O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 35
Capítulo XXVII - Revelações


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente, nem digo nada né? Quero agradecer ao carinho dos meus leitores que me deixam comentários lindos e me enchem de ideias. Esse capítulo é bem cheio de informações, e portanto, bem confuso. Qualquer dúvida pode perguntar, que vou ter prazer em esclarecer as confusões que fiz!
Terminamos o cap. anterior com a revelação do traidor, mas esperem, temos muito mais a descobrir agora. Acompanhem Chris Hareston nas suas explicações, Hermione na sua luta, e estejam prontos para muitas Revelações.
Boa leitura! ^^



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Capítulo XXVII

Revelações


Hermione Granger jamais poderia imaginar que a situação tomaria aquelas proporções.



Ao reunir os antigos membros da A.D. para irem lutar em Londres, não esperava que sua atitude se tornasse uma campanha de resistência. Gina usara as moedas para informá-los da situação, mas a notícia se espalhara – Hermione suspeitava de Lino com o Observatório Potter – e agora um batalhão de quase duzentos bruxos se movia rumo à cidade de todos os modos imagináveis.


Os Lobisomens mutantes estavam atacando todos os pontos da Inglaterra, porém Londres era o chamariz de toda a confusão. Hermione, Gina e seus confederados foram inundados pelo caos assim que puseram os pés no chão. As criaturas destruíam tudo que encontravam pela frente, e a força delas era descomunal. Frangalhos de postes, motos, carros e concreto enchiam as ruas. Havia uma grande quantidade de fumaça proveniente das construções que haviam se incendiado, e que faziam as únicas luzes naquele breu. Água jorrava por baixo do asfalto despedaçado, se misturando com os corpos moribundos, cheios de sangue e da substância amarela, espalhados pelo chão.

– Onde estão os Aurores? – Gina gritou ao seu lado tossindo por causa da fumaça.

– Eu não sei. – Hermione desviou o olhar de um corpo estraçalhado aos seus pés. – Temos que ir para lá! – apontou para a praça na frente do Big Ben, o único local onde os postes ainda emitiam luz.

A menina concordou e o restante da formação que ainda não tinha se dispersado as seguiram. Eles passaram por grupos de pessoas que corriam desesperadas – adultos, crianças e polícia trouxas eram recolhidos em carros blindados e levados pra longe. No meio de toda a confusão alguns ficavam pra trás e eram pegos pelos monstros. Hermione se adiantou a tempo de salvar uma menininha das garras de um deles, entregando-a a mãe enquanto os colegas davam cabo da criatura. Eles voltaram a correr, dobrando esquinas, se desviando dos estilhaços de vidro que voaram de um prédio ali perto; de varinhas em mãos, atirando em qualquer vulto de mais de dois metros de altura.

Pareceu se passar uma eternidade até que chegassem ao centro. Os prédios dali estavam conservados, como se as criaturas tivessem vindo da periferia destruindo tudo até chegar ali. Mas Hermione desconfiava que aquele estado incólume permanecesse por pouco tempo. Havia dezenas de Lobisomens espalhados pela praça, e os Aurores restantes recuavam para trás de uma barricada de fogo, lançando feitiços para distrair os inimigos.

Muitos estavam machucados, e outros tantos – bruxos e trouxas – contaminados pela substância. Era perceptível que eles não iam conseguir conter as criaturas por muito mais tempo. O número deles estava reduzido a um pouco mais de sessenta combatentes. Hermione olhou as dez pessoas ao seu redor e decidiu que aquilo deveria bastar.

– E lá vamos nós. – Jorge sussurrou baixinho com quê de ironia.

– Que Merlin nos proteja. – Hermione ouviu Neville dizer.

No momento em que aquele diminuto grupo corria para a batalha, eles adorariam ter bradado um grito de guerra inspirador que demonstrasse sua coragem e amedrontasse os inimigos; mas tudo que Hermione, Gina, Neville, Jorge, Simas, Dino e os outros bruxos conseguiram foi um urro do fundo dos pulmões que nem sequer sobressaltou as criaturas.

–*-

As palavras de Chris Hareston surtiram um efeito imediato.

Todos os Aurores sacaram as varinhas ao mesmo tempo, cada um na direção de seu suspeito. Rony, Loren e Steven se viraram para Patrick, enquanto este tinha a varinha erguida para Chris. Draco apontava para esse último, e talvez por isso Harry tenha ficado indeciso, ficando apenas de arma em punho sem direcionar para nenhum dos dois.

Foi um momento de tensão. Ninguém se movia temendo um ataque repentino.

– Do que você está falando Hareston? – Harry perguntou mirando para ele.

– Ele está louco. – a voz de Patrick Stane vacilou apesar de a arma continuar firme em sua mão. – Isso é algum tipo de brincadeira?

– Não há brincadeira alguma. – Chris Hareston respondeu seco, dando alguns passos na direção do oponente. Seu olhar transbordava desprezo. – Você é o traidor. Um maldito duas caras.

– Fique onde está. – Draco preveniu-o com um aceno de varinha.

Chris fechou o cenho e estacou.

– Escutem. – ele levantou uma das mãos em sinal de paz. – Sei que devo muitas explicações, mas vocês têm de acreditar em mim.

– Ele está tentando nos colocar em uma armadilha. – disse Patrick. - Ele está nos confundindo Potter, nos fazendo discutir para ganhar tempo para seus amiguinhos lobisomens.

– É mentira! – Loren se intrometeu. – Acredite no Chris, Harry!

Harry Potter ficou ainda mais impaciente com a intervenção de Loren. Estavam próximos demais do esconderijo maligno para tais picuinhas. Ele não sabia se devia acreditar em Chris Hareston, mas não via motivos pelo qual o garoto pudesse lhe mentir naquela situação em que estava.

Além disso, estava ficando cansado. Tinha a sensação de ter deixado algo escapar à sua visão com relação ao traidor, por mais que estivesse inclinado a acreditar no envolvimento de Siger Crowe. Assim, a perspectiva de Hareston lhe esclarecendo todas as interrogações que ajuntara nesse tempo, era tentadora - e mais do que tudo, desejava sair logo daquele impasse. Cada segundo que passava era uma vida a mais perdida para o ataque Lobisomem.

– Abaixem as varinhas e entrem na casa. – ordenou. Houve um momento de hesitação até que todos obedecessem de uma vez. A construção abandonada coube os sete num cômodo apertado. Harry lançou um Abafiato. Agora poderia parar de se preocupar com as sentinelas que deviam estar rondando os limites.

– Conte o que aconteceu com você. – Harry exigiu para Hareston com a voz firme. Patrick abriu a boca para interrompê-lo. – Silêncio! – ameaçou. – Ou vou decidir essa história agora mesmo!

O loiro fechou a cara, mas acenou positivamente com a cabeça.

– Conte. – voltou-se para Hareston outra vez. – E rápido.

– Estava na cena do crime. Examinando as pistas. – o Auror falou o mais depressa que sua respiração pesada permitia. – Fui pego numa armadilha, o Sexto Esquadrão está morto. – o choque se espalhou pelos rostos dos bruxos. – Todo o Sexto Esquadrão... Menos um.

Os olhares se voltaram para Patrick.

– Eu não poderia saber. – o loiro pigarreou para encontrar a voz. – Foi uma infeliz coincidência. Eu fui dispensado pelo Jason, se não estaria morto também.

– Mentira! – Chris voltou a erguer a varinha. Todos os demais reassumiram suas posições de combate.

Harry dessa vez mirou em Patrick.

– Isso não prova absolutamente nada! – o outro rebateu. Ninguém veio em seu auxílio então ele mudou de tática. – Você pode estar inventado tudo isso. Como podemos saber que você é mesmo o Chris? O verdadeiro Hareston pode estar morto há tempos, e este impostor aqui nos fazendo perder tempo.

Harry voltou sua mira para Chris Hareston, sentindo uma pontada de dúvida com essas últimas palavras.

– Sou eu. – o menino respondeu. – Eu lhe mandei a carta Potter porque desconfiava do Siger...

– Eles estão trabalhando juntos! – Patrick interrompeu fazendo com que os olhares fossem para ele. – O Siger desapareceu no começo de toda essa confusão, e agora você aparece querendo me incriminar? O que você pretende com isso Hareston?

Chris o ignorou e continuou falando a Harry.

– Eu desconfiava do Siger, durante muito tempo acreditei que ele fosse o traidor. Mas agora vejo quem é o verdadeiro espião. – ele lançou um sorriso cínico para Patrick. – Ou melhor, ainda não vejo.

Harry olhou para os lados sem saber se tinha ouvido direito.

– Como assim ainda não vê? – sentiu-se obrigado a perguntar.

– Onde está o corte no seu braço Patrick? – o Auror deu alguns passos na direção de Patrick que se mantinha estático, com o cenho fechado. – Quanto tempo vai demorar até que a cicatriz reapareça?

– Eu não sei do que está falando. – Patrick recuou.

– Tem certeza? - Chris Hareston fez um pequeno aceno de varinha e, antes que Patrick pudesse impedir, um frasco voou de sua capa e veio cair aos pés de Harry.

– Senhoras e senhores, - Chris anunciou varinha a varinha com Patrick. – estamos diante de um impostor.

Harry agachou-se e tomou o frasco nas mãos. Sentiu o cheiro marcante antes mesmo de levá-lo ao nariz.

Era poção polissuco.

_*_


Segundos sangrentos passavam, aprazes, em Londres.



As criaturas caíam perante o ataque dos Aurores devido aos reforços da população bruxa que chegara recentemente. A luta que antes era baseada em táticas e estratagemas, agora movia-se pelo desespero daqueles que ansiavam a sobrevivência. Havia no espírito daqueles guerreiros uma indubitável vontade de vencer, ou de no mínimo levar quantos inimigos pudessem com eles. O desejo de proteger os inocentes daquele ataque despropositado e vil dava ânimo aos corações dos combatentes, refletindo no seu poder mágico que criava feitiços cada vez mais fortes.


Da desesperança, vinha a força para triunfar.

A maior surpresa veio, porém, quando os bruxos se depararam com mais um obstáculo. As criaturas que reproduziram uma ofensiva em massa contra qualquer ser humano que dispusera em seu caminho, não tiveram o intento de matá-los. Assim, enquanto os Lobisomens eram, aos poucos, invalidados pelos feiticeiros, suas vítimas logo se transmutavam pela influência da Lua. Os corpos estraçalhados se refaziam no âmbito da substância amarela, os ossos quebrados voltavam a seu lugar, os ferimentos cicatrizavam. Totalmente restituídos começava a mutação: a face pacífica se contorcia numa carranca feroz sedenta por carne, o corpo alongava-se, a pele enegrecida ganhava forma, e por fim, os olhos resplandeciam amarelos.

As proles abjetas, outrora vítimas indefesas, se adiantavam rumo aos Aurores, que não tendo outra opção, tentavam desacordá-las ainda que o efeito durasse pouco tempo. A dúvida era cruel: como saber quem era vítima e quem era vilão? Até que ponto valeria matar para salvar uma vida?

_*_

Todas as varinhas foram apontadas para o impostor que se passava por Patrick Stane. Diante de tal reprimenda, ele rapidamente desfez sua expressão indefesa, substituindo-a por um sorriso malicioso ao rebater a Chris:

– Pensei que nunca fosse descobrir. – riu. – Há quanto tempo sabe?

– Eu desconfiava. – Chris não se abalou pelo divertimento do outro. – Uma observação da Loren me fez ficar atento, e então tudo se encaixou. – Virou-se para Harry. – Você estava cauteloso demais com o Siger para considerar essa possibilidade em especial Potter. Tenho certeza que chegou a mesma conclusão que eu depois da missão: de que tínhamos um traidor entre nós.

– Muito bem observado. – o impostor acrescentou em tom de riso. – Mas quem? Esperemos até o efeito da poção passar.

– Sei também, - Chris ignorou seu adversário. - que colocou todos nós na balança, não o julgo por isso, foi muito sensato e eu teria feito o mesmo; ou melhor, fiz. Desconfiei de todos até o último segundo, inclusive tinha decidido com a Loren de vigiarmos o Steven, e de assim que tivéssemos mais informações sairmos para resolver isso nós mesmos. Mas houve um imprevisto e comecei a desconfiar mais do Patrick, ainda mais quando cheguei à cena do crime e encontrei uma mancha de poção polissuco no chão, perto de um esguicho de sangue.

– Então foi isso que me denunciou? – o falso Patrick estava comicamente abismado. – Depois de tantos buracos que deixei no caminho, me descobriu somente agora? Da próxima usarei uma placa neon com o aviso: o mal está aqui.

– Quieto. – Harry ameaçou. – Vamos chegar logo ao fundo disso.

– Sim... – o impostor fez uma pausa antes de acrescentar com deboche. – Titio.

O braço de Harry que empunhava a varinha tremeu com a fúria repentina despertada ao lembrar-se que o ser a sua frente estivera a um passo de fazer mal ao seu sobrinho. Rony, prevendo um desastre, aproximou-se do amigo e sussurrou:

– Fique calmo Harry. – disse firme. – Um disparo e vamos denunciar nossa posição. Então esse cara aí vai ser o menor dos nossos problemas.

O menino assentiu a contragosto, e relaxou a postura.

– Você, - ordenou ao falso Patrick. – cale a boca. Continue Hareston.

– Automaticamente me lembrei do meu encontro com o Stane mais cedo, - continuou Chris. – e da cicatriz em seu braço, motivo pelo qual havia saído em busca de mais informações da tentativa de seqüestro. Obviamente, aquele sangue só poderia pertencer a ele. O esguicho era longo e fino, características de um corte rapidamente estancado por um feitiço. E a cara de surpresa quando mencionei o ferimento, me confirmou o uso da poção polissuco. Definitivamente alguém estava se passando pelo Patrick.

– Genial. – o traidor parabenizou. Harry lhe lançou um olhar de advertência, e ele se fez de chocado. – Oh, é verdade, me desculpe. Não vou mais interromper a narrativa das descobertas óbvias do nosso colega. Por favor, continue Chris.

– Então só me restava descobrir quem. – Hareston deu ênfase a esta frase, cultivando o clímax da história. – Cheguei ao subsolo do estádio e encontrei os corpos. A evidência estava clara, o Patrick não estava entre eles. Mas o melhor veio depois. Uma armadilha para quem tentasse se aproximar, feita de gases paralisantes com, inclusive, substâncias trouxas. Imediatamente as coisas se encaixaram, pois aquela pessoa já havia demonstrado ligação com medicina trouxa.

– Espere, - Rony interrompeu. – isso tudo ainda não explica onde o verdadeiro Patrick Stane foi parar.

– É aí que está. – Chris se empolgou. – No dia do seqüestro nos vestiários, pelos meus cálculos, haviam três invasores somados a Charlotte, Patrick, Jessica e Teddy. – ele fez a soma nos dedos. - Somente duas pessoas foram levadas. Reconstituindo a cena, eu acredito que a Charlotte tenha ficado com o Teddy e sido capturada por último, já nos corredores. Eram três invasores, mas no corredor havia evidências da presença de quatro bruxos ativos. Quatro!

– Ora, mas poderia ter sido a garota que foi capturada não? – Malfoy pela primeira vez se inteirou dos fatos.

– Não, não. – Hareston sorriu triunfante. – Eram quatro bruxos ativos. Ou seja, um desse quadro tinha se virado para lado do mal. Acreditei que era o Patrick, mas a poção polissuco e mais um fato me fizeram enxergar a verdade.

– Que fato? – Steven esboçou a curiosidade de todos.

– Sim Hareston, - o impostor parecia igualmente curioso. – que fato?

– No resto do carpete do vestiário, - ele respondeu pausadamente sentindo o gosto da vitória em cada palavra. – no centro do aposento, havia uma irregularidade. Uma marca que indicava que algo muito pesado, um corpo, havia caído ali. – Chris manteve o olhar fixo no falso Patrick enquanto relatava. - O seu relato, diz que você foi despertado pelo Potter no canto da parede.

– De acordo com o relato, confere. – o traidor confirmou com expectativa.

– Mas, - Chris se demorou. – a marca no canto onde você foi encontrado estava bem menos proeminente, o que me leva a constatar que ela é mais recente, e que, portanto, você foi estuporado depois da Jessica.

– Confere.

– Só que, a marca no centro, que devia ser o corpo da Aley, tem o seu porte.

– Ela deve ter engordado um pouco. – ele debochou.

– A verdade, - Chris se dirigiu a todos dessa vez. – é que o nosso grupo foi encurralado pelos três invasores. Numa atitude padrão, foi ordenado à Charlotte que levasse o menino pra longe do perigo. Patrick e Jessica chegaram aos vestiários e lutaram com seus oponentes. Alguém usou o Fogomaldito. E alguém foi ferido no braço. O que continuou de pé tentou segurar as pontas, mas foi estuporado pelas costas pelo parceiro, fazendo nossa primeira marca. Os invasores, agora quatro, alcançaram a Charlotte no corredor. Suponho que ela tenha escondido bem o garoto, e sentindo a aproximação de alguém, os bandidos deram pra trás de volta aos vestiários. Abriram uma chave de portal, estuporaram o colega já transmutado pela poção polissuco fazendo nossa segunda marca, e levaram os corpos consigo.

– Muito engenhoso de nossa parte não acham? – o traidor rodopiou a varinha nos dedos completamente indiferente. – Mereço um dez pelo meu sacrifício.

– Vocês já chegaram a conclusão correta, mas permita-me acrescentar algo. – dessa vez o Chris esboçou um sorriso. – Um pequeno detalhe que faz toda a diferença. – ele fez uma pausa e se aproximou do adversário com um ar de deboche. – Meu amor, - ele pressionou a varinha na garganta do impostor que sorria malicioso. – o Patrick jamais foi canhoto.

Hareston se afastou devagar, triunfante por ter esclarecido toda a história. O impostor observou a mão que empunhava a varinha enquanto massageava a garganta e desprendeu uma gargalhada atroz. No braço esquerdo a cicatriz começava a reaparecer, sinal de que o efeito da poção estava no fim.

– Eu me esqueci disso. – continuou rindo. – Eu me esqueci! Mas isto não tem importância não é mesmo? – a face começou a desfigurar, a estatura abaixou, os cabelos escureceram. – Estamos no fim! Nada mais importa! – a risada sádica continuava. Os olhos castanhos apareceram, juntamente com o cabelo grande e liso. – Vocês vão morrer, eu venci!

As roupas tornaram-se grandes demais para o corpo esguio de Jessica Aley.

_*_

– Sua vagabunda! – Loren saiu do seu silêncio, ultrajada. – Eu confiei em você. Nós todos confiamos em você. Estávamos indo te resgatar sua maldita puta!

Jessica riu perversa.

– Ah, eu lamento. – ela fez uma cara de choro fingida. – Lamento quebrar os coraçõeszinhos tão ingênuos de vocês. O mundo é realmente cruel. – sua face se tornou maliciosa novamente. – É verdade, eu fiz vocês confiarem em mim, mas estava nessa o tempo todo. Meu mestre tinha mandado eu vencer o Harry no PSEA, para que ele caísse na armadilha junto com os outros perdedores. Mas eu não podia mostrar todo o meu poder e falhei. Então tive que refazer o plano. – ela se mostrou irritada. – Me infiltrei entre vocês e retirei o que poderia ser mais perigoso ao meu intento. Naquela vez que saímos, joguei Amortentia no copo do Chris, e consegui tirá-lo do meu caminho.

– Não por muito tempo. – o garoto acrescentou com raiva.

– Por tempo suficiente. – sorriu. - Nossa primeira missão foi arquitetada. Fiz a denúncia anônima. Enquanto acontecia o assalto à Hogwarts, eu esperava um sinal do mestre se acaso algo acontecesse de errado. Foi dito e certo, tive de abaixar a guarda e me deixar ser desacordada. É claro que a maior parte foi encenação, mas ainda assim você Potter – ela olhou Harry com desprezo. – escapou.

“Ao menos uma coisa boa adveio, o Steven foi contaminado. E por uma incrível sorte do destino, ele foi o único que completou a mutação com sucesso. É claro que meu mestre precisava descobrir como, e por isso roubei uma amostra de sangue do St. Mungus no dia em que fomos buscá-lo. Depois deixei acidentalmente na geladeira algumas almôndegas, só pra testá-lo.”

– Foi você! – vociferou Steven. Rony interveio outra vez num gesto calmante. – Sua desgraçada, sua...

– Puta. – Loren acrescentou baixinho.

– Foi magnífico! A transformação era perfeita! – Jessica riu triunfante. – Mas meu mestre ainda precisava do que você tinha Potter. A Varinha das Varinhas.

Dessa vez alguns traços de reconhecimento e espanto perpassaram os presentes. Harry permaneceu indiferente.

– Eu sempre me encontrava com meu Mestre, - Jessica continuou. – transmutada em alguém. Por questões de segurança, claro. Depois passei a me aproveitar para semear a discórdia, e tirar o foco de mim. No dia depois da missão que nos reunimos na sala sete, sai no elevador com Patrick, coloquei ele pra dormir, e tomei um pouco da poção. Voltei transmutada para falar com Chris, e revelar um dos segredinhos de Siger, os números do colar. Eu estava me arriscando com isso, claro. Ele poderia descobrir demais, mas foi um risco que tive de correr. E depois, ninguém pensava em mim como traidora. Ninguém, - ela se virou para Chris. – exceto você.

– Eu estava desconfiando que o Steven pudesse estar sendo manipulado, - explicou Chris. – pois o via saindo todas as noites para se transformar. – Steven ignorou os olhares que convergiram pra ele. – Então parei de comer e beber em casa, o que enfraqueceu o poder da Amortentia e pude finalmente pensar. Loren me alertou para esse fato no dia em que eu terminei com você. Foi então que você entrou na minha lista de suspeitos.

– Loirinha inteligente. – Jessica debochou e Loren fez cara feia. – Quem diria. Bom, eu tinha de vir nessa missão então dei cabo no Sexto Esquadrão. O caso é que estamos todos aqui, sem máscaras, totalmente expostos. E também, - ela fez uma pausa maliciosa. – que vocês serão mortos pelo mestre.

– Quem é esse mestre de quem tanto fala? – perguntou Harry.

– Ah, algo me diz que você vão conhecê-lo logo, logo.

Não houve tempo de detectar o perigo na voz da Jessica, pois as sentinelas já estavam de prontidão do lado de fora da cabana. Antes que pudessem reagir, tudo em volta se tornou branco e difuso. Estavam sendo paralisados por algum tipo de feitiço, enquanto Jessica passeava e cantarolava diante deles. Tamanho era o amortecimento que não sentiram quando foram transportados pelos guardas para outro local.

Era a sala da visão de Harry, de paredes cromadas, cheia de aparelhos e luzes. Em frente estavam duas camas inclinadas. Havia dois corpos em cima delas. Antes que pudessem distinguir a quem pertenciam uma voz os sobressaltou. Ela tinha um timbre extremamente familiar, assim como eram os olhos cinzentos do seu portador.

– É um grande prazer recebê-los aqui. – disse em tom cortês. - Há muito tempo que espero esse momento.























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Notas finais do capítulo

E então pessoal? Valeu a pena se bater com tantas suposições?
Eu espero que sim, e que tenha sido uma surpresa pra vocês a Jessica ser a traidora. (fui muito troll em deixar vocês acreditando que era o Patrick né?)
Como eu disse, tem muita informação nesse capítulo, e se tem algo que ficou muito no ar, podem pedir esclarecimentos para essa autora desleixada aqui! Deu pra entender que o Patrick foi desacordado pela Jessica enquanto ela fingia estar curando o ferimento né? Então, o vizinho de leito de Charlotte é... Sniff.
Ps.: Alguém se arisca a dizer onde o Siger aparece nesse capítulo? shuahsuahsua, sou mal!
PPs.: No próximo capítulo o Herdeiro se revela perante nossos mocinhos! OMG!
PPPs.: Alguém não vai se dar bem nesse final. A que personagem vocês estão preparados pra dizer adeus? (olha que eu vou considerar mesmo a opinião hein?)
Mil e 3 beijos, espero que tenham curtido. Alimentem essa alma troll de autora e deixem sua opinião! Até a próxima ;)



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