Living Dead - EM HIATUS escrita por lolita


Capítulo 13
XII - Radioactive


Notas iniciais do capítulo

Radioactive de uma das bandas mais perfeita no mundo - na minha opinião -, Imagine Dragons.Esse capítulo tá beeem pequeno, mas é melhor do que nada por uns três meses de novo, não é? u.uEspero que gostem.



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Estamos de volta à época quando Annabeth Chase ainda encontrava-se saudável e segura dentro da barriga de Elizabeth. A bela mulher usava alguns brinquedos para entreter a pequena Silena, que tinha apenas um ano de idade. Rachel em seus três anos de idade e com seus cachinhos ruivos batendo na altura do queixo, acompanha a brincadeira com os olhos e a risada da mãe e da irmã. Estavam deitadas na cama de casal dos aposentos reais, apoiadas sobre um cotovelo e com a atenção voltada apenas para o bebê que já se sentava sozinha. Uma leve batida na porta a fizeram distrair-se.

– Sua Alteza? – disse a criada entrando no quarto. – Tens uma visita.

– Uma visita? – ela questionou levantando-se e a mulher assentiu.

– Amélia Grant, ela está lhe aguardando na sala de reuniões.

Elizabeth arregalou os olhos surpresa. Amélia Grant era apenas o nome falso de Thalia para ela ser permitida a adentrar o palácio. – Tudo bem. Olhe Silena e Rachel por mim, sim?

Ela saiu do quarto e desceu as escadas, indo para a sala de reuniões. Thalia estava de costas para ela, olhando para os quadros na parede e com as mãos nas costas. Usava um vestido negro rodado e com mangas até os cotovelos.

– Thalia. – Elizabeth falou e esta se virou, abaixando o capuz negro que escondia seu rosto.

– Alteza. Bom vê-la novamente. – Thalia falou simplesmente. – Sabes o porquê da minha visita, creio eu.

– Sei muito bem. – Elizabeth ergueu o queixo e inconscientemente colocou as mãos sobre a barriga protetoramente. – Frederick sabe...

– Frederick não sabe que estou aqui, se é o que ia perguntar. E é por isso que vim tão cedo, o tempo está se esgotando. Não falta muito para dar a luz.

Elizabeth assentiu. – Por favor, sente-se.

Elas sentaram-se em duas das quatro poltronas que estavam em uma área circular da sala.

– Espero que entenda os meus motivos, que nem são exatamente meus. – Thalia começou.

– Eu entendo, mas... Thalia, por favor. Ela é minha filha, e nem mesmo nasceu ainda.

– E é por isso que tenho que lhe avisar por agora. Se der sua permissão, juntamente de sua bênção, a maldição será feita logo quando esta nascer.

Elizabeth estremeceu. – Deuses, por que isso? Por que uma maldição?

– É a única palavra que realmente se encaixa. – Thalia deu de ombros.

– Não é isso o que quis dizer. – A Rainha suspirou.

– Eliza... Sra. Elizabeth, sabe que ela não vai morrer de verdade. Eu tenho um plano e lhe dou minha palavra de que no final tudo ficará bem.

– E qual é o plano? – Elizabeth questionou.

Thalia encostou-se a poltrona mais a vontade.

– Contarei à Frederick sobre a maldição da terceira filha. Ele vai ficar louco porque, você sabe, tudo o que ele quer é um herdeiro homem. Então irei propor a maldição da qual lhe falei. Não acho que ele ligará isso à grande profecia de Bridgeport. Faremos um trato: eu faço a maldição por ele, e em troca, ele reconsidera o meu exílio.

– E se ele quiser saber por que tem que esperar até ela ter 15 anos?

Thalia pensou por um momento, então deu de ombros. – Digo que este é o único jeito. Invento que a maldição da terceira filha só pode ser desfeita a partir dos 15 anos.

Elizabeth suspirou preocupada. Mesmo que Thalia tivesse um plano perfeito em sua mente, ela ainda não conseguia simplesmente confiar a vida de sua filha a uma feiticeira que estava ali propondo a quase morte desta para salvar o mundo. Mesmo que fosse isso o que a grande profecia implicasse.

– Como pode ter certeza de que é mesmo uma menina? E por que ela tem que ser a garota da profecia?

– A profecia não mente, Elizabeth. E não é que tem que ser ela, é ela. Acha que me sinto bem em fazer parte de toda a magia negra que Frederick vem praticando por todos esses anos? Sua filha finalmente colocaria um fim no caos em que Bridgeport se encontra, no reinado sujo dele e na maldição que você própria está carregando, porque ela já está amaldiçoada de uma forma ou de outra.

Isto foi o limite para Elizabeth. A mulher tombou a cabeça nas mãos e pôs-se a chorar. Thalia aproximou-se dela e acariciou suas costas.

– Eu sei, eu sinto muito. Sinto muito mesmo, mas estou aqui justamente para pôr um fim em tudo isso. Só precisamos da sua bênção.

– Precisamos? – Elizabeth questionou desconfiada.

– Eu e sua... Desculpe, mas qual será o nome dela?

A rainha encolheu os ombros. – Eu estive pensando em... Annabeth.

– Annabeth. – A feiticeira repetiu. – Soa firme. Corajoso. Eu gosto.

Elizabeth deu um sorriso fraco.

– Pois bem, Annabeth e eu precisamos de sua bênção. Ou então não vai dar certo.

Elizabeth hesitou.

– Prometa-me. Prometa-me que no final ela ficará bem mesmo. Que depois que cumprir sua missão, ela ficará livre da maldição e de qualquer mau que isto acarreta.

– Eu prometo. A maldição acaba assim que Frederick for morto.

– Jure pelo Rio Estige. – Elizabeth falou ainda não satisfeita.

Thalia hesitou. – Bem, eu não sei Elizabeth. Quero dizer, isto dependerá dela. Se eu matar Frederick, não vai adiantar, é ela quem tem que fazê-lo.

– Então a convença! Conte para ela o que tem que fazer, afinal, faz parte da profecia, não é?

Thalia franziu o cenho. – Tem razão. Faz parte, ela terá que fazê-lo de uma forma ou outra.

– Então jure. Não quero sacrificar minha filha para nada.

– Eu juro. Juro pelo Rio Estige que ela não morrerá a toa e que será libertada da maldição depois de completar a missão.

Houve várias trovoadas no céu lá fora.

– Bem, se assim, eu acho que... – Elizabeth respirou fundo. – Eu lhes dou minha bênção. E lhe dou minha confiança, Thalia. Faça bom uso dela.

~~~~~

Thalia apoiou a cabeça nas mãos, exausta. Tantas promessas, tantas profecias, tantas farsas... Para quê? Para fracassar.

Bem, fracassar em parte. Conquistar a confiança da Rainha Elizabeth? Confere. Armar toda uma peça para fazer Frederick acreditar que Annabeth só poderia ser morta aos 15? Confere. Amaldiçoar a garota? Confere. Ajudá-la a conquistar a admiração da família Castellan? Confere, mesmo que não tenha sido ela a escolhida. E é aí que estava. Annabeth não se tornou noiva de Luke, nem de ninguém. Se ela ao menos tivesse se casado...

Mas houve muito pouco tempo. Thalia devia ter trabalhado nisso antes. Perseu parecia interessado nela, mas não foi o suficiente. Eles não poderiam ir para a cama sem trocar alianças primeiro. E duvidava que eles quebrassem este tipo de regra. E agora, Annabeth estava morta. Virgem. E tudo tinha ido por água abaixo.

Thalia suspirou mais uma vez. Agora só lhe restava esperar a grande punição que seria por não ter cumprido o juramento que fez à Elizabeth. Este era seu fim, afinal. Mesmo com a magia da imortalidade, Thalia duvidava que isto pudesse impedir o Estige. Não viveria o suficiente para ver Bridgeport se curar e Frederick ser derrubado do trono. E dali há um futuro distante, a alma dele continuaria viva no mundo, jogando sujo para manter-se no poder.

Bem, ela preferia morrer de uma forma lenta e dolorosa do que continuar vivendo naquele lugar e daquele jeito, escondida e fazendo parte dos jogos de Frederick. Mas se ela fosse mesmo morrer, queria ao menos desculpar-se com a rainha. Pegou um pergaminho e uma pena e sentou-se em sua mesa no gabinete, onde começou a escrever uma carta endereçada para Elizabeth. Duvidava de que ela realmente fosse perdoada, mas queria deixar explicado o motivo de não ter dado certo, e estava sem coragem para enfrentar a fúria e angústia da mulher.

Enquanto escrevia, sentia-se ainda mais tola. Talvez Elizabeth pudesse tê-la ajudado no quesito casamento se ela tivesse lhe contado, mesmo que aquilo fosse uma decisão de Perseu e da família dele. Mas não. Thalia deixou passar o fator mais importante. E foi ali, enquanto escrevia e se enfurecia consigo mesma, que sentiu o que não deveria sentir. Ou que não sentia há muito tempo.

Uma coceirinha no peito e o estômago inquieto. Uma dor leve latejou em um lado da testa e sentiu como se algo grande estivesse chegando perto. Era uma sensação incômoda, mas que fez sua cabeça se erguer imediatamente. Aquilo era sua conexão com a floresta. Tudo aquilo era vivo e estava lhe avisando, tentando lhe transmitir que algo estava acontecendo.

Rapidamente pendurou seu arco prateado nas costas e a aljava de flechas no ombro. Estava quase saindo de casa quando Bianca apareceu.

– Senhora? Aonde vás?

– Estou indo... Eu não sei onde estou indo, algo está acontecendo.

O rosto de Bianca se iluminou. – Apenas alguns segundos e poderemos lhe acompanhar...

– Não! – Thalia interrompeu. – Quero dizer, é um assunto que realmente preciso resolver sozinha.

– Oh – Bianca disse entendendo do que ela falava. – Tudo bem, me desculpe.

– Imagine – respondeu com um leve sorriso.

Bianca era uma daquelas pessoas muito dedicadas ao que fazia. Ela não era sua serva. Muito menos Zoë ou as outras garotas. Elas apenas trabalhavam juntas, mas Thalia era a líder por ali. Normalmente elas andavam sempre juntas, a não ser que Thalia precisasse resolver seus assuntos com a realeza. Afinal, ela era a feiticeira.

Era difícil dizer o que elas eram. Se auto intitulavam caçadoras. Tinham conexão com a floresta, todas as florestas, e com boa parte dos animais. Todas as garotas que se uniam à caçada ganhavam imortalidade, a não ser que caísse em batalha, coisa que era bem improvável, pois todas eram bem treinadas, obrigada. O único homem que já trabalhara com elas fora Jason. Uma parte porque ele era irmão de Thalia, outra parte porque ele gostava de trabalhar com honra e jurara solenemente não assediar nenhuma das mulheres. Mas assim como elas tinham que abrir mão dos homens, ele deveria abrir mão das mulheres, mesmo que ele trabalhasse e vivesse com um bando delas.

O que caçavam? Qualquer tipo de animal “anormal” que ameaçasse Bridgeport. Como por exemplo, a velha baleia assassina da lenda. Aquela não era uma simples baleia. Tiveram uma participação importante na derrota do bicho, mas mesmo assim, nunca eram citadas na história. Isso porque, devido à má reputação de Thalia, todas elas ficaram mal faladas. Tudo bem, elas preferiam mesmo viver no anonimato, mas um pouco de créditos não faria mal.

Poucos minutos depois e logo Thalia chegara ao seu destino. Ela podia sentir a floresta agitada. Mas não era possível, não era possível que fosse mesmo que ela estava pensando. Talvez fosse um monstro, mas então por que toda aquela agitação? Quanto mais próximo ela chegava, mais nervosa ficava. Normalmente ela não ficava assim, mas quando finalmente avistou o poço a sua frente, parou subitamente.

Thalia estava com medo. Fazia muito, muito tempo que ela não sentia um medo assim. Acontece que ela estava diante de algo que nunca fizera antes, inumano, e que ela não sabia se poderia manter em controle por muito tempo.

Invocou a sua aura protetora e, lentamente, aproximou-se. Havia sangue espirrado pela maioria das árvores que o cercavam e o poço em si estava quase todo manchado. O sol começava a surgir no horizonte cinzento, mas ainda assim, todo aquele sangue ainda não estava completamente seco. Thalia podia ver um pouco da marca que o corpo de Annabeth deixara na tampa, que estava completamente fechado. Mas onde ela estava?

Observou com mais atenção. Ela viu marca de unhas na terra. Ela fora arrastada? Mas aquelas marcas não seguiam para muito longe, e ela podia sentir que estava ali, era como um ímã que lhe atraía para o centro do poço. Então uma ideia passou pela sua mente e ela arquejou horrorizada.

Suas mãos estavam tremendo quando encostou na tampa e, com força, o empurrou para destampá-lo. Empurrou até que finalmente este tocou o chão, ficando apoiado em um lado. A água não ia até muito em cima, mas ela não sabia o quão profundo era aquele poço. Ela apoiou-se e observou o breu terra abaixo, sua respiração virando névoa diante de seu rosto.

– Annabeth? – ela chamou. Ainda não via nada, mas teve novamente aquela sensação de que algo estava se aproximando. Arquejando, se levantou e de repente, sentiu uma mão branca e gélida segurar com força na sua.

Eu estou acordando, sinto isso em meus ossos o bastante para explodir meus sistemas. Bem vindo à nova era!


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Notas finais do capítulo

Samara, é você? sdfghjk~hgcvbnm,iuyOOOOOOOOOOOOH, OOOOOOOOOOH I'M RADIOACTIVE, RADIOACTIVE!