loiro balançou a cabeça concordando.  Talvez não fossem um casal dos mais românticos... com certeza tinham muito o que aprender um sobre o outro, mas aos poucos, entre acertos e erros (e talvez sobretudo erros), tudo se acertava.

– Obrigado – Mitchell sussurrou.  E ambos sabiam que ele não se referia ao convite de Travis.

Wes ainda era muito travado.  Com o jeito despojado e dinâmico de Travis aprendia uma nova forma de viver, de enxergar o mundo e reagir a tudo o que acontecia a sua volta.  Algo que nem mesmo com Alex e o amor que sentira por ela aprendera antes.

E, numa ocasião raríssima, Wes tomou a iniciativa unindo os lábios de ambos.

Fim

– E não se esqueça do chihuahua...

– TRAVIS!!

–Relaxa, cara. É brincadeira...  


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Notas finais do capítulo

Huahsaush
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Espero que tenham gostado! Terça feira que vem eu começo a postar a outra fic deles!
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A gente se vê! Boa semana a todos.