O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 33
Capítulo XXV - Um inimigo entre nós


Notas iniciais do capítulo

Só peço desculpas no final, quando vocês estarão com vontade de me matar (mais do que já estão, hehe)!
Paramos no Ataque dos Lobisomens, e a misteriosa carta de Chris Hareston. Acompanhe o desenrolar da história, com a volta de um personagem muito querido a quem dedico a fotinha de hoje.
Boa leitura ^^



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Capítulo XXV

Um inimigo entre nós

Harry Potter saiu da sala sete, determinado.

Ele não podia perder mais tempo. A cada segundo que passava a devanear sobre as teorias confusas que pairavam sobre sua cabeça, mais pessoas corriam perigo com o ataque dos Lobisomens Mutantes. Fosse Siger, Chris ou qualquer outro o traidor, ele tinha de agir.

Agora.

Encontrou o saguão do Quartel General relativamente vazio. Aos últimos Aurores restantes distribuiu as ordens de ajudarem no cerco em torno de Londres, recolher os trouxas infectados e - com uma nota de ressentimento - matar os Lobisomens que não conseguissem domar até a Alvorada. Colocou um líder entre eles, e pediu que todos se reportassem a ele a partir de agora. Não podia comandar a situação de longe.

Num canto afastado vislumbrou Loren, Steven e Rony, juntamente com Patrick e mais alguém que Harry não conseguia ver por inteiro, conversando entre si aos sussurros. Quando percebeu sua aproximação, Rony se adiantou até ele com a expressão estranha.

- E então?

Harry demorou um pouco para voltar a realidade e perceber o que o amigo perguntava.

- Consegui algo interessante. - tirou o pergaminho do bolso e entregou a Rony. - E veio acompanhado de uma carta do Hareston.

- Uma carta? Do Hareston?

Harry meneou a cabeça em concordância.

- Incriminando o Siger.

- Nada que não imaginávamos então. Mas isso não explica o desaparecimento do Chris... - Rony olhou o endereço no pergaminho. - Acha que foi pra lá que levaram a Jessica e a Charlotte?

- Tenho quase certeza. Ou é isso, ou alguém quer nos pegar numa armadilha.

- E se for a segunda opção?

- Estaremos preparados. - Harry sentiu o peso da Varinha de Sabugueiro sob as vestes. - O Sexto Esquadrão já saiu em missão?

- Hareston os colocou no encalço das reféns, mas não acho que eles vão encontrar algo como isso. - sacudiu o papel numa das mãos. – Melhor avisá-los.

Harry concordou ainda muito disperso. Se o Chris sabia todo esse tempo sobre esse endereço, porque não compartilhar a informação com a Equipe de Resgate? Qual seria sua pretensão ao mandar justamente o Sétimo Esquadrão – ou o que restara dele – para lá? Seria possível que alguém estivesse se passando por ele na carta? E se estivesse, porque? Havia muitas perguntas, e pouco conteúdo para que Harry pudesse respondê-las.

- E o que o Patrick ainda faz aqui?

- Ah, é uma longa história. Pelo visto ele está machucado, e o Jason não permitiu que ele fosse à missão. - Rony fez uma cara engraçada e acrescentou pouco confortável. - E tem mais uma coisa...

- O que?

- A equipe do St. Mungus acha que já pode desenvolver uma cura.

- Isso é ótimo. - Harry se alegrou, mas ao ver a expressão do amigo se conteve. - Mas...?

- Bom, eu não entendo muito dessas coisas. Sempre fui péssimo em Poções. - riu. - Mas o caso é que, o Chefe da equipe de Curandeiros do St. Mungus veio explicar a situação pessoalmente. Ele está bem ali. - apontou para o local onde os Aurores estavam reunidos.

Era justamente o homem que Harry não conseguira reconhecer quando chegou. Viu apenas um pedaço do jaleco branco aparecer por detrás de Steven. Agora, entretanto, como se cronometrados por uma ordem do Destino, os companheiros do Sétimo Esquadrão se afastaram, deixando que Harry visse o tal homem.

Cabelos loiros sedosos brotaram em sua visão, seguido de um corpo esguio e alto, e de uma pele esbranquiçada feito névoa. Os frios olhos cinza o encararam um instante até se pontuarem com o reconhecimento, e a boca formar um traço daquele tão convencido sorriso. Meio perplexo, meio reservado, Harry se aproximou do homem que um dia Rony chamara de “A Fantástica Doninha Saltitante”.

- Malfoy. - ele estendeu a mão, e o outro a apertou firmemente.

- Potter. - aquele tom sarcástico que antes marcava sua voz havia se atenuado.

Os dois passaram alguns segundos a se encarar, reconhecendo a posição de extrema importância do outro e rindo intimamente do Destino que os unira do mesmo lado dessa vez.

- Ah... O encontro do século... - Loren murmurou baixinho.

- Creio que tem informações para mim. - Harry ignorou a menina e adotou um tom profissional. O tempo estava passando. - Seja breve.

- Nunca fui de enrolar Potter. - o loiro rebateu. - Eu e a minha equipe temos a chance de desenvolver uma cura, mas para isso preciso da substância original.

- E ele acha que é simples assim. - Rony fechou a cara.

Harry entendeu a complexidade da situação. Tinham o endereço deste local misterioso, onde provavelmente as toxinas estavam sendo produzidas – além de ser o local onde estavam sequestradas a Jessica e a Charlotte. O problema era como mandar a substância para Malfoy o mais rápido possível. Draco pareceu ler seus pensamentos.

- Pegue isto. - ele pegou um pequeno objeto no chão e entregou ao colega. Era um caldeirão de estanho, do tamanho da mão de Harry. - Funciona como um armário sumidouro. Ponha a substância ai dentro e pronto. – ele gesticulou para outro objeto igual atrás de si. - O único problema é que o alcance é menor. Uns cinqüenta metros.

- Essa é a parte problemática. - Rony ressaltou.

- Já sabe para onde vão, Potter? - Draco interrompeu.

- Sim. - ele fez um gesto para que Rony mostrasse o endereço ao restante do grupo. Só não tinha certeza de quem iria naquela missão. – Por que pergunta?

Draco Malfoy deu um sorriso cansado enquanto despia o jaleco branco para vestir sua capa de viagem.

- Porque vocês terão companhia.

.-.-.

Hermione saiu da sala com um suspiro.

Na cozinha d’A Toca só se ouvia os rumores de toda a confusão que estava acontecendo do lado de fora. Depois de ajudar Gina e Luna a dar comida para Teddy, ela simplesmente saiu. Tentando assim, fugir de todo aquele caos.

Hermione odiava ter que ficar sentada enquanto seu namorado e seu melhor amigo estavam metidos em sabe se lá que espécie de confusão. E ainda havia o traidor. Agora a possibilidade de Siger Crowe ser o tal, lhe parecia um tanto quanto óbvia e ridícula. Era certo que o seu desaparecimento pouco antes do Alerta Vermelho fora estranho, mas talvez houvesse uma explicação para tudo aquilo.

Ele pode estar morto, pensou com receio. Talvez encontrem o corpo depois de toda essa confusão.

Alguém queria a Varinha. Alguém que criou um vírus que aumenta as capacidades Lupinas e pode ser transmitido. Alguém que também tentou raptar Teddy para chantagear Harry... Alguém que provavelmente estava na festa. Um deles. Mas qual?

Sentia-se completamente impotente. Se tivesse mais informações quem sabe poderia descobrir algo de útil.

- Está pensando o mesmo que eu. Não é? - a voz de Gina a sobressaltou.

A garota a olhava de uma forma compassiva, e visivelmente preocupada. Hermione sabia que a mente delas estavam longe. Divagando sobre teorias, resgatando memórias, reorganizando os detalhes na mente.

- Sim. - ela deu mais um suspiro. Gina sentou-se ao seu lado. – Eu queria achar uma forma de ajudar, mas nunca me senti tão perdida.

A amiga passou um braço ao seu redor, e Hermione se sentiu grata.

- Você sabe que as coisas lá fora estão feias não é? – a ruiva indagou baixinho.

- O quanto? – ela sabia apenas da confusão em Londres, não até que ponto a situação se agravara.

- Ouvi o papai e o Jorge na cozinha. Os Aurores não estão dando conta. Tem muitos trouxas e bruxos contaminados, muitos mortos, e as criaturas parecem ficar cada vez mais fortes.

Hermione engoliu em seco. Faltavam horas até o amanhecer, até lá milhares de pessoas poderiam ter morrido, e outras tantas serem infectadas. Pessoas inocentes, que não sabiam nem o que enfrentavam.

- O Jorge está exportando uma grande quantidade de Pó Escurecedor Instantâneo para distraí-los, mas metade da mercadoria se perde no caminho. – ela continuou. – A confusão é grande. Também tem muitas informações vazando ao mundo trouxa, e nossas próprias forças estão se acabando. Acho que não vão aguentar muito tempo.

- Será que os meninos sabem disso?

- Acho que não, ou teriam dado um jeito de nos contar. Devem estar atrás da Jessica e da Charlotte, ou algo assim.

De súbito Hermione se levantou. Gina olhou pra ela sobressaltada com sua mudança de estado repentina, mas a menina se limitou a encará-la seriamente.

- Você ainda tem sua moeda da AD?

- Sim. – Gina puxou um cordão do pescoço onde o objeto estava pendurado.

- Mande Jorge agrupar todo o Pó Escurecedor que tiver restado pra viagem. Convoque todos os membros da AD.

Hermione prendeu os cabelos num rabo de cavalo. Agora tinha um objetivo:

- Hora de mandar reforços.

            .-.-.

Chris Hareston chegou ao Estádio da Copa Européia de Quadribol num átimo de desespero.

O campo estava deserto, e uma brisa suave lhe roçava os cabelos. Por instinto, sacou a varinha. Ao longe podia ver a área dos vestiários interditada, local onde provavelmente o Quarto e o Sexto Esquadrões estariam agora realizando as investigações devidas na cena do crime. O Auror se aproximou devagar, observando o seu redor com cautela. Qualquer detalhe poderia ser indício daquilo que procurava comprovar. Procurou se manter longe dos vestiários – não queria que sua presença fosse notada, ainda.

Não havia sinais de outra presença ali além dos jogadores de ambos os times. Nenhum vestígio de magia negra, poção ou encantamento. Com um suspiro, adentrou o corredor dos vestiários, encontrando seis Aurores do Quarto esquadrão no final do túnel escuro.

- Alguma novidade? – perguntou sem rodeios. Os homens se viraram pra encará-lo.

- Há sinais de um duelo. – um deles respondeu. – Cinco bruxos envolvidos. Podem ter usado o Fogomaldito, mas não há como ter certeza. O resto só se pode imaginar.

- E a testemunha? O Auror do Sexto Esquadrão, Patrick Stane? – Chris estava examinando um canto peculiar da parede. Acabara de perceber a ausência da equipe de Jason.

- Nenhuma outra Equipe apareceu aqui. – um cara baixinho falou a meio tom.

Chris Hareston franziu o cenho. Tinha dado ordens explícitas para que o Sexto Esquadrão acompanhasse as investigações na cena do crime. Será que o Potter recebera sua mensagem e revogara a mesma? Ou será que eles por si próprios encontraram uma pista e decidiram segui-la? Nenhuma daquelas opções lhe parecia válida, e, no entanto, tinha de haver uma explicação para aquilo tudo.

Naquele instante algo chamou sua atenção. No canto da parede que estava analisando havia um ponto molhado, perto do chão de madeira. O Auror se agachou e passou os dedos na umidade, esfregando-os para sentir a textura do líquido. Pastosa. Com curiosidade, aproximou a mão do nariz e cheirou a substância.

Não fazia sentido.

- Preciso que vão para o cerco em Londres. – ordenou aos bruxos presentes. – Transmitam minhas ordens para que segurem os animais o tempo que puderem. Os que saírem do controle matem! Agora!

O Quarto Esquadrão evacuou rapidamente, sumindo de vista no corredor e deixando Chris sozinho com seus pensamentos. Ele instantaneamente voltou ao local onde tinha aparatado. Quais os outros lugares livres para acesso havia ali? Ele tentou se lembrar da seqüência dos pontos de aparatação de emergência que lera no panfleto pouco antes do jogo começar aquele dia... Um no meio do campo – onde estava agora. Dois nas extremidades. Cinco de cada lado das arquibancadas, separados por quatro andares de fileiras cada. E havia também aquele nas entranhas do Campo, na área de serviços, onde ficavam os polidores de vassouras, limpadores de campo e a imprensa.

Sem saber bem o porquê, foi até lá. Era o canto mais distante de “olhos públicos” e assim, deveria ser onde algo de errado poderia acontecer. Passou pelos vestiários novamente, e adentrou numa porta um nível abaixo. O lugar estava mal iluminado e Chris acendeu a ponta da varinha. Uma salinha redonda se estendia ao seu redor com duas portas nos limites. O Auror tentou a primeira, e esta se abriu com um ranger suave, expondo outra sala igualmente pequena e escura. Quando se virou para a segunda, seu instinto o avisou de algo errado.

A primeira confirmação veio quando a descobriu trancada. Um Alorromora descomplicou sua vida, e Chris conseguiu girar a maçaneta. Porém, a porta não se mexeu. Era como se houvesse um peso atrás dela que a impedisse de abrir. Colocando um pouco mais de força, o objeto de madeira se deslocou alguns centímetros. Cansado, o bruxo apontou a varinha e uma explosão o livrou do problema.

Ou assim esperava.

Pois quando a porta finalmente desapareceu numa nuvem de estilhaços de madeira, ela revelou a sala cheia de vultos nas sombras. Ao se aproximar, Chris Hareston percebeu que eram corpos.

Cinco corpos brancos, feito cera, de olhos vidrados.

Os membros do Sexto Esquadrão estavam mortos.

            .-.-.

- Nós não vamos chegar a lugar algum deste jeito! – Patrick Stane fez sua voz prevalecer no meio da confusão.

Ainda estavam no Quartel General de Aurores, discutindo a altos berros quem deveria ir para a missão. Steven fora o primeiro a ser negado devido a sua condição catatônica, mas o rapaz ignorou a decisão dos companheiros e disse que iria de qualquer modo. O segundo foi o próprio Patrick, que, por não poder acompanhar o seu esquadrão numa missão deveras mais simples, de fato não seria o reforço mais adequado no momento.

Draco Malfoy foi aceito, já que não tinham escolha. E Harry Potter, não parecia ter encontrado desculpa alguma para retirar Loren Price da lista. Parecia a Patrick, que o garoto da cicatriz não queria levar ninguém consigo além do amigo ruivo e do ex-inimigo. Ele estava reservado, e não parecia confiar de fato em nenhum deles.

- Então vamos todos. – Harry disse por fim. – Mas que fique bem claro: estamos arriscando alto aqui, a cada segundo que passa centenas de pessoas são contaminadas pelo vírus ou mortas pelos lobisomens.

- Temos de ser rápidos e precisos. – Patrick salientou enquanto tomava um gole de sua garrafa de mão. Os demais concordaram.

- Deste modo – Malfoy se adiantou. – seria melhor pararmos com o bate papo e agirmos.

- Eu não acredito que vou dizer isso, - Rony suspirou. – mas concordo com o Draco. Hora de ir.

.-.-.

Enquanto se aprontavam para sair à missão, um pensamento vergonhoso perpassou a mente de Loren Price.

O de que talvez não devesse ir.

As coisas estavam saindo completamente diferentes do que ela imaginava. Começando pelo fato de Steven os acompanhar. Isso não era... Seguro. A hipótese implantada em sua mente por Chris Hareston a fez arrepiar. Talvez o Steven não seja mais o Steven. Talvez ele esteja sendo controlado por algo... Ou alguém.

Por um momento a garota cogitou chamar Harry num canto, e tentar colocar um pouco de juízo em sua cabeça, mas o companheiro parecia tão perdido quanto ela nessa questão. Além do que, Loren estava pisando em terreno escorregadio agora, qualquer passo em falso e as conseqüências seriam irreparáveis.

Melhor ficar de boca fechada e esperar o Chris. Merda! Foi isso que combinamos, é assim que vai ser.

Loren deu mais uma espiada no garoto loiro ao seu redor, e percebeu que se ignorasse a expressão doentia e os olhos amarelos, ele pareceria alguém normal e inofensivo.

Pareceria apenas.

.-.-.

Steven Morris esfregou as mãos suadas para conter o nervosismo.

Enquanto esperava que o grupo se aprontasse para a missão, sua mente divagou até os cantos mais profundos do seu subconsciente. Sentia os olhos queimarem com o brilho amarelo, e os membros pulsando, ansiando por movimento. Cada segundo vibrava em sua mente, e os sons se misturavam num redemoinho ritmado de compreensão. O fulgor da Lua lá fora parecia chamá-lo para a noite fria. Chamá-lo para a liberdade. O mundo estava diferente. Ou ele estaria diferente?

 A decisão mais sensata seria desistir, voltar pra casa de preferência com uma venda nos olhos e permanecer lá, até que o perigo passasse. Mas Steven não queria isso.

Desde o primeiro momento soube que tinha que ir nessa missão. Havia um significado pra tudo isso, era importante que estivesse lá. Era como um instinto. Sabia que, havendo o que houver, tinha de ir.

Só não sabia o porquê.

.-.-.

As vassouras os deixaram a alguns quilômetros do seu destino final.

Estavam numa estradinha de terra ladeada por um enorme milharal. A noite estava fria, e o vento uivava como se anunciasse maus bocados. Os seis observaram o terreno irregular, e as estradas que serpenteavam por diversos níveis, desaparecendo numa esquina para reaparecer alguns metros adiante, dentre as plantações.

Harry ficou atento com o amigo Rony ao lado. Steven contemplou a lua, meio em angustia, meio em admiração. Loren tinha os braços cruzados pra se proteger do vento frio. Malfoy parecia quase taciturno com a face vazia de expressão.E Patrick apalpava o antebraço com uma expressão de dor.

- O endereço é esse mesmo? – Loren indagou a meio tom.

- Um pouco mais adiante. – Harry usou a varinha pra se localizar, e indicou o oeste. – Temos de ir com cautela.

Os demais concordaram, ficaram de varinhas em punho e deram passos hesitantes para a estrada da direção que o garoto apontara. O ruído de seus passos se perdia no vento cortante.

- Esperem. – Malfoy estacou alguns segundos depois e os outros se viraram pra olhá-lo. – Tem um feitiço perímetro.

- Como sabe? – Rony deu voz à indagação de todos.

O loiro franziu o cenho desconfortável.

- Já passei por isso Weasley. Dá pra sentir...

- Isso significa que não podemos passar de maneira nenhuma? – Harry não conseguiu esconder a nota de desapontamento em sua voz.

- Não sem disparar um alarme. – Patrick disse sombrio.

- Esses tipos de feitiço usam critérios. – Malfoy atenuou. – Se descobrirmos qual, podemos tentar caducá-lo.

Os seis ficaram um instante a se encarar, procurando a resposta nos olhos uns dos outros. O silêncio se prolongou até que Patrick o quebrou:

- Vejamos. – ele disse meio reservado. – Estamos adentrando num possível esconderijo de lobisomens mutantes não é?

Os outros concordaram hesitantes.       

- Então... – continuou Patrick. – o critério pra se passar pelo feitiço...

- É ser um deles. – Loren completou baixinho.

Automaticamente todos os olhares convergiram para Steven Morris. O garoto limitou-se a encarar a Lua de uma forma suplicante, rezando para que tivesse entendido errado.

Ele que lutara toda a noite para manter o controle, agora teria que entregar-se. Para caducar o feitiço Steven teria que deixar o seu lado homem de lado, e mostrar a face da fera.

Ele teria que se transformar.

.-.-.

Chris Hareston não teve tempo de se defender.

A surpresa ao contemplar os corpos no chão, o deixou estático um instante e isso bastou. Num átimo a porta se fechou atrás de si, com um baque pesado. O Auror apontou a varinha, mas continuou preso na sala escura. Antes que pudesse pensar numa saída, um cheiro nodoso chegou ao seu nariz. Acendeu a varinha e pode contemplar uma fumaça branca se espalhando ao seu redor, preenchendo cada espaço disponível, condensado-se e espiralando em torno de si.

No começo foi agradável. Mas logo aquilo o deixou tonto. Suas pernas enfraqueceram e ele caiu de joelhos, a varinha escapando de suas mãos trêmulas. Tentou se levantar, mas tropeçou num dos corpos e foi de encontro ao chão.

Sua cabeça doía e o mundo pulsava ao seu redor. Tudo era um borrão. Seus ouvidos registravam a batida do seu coração em alto tom, ou seria a pulsação da fumaça?

Os olhos começaram a lacrimejar, e um nó se formou na sua garganta bloqueando a respiração. Em pânico, levou as mãos ao pescoço, numa tentativa inútil de buscar o ar que lhe faltava. Tentou emitir um pedido de socorro, mas um gemido esganiçado foi tudo que conseguiu produzir. A fumaça continuava entrando, enevoando seus sentidos.

Não, não... Isso é gás paralisante. É uma armadilha! Se eu não sair depressa daqui, vou morrer.

Rastejou de encontro a arma, mas seus membros estavam pesados como chumbo, e ele não conseguiu mover-se mais do que alguns centímetros.

Tenho que lutar... Tenho que resistir.

Sua mente começou a nublar-se. O que estava acontecendo? Onde estava? Nada mais fazia sentido. Fez uma última tentativa de erguer seu corpo, mas este despencou inerte no chão frio. Não sentiu dor. Não sentiu nada. Não conseguia mais se mover. Não conseguia respirar...

A fumaça branca envolveu-o completamente, e Chris Hareston perdeu a consciência.

Agora seis corpos se estendiam no chão da sala. Pareciam tão serenos e tranqüilos, finalmente descansando em paz. Somente um tinha a face contorcida em desespero.

 Angústia pela incapacidade de precaver os amigos sobre o que tinha descoberto.

Medo por seu aviso ter se perdido na fumaça branca.

Aflição por eles não saberem que os corpos mortos ao seu redor, eram do Sexto Esquadrão, mas que, curiosamente, o de Patrick Stane não estava entre eles. 


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Notas finais do capítulo

OK, ok.... Morreram com o Draco aí? shaushauhsa' Eu não resisti e trouxe ele de volta. Espero não ter decepcionado (personalidade difícil esse né?) Lamento Chris, i love you.
Bom, demorei eu sei. A Britz Haruno é rilex, só que sua homônima tem uma vida muito complicada no mundo real. Então...
Mas aqui estou eu, de volta, e pra ficar! Ponham suas fichas na mesa, nosso traidor está de bandeja! Quem acha que acertou? hsauhsauhs'
Muitas coisas que ficaram no ar, vão ser amarradas no próximo capítulo. Não vou prometer, pq minhas promessas né... Mas vai sair rápido, se os meus leitores colaborarem, hehe.
Muito obrigada a todos os que acompanharam até aqui, e que me aguentaram (assim como minhas promessas fails). A fic está no fim, e espero que estejam curtindo.
Beijos, até a próxima. Não esqueçam de me alegrar/xingar nos comentários! (;



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