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Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

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Kaline Bogard

Parte 02

– Eu to dizendo, Wes.  É uma escada em caracol!

– E qual o problema?  Eu gostei muito dessa casa – o loiro agitou o panfleto em frente ao rosto do outro.

– Você vai ter que subir e descer por essa escada várias vezes, já pensou nisso?

– Isso não é um argumento válido.

– Claro que é, você só não quer aceitar de teimoso.

Nesse ponto Wes virou-se para a Dra Ryan que, assim como os outros do grupo, seguia a discussão com interesse indisfarçável.

– Vê o que eu agüento, doutora?  Ele cismou que tem que decidir a casa onde eu vou morar!

A doutora endireitou-se na cadeira e piscou matreira.

– Comprar uma casa é um grande passo, Wes.  Deve ser pensado com responsabilidade.

– E é a prova que você conseguiu seguir em frente, parabéns! – Dakota afirmou feliz pelo colega de grupo.  O marido apertou sua mão de forma a mostrar que concordava com ela.

– Já tava na hora, cara – Clyde afirmou divertido e acabou levando uma cotovelada da Rozelle.

– Esse é o ponto! – Wes, como sempre, tentava atrair algum apoio.  Apesar de que todos pareciam sempre pender para o lado de Travis – Quem não gosta é ele.  E quem vai morar na casa sou eu. Eu gosto de escadas em forma de caracol.

– Desde quando?! – Travis debochou.

Wes rosnou alguma coisa e virou-se para frente cruzando os braços.  Não disse mais nada.

Os outros participantes da terapia de casais riram da cena.  Para eles Mitchell era realmente alguém que odiava ceder, mesmo diante de bons argumentos.  Ou talvez fosse por que Travis transformasse tudo em piada.

Já Emma tinha uma visão diferente.  Fora treinada para essas situações e via a reação de Wes como algo bem singular, assim como a interferência de Marks.  Sua abordagem indicava que em algumas situações específicas os clientes precisavam de um “psicotapa” e ela percebeu que estavam em um momento desses.

– Por que você está tão irritado, Wes?  São os palpites de Travis?

O loiro mexeu-se desconfortável.  Não importava como a conversa começava, de uma forma ou de outra, ele sempre terminava na berlinda diante dos demais.

– As casas que ele indica sempre são melhores que as que eu tinha pensado a princípio.  É frustrante!  Por que ele tem que indicar as melhores?

Ryan respirou e pensou bem no que diria a seguir.  Não queria ofender, mas seria bem direta.

– Precisamos deixar uma coisa clara, Wes.  Travis realmente indica as casas melhores ou elas são melhores apenas por que ele as indica?

No mesmo instante foi perceptível a postura defensiva que o detetive loiro assumiu.  Ele estreitou os olhos na direção da doutora.

– O que quer dizer com isso?

– Nada.  Estamos aqui para clarificar a relação de vocês, para que se entendam melhor.  Não apenas no serviço.  Amigos costumam ajudar com conselhos.  Nem todos são bons, claro.  Mas não precisa ficar tão irritado assim.

Nesse momento o celular de Travis tocou.  Era a central requisitando que voltassem.  E mais uma vez eles escaparam da terapia no meio de um assunto polemico.

T&W

Travis movimentou a mão do jeito que sempre fazia para indicar a próxima ação a wes.  O loiro acenou com a cabeça se preparando para a abordagem.

– Polícia de Los Angeles! – Mitchell bateu na porta duas vezes.

Antes que repetisse o ato ouviram um som na lateral.  O suspeito parecia estar fugindo pela janela!

– Eu intercepto! – Travis garantiu correndo para o outro lado.

Wes respirou fundo e, mantendo a arma em mãos, correu atrás do criminoso.

– Polícia!  Parado!! – ainda tentou, mas foi ignorado, não tendo opção além de correr atrás do homem que fugia por uma espécie de corredor meio estreito.

O homem chutou uma lata de lixo, obrigando Wes a saltá-la com habilidade.  Então a corrida continuou com o individuo pulando uma cerca de madeira rumo a casa vizinha, depois saltando a cerca viva para a rua.

O detetive loiro não ficou muito trás, mantendo-se sempre na cola do suspeito.

A perseguição terminou quando Travis, que fizera o contorno entre as casas rapidamente, saltou sobre o homem, caindo ambos no chão.

– Você está preso, cara – Marks falou ofegante.

Wes parou ao lado do parceiro e enquanto o moreno algemava o prisioneiro, ele guardava a arma, vendo que o homem não reagiria mais.

– Talvez a doutora tenha razão – o mais baixo disse como quem não quer nada.

– Sobre...?

– Sobre... você sabe.

Travis sorriu largo, mesmo estando de costas para o outro.

– Sim, eu sei.  Mas quero ouvir de você – fechou a algema e fez com que o homem se levantasse.

Wes emburrou e deu de ombros.

– Esquece...

– Ah... nada disso.  Cadê a sua maturidade, Senhor Nunca Admito Estar Errado?

O loiro ergueu a cabeça, como se clamasse paciência aos céus.  Às vezes se arrependia de não ficar calado em certas situações.

– Talvez eu goste das casas por que você as indique – começou a seguir o colega que empurrava o suspeito em direção as viaturas que chegavam.  O pobre homem ouvia a conversa sem entender direito, mas achando tudo muito estranho.

– Há, eu sabia!  O papai aqui sempre tem razão.  Vamos despachar esse cidadão e pular a hora do almoço.  Eu tenho uma casa que é perfeita pra você.

– O quê?!

– É óbvio que você apelaria para o meu bom gosto – Travis sorriu maroto – Eu já tinha uma carta na manga.

– Eu não estou apelando para nada – Wes soou indignado – Se sabia de uma casa por que não me disse logo?

– Eu disse, várias vezes e você sempre ficava de mimimi!

– Mimimi?  O que é isso?

O moreno rolou os olhos e entregou o preso a um dos policiais que desceu a viatura.  O coitado deu um olhar de esguela para seus captores antes de se deixar colocar no veículo policial.  Que dupla mais estranha de detetives!

T&W

– Então, o que acha? – Travis perguntou abrindo os braços e indicando a construção.

Wes tirou os óculos de sol e mordiscou a haste.  Tinha que admitir que o bairro era bom, próximo ao centro da cidade, mas não a ponto de ser invadido pelo trafego e pela massa de pedestres que sempre dominava as áreas comerciais.

As casas tinham uma distância razoável umas das outras, mas nada exagerado, ou seja, podia ter sua privacidade garantida sem se sentir isolado.  As residências eram todas em estilo canadense, simulando pequenos chalés de inverno, totalmente aconchegante.

– Não tem piscina – o moreno falou colocando as mãos no bolso – Mas o gramado é bem conservado.  Hope vai adorar.

Wes adiantou-se alguns passos e parou ao lado de Travis.

– Hope?

– O seu cachorro.

– O meu cachorro?  Nem tenho um e você já arrumou um nome para ele?!

O mais alto sorriu e moveu-se acertando o ombro no do parceiro, batendo de leve e amigavelmente.

– Não reclama – saiu andando despreocupado – Venha vistoriar seu futuro lar.

Wes olhou das costas de Travis que se afastava para a residência que estava a venda.  A palavra “lar” dando voltas em sua mente.  Cada vez mais gostava de associá-la ao que via.

É... talvez tivesse encontrado um lugar para chamar de seu.  Ou “nosso” e novamente olhou para Travis, antes de segui-lo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Aqui está! A próxima é a última. Estou tão feliz que mais fãs dessa série apareceram! Ela é tão boa.
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Infelizmente não se fala em segunda temporada... e eu ainda não tive coragem de ver o último episódio... que dor no coração...
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Bem, a outra fic está com 04 capítulos já. Acho que acaba antes de dez, mas eu to empolgada com ela!
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Acho que é isso.
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Abraços e até terça!