Living Dead - EM HIATUS escrita por lolita


Capítulo 3
II - Power & Control


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo com um nome da Marina And The Diamonds
Lady Targaryen! kkkkk Enfim, pessoal, muuuuito obrigada pelos reviews fofos e um obrigado especial e um cupcake pra linda da minha RaaquelSouza por favoritar Living Dead, te amo Quel S2
Bem, é isso, aproveitem o capítulo ;*



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Frederick apoiava seus cotovelos em sua mesa de carvalho do seu gabinete. Queixo apoiado nas mãos cruzadas, expressão séria.

Com certeza Luke Castellan era o pretendente perfeito. A família Castellan acabara de chegar de Veneza com a ideia de abrir um comércio em Bridgeport. Trazendo coisas importadas da Itália, talvez eles conseguissem fazer um bom negócio ali.

Bridgeport era uma ilha, uma cidade ainda pequena. Havia várias pontes que a ligavam para as cidades vizinhas; a única outra forma de chegar à cidade era pelo porto. Bridgeport era mais conhecida pelo seu grande comércio de peixes e também por duas antigas lendas: a primeira e mais antiga, era de que a cidade era abençoada pela deusa Atena devido a seus vários cidadãos muito inteligentes, famosos arquitetos e seus reis na maioria das vezes muito sábios; a segunda lenda era de que há muito tempo, uma baleia assassina estava habitada bem perto da encosta de Bridgeport e causava medo ao povo do reino, e seu avô, Anthony, que fora um rei muito corajoso, se reuniu com alguns soldados, e juntos, caçaram e mataram a baleia.

Mas, mesmo depois de tanto tempo, seu reino ainda estava em processo de crescimento. Novas famílias com novas mercadorias com certeza era um avanço no comércio, e com a renda que os Castellan estavam recebendo, Frederick ficara muito interessado em manter um bom relacionamento com a família. Ouvira falar de que o filho deles, um jovem de 20 anos, era muito bonito, inteligente e estava solteiro. E a busca de um homem solteiro, possuidor de grande fortuna por uma esposa era uma verdade reconhecida mundialmente.

Então, é claro, que ele estava planejando que uma de suas filhas o desposasse. Porém, ele não poderia simplesmente chegar à família e ordenar que Luke se casasse com uma de suas filhas... Bem, tecnicamente ele podia, mas preferia causar uma boa impressão. Então ele daria uma festa, só precisava arranjar um motivo...

Frederick foi puxado de seus pensamentos com o som de uma leve batida na porta de seu gabinete. Pediu para que entrasse.

– Meu caro Sr. Chase. – Disse-lhe sua esposa, adentrando a sala. – Venho para lembrar-lhe que astrólogos anunciaram que nesta semana teremos uma segunda Lua Cheia, o que significa: Festival da Lua Azul.

– Claro, claro. – Frederick respondeu com certa irritação na voz. Ele odiava ser interrompido para ouvir coisas medíocres. Ele pouco se importava com a Lua Azul, mas seu povo adorava o...

– É isso! – Ele falou de repente, assustando Elizabeth. – Minha querida, você é brilhante!

– É isso o quê, meu senhor? – Elizabeth questionou, os olhos arregalados.

– Meu plano para apresentar nossas filhas a Luke Castellan! Eu planejava dar uma festa para convidar a família do rapaz, mas me faltavam motivos... – Ele teria continuado, mas Elizabeth pigarreou baixinho.

– O que? – Ele questionou.

– Acontece, meu senhor, que o que não lhe falta são motivos. Dois, para dizer a verdade.

– Quais? – Frederick perguntou, com súbito interesse.

– Bem, além do Festival da Lua Azul, nossa filha Annabeth completa 15 anos na próxima semana.

– Annabeth? Não, não. Não posso enrolar muito com o noivado dessas garotas, Luke é precioso demais para deixá-lo escapar. O aniversário dela é só na próxima semana!

Elizabeth suspirou baixinho.

– Se prefere assim, meu senhor. É bem provável que ele possa se apaixonar por uma de nossas filhas. Mas não se esqueça de preparar alguma coisa para Annabeth, ser debutante é inesquecível para qualquer garota.

E com esse feliz comentário ela se retirou do gabinete de dele.

Frederick bufou. Elizabeth nunca desistia de tentar aproximar Annabeth dele, mas provavelmente ela já chegara à conclusão de que ele nada se importava com o dia de Debutante da garota.

Mas com a menção do nome de Annabeth, um pensamento lhe ocorreu pela cabeça, lhe deixando preocupado.

E se Luke escolhesse Annabeth? Infelizmente ele não podia simplesmente deixar de apresentá-la, mas não se daria ao trabalho de falar muito sobre a garota. O que lhe deixava preocupado era que, embora odiasse, tinha que confessar que Annabeth tonara-se uma garota bonita, diabos, muito bonita! E Annabeth não podia se casar de jeito nenhum.

Bem, esqueça, o importante é que já sei o que fazer. Frederick pensou. Promoveria uma festa em comemoração à Lua Azul. Todos iriam comparecer, e certamente que a família Castellan também; apresentaria suas filhas, dando mais ênfase nas qualidades de Silena, porque, embora também quisesse que Luke escolhesse Rachel, ele já escolhera um noivo perfeito para ela. Só não trabalhara nisso ainda porque sentia que ainda não era a hora.

Caso Luke escolhesse Annabeth... Bem, Frederick tinha o poder, era ele quem controlava as coisas por ali, e Luke iria se casar com quem ele quisesse.

A lembrança de quando Rachel nascera invadiu sua mente. Ela era sua primeira filha, ele ainda estava no início de seu casamento e tomado pela mágica do amor, totalmente apaixonado por Elizabeth. Ele transbordava alegria pela chegada de seu primeiro filho. Era tão apaixonado e tão feliz que nem se importou pelo nascimento de uma garota. Só fez amar mais Rachel por ela ter nascido com os cabelos da mesma cor dos de sua amada esposa; escolhera Elizabeth como segundo nome de Rachel justamente em homenagem a ela, de tão encantado que estava! Por isso, Rachel sempre foi sua preferida, e disso todos sabiam.

Dois anos depois nasceu Silena. Daí ele já ficara preocupado, não tão feliz no seu nascimento como ficara no de Rachel. Mas Silena era tão incrivelmente bela, que ele se perguntava como conseguira gerar uma garota tão linda como ela! Silena tinha longos cabelos pretos que caiam delicadamente em ondas até a cintura que faziam contraste com sua pele muito branca; também tinha grandes olhos que costumavam oscilar entre o castanho, verde e o azul, e lábios avermelhados fartos e bem desenhados. Cresceu e tornou-se ainda mais bela; alta e escultural, do tipo que fazia toda moça de seu reino sentir um golpe na autoestima só por estar no mesmo ambiente. Tudo que ele pôde deduzir era que Silena carregava a bênção de Afrodite consigo, e isso encantou tanto Frederick, que seu desapontamento dissipou como fumaça no ar. Deu o sobrenome de sua também bela esposa como segundo nome de Silena: Beauregard.

Então, um ano depois, Elizabeth ficou grávida do terceiro filho, e Frederick, já contentado com duas moças, só podia torcer para que nascesse um herdeiro. Ele ia quase todos os dias ao templo de Bridgeport, implorando aos deuses que nascesse um menino. E fora lá que ficara sabendo da Maldição do Terceiro Filho... Ou melhor, da Terceira Filha.

Frederick já estava se retirando do templo quando uma idosa vestida de preto que estava ajoelhada diante da estátua de Apolo se levantou e dirigiu-se a ele. Ela nada disse, apenas levantou as mãos enrugadas e depositou um pequeno pedaço de papel dobrado em sua mão, em nenhum momento desviando os olhos negros dos seus. Depois deus as costas e foi-se embora. Frederick abriu o pequeno papel e começou a ler:

E que venha a terceira filha, carregando a maldição da terceira; O herdeiro tão esperado não chegará tão cedo, enquanto esta continuar vivendo”.

Eram poucas palavras, mas o suficiente para arrepiar os pelos da nuca de Frederick. Ele ficara confuso, não sabia se aquilo era apenas uma hipótese ou uma previsão concreta do que iria acontecer. Mas uma coisa ele entendera, entendera muito bem, e a primeira coisa que fez ao sair do templo fora ir atrás de uma certa feiticeira.

As lembranças ainda estavam frescas na mente de Frederick. Lembrava-se de como fora assustador o jeito como Thalia praticamente já sabia o que ele queria, como se já soubesse que ele iria atrás dela, quase como se o estivesse esperando há muito tempo. Ele sabia qual era a coisa certa a oferecê-la em troca de sua ajuda, ou melhor, de sua feitiçaria.

Frederick lembrava-se muito bem do dia em que o povo ficara sabendo do segredo da família Grace, e como seu pai os exilara de Bridgeport. Ele ainda era um garoto naquela época, porém, surpreendeu-se ao ver que mesmo depois de muito tempo, ela ainda mantinha uma aparência jovem e bela; como se não envelhecesse jamais. Lembrou-se de como se encantou pela incrível combinação entre seu corpo magro e inocente e olhos azuis elétricos que avisavam que ninguém deveria desafiá-la.

Resumindo: fora fácil manter um acordo com ela.

Thalia entendera perfeitamente a profecia e o explicou: Se uma terceira filha nascesse, Frederick não poderia nunca gerar um herdeiro, enquanto esta continuasse viva. Era o que ele suspeitara, mas precisava de uma confirmação. Porém não sabiam se era certo que o sexo da criança era feminino, então combinaram: Se nascesse uma garota, Thalia amaldiçoaria a garota; se nascesse um menino, bem, então ele tinha sorte. Simples assim.

– E se nascer menino, não poderei fazer meu trabalho. Então sua parte do trato será anulada? – Thalia perguntara, temendo a reposta.

Frederick analisou-a, entendendo muito bem o que ela queria.

– Não. – Ele sorriu. – Gosto de sua companhia, sinto que irei querê-la mais vezes perto de mim.

Thalia deu um pequeno sorriso, e ele virou-se para ir embora. Se tivesse prestado atenção, teria visto a raiva cruzar os olhos dela.


Annabeth seguia sua rotina de sempre todos os dias: estudava, treinava, fazia suas refeições e passava o resto do dia procurando outras coisas para fazer. Porém, mais uma coisa ocupava sua mente nos últimos dias: Seu aniversário de debutante estava chegando, e se perguntava se dessa vez ele seria comemorado. Bem, Perseu e suas irmãs sempre preparavam algum tipo de surpresa, mas dessa vez era diferente, ela queria uma comemoração de verdade.

Embora odiasse admitir, queria que Frederick pela primeira vez a olha-se nos olhos e a parabenizasse, ou até quem sabe, lhe desse um abraço de aniversário.

Todos os décimos quinto aniversários de suas irmãs foram celebrados com bailes luxuosos e caros em que toda a nobreza do reino comparecia. Mas Annabeth não tinha certeza se queria mesmo ser o centro das atenções de um baile, não estava convicta que as pessoas iriam mesmo achar que seu aniversário era um acontecimento especial.

Annabeth avaliava sua aparência no espelho, perguntando-se se o que tinha de errado com ela era por fora ou por dentro quando suas irmãs entraram no quarto.

– O que está fazendo Annabeth? – Rachel questionou.

Ela apenas balançou a cabeça negativamente, afirmando que não era nada.

Silena, porém, percebeu a melancolia de sua irmã, suspirou e passou um braço por cima de seus ombros.

– Mais um dia de tristeza Annabeth? Venha, conte-nos o que há de errado dessa vez. – Ela falou, puxando Annabeth para sentar-se em sua cama.

Suspirou e começou a falar:

– Ah, é apenas a mesma coisa de sempre! Vocês sabem muito bem como todos me odeiam.

– Isso não é verdade, nós não te odiamos! – Silena falou, Annabeth e Rachel reviraram os olhos.

– Por favor, Silena, você entendeu o que eu quis dizer. Tirando vocês e Perseu, todo o resto... Lança-me olhares maldosos!

– Espere mamãe não faz isso! – Rachel defendeu.

– Não, mas ela também não é exatamente minha amiga. Como se diz mesmo? Não fede nem cheira!

Rachel e Silena riram da expressão usada por sua irmã caçula. Annabeth acabou deixando algumas lágrimas escaparem e as duas se apressaram em tentarem acalmá-la, alisando seu cabelo e limpando as lágrimas.

– Calma irmã, tudo vai se resolver. – Silena falou, já ficando um tanto desesperada. Rachel lhe mandou um olhar que dizia para ter calma, então falou:

– Mas por que você estava se olhando no espelho como se estivesse procurando alguma coisa? O que isso tem a ver?

– Ah! É que, não sei... Dessa vez eu estava me perguntando se o que tem de errado comigo é na minha aparência... Só, passou na minha cabeça que não sou... Bonita o suficiente?

As mãos das duas pararam.

– Ah, pelo amor de Zeus Annabeth! Jura? Você se acha feia? – Rachel perguntou.

– Eu não sou tão bonita como vocês! Veja Silena, ela humilha qualquer uma, e você tem o cabelo da mesma cor que o de nossa mãe... Não sei!

– Você pode não ser tão bonita quanto nossa irmã, mas você não é feia Annabeth, não diga uma coisa dessas! Veja só esses seus cachos dourados que você tem, eles nunca ficam feios! – Rachel argumentou.

– Ora essa, todas nós temos cachos! – Annabeth disse. Rachel balançou a cabeça negativamente, estranhando o comportamento dela.

– Não acredito que você está dizendo isso. Por favor, Annabeth, não diga isso. Logo você? Nunca se importou com sua aparência, você nunca nem deu a mínima para isso!

– Eu sei, é só que eu não sei mais o que fazer!

Silena franziu a testa, e um pensamento passou por sua mente.

– Irmã, você está apaixonada? - Ela questionou.

– Quê? Lógico que não! Por quem eu ia me apaixonar? Por Percy? Hahaha! – Annabeth soltou uma risada irônica e nervosa. Suas irmãs a fitaram surpresas.

– O que foi? – Annabeth questionou, perguntando-se o que tinha falado de errado.

– Espere aí! Percy??? Faz anos que você não o chama desse jeito! – Rachel praticamente gritou.

– AH MEUS DEUSES, VOCÊ ESTÁ APAIXONADA POR PERSEU! – Silena gritou.

– O QUÊ? NÃO! QUÊ? VOCÊS ESTÃO LOUCAS? DAONDE VOCÊS TIRARAM ISSO? – Annabeth apressou-se em se defender.

– Ora, ele foi a primeira pessoa que passou pela sua cabeça quando perguntei se estava apaixonada! – Silena respondeu.

– E você o chamou de Percy! Isso é praticamente um apelido carinhoso, só você o chama assim! – Rachel insistiu.

– NÃO! ISSO NÃO TEM NADA A VER! E ELE NÃO FOI A PRIMEIRA PESSOA QUE PASSOU PELA MINHA CABEÇA!

– AH! ENTÃO QUER DIZER QUE TEM OUTRO? – Silena perguntou em um susto forçado.

– O QUÊ? NÃO, SUA IDIOTA! EU... Ah quer saber? Eu não tenho que provar nada pra ninguém! – Annabeth saiu pisando firme, deixando suas irmãs rindo como loucas pra trás.

Argh! Elas adoravam irritá-las! Imagine só? Estar apaixonada! Ainda mais por Perseu, não tinha a menor chance! E chamá-lo de Percy não tinha nada a ver mesmo! Quando crianças estavam brincando, e Perseu não sabia que nome escolher na brincadeira. Annabeth sugeriu Percy, pois era praticamente seu próprio nome, mas um pouco diferente. Acabou que o apelido ficou, mas a ponto em que foram crescendo, suas irmãs começaram a implicar com ela, pois era a única que ainda o chamava desse jeito. Então ela decidiu parar, porque era realmente constrangedor o modo como elas sorriam quando a ouviam chamá-lo assim.

Então ela nunca mais o chamou desse jeito... Bem, só às vezes. Pra ser mais exata, só quando estavam a sós, pois não queria que soubessem que ela ainda o chamava desse jeito.

Annabeth andava tão furiosamente, imersa em seus pensamentos, que não prestava atenção aonde pisava. Acabou por tropeçar justo no último degrau que faltava da escada, e teria ido com tudo para o chão se um par de mãos fortes não a segurasse.

Levantou a cabeça para ver quem era e agradecer, mas deparou-se com olhos verde-mar e sua voz sumiu. Tinha que confessar que seu coração acelerou um pouco porque o rosto de Percy estava há uns cinco centímetros de distância do dela. Por sorte, ele não demorou pra falar.

– Puxa Annabeth, ia ser uma queda feia agora hein! Ainda bem que cheguei a tempo de te segurar!

Ela tentou falar Obrigado, mas saiu mais algo como “Ôinhaúm”.

– Hã? – Ele perguntou confuso.

– Aaaah, nada! – Ela percebeu que ele ainda a estava segurando e que ela estava toda mole em cima dele. Apressou-se e se concertar e manter a postura de novo. Pigarreou e arrumou seu vestido.

– E então, para onde estava indo? – Ele perguntou.

– Não sei, acho que para fora como sempre.

– Como sempre. – Ele repetiu sorrindo. – Vamos, eu te acompanho. – Ele ergueu o braço, convidado-a para andarem de braços dados, mas devido ao que tinha acabado de discutir com suas irmãs, ela só ficou fitando-o, até que ele o abaixou.

– Ah, desculpe! É que hoje eu to um pouco... Sei lá! – Ela falou, sentindo-se extremamente estúpida. Era um convite inocente, já andara de braços dados com Percy milhares de vezes, ela não tinha nada que achar que era algo além de amizade.

– É eu percebi. Achei que precisava de ajuda pra caminhar hoje depois do que acabou de acontecer. – Ele riu, claramente implicando com Annabeth. Ela desferiu-lhe um tapa no braço, mas de brincadeira.

– Haha, engraçadinho você né? Pois saiba que posso muito bem caminhar sem ajuda, ora essa. – Ela falou em um tom que deixava claro que estava se exibindo. Ele apenas riu, então agarrou a cabeça dela e esfregou a mão em punho no seu cabelo.

Ela ria entre os pedidos para parar.

– Droga, eu odeio quando faz isso, seu idiota! – Ela reclamou e riu enquanto tentava colocar seu cabelo em ordem novamente.

Caminharam calmamente observando as estrelas. Até que Percy decidiu voltar a falar.

– Ei, eu estava ouvindo uma gritaria vinda do quarto de vocês, por isso naquela hora eu estava subindo.

Annabeth que caminhava do seu lado parou subitamente.

– Hã... Gritaria? O que você ouviu?

– Na verdade, não entendi nada, mas decidi ir ver o que era antes que uma de vocês decidisse jantar a outra. Estavam brigando?

Annabeth soltou uma risada nervosa. – Não, não. Nós estávamos apenas... É, era uma discussão, mas não tão séria assim.

– Ah sim. E sobre o que estavam discutindo?

Ela olhou-o nos olhos, perguntando-se se ele não sabia mesmo sobre o que discutiram. Não viu nada que entregasse que ele sabia de alguma coisa. Ficou tentada em mentir, mas então pensou: Ora, ele é seu amigo, não tem nada demais, ele vai entender!

– Ah, bem, a gente estava conversando e de repente a Silena perguntou se eu estava apaixonada! – Ela soltou outra risada agonizante, que era o que fazia quando estava nervosa. Na verdade, pegara essa mania de Rachel.

– Você? Apaixonada? – Ele estranhou.

– Pois é, vê se pode uma coisa dessas! Haha. Daí eu perguntei algo como: Por quem eu iria me apaixonar? Por Percy? Haha! E aí elas ficaram implicando comigo porque ainda te chamo de Percy, e agora acham que sou apaixonada por você! – Soltou outra risada ridícula.

– Annabeth, pare de rir desse jeito, está me dando nos nervos!

– Tudo bem, desculpe. – Ela imediatamente calou-se.

Sentaram-se na grama e colocaram os pés dentro do riacho que ficava incrivelmente agradável à noite.

– Então quer dizer que elas descobriram que você ainda me chama de Percy? – Ele questionou.

– Sim.

– E agora acham que somos apaixonados um pelo outro?

– Hum... Não falaram nada de você, acham que eu é que estou.

– Sim, sim. De qualquer forma, você sabe que agora elas não vão te deixar em paz né?

Ela suspirou e confirmou com a cabeça. E acabou soltando outra risada fina.

– Mas imagine só, eu apaixonada por você! Vê se pode uma coisa dessas! Seria tão estranho! – Ela falou sem querer falar exatamente. Ele apenas a olhou.

Certo Annabeth, hora de calar a boca. Ficaram em um silêncio desconfortável por um longo tempo. Em certo momento, uma mecha de seus cabelos escapou de trás de sua orelha, e ela sentiu os dedos dele colocando-a no lugar. O que significava que ele estava prestado atenção nela, e seu coração ficou acelerado de novo.

Ela o olhou, e como havia previsto, ele estava fitando seu rosto. Sentiu suas bochechas ficarem quentes e Percy sorriu.

– Já vai fazer quinze aninhos, que bonitinho! - Ele soltou do nada.

– Ah não Percy, fala sério! – Ela exclamou, levantando-se com raiva.

– Que foi? – Assustou-se. Ela apenas balançou a cabeça e saiu andando.

– Annabeth, espere o que foi?

– Argh, não é nada! – Ela não desacelerou o passo. Até que sentiu seu braço sendo puxado e virando-a de modo que podia olhar para Percy, mas ela não o olhou.

– Ei, o que foi? – Ele perguntou sua voz suave novamente. – Por que está chorando?

– Eu não estou chorando! – Ela respondeu. Percy não a contrariou, mas limpou alguma coisa em seu rosto. Ela suspirou.

– Percy eu tenho que ir jantar!

– Mas ainda não chamaram a gente.

– Mas eu tenho que ir.

– Primeiro me diga por que está chorando. Não quer fazer aniversário?

– Não, não é isso!

– Então é o que?

– Odeio quando você fala assim comigo!

– Assim como?

– Como se eu fosse uma criança. Só porque você, Rachel e Silena são alguns anos mais velhos que eu, não precisa me tratar como uma criança estúpida!

– Mas a gente não te trata como uma criança estúpida!

– Mas falou agora como se eu fosse uma!

– O que eu falei?

Quinze aninhos, que bonitinho! – Ela respondeu, em uma péssima imitação de sua voz. Percy suspirou.

– Fale sério Annabeth, você tá chorando por causa disso?

– Não. – Respondeu com voz fina.

– Então por quê?

– Sei lá!

Ele riu e puxou-a para um abraço.

– Ser debutante é uma coisa especial, certo? Não infantilidade. E eu te acho especial Annabeth, muito especial, não uma estúpida criança. - Ele não soube de onde tirara aquilo, nem se fizera algum sentido.

Annabeth por sua vez, ficou surpresa. Ninguém nunca lhe falou exatamente que era especial. E ficou feliz que fora justamente Percy o primeiro a falar isso, mais feliz do que devia. Apertou mais o abraço.

Ficaram ali por um minuto, até que ela começou a se soltar dele.

– Eu realmente tenho que entrar agora, Percy.

– Tudo bem, agora que você me respondeu o que tinha, eu deixo.

– Na verdade, eu não dei uma resposta concreta.

– É verdade, mas vou deixar você ir. – Ele riu e deu-lhe um beijo carinhoso na testa. O coração dela deu um pulo. Tentou desejar Boa Noite, mas não saiu nada muito compreensível. Percy riu e a desejou boa noite.

Ela virou as costas e voltou para seu quarto. Sua cabeça estava girando, muito confusa com o que estava passando dentro de si e não sabia de nada. Mas quando se escondeu embaixo de suas cobertas, teve certeza de uma coisa:

Você é uma estúpida Annabeth, uma grande e idiota garota estúpida!


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Notas finais do capítulo

Hááá, que aí acha que ela deveria trocar o último "estúpida" por "apaixonada" levanta a mão! Õ/ kkkkk Gente, desculpe essas semanas sem postar, é que eu tava sem internet ): Mas não se preocupem, o próximo capítulo já tá quase pronto! ;)