She Is A Rebel escrita por Rising Sun


Capítulo 17
Cap. 16 - Descobertas, Thomas e Criancices


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas aqui está
Desculpem-me por ter esquecido de vcs!!!!
Tentarei postar mais logo.
Mil beijos,
Rising sun



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/253412/chapter/17

 

 

—Como assim?
  -Ele… - Ela não conseguia falar.
— Ele é igual ao meu pai.
— Você tem alguma foto do seu pai?
—Er… Não. Joguei fora quando ele me abandonou. Mas tenho certeza que é ele.
—Não pode ser. Meu pai nunca trairia minha mãe.
—É ele sim. Como eu poderia esquecer a pessoa que me abandonou?
—NÃO É. ELE NUNCA FARIA ISSO!!!!!!!! VAI EMBORA. - Gritei, segurando as lágrimas.
Zammy não discutiu e se foi.
Eu precisava de café e croissant.
Fui para o Café vagarosamente, sem me importar que os outros vissem minhas lágrimas caindo e meu rosto inchado.
Quando entrei no local Thomas estava ocupando uma das mesas, mas apenas passei por ele e peguei uma mesa na posição oposta para que ele não me visse chorar.
A garçonete Bruna veio me atender rapidamente, pegou o pedido e se afastou. Acho que sabia o suficiente sobre mim para entender que eu queria ficar só.
—Você por aqui de novo. - Escutei a voz de Thomas no meu ouvido.
—Porra! Você não faz nada da vida? Vive nesse Café?
—Ta irritadinha… Você é bipolar?
—Vai embora, que merda. Não está percebendo que quero ficar sozinha?
—Agora que eu vou ficar mesmo.
—Gosta de ser insultado? Vai tomar no cu e sai da minha frente.
—Talvez eu goste… Talvez eu goste que VOCÊ me insulte…
—E tomar no cu? Não gosta não?
—Ok, o que está acontecendo?
—Coisas. Muitas coisas acontecem no mundo. Bebês choram, carros batem, crianças passam fome, baterias de celular acabam, pessoas se fodem…
—Certo. Não quer me contar. Foda-se, vou continuar aqui e vou conseguir fazer você melhorar.
Porque esse maldito não ia embora? Não fui grossa o suficiente?
Thomas se sentou e ficou me olhando. Uma vez ou outra dava a entender que queria falar algo, mas se calava até que em um momento bem estranho ele esticou o braço e secou uma de minhas lágrimas. Não fiz nada, queria ter afastado aquele toque, mas meus braços não se moviam, era como se eu precisasse daquilo. Precisasse de alguém dizendo que tudo ia ficar bem e que logo tudo seria esclarecido e resolvido.
—Sabe… Eu sei que não é da sua conta, mas eu preciso compartilhar esse segredo da minha vida com você. Até porque você parece ser uma pessoa segura para compartilhar algo importante - Ele disse depois de um tempo… Quando meu choro tinha diminuído e um clima estranho tinha ficado no ar.
—Diga… - Respondi quase em um sussurro.
—Bom… Sabe quando nos conhecemos e eu disse que não conseguia ver nenhuma mulher chorando?
—Sim…
—Er… Tipo… Quando eu era menor meu pai espancava a mim e a minha mãe por puro prazer então ela sempre chorava e eu ia consolá-la. A sorte foi que ele sumiu quando eu tinha quinze anos. Briguei com ele e teve uma grande pancadaria ai ele foi embora.
—Porque está contando isso para mim?
—Eu… De algum modo… Confio em você e quero que saiba que estarei aqui sempre que precisar.
—Isso era estranho. Eu mal conhecia Thomas e de algum modo ele quis contar algo tão tenso para mim ou, no pior dos casos ele inventou para fazer eu me sentir melhor... Não, esse tipo de brincadeira não era do fetio dele.
— Er... Valeu...
— Ou, você quer ir ao shopping fazer um monte de nada?
— Só se você me contar mais coisas sobre você.
Eu realmente queria parar de pensar sobre esses problemas, talvez isso ajude...
— Tipo o que?
— Tipo... Se você faz algo da vida, banda favorita, coisa mais estranha que já fez, qual o tamanho do seu pinto... Coisas aleatórias assim.
— Pera... O tamanho do meu pinto?
— Agora temos intimidade não é? Posso te fazer perguntas estranhas não?
— Ok... Isso é bem estranho.
— Vai responder?
— Minha banda favorita é Dance Gavin Dance, a coisa mais estranha que já fiz foi correr só de cueca pela garagem de um shopping e... Sério que tenho que responder qual é o tamanho do meu pinto?
— Ok, já que está relutando tanto parece que irei me decepcionar com a resposta. Enfim, não faço ideia de que banda seja essa e eu realmente queria ter visto essa cena. - Comentei.
— Não é que você vá se decepcionar, mas comigo só se sabe se for ao vivo. - Fez uma carinha safada e desatou a rir logo em seguida.
— Ok, você ganhou, mas ainda não me respondeu o que faz da vida.
Em resumo Thomas comia, dormia, ia para a faculdade de Direito, vivia nesse café e cuidava da mãe.
Esses foram os tópicos enquanto pegávamos um ônibus e íamos para o shopping mais perto. Não era o shopping mais luxuoso, novo ou grande, mas era extremamente aconchegante, com vários restaurantes, uma boa área de cinema é uma livraria incrível - em minha humilde opinião, um paraíso na Terra.
— Thomas. - Disse assim que chegamos na frente do shopping.
— Oi.
— Porque Direito? Você tem muita cara de "exatas" rs...
— Quero processar o homem que batia em minha mãe. Ela tem medo demais para isso e a probabilidade de encontrá-lo é baixa, mas acredito que vou encontrá-lo e ele será punido.
— Eu tava tentando aliviar o clima, mas você o tornou mais tenso. Lide com isso agora.
Quase que instantaneamente ele colocou um sorriso no rosto, me colocou em seus braços e começou a brincar comigo como se eu fosse um bebê. Era uma maneira bem estranha de melhorar o clima, mas de certa forma funcionou.
Primeiro fiquei assustada e irritada, mas depois relaxei é só comecei a rir. Era uma sensação boa. Thomas me jogava para cima e para baixo, me abraçava forte e bem... Aquilo quebrou meus escudos contra ele. Talvez realmente pudéssemos ter uma amizade de verdade.
— Sabe Anny, acho que é a primeira vez que te vejo sorrir. - Ele comentou.
Acabei sorrindo mais uma vez e entrei no shopping.
— Então... Que tal um cinema? - Thomas perguntou.
— Não mesmo. Já que influenciou minha criança interior a voltar à ativa, vamos para o Game Play.
Não presenciava um momento como esse tinha um tempo... E por aquelas horas... Seríamos crianças.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!