O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 34
Capítulo XXVI - O Traidor


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu andei demorando muito pra postar, então vim me redimir com vocês. Passei o dia inteiro - sem brincadeira - trabalhando nesse capítulo. Ele foi bastante especial e eu espero que gostem de lê-lo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo.
Terminamos o último capítulo com a armadilha em cima de Chris Hareston. Draco Malfoy está com Harry nessa jornada para desenvolver a cura da Mutação dos Lobisomens. Steven está por um fio, e Loren se encontra cada vez mais perdida. E agora? Onde vamos parar? Finalmente o traidor é revelado.
Boa leitura ^^



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Capítulo XXVI

O Traidor


Charlotte Charpentier tentou abrir os olhos, mas as pálpebras estavam pesadas como chumbo.

Um grande torpor se espalhava pelo seu corpo, impedindo-a de sentir qualquer coisa a sua volta. Não havia som algum, além do seu respirar compassado. Tentou mover as mãos, e se assustou ao perceber que não as sentia. Assim como braços, pernas e pés. Todo o seu corpo estava paralisado. Estava morta afinal?

Não, não posso estar morta, pensou confusa. Ainda tenho três relatórios pra entregar essa semana.

Esforçou-se para lembrar o que havia acontecido. Onde ela estava? Começou com o básico. Seu nome era Charlotte Charpentier, uma bruxa, francesa, e era a chefe do Departamento de Proteção aos Trouxas.

Muito bem, agora vamos mais a fundo, pediu a si mesma. Qual a última coisa de que me lembro?

Recordava-se de ir ao jogo de Quadribol. Depois houve a festa de noivado de Harry Potter, onde ela havia discutido com a pessoa mais indelicada e estúpida que conhecera. Então comeu, bebeu e pôs-se a brincar com o pequeno Teddy. E depois...

Oh Merlin!, se desesperou. Eles me pegaram, eles me pegaram!

Aflita, usou todas as forças que tinha para abrir os olhos. Tinha de descobrir onde estava, e tinha de sair dali. Aos poucos, uma pequena fenda de luz entrou em sua visão, abrindo-se completamente segundos depois. O impacto que a luz branca provocou na retina, fez as pálpebras se retesarem quase que instantaneamente. Quando seus olhos se acostumaram com a luminosidade ela pode distinguir os contornos de paredes cromadas em sua volta. Havia diversos aparelhos com luzes estranhas, que se embaralhavam e misturavam-se em sua mente.

Charlotte virou a cabeça devagar, tentando ignorar a tontura que se seguiu. Conseguiu vislumbrar a mão esquerda, atada a cama num grilhão luminescente. Olhou pra baixo e contemplou seu corpo vestido apenas com uma grande camisa branca, que dava espaço para mais correias brilhosas que a enlaçavam no móvel. Estava presa, esticada naquela cama, imóvel e vulnerável.

Do seu lado direito, depois de um tanque enorme com um líquido perolado, Charlotte viu um pedaço de algo que deveria ser outra cama como a sua. E sob ela uma pessoa. Ela se encontrava na mesma situação, vestida com a camisa branca e amarrada – ou ao menos seus pés, que eram tudo que a moça conseguia ver. Charlotte tentou emitir algum som, mas seus lábios estavam colados com algum feitiço e a garganta, seca. Tentando não entrar em pânico, deu um pigarro doloroso e arriscou novamente. Dessa vez um pequeno gemido ressoou no ambiente. O vulto se mexeu alguns centímetros e parou.

Charlotte ergueu a cabeça o máximo que as amarras permitiam e conseguiu ter uma visão além do tanque. Estava certa. Tinha alguém na outra cama, mas não era quem ela imaginava. A pessoa a encarou de volta, com olhos suplicantes, os lábios colados como os seus.

Não entendo. Porque você está aqui?, perguntou com os olhos.

Antes que pudesse ponderar mais sobre o assunto, ouviu o som de passos se aproximando. Desesperada tentou forçar as amarras. Era sua última chance de fugir. Debateu-se com todas as forças, enquanto a figura misteriosa continuava a aproximar-se pelo labirinto de tanques, mesas e aparelhos. A longa capa esvoaçava no caminho, mas os olhos lacrimejantes de Charlotte nada viam; tamanha era sua aflição para libertar-se.

Quando o bruxo estacou na sua frente, ela viu um tênue sorriso se formar em seus lábios. Ele a fitou um instante, indiferente ao seu esforço com as amarras. Inclinou-se sobre ela, e Charlotte prendeu a respiração. A mão do homem deslizou sobre sua face suavemente, e ele colou a testa com a sua antes de falar.

– Ah... – suspirou. - Eu lamento tanto.

Ele fez um movimento rápido, e uma pontada de dor se espalhou pelo corpo de Charlotte no lugar que o homem a espetara com a agulha. Suas veias começaram a queimar, e as lágrimas jorraram sem controle pela face. O mundo pulsava e ardia. A agonia era tão insuportável que Charlotte desejou morrer naquele instante.

– Espero sinceramente que sobreviva. – a voz chegou distante aos seus ouvidos.

O bruxo se afastou. Não antes que ela pudesse fitar aqueles conhecidos olhos cinza e depois se perder na cruciante névoa amarela.

–*-

Esse era o momento para Harry Potter revelar a verdade.

Estavam na estrada de terra, diante de um feitiço perímetro que só poderia ser quebrado caso Steven se transformasse em lobisomem. Ele não podia permitir isso. Não quando tinha no bolso esquerdo a arma mais poderosa de todas.

– Não. – Harry disse no instante que a decisão começava a se formar nas faces dos companheiros. – Não precisamos fazer isso. Você não precisa fazer isso Steven.

– Eu... eu não entendo Potter. – o loiro deixou escapar numa voz fraca e duvidosa.

Olhares confusos convergiram pra ele, mas Harry não se deixou abalar. Rony já havia entendido a situação, e Malfoy tinha no rosto a expressão de alguém que admite a solução, mas não gosta dela ainda assim.

– Sei que está preocupado com o Steven, Potter. – Patrick começou. – Mas esse é o único jeito. Ele tem de se transformar...

– Eu disse que não é necessário. – ressaltou um pouco irritado.

Rony se aproximou para que só Harry ouvisse.

– Tem certeza?

O bruxo meneou a cabeça em concordância. Era esse o momento. Com um suspiro ele guardou sua arma de pena de fênix, e sacou a Varinha das Varinhas. Ele não esperava nenhuma espécie de reconhecimento. Só havia três pessoas ali que sabiam o poder que ele tinha nas mãos. E por isso não ficou desapontado quando Loren e Steven continuaram a fitá-lo, confusos.

– Melhor se afastarem. – Harry precaveu-os.

Tinha pouca experiência com a Maximum Potentia, mas com a Varinha de Sabugueiro não precisaria usar-se dela. Precisava somente de um aceno e romperia com aquele feitiço perímetro de uma só vez. Um pequeno filme se desenrolou na mente de Harry, ao perceber o que aquilo significava.

Todos os perigos daquela missão; as conseqüências desastrosas para Steven; o assalto ao comboio das Relíquias dos Fundadores; o esconderijo em Hogwarts para a Varinha das Varinhas; os mistérios entre Chris e Siger; a Maximum Potentia; a tentativa de seqüestro de Teddy; o Alerta Vermelho do Ministro.

Não estavam só prestes a resgatar Charlotte e Jessica, ou de conseguir a cura para acabar com toda essa confusão de Lobisomens mutantes. Estavam perto de descobrir quem estava por trás de tudo isso.

Estavam cada vez mais perto da verdade.

–*-

No subsolo do Estádio de Quadribol, na ala leste, algo acontecia na sala escura.

Os seis cadáveres continuavam estendidos no chão, mas um em particular não parecia estar tão morto.

Chris Hareston sempre fora questionado pela quantidade de adornos trouxas que levava no corpo. Seus piercings chamavam atenção indevida, mas poucos sabiam o real significado de todas aquelas perfurações pelo corpo. Os brincos funcionavam como micro-cápsulas cheias com antídotos para os mais diversos venenos. Era um último recurso em caso de desespero.

Deste modo, pouco antes de perder os sentidos pelo gás paralisante, Chris acionara uma das cápsulas. Isso não evitou que ele desmaiasse, mas agora que o antídoto começava a fazer efeito, o bruxo voltava a recuperar a consciência.

Aconteceu devagar. Pouco a pouco os movimentos voltaram. Os dedos das mãos e dos pés moveram-se hesitantes. A respiração frágil tornou-se mais estável, e ele finalmente conseguiu pensar. Quando se sentiu suficientemente forte, ergueu o corpo num grito de esforço, pondo-se sentado no chão frio.

Chris Hareston retirou a cápsula usada, deixando apenas o furo em seu lugar e piscou algumas vezes na escuridão. Tremendo estendeu a mão a esmo, e conjurou a varinha. Um segundo depois ela esbarrou na sua palma, e seus dedos a evolveram com mais força do que deveria.

Ficou um instante imóvel. Reunindo forças pro que viria a seguir. Precisava chegar a tempo, ou tudo estaria perdido. Tinha de encontrar Harry Potter e revelar o traidor entre eles. Contar tudo que tinha descoberto, e aonde essas informações o tinham levado. Ele precisava impedir as criaturas de realizarem seu intento.

Acendeu a ponta da arma e contemplou os mortos mais uma vez, agradecendo intimamente por não estar entre eles. Fechou os olhos e concentrou-se na Magia Interior. Buscou-a no seu cerne e a expandiu por todo o corpo, sentindo a energia pulsar dentro de si.

Ao menos um bom uso para a Maximum Potentia, congratulou.

Sentiu-se imediatamente mais forte. Com um movimento, ele se pôs de pé. Ajeitou a capa sobre os ombros, estalou o pescoço dolorido.

Chris Hareston estava de volta.

–*-

Steven Morris observou enquanto Harry aprumava a Varinha na direção que supostamente estava o feitiço-perímetro.

O Auror sentia uma mistura de gratidão e desapontamento. Estava grato por não ter de se transformar, pois duvidava que conseguisse manter o controle. Mas também estava desapontado por ser alvo de pena dos outros.

Ora, pare de ser estúpido!, disse a si mesmo. O Harry só está tentando ajudar, você devia agradecer.

Além do mais, cada segundo que passava era um tormento para Steven. Agora que estava a céu aberto, o poder da Lua era quase irresistível. Mesmo tendo tomado uma dose dupla da Poção antes de sair na missão, ele sentia aquela conhecida sensação de formigamento. Siger o ensinara a Maximum Potentia na esperança de que ele conseguisse controlar a transformação. E Steven tentava. Tentava muito. Mas tudo que podia fazer agora era resistir ao máximo, para não arriscar perder o controle depois.

Todas as madrugadas ele se esgueirava pra fora da casa. Aparatava num terreno abandonado a léguas de distância e se transformava. Estava quase acostumado a sua forma lupina, e uma ou duas vezes conseguira retomar a consciência enquanto dilacerava um cavalo entre os dentes. Suas saídas noturnas eram um segredo para todos, exceto para o autor daquela idéia imprudente. Ninguém mais poderia saber daquilo, ou ele seria posto de novo no hospital rotulado como Definitivamente Perigoso.

Certa noite ele encontrara Chris Hareston no caminho, e teve de usar muitas desculpas pra escapar do olhar inquisidor do colega. Dede então ele notava uma certa desconfiança provinda do rapaz, mas como ele não se manifestava, Steven resolveu deixar pra lá.

Meu segredo está seguro, dizia sempre a si mesmo. Quando chegar a hora eu saberei me controlar.

Mas Steven sabia que essa hora nunca chegaria. Ou ao menos, não com a Lua a pino no céu, chamando-o para a liberdade. Decidiu então que estava mais agradecido do que desapontado pela decisão de Harry.

Com um suspiro, o Auror viu Harry hesitar um instante antes de fazer um pequeno aceno de varinha. Isso o surpreendeu, pois o loiro acreditava que o colega recorreria ao uso da Maximum Potentia.

– Está feito. – Harry anunciou perante olhares perplexos.

– Vamos. – Malfoy assumiu um tom que não propunha discussões e pôs-se a frente do grupo guiando-os pelo caminho acidentado.

Steven seguiu atrás. A Lua pulsava lá em cima, e aqui em baixo sua respiração começava a ficar ofegante. Acariciou as mãos com força, apalpando as unhas e temendo o momento em que elas se transformariam em garras.

–*-

Chris Hareston saiu cambaleando para o ar da noite.

Ainda não recuperara cem por cento da sua força, embora a Maximum Potentia tenha ajudado bastante. Meio trôpego fez um gesto de varinha para convocar a vassoura. Era seu último feitiço por alguns minutos, até que recuperasse a Energia gasta. Vislumbrou o veículo entre duas balizas do campo e momentos depois a vassoura estacionava diante de si.

Montou com dificuldade, mas com uma guinada pôs-se em alta velocidade, deixando o Campo pra trás em segundos. Enquanto o vento assobiava em seus ouvidos, Chris Hareston se deixou levar pelas lembranças...

Era uma madrugada silenciosa. Estava em casa, jogado na cama, repassando toda a conversa que tivera com Siger.

Ouviu o som de passos no corredor e ficou alerta. Saiu com cautela do quarto com a varinha em punho... E deu de cara com Steven. O colega se sobressaltou com sua presença, mas logo recompôs a expressão.

– O que está fazendo acordado? – o loiro perguntou aos sussurros.

– Eu que pergunto. - rebateu guardando a varinha.

– Precisava sair pra comprar algo.

– Com essa roupa?

O bruxo usava um moletom grande e folgado, acompanhado de um camisão branco. Estava descalço.

– Eu não queria chamar atenção. - se desculpou com um sorriso. – Estou preparando uma surpresa para a Loren.

Chris franziu o cenho e deu de ombros.

– Eu não quero me intrometer, então, não vi nada.

Steven lhe agradeceu e esperou que ele voltasse para o quarto para só então descer as escadas. Chris esperou o barulho da porta da frente se fechando, e saiu do cômodo pensativo. O colega acabara de mentir descaradamente em sua cara e ele precisava saber o porquê.

Abriu a porta do quarto de Steven e encontrou Loren na cama, dormindo profundamente. O garoto agradeceu a colcha que envolvia a menina nua, ou teria se esquecido do seu propósito ali. Silenciosamente abriu as gavetas, vasculhou o guarda-roupa, em baixo da cama, no parapeito da janela. E foi ali, no cantinho da cômoda que encontrou o que temia. Um saco plástico com restos de nada mais nada menos que... Carne.

Chris se lembrava de vigiar Steven todas as noites desde então. Via o garoto sair todas as madrugadas e voltar pouco antes do nascer completo do Sol. Começou a se preocupar que o colega estivesse sendo controlado pelo criador do soro, e ficava alerta 24h por dia. Parou de beber e comer em casa, com medo de ser envenenado, e passava horas jogando xadrez de bruxo. Foi em outro dia que tomou a decisão...

Depois de supostamente terminar com Jessica, estava ao sopé da escada, lutando com seus próprios fantasmas enquanto algumas lágrimas rebeldes escapavam. Loren Price apareceu para tirá-lo dos seus devaneios. Chris logo percebeu que a garota estava mal, tinha ouvido parte da discussão que ocorrera no andar de cima. Ainda assim se sentiu na obrigação de perguntar.

– O que houve? – tentou manter a expressão neutra.

– Nada. – ela respondeu limpando os olhos com as costas da mão.

Era típico da garota não admitir quando estivesse tendo um momento de fraqueza. Chris gostava disso nela. E ele precisava de alguém pra dividir suas suspeitas. Alguém em quem confiar, ou enlouqueceria.

– Quer dar uma volta?

Para sua surpresa ela acenou com a cabeça. Chris lhe passou o sobretudo, e ela vestiu-o por cima do pijama. E juntos, eles saíram para o ar gelado da noite.

Não se lembrava muito bem da seqüência de acasos que acabaram levando-os até lá. Mas quando entraram no quarto tudo parecia certo. Houve um momento de hesitação antes que Loren começasse a desabafar, e dividir tudo com ele. Sua infância problemática numa escola severa, e seus pais religiosos que a renegaram como uma aberração. Os garotos que se aproveitaram dela ao longo dos anos, e tudo que teve que agüentar pra se tornar livre.

Naquele momento Chris sentiu vontade de confortá-la. De dizer que entendia, e contar-lhe sua história. E para sua surpresa, foi exatamente o que fez. Não atenuou as características nojentas do pai trouxa, que drogado, batia na mãe. Muito menos as surras que levava quando tentava protegê-la, quando ainda não descobrira a magia. Descreveu o dia em que encontrara um tabuleiro de xadrez velho no lixo, ainda com todas as peças inteiras, e quando chegou em casa para mostrar a mãe, descobriu-a morta no tapete da sala. O pai estava no sofá roncando, com as mãos sujas de sangue; tamanho foi o seu desespero que tentou matá-lo. Os vizinhos ouviram a gritaria e chamaram a polícia.

E Chris não conseguiu, não conseguiu vingar a morte de sua mãe. Nem dar paz ao seu espírito atormentado. Levaram-no para um internato, onde seus pesadelos se tornaram todos, realidade. Via-a todos os dias, os olhos a encará-lo na escuridão, clamando “salve-me”, “salve-me”. E foi dela que tirou forças para sobreviver. A magia se pronunciou nele quando tinha dezesseis anos e ajudou-o a permanecer vivo durante sua estadia naquele inferno. Quando saiu aos dezoito, conheceu todo o mundo mágico e comprou uma varinha. Soube de imediato da morte do pai, num beco qualquer da Itália. Três anos depois, fez uma prova para qualificar-se como bruxo. Teve a maior pontuação da Durmstrang, envergonhando os alunos que estudavam na escola. Desenvolveu todos os piercings e os lugares devidos para colocá-los no corpo. Estava determinado a viver e a esquecer o passado.

Loren ouvia toda a história, e vez ou outra lhe fazia um carinho complacente. Quando terminou a menina estava chocada, mas ainda lhe olhava com ternura. E foi por esse fato que Chris decidiu incluí-la nos seus problemas. Dividiu sua conversa com Siger, suas suspeitas sobre Steven, e juntos bolaram um plano para desmascarar o verdadeiro traidor. Ele até se surpreendera com a observação que ela fizera, e que incluíra mais um suspeito na sua lista.

Naquela noite depois de tantos anos, Chris não se sentiu sozinho.

Com essa perspectiva ele deu mais um solavanco na vassoura, a fim de aumentar sua velocidade. Harry Potter estava lado a lado com um traidor, e ele precisava alertá-lo.

–*-

– É ali. Fiquem quietos. – Harry alertou os companheiros quando chegaram a uma bifurcação no caminho. Eles se esconderam atrás de uma pequena casinha de taipa abandonada.

Mais a frente, depois de vários metros de planície estava uma casinha simples. Eles haviam passado por uma série de construções abandonadas no caminho, de modo que quando ao longe viram a luz que saía das janelas, teve certeza que aquele era o local. Era decerto um local improvável para um esconderijo maligno, e não se assemelhava em nada com o que Harry havia visto na mente do Lobisomem cativo.

Foi somente quando viu dois homens fazendo guarda na entrada que se convenceu. Devia haver outras sentinelas fazendo ronda nos contornos. Com certeza eles teriam dificuldade para entrar sem serem percebidos.

– Precisamos de um plano. – Rony disse em voz baixa.

– E talvez de um milagre. – Loren salientou.

Harry tentou ignorar o mau agouro da garota, mas ele mesmo não estava lá muito seguro.

– Malfoy, essa distância é o suficiente para você?

O bruxo pegou a varinha, fez um aceno e confirmou com a cabeça.

– Então você fica aqui.

– Não acha que vamos precisar de reforços? – Patrick o olhou incrédulo.

– Sim, mas o Draco é a única chance que temos de desenvolver uma cura. – Harry já estava ficando farto das incursões de Patrick. - Se ele for conosco e... E nós...

– Se vocês morrerem, - Draco completou com a cara fechada. – eu sou a única chance de acabar com isso. Entendeu?

Patrick pareceu um pouco abalado pelo tom de voz do loiro, mas se recompôs depressa e virou o rosto teso.

– Eu vou à frente. – Harry continuou. – Rony e Loren vão logo atrás. Patrick, você fica com o Steven na retaguarda.

– Não vai dar certo. – Patrick se intrometeu mais uma vez. – O Steven tem que ir na frente. Acredite em mim.

Harry respirou fundo para conter a ira. Estavam perdendo tempo.

– Escute aqui, - Rony explodiu num sussurro raivoso. – qual é o seu problema cara? O Harry é o chefe! Obedeça!

Loren se precipitou e segurou um dos braços de Rony, impedindo o garoto de avançar. Harry colocou a mão no peito do amigo num gesto de “acalme-se”.

– Eu estou tentando salvar as nossas vidas! – Patrick se rebelou.

– Está fazendo isso do modo errado. – uma voz advinda da escuridão os sobressaltou.

Era Chris Hareston que vinha caminhando devagar com a vassoura ao lado. Parecia extremamente cansado, mas obstinado.

– Não confie nele Harry. – ele disse meio ofegante enquanto erguia a varinha. – Esse desgraçado é o traidor.


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Notas finais do capítulo

HEEEEE, dou um galeão pra quem tiver acertado. Se eu não me engano a primeira a opinar sobre o Patrick foi a Emma Shewroler Stark! Muito bem, foi quem mais se aproximou!
O capítulo foi cheio de flashbacks, mas eu tinha prometido o passado dos personagens. Então taí. Nosso Chris - que muitos tiraram como vilão- na verdade é herói! E a Loren que daria uma boa espiã do outro lado, é mocinha também!
No próximo capítulo teremos grandes revelações. Todos os pontos que ficaram abertos serão amarrados. O Patrick é o traidor? hm, então vamos ver como ele se encaixa na história do mal.
Beijos, espero que tenham curtido, e que ainda valha a pena acompanhar a fic. Até a próxima, digam o que acharam. (=
Ps.: Onde está o Siger? Será ele a pessoa que fez essa maldade com a Charlotte? E quem está dividindo o leito de tortura com a nossa bruxinha? É a Jessica?



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