Living Dead - EM HIATUS escrita por lolita


Capítulo 10
IX - Blank Page


Notas iniciais do capítulo

Não era pra ser essa a música do título, mas enquanto ouvia, percebi que a letra combinava direitinho com a situação do Percy e da Annabeth, então mudei de última hora.

Blank Page - Christina Aguilera, again. '-'



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"Como eu posso dizer "me desculpe?"; eu estava com medo, eu estava despreparada, oh, para as coisas que você disse. Se eu pudesse desfazer o que te machucou, eu faria qualquer coisa para nós darmos certos."

No resto do dia, Rachel e Silena puseram-se a entreter Annabeth. A mesma parecia já ter se recuperado do ocorrido, embora a ruiva tivesse ficado com o dobro de preocupação para com a caçula. Mesmo assim, Annabeth parecia concentrar-se em não pensar mais naquela tarde ou na noite retrasada, e colocou um sorriso doce no rosto. Rachel admirava aquilo na irmã, pois mesmo com sua infância conturbada, ela ainda tentava sorrir.

Porém, a ruiva já estava bem mais preocupada. Lembrava-se do pedido de Thalia na carta, e como aquilo agora era inútil devido ao acontecido na noite do Festival. Como explicar que nenhum relacionamento deveria ser trabalhado mais, e como explicar o por quê? Sem falar que temia pela saúde de Annabeth. E se ela ficasse doente? E se ela ficasse grávida? Deuses, deveria ser crime uma garota naquela idade passar por tanta coisa.

Quando Silena retirou-se por alguns minutos do quarto que as três dividiam, Rachel lembrou-se que o doutor da família voltaria no dia seguinte para um exame geral na caçula.

– Annabeth.

– Sim? – Ela respondeu. Parecia tão normal.

– Você sabe que amanhã o doutor voltará aqui, certo? Para um exame geral.

Ela apenas a olhou, temorosa.

– Eu sei que me pediu para não contar para ninguém – sussurrou – mas o doutor precisa saber.

– Rachel...

– Não! Eu prometo não deixá-lo contar a ninguém, mas ele precisa saber, Annie. É para o seu próprio bem, ele vai saber o que fazer.

– Como assim o que fazer, Rachel? Não há nada que ele possa fazer, não há nada que ninguém possa fazer! – a caçula gritou.

– Eu sei, Annabeth. Mas eu estou me referindo a sua saúde, você precisa ser tratada. E pensando bem, mesmo que eu não conte, ele vai acabar sabendo de uma forma ou outra, e se eu não falar com ele, ele vai contar para os outros. Você não quer isso, quer?

A loira suspirou antes de pensar por um minuto.

– Não, eu não quero isso. – Sua voz acalmou. – Me desculpe por gritar com você, você tem toda a razão, é claro.

– Está tudo bem. Eu também teria perdido a cabeça se estivesse no seu lugar. Qualquer uma teria perdido a cabeça.

A caçula deu um sorriso melancólico.

– Você acha que vai acontecer algo comigo, Rachel?

– Eu realmente espero que não, irmã.



Naquela noite, as três dormiram em seus próprios quartos novamente. Perceberam como a privacidade era bem mais confortável, embora Annabeth desejasse que Percy estivesse ali com ela novamente. Rachel desistira há muito da proposta que planejava fazer a seu pai, já que depois de saber o que ocorrera à sua irmã, a ideia já não era mais útil.

No dia seguinte, ao desjejum da manhã, a Aia de cada uma das irmãs lhe informou que mais tarde, uma pequena festa seria dada no quintal da casa. Apenas isso, não lhe deram mais detalhes ou o motivo da celebração.

Annabeth ficou o resto da manhã presa em seu quarto, de cama, enquanto o Dr. Fitzgerauld não chegava no palácio. Aquilo lhe dava nos nervos, pois sentia-se bem, mas não era permitida de sair de seus aposentos. Rachel lhe fez companhia todo o momento, já que a caçula estava nervosa com a visita que viria a receber.

Quando o idoso médico já se encontrava no quarto da garota, juntamente de Elizabeth, Silena e Maura, que era a Aia da caçula, Rachel o puxou em um canto e lhe sussurrou o segredo de sua irmã. O velho expressou surpresa, mas manteve a calma ao pedir que todos deixassem o quarto de Annabeth para que pudesse lhe examinar.

Quando este aproximou-se da loirinha, que o olhava com os belos olhos cinzas assustados, ele apenas sussurrou:

– Vai ficar tudo bem, minha querida. Apenas confie em mim.



Após uma hora de completa tensão por parte de Rachel, o bondoso médico finalmente saiu do quarto de sua irmã.

– A garota vai ficar bem. Ela teve uma ótima recuperação para apenas dois dias, e felizmente, nenhuma doença ou infecção se agravou. Creio que nenhuma medicação será necessária, ela apenas deve manter a boa alimentação, o que tenho certeza que não será nenhum problema.

Ele sorriu para Elizabeth, Silena e as duas criadas que ali se encontravam. A mãe das garotas pareceu aliviada, e enquanto ia no quarto ver sua filha caçula, o doutor mandou uma discreta olhadela para Rachel. A ruiva o seguiu enquanto este se retirava até o andar de baixo. Quando virou-se para a garota, este não parecia tão preocupado.

– E então...? – ela começou.

– Sua irmã ficará bem. Como eu disse, felizmente ela não adquiriu nenhuma doença ou infecção. – Ele abaixou a voz. – Sobre o risco de gravidez... bem, não há suspeitas de que a jovem esteja esperando um bebê. Ela me disse que tem se sentido bem, mas na verdade, ainda é muito cedo para lhe dar um resposta exata.

– Você contou à ela que pode acabar prenha?

– Não... mas Annabeth é uma jovem esperta. Ela provavelmente já sabe disso.

Rachel assentiu. – Tem razão.

– Me chame caso ela comece a mostrar suspeitas: enjoos, tonturas, vômitos...

– Claro, claro. Muito obrigada Dr. Fitzgerauld.

– Não há de quê, querida.

Rachel suspirou aliviada. Olhou em volta para checar se não havia alguém os espionando, mas não viu ninguém. Voltou para o segundo andar e encontrou sua mãe, Silena e uma Annabeth trêmula na cama.

– Você está bem? Como foi o exame?

– Estou bem. O exame foi... bem, constrangedor. E traumatizante. Não quero passar por isso novamente. – Annabeth respondeu.

As três mulheres que ali estavam riram.

~~~~

– Creio que agora posso sair de meus aposento, sim? – A caçula perguntou.

As três irmãs olharam esperançosas para a mãe.

– Tudo bem! – Ela suspirou. – Mas por favor, tome cuidado.

– Eu estou bem, mãe. – Annabeth se pôs para fora da cama em um pulo. Sua Aia a vestiu em um adequado vestido verde bebê. Era simples e confortável, mas a cor caía bem na garota de cachos dourados.

As três rapidamente correram para o enorme jardim do palácio. Annabeth nunca se sentiu tão feliz. Deixara a dor das más lembranças para trás, pois naquele momento tudo o que queria fazer era correr no gramado com suas irmãs e desfrutar da sensação de liberdade e felicidade, nem que durassem por apenas um breve momento.

– Para que vocês acham que será essa "festa"? – Annabeth fez o movimento de aspas no ar ao perguntar à sua irmãs, que caminhavam no jardim.

– Não me contaram, mas imagino o que seja... – Silena respondeu.

Annabeth observou Rachel ficar inquieta ao seu lado.

– Rachel?

A ruiva suspirou.

– Não me disseram o motivo exato também, mas quando eu questionei Paola, ela disse que provavelmente uma de nós ficará noiva nesta festa.

– Ugh! – Annabeth exclamou. Então sorriu sapeca. – E se nós não comparecêssemos na festa?

– Seria ótimo, mas creio que não podemos fazer isso. – Rachel falou.

– Não mesmo. Não consigo imaginar o que poderiam fazer para nos obrigar a estar na festa, já que uma de nós já tem a mão prometida para aquele jovem.

– Hãn? Que jovem? – Annabeth perguntou.

– Luke, é claro. Uma de nós está prometida à ele, então é claro que a família Castellan estará aqui hoje.

Annabeth parou ao ouvir aquele nome. Seus olhos ficaram vidrados, como se sua visão não estivesse mais ali no quintal de seu lar.

– Annabeth? – Silena chamou.

– Luke? – Ela perguntou, sua voz quase inaudível.

– Sim. Depois de nosso pai passar o Festival inteiro falan...

– Espere, Si. – Rachel falou, segurando os ombros de Annabeth.

– Eu preciso... eu... – a caçula cambaleou até encontrar um banco e se sentar.

– O que há? Por favor, não me diga que está enjoada... – Rachel perguntou, apoiando o rosto entre os dedos.

Annabeth não respondeu, apenas apoiou os braços no assento do banco e inspirou fundo repetidas vezes. Aquilo só podia ser um pesadelo.

– Annie, não se apavore. Esqueceu que Percy também estará aqui? – Silena falou.

– O quê? – Annabeth parou e a encarou. Ela não sabia como Silena achava que Percy tinha algo a ver com seu pânico, mas não ligou.

– Irmã, em que mundo você está? Estamos falando da segunda família mais importante do reino, é claro que seu grande amor estará aqui.

Annabeth desferiu um tapa no braço de sua irmã.

– Isso não tem graça! – Ela riu e suas irmãs a acompanharam.

– Outch, já está bem melhor, hum? – Silena falou, esfregando o braço com uma mão.

Annabeth levantou-se, mas Rachel ainda a olhava, tensa.

– O que foi, Rachel?

– Tem certeza de que está bem?

– Deuses, Rachel! Você está constantemente se preocupando comigo. Isso foi só... – Annabeth sacudiu a cabeça. – Eu estou bem, relaxe.

Annabeth tentou deixar Luke de lado e voltar a conversar e rir com suas irmãs, mas só de imaginar que logo ela veria o causador de seus maiores pesadelos perto novamente, já a deixava tensa e distante. Pelo menos lhe consolava o fato de que voltaria a ver Percy, mesmo que eles não estivessem se falando. Faria de tudo para manter-se próxima dele e de sua irmãs, não ousaria isolar-se novamente. Não cometeria o mesmo erro, e então talvez, ela ficasse livre de Luke.

Enquanto passeavam do lado de fora, as irmãs observaram os criados rapidamente organizarem o espaçoso quintal para receber os convidados, mas não por muito tempo, pois não tardaram em chamarem-nas para dentro para assim, se aprontarem.

Annabeth fora banhada na água quente misturada em óleos do Sul. As criadas lhe esfregaram bem os braços, os pés e embaixo do pescoço, de modo que sua pele nestas regiões ficaram um pouco avermelhadas. Quando finalmente ficou limpa, lhe secaram em toalhas felpudas. Enquanto sua Aia Maura lhe untava um perfume suave de algodão - cujo aroma Annabeth adorou -, outra criada escovava seu longos cabelos dourados. Maura lhe apertou o espartilho e a vestiu em um belo vestido azul clarinho, que Annabeth aprovou bastante. Duas mechas de seu cabelo foram puxadas para trás e transformadas em finas tranças que foram presas na parte de trás da cabeça, de modo que seu rosto ficou bastante visível.

Mais uma vez, Annabeth tentou não ficar nervosa e pensar em Luke enquanto se olhava no espelho. Não usava nenhuma joia. Primeiro porque não gostava muito, apesar de já ter se encantado com muitas jóias que vira nos eventos de família; e segundo porque estava de dia, e ela não aprovava o uso de jóias extravagantes naquele horário, embora fosse a única que pensasse assim.

Logo estava do lado de fora com suas irmãs. Cumprimentaram vários dos convidados que agora dançavam, comiam e bebiam espalhados no grande jardim. Não haviam muitos no local e Annabeth olhava ao redor com uma certa expressão de tédio. Ela reconhecia poucos rostos pois nunca prestava atenção neles direito, porém sabia que já vira todos antes. Sua respiração acelerou um pouco assim que avistou Sally e Percy se aproximando. Sally a cumprimentou gentilmente, assim como à Rachel e Silena. Ela não pôde evitar suas bochechas de corarem quando ele se aproximou, mas não conseguiu desviar os olhos dele. Graças aos deuses, ele simplesmente agiu educadamente e beijou-lhe a mão.

Não levantou os olhos, mas sabia que a Rachel e Silena a olhavam, provavelmente com um sorrisinho no rosto. Ora, por que Annabeth contou mesmo à elas? Agora tinha vontade de pular dentro de um buraco e sumir da terra, mas infelizmente não podia fazê-lo.

Annabeth não aguentava mas ficar ali parada bebericando uma bebida qualquer, mas assim que viu que a família Castellan finalmente chegara, não ousou ir para qualquer lugar sozinha. Tratou de se controlar e tentar evitar que suas mãos tremessem. Queria fazer algo para tirar-lhe sua atenção daquela família mas sabia que isso não adiantaria no fim, porque eles se aproximavam para cumprimentar as irmãs.

A cada passo que Luke dava na direção deles, sua respiração ficava mais pesada. Tentou novamente se controlar. Fechou os olhos e inspirou lentamente. Frederick os recebeu um tanto eufórico. Percebeu que Luke rapidamente desviou os olhos dela, parecendo nervoso. Annabeth estranhou, então percebeu que talvez fosse para disfarçar que ele tivesse algum interesse nela ou sabe-se lá o que.

Então sentiu raiva. Raiva por ele estar ali sorrindo para todos, por ter aquela imagem de homem exemplar. Sentiu raiva porque, se ele fizera aquilo com ela, com quantas outras ele também não fizera? Sentiu raiva porque ele iria se casar com uma delas, e por ele ter conquistado tanto e a todos do reino quando na verdade não merecia nada. Luke Castellan já não parecia tão charmoso aos olhos de Annabeth; agora ele era nada mais do que um falso, canalha e escroto homem aos olhos dela.

Desviou os olhos dele e encontrou Percy do outro lado do jardim conversando com uma garota de cabelos cor de mel e olhos da mesma cor sorrindo cativante para ele. Sentiu algo desagradável dentro de si mas ignorou. Ele encontrou os olhos dela por um momento e ela desviou rapidamente. Luke estendia uma mão para Rachel e ela o olhava em um misto de surpresa, raiva e confusão. Então a ruiva percebeu que todos a olhavam e ela se recompôs.

– Seria uma honra. - Ela disse educadamente e segurou a mão estendida. Annabeth teve um mini ataque de pânico, mas então percebeu que eles só estavam indo para a pista de dança. Luke a girou suavemente e colou os corpos. Rachel a olhou como se dissesse "não mereço isso."

– Me concederia o mesmo? - uma voz rouca e familiar falou ao seu lado. Annabeth olhou assustada para Percy que estava a sua frente estendendo uma mão à ela, a coluna levemente inclinada e outra mão à suas costas.

– Como? - Ela perguntou.

– A dança. - Ele falou simplesmente. Ela levou um segundo até entender o que ele perguntava.

– Ah - ela disse brilhantemente. Deuses, como estava lerda naquele dia! - Claro, claro. - Respondeu sorrindo.

Sally, Elizabeth e Silena deram um risinho, o que a deixou com vergonha. Mas ela estava principalmente confusa e surpresa. Jurava que ele estava magoado ou até com raiva dela, porém, ali estava ele agindo normalmente e levando-a até a pista de dança. Podia se sentir aliviada por isso, mas na verdade ficou um tanto decepcionada. Então queria dizer que não fazia diferença se ela o amava ou não?

Ela não pôde evitar sentir um calor em seu corpo quando ele encostou-se nela e pôs uma mão em sua cintura. Talvez ele estivesse mais encostado do que deveria, mas ele não se importou. Ela inspirou levemente seu cheiro de maresia e todo seu nervosismo e medo que sentira mais cedo se dissiparam. Como era bom tê-lo de volta. Fora apenas dois dias que ficara sem ele e mesmo assim morrera de saudades. Principalmente com as complicações que passara nas últimas horas.

– Seja bem vindo de volta. - Ela murmurou em seu ouvido e ele deu um risinho.

– Obrigado.

– Por que tinha ido para casa? - Ela perguntou. Ele balançou a cabeça.

– Acho que não posso chamar aquele lugar de casa - ele disse ignorando sua pergunta. - Não é o mesmo sem você por perto.

Ela sorriu percebendo que ele dissera você e não vocês.

– Aqui também não é o mesmo lugar sem você. - Confessou ficando com ainda mais vergonha. Ela o olhou à tempo de ver que seu sorriso se transformou em uma expressão melancólica. Então se lembrou.

– Venha. - Ela sussurrou e o puxou por um caminho que não pudessem ser vistos. Logo chegaram no lugar favorito dos dois. O estábulo. Entraram e ela inspirou o cheiro de feno. Aquele era um lugar confortável e onde eles costumavam ir sempre quando queriam ficar sozinhos. Lembrando-se disso, perguntou-se como nunca percebeu que era apaixonada por ele. Passavam os quatro muito tempo junto, mas no fim, sempre arrumavam um jeito de ficarem sozinhos. Deitavam-se nos fenos e ficavam jogando conversa fora. As vezes até se aninhavam e em alguma ocasiões, caíam no sono. Se alguém não os encontrassem, acabavam passando a noite ali. Ninguém nunca se importou, eram apenas crianças. Mas depois tornou-se uma preocupação. Nessa idade, poderiam identificar algum sentimento maior que amizade, e Frederick sabia disso, de modo que proibiu que os dois voltassem a ficarem ali juntos e sozinhos.

– Eu detesto essas festas, você sabe disso, não é? - Ela falou, ainda de costas para Percy que fechava a porta.

– Não é difícil de perceber. - Ele riu. - Tenho que confessar que eu também.

– Há quanto tempo não vínhamos aqui? - ela perguntou. - Digo, só nós dois.

Ele parou ao seu lado e olhou ao redor.

– Faz bastante tempo. - Percy suspirou. - Eu gostava de ficar aqui.

– Eu também. Percy, você sabe por que ele proibiu que continuássemos vindo para aqui, certo?

– E-eu... acho que sim. - Ele gaguejou parecendo constrangido.

Annabeth deu de ombros. - De qualquer forma, isso não impediu que passássemos mais tempo juntos.

Ele a olhou, confuso.

– Annie, tem algo que queira me falar? - Ele perguntou e se virou para ela.

Ela mordeu os lábios. Como diria aquilo? Falaria direto? Faria um discurso? Não. Deuses, sentiu sua coragem se esvair novamente. Estava indo bem, mas ficar de frente pra ele e olhar diretamente naqueles olhos verde-mar a fazia perder o fio da meada.

– Eu... eu... sim. - Ela afirmou. - É... sobre aquela manhã...

Ele arregalou os olhos um pouco.

– Não, Annie, esqueça aquilo, por favor. Eu não deveria...

Ela balançou a cabeça, interrompendo-o.

– Me desculpe por aquilo. - Ela disse e ele a olhou sem entender. - Eu quero dizer... o que eu falei.

Ele balançou a cabeça.

– Você não tem que pedir desculpas, só disse a verdade.

– Que droga, Percy, não! - Annabeth exclamou. - Eu estava errada. Eu sou uma idiota, deveria ter percebido antes... você tem sido a melhor pessoa que alguém pode ser comigo e eu deveria retribuir isso. Mas quando você me pergunta se eu amo alguém, digo que não e isso foi tão frio. Você merecia uma resposta melhor. Ou eu deveria dizer: a verdade.

Percy abriu a boca querendo falar algo mas ao perceber o que Annabeth dizia, não conseguiu emitir nada.

– Então quer dizer que mentiu para mim? - Perguntou, por fim.

– Não, Percy. Eu não quis mentir, me desculpe!

Ele apenas pareceu mais magoado. Annabeth se odiou naquele momento por nem mesmo conseguir confessar seus sentimentos sem magoá-lo. Ela deveria dizer mais.

– Percy, por favor, me entenda. Você me pegou de surpresa e eu não soube o que responder porque nunca pensei neste assunto. Eu não menti, eu apenas não sabia a verdade! Consegue entender a diferença?

Ele a olhou, parecendo esperançoso. Antes que ela perdesse a coragem, aproximou-se e, apoiando-se um pouco nas pontas dos pés, segurou seu queixo - agora perfeitamente barbeado - e encostou seus lábios nos dele.

– Eu deveria ter feito isso antes, mas ao invés disso fiz você ficar tão decepciona... - ela disse mas ele a interrompeu colocando um dedo em seus lábios.

– Shh. - Ele disse, ainda com os olhos fechados. - Não estrague o momento mais esperado da minha vida.

Ela sorriu e lhe beijou mais uma vez. Seus lábios eram como seu cheiro. Como o ar oceânico. Ele segurou a mão dela que estava em seu rosto e beijou a palma. Depois seu ombro exposto, pescoço - o que lhe fez subir um arrepio -, sua bochecha e seus lábios novamente. Era como se ele realmente tivesse esperado aquilo a vida inteira, e vendo naquele momento a forma como ela própria estava se sentindo, percebeu que também sempre esperara. E aquilo foi o suficiente para fazê-la colocar os braços ao redor de sua nuca e aprofundar o beijo.

"Deixe nossos corações pararem e bater como um só, deixe nossos corações pararem e bater como um para sempre."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Kisses and bye -A



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