O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 27
Capítulo XX - Sondando o Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite galerinha! Que noite especial né? Véspera de Natal, hohoho! Sei que vocês nem vão ler esse cap. hoje, mas eu tinha de postar! Isso pq eu recebi UMA RECOMENDAÇÃO. Ou melhor, O NYAH APROVOU mais uma recomendação, hsuashau. Sei que tem gente que mandou faz tempo e até hoje nada, mas enfim. Obrigado Nyah e obrigado Emma! Fiquei tão feliz, que abandonei a ceia e vim escrever!
Então não sejam malvados, e assim que lerem digam o que acharam. Se por sorte vocês lerem esse eu posto um especial de natal amanhã. Promessa, mas só se comentar! - até pq não tem como eu saber quem leu. Um "eu li" tá valendo.
Bom, espero que curtam, e me desculpem pela demora... Mas fim de ano sacomé né? Boa leitura meus amores... ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/251310/chapter/27

Capítulo XX

Sondando o Inimigo

- Então você não se lembra de nada mesmo? – Patrick perguntou com suspeita.

– Não. – o loiro repetiu pela qüinquagésima vez. Os amigos estavam espalhados pela sala da casa, abrindo as várias caixas de doces que Rony e Harry trouxeram para comemorar. Loren chegara a ligar a televisão, mas ninguém prestava atenção no noticiário trouxa. O tapete felpudo foi bem vindo, já que o sofá não coube todo mundo. – Só alguns flashes. Mas nada que faça sentido.

Steven Morris suspirou, sentindo o cansaço dos últimos dois dias finalmente pesar sobre ele. Noites atrás ele havia desenvolvido uma “mutação” ao ingerir uma almôndega. Só se lembrava de aparecer em uma cidadezinha de beira de estrada no raiar do dia, somente com a cueca Box e sem varinha. Uma senhora o havia acolhido no Posto de Gasolina e lhe dado algumas roupas usadas. Depois de convencê-la de que estava bem e que não era louco, ele conseguiu usar o telefone do estabelecimento e a muito custo lembrar o número de casa. Quando Loren atendeu sentiu um grande alívio.

Aparentemente os membros do Terceiro Esquadrão, a Equipe de Caça, tinham dado um jeito de localizá-lo através da ligação entre ele e sua varinha. Steven não entendia muito bem, mas ficou feliz que tivesse dado certo. Quando regressou encontrou nos amigos olhos curiosos, talvez até assustados e uma equipe de cerca de dez pessoas do Quarto Esquadrão e do St. Mungus pronta para analisá-lo.

Passou esses dois últimos dias inteiros fazendo testes, já que mesmo em poder da varinha ele não conseguira executar nenhum tipo de mágica, o que o deixou tremendamente assustado. Crowe lhe assegurou que isso era normal, pois ele havia “gastado sua energia” quando se transformou, e que logo ela se renovaria. Novamente Steven não entendeu o sentido das palavras, apenas captando que ele ficaria bem.

Finalizado os testes, o resultado não foi nada diferente do esperado. Segundo os pesquisadores ele tinha desequilibrado as substâncias em seu corpo ao ingerir a almôndega. Steven pensou no quanto aquilo soava cômico, mas a seriedade no rosto dos amigos o fez prestar atenção por um tempo. Acreditavam que aconteceria algo semelhante a ele em noite de lua cheia, mas não fizeram mais comentários sobre o assunto. A falta de memória consistia exatamente na “parte lobo” que o transformava em outra pessoa. Eles chegaram a mencionar dupla personalidade, mas Steven estava novamente distraído para se preocupar.

Agora como uma irritante campainha num feriado, os amigos não paravam de perguntar se ele estava bem. Era como se esperassem a todo instante que ele criasse um rabo, e saísse para comer criancinhas inocentes. Isso o estava irritando. Estava incrivelmente normal, e hoje mesmo ao sair do Ministério já conseguira fazer alguns feitiços simples. Como Siger dissera, ele estava voltando ao normal. O alívio era tanto que Steven não se perguntou como o chefe parecia saber tanto a respeito do que acontecia com ele.

- Nada mesmo? – Loren insistiu.

- Não! – ele respondeu mais alto do que deveria. – Olha, eu me lembro de saltar da janela e depois correr ok? Mais nada. – ignorou a cara feia que Loren lhe dirigiu.

- Você chegou à cidade correndo sozinho? – Harry parecia mais curioso que abismado. O lugar não era muito longe, só alguns quilômetros a leste. Ainda assim era longe o bastante para se chegar a pé em algumas horas. Ainda assim Steven percebeu a ênfase que o garoto deu no “sozinho”.

- Provavelmente. – Steven alongou as pernas como comprovação tentando entender qual o sentido da pergunta de Harry. Será que ele sabia de algo? O pensamento fez o loiro franzir o cenho se perguntando se estariam escondendo algo dele.

- Você pode ter aparatado. – Jessica sugeriu tirando Steven dos seus devaneios.

- Estava sem varinha. – rebateu ainda disperso.

- Ter pegado uma carona então.

- Isso porque qualquer um na face da terra daria carona para alguém com garras, olhos amarelos, cabelos brancos e que estivesse só de cueca. – ele a olhou com descrença. Ele tinha voltado ao normal, mas a lembrança da mutação ainda o atormentava. – Claro. Perfeitamente normal.

- Conheço algumas pessoas que dariam bem mais que uma carona. – Loren sorriu maliciosa enquanto mordiscava um pedaço de varinha de alcaçuz. – Especialmente pela parte da cueca. – piscou.

Esse era o talento de Loren. Amenizar as situações atraindo o foco pra ela. Poucos sabiam que ela era uma das mais observadoras ali, e que controlava a situação quase inconscientemente. Steven adorava aquilo na garota, especialmente quando envolvia insinuações pra ele.

-Ta. – Chris passou no meio, interrompendo o contato visual dos dois. – Vamos pular essa parte. – os demais riram e chegaram a atirar alguns doces no casal. – Sem insinuações Loren, continue se divertindo com a Varinha de Alcaçuz.

- Idiota! – ela riu e jogou um punhado de Feijõeszinhos de todos os sabores nele.

- Bom, eu não estou reclamando... – Steven se empoleirou no sofá com um sorriso convencido. Só pra se proteger da saraivada de doces que se seguiu.

- É claro que não está. – Patrick fez um aceno de varinha e um enorme sapo de chocolate bateu contra a cabeça de Steven. Mais risos vieram perante a iminência de uma guerra de doces.

– Steven, tem certeza que não se lembra de nada? – Harry agarrou seu braço no meio da confusão, voltando a ficar sério. Falou baixo o suficiente para que só o loiro o ouvisse, mas tinha consciência da sala ficando instantaneamente silenciosa ao seu redor. Havia uma intensidade em seus olhos que Steven nunca vira. Lembrou-se então que fora esse mesmo garoto que derrotara Voldemort. – Ou de alguém?

- Não Harry. – suspirou cansado. Ele se sentiu curioso e fez a pergunta que estava nos olhos de todos na sala. – Porque quer tanto saber?

- Nada. – ele respondeu rápido demais. E pareceu perceber, pois desviou dos olhares curiosos dos companheiros e emendou displicente. – Só curiosidade. – trocou um olhar ligeiro com Rony cheio de significados.

Se havia algo camuflado ali Steven não sabia o que era. Mas ele não era o único que estava reparando em Harry. Outros quatro pares de olhos não desviavam a atenção do menino com a cicatriz, se perguntando intimamente o que ele escondia

_________________________________________________________________

- Você acha que tudo isso está relacionado? – Hermione perguntou tentando acompanhar o raciocínio.

Estavam em Godric’s Hollow. A casa de Harry se tornara ponto de encontro todas às noites depois do expediente. Era um ótimo modo de ficar com os amigos agora que estavam sempre tão ocupados. Faziam isso sempre, menos quando Rony ia ao apartamento de Hermione ou Harry queria ficar sozinho com Gina. Exceções cada vez mais freqüentes.

Hermione estava cada dia mais próxima de sua chefe, Charlotte, especialmente depois que ela apoiou a idéia do F.A.L.E. Harry entrou em pânico ao pensar que a amiga poderia retomar o projeto e arrastar ele e Rony com ela, mas Hermione dissera que estava fazendo isso “pelos meios legais”.

Gina viajava muito, praticamente o tempo todo. Ela se esforçava pra não ficar ausente mais de dois dias, e até então obteve êxito. Tinha conquistado um lugar no banco de reserva do Harpias de Hollyhead depois do excelente desempenho na seleção de base. Era questão de tempo até que a Dulce Griffiths, apanhadora titular se aposentasse e Gina tomasse o seu lugar. Ela estava realmente animada com a idéia, e das viagens sempre trazia um monte de presentinhos. Conquistou Rony quando conseguiu uma camisa autografada dos Chudley Cannons e recebeu um olhar afiado quando deu a Hermione um bonequinho articulado de Vitor Krum.

Hoje por sorte estavam todos os quatro ali, e Harry pôde finalmente compartilhar suas suspeitas. Contou aos amigos o que se lembrava do episódio dentro da mente do lobisomem. Como a transformação de Steven ocorrera, e como ele dizia não se lembrar de nada.

– Não pode ser coincidência Mione. – ele contrapôs. – Tem alguém criando um exército de criaturas híbridas, e alguém tentando pegar a Varinha de Sabugueiro.

– É verdade. – Gina conseguiu ver a lógica. – Quais as chances de existirem duas pessoas com planos maléficos ao mesmo tempo?

– Bastantes. – Hermione não se deu por convencida. – Voldemort se foi, as pessoas estão lutando por poder. Pode sim ser duas pessoas distintas.

– Eu concordo. – Rony encostou a cabeça no colo da namorada.

– Isso porque você concorda com tudo que a Hermione diz. – Gina lhe lançou um olhar azedo.

– Porque ela está certa! – o menino se exasperou. – Uma pessoa só não poderia estar fazendo tudo isso. É loucura demais.

– O Rony tem razão. – Hermione cortou antes que Gina pudesse rebater. – Pelo que você me disse sobre a lembrança Harry, esse homem é mais trouxa do que bruxo. Ele está fazendo experiências genéticas, porque iria querer a Varinha? Não soa um pouco estranho?

– É claro que soa estranho, Hermione, não tem nada de normal aqui. – Harry olhou pros lados procurando uma explicação. No momento que saíra da mente do homem ele tivera a certeza de que tudo estava relacionado, mas agora não se lembrava o porquê. Estava deixando passar algo. – Eles são a mesma pessoa. Tem de ser. Aquela missão não foi por acaso...

– Você acha que a missão foi arquitetada? – Rony se levantou num átimo.

– Eu pensei nisso. – respondeu. – Perguntei a Siger como eles tinham recebido a informação da localização do covil, e ele disse que foi de uma “denúncia anônima”. Alguém poderia simplesmente ter deixado vazar e...

– E daí o quê? Atrair vocês pra uma armadilha? – Hermione interrompeu. Ainda não estava convicta. – Buscando o que Harry? Com certeza eles não imaginavam que a Varinha estaria com você não é?

– Bom, talvez sim! – ele se irritou. – Ou talvez quisessem que eu dissesse onde estava!

– Pode ser. – Gina veio apoiá-lo. - A tentativa de roubo da Varinha e a Missão aconteceram quase ao mesmo tempo. Vai ver quando viram que falharam na primeira, deram um jeito de pegar o Harry.

– Tudo bem. – Hermione se deu por vencida. – Vamos supor que isso seja verdade. Teríamos que ter alguém de dentro pra saber que o Esquadrão de vocês estaria livre, e que essa missão seria designada pra lá.

– Um espião? – Rony olhou cético.

– É.

– Não pode estar falando sério...

– Mas é claro que estou. Pense bem... Alguém de dentro poderia dar todas as informações necessárias sobre o Harry. E se for alguém próximo isso facilitaria ainda mais.

Harry sabia o que Rony estava pensando naquele momento. Se existia algum traidor entre eles, os dois não faziam a mínima idéia de quem seria. Estavam juntos há pouco tempo, mas tudo que acontecera na missão servira pra deixá-los muito unidos.

– Pode não ser alguém do Esquadrão Sete. – Harry deu voz aos pensamentos. – Talvez alguém mais de fora.

– Dessa vez a Hermione ta certa Harry. – Gina o olhou com compreensão. – Alguém próximo poderia causar muito mais estrago. Vocês dois tem de ficar de olhos abertos. Até onde sabemos todos são estranhos ali.

– Eu não consigo imaginar algum deles como traidor. – Rony também estava pensativo.

– Pois tem de começar. – Hermione insistiu. – O chefe de vocês é bem estranho. Eu o vejo direto se esgueirando pelos corredores do Departamento de Leis dos Trouxas. Não sei o que espera encontrar lá já que ele e a Charlotte não se dão bem, mas sempre parece estar escondendo algo.

– O Siger é bem misterioso. – dessa vez Rony não parecia questionar a possibilidade de ele ser o traidor.

– Mas ele é nosso chefe. – Harry interveio. – Está nos treinando. Não faz sentido. Por que se daria ao trabalho de nos preparar para depois atirar aos corvos?

– Pra disfarçar? – Gina tentou.

– Não. Não faz sentido.

Siger Crowe anunciara antes do fim de semana que iria ensiná-los uma nova técnica. Muito especial e muito poderosa. Ele guardara segredo sobre o que seria, mas prometera que iriam gostar. Não parecia sensato instruir um inimigo, certo?

– E enquanto ao Steven? – Hermione sugeriu. – Ele diz não se lembrar de nada, mas e se estivesse contatando alguém? Sendo um informante?

– Eu acho que não... O Steven parece mais vítima do que qualquer um. – o olhar de Rony era penoso. Harry teve de concordar apesar de suspeitar do menino mais cedo.

– E o outro? – foi a vez de Gina de criar suspeitas. – O dos piercings?

– O Chris? – era a primeira vez que Harry parava pra pensar naquela possibilidade.

– Ele mesmo. Não acha ele um pouco fechado?

Com certeza Harry achava, mas atribuía que esse era o seu jeito de ser. Para falar a verdade ultimamente ele sempre tinha um brilho misterioso nos olhos, como se soubesse de algo importante. E estava sempre perto de Siger. Não era de se admirar, já que os dois eram muito parecidos psicologicamente. Mas eles não pareciam amigos exatamente, era mais como se um estivesse vigiando o outro. Harry dividiu sua desconfiança.

– Pode ser que os dois estejam nisso juntos. – Hermione parecia certa de que Siger estava envolvido. E Harry estava quase se convencendo. Tinha algo na lembrança que ele invadira que devia lembrar... Mas o quê?

– E as garotas? – Rony tentou tirar aquilo do foco. – Jessica?

– Não. Boa demais. – Ao ver o olhar que Gina dirigiu a ele, Harry corrigiu apressado. – No sentido literal da palavra.

– A Loren é bem extrovertida, poderia se passar por espiã muito bem. – continuou Rony alheio ao drama particular.

– Esse é o problema. Ela é extrovertida demais. – Harry frisou. - Acho impossível que ela tenha um segredo e não deixe algo escapar numa de suas brincadeiras. Lembra o lance com o Patrick?

Rony assentiu. Não havia dúvidas de que os dois haviam dormido juntos depois da farra no Caldeirão Furado - a qual nem Harry nem Rony foram. Mas ninguém tinha certeza de nada, até a moça fazer uma piadinha qualquer sobre bebida e potência sexual. A risada escandalosa de Patrick só comprovou a história.

– Não gosto dessa garota. – Gina fechou a cara. Loren não era vulgar, mas às vezes se banhava em exagero. Decotes provocativos e abraços apertados era uma combinação que causava ciúmes na namorada de Harry.

– Patrick? Qual Patrick? – Hermione ignorou o comentário da ruiva. Ela adorava o modo de ser de Loren, mas concordava que excesso era prejudicial às normas de boa convivência.

– Patrick Stane. – respondeu Rony distraído. – O que salvou Steven na missão. Agora que paro pra pensar o quanto isso é cômico.

– Não Hermione. – Harry percebeu o que a amiga queria dizer e logo a deteve. – Ele salvou o Steven. Não vejo porque alguém do mal faria isso.

– Pra ver a cobaia crescer? – a garota persistiu.

– Olha vamos encarar os fatos. – Rony se levantou resoluto. – Os dois mais suspeitos que temos aqui são o Chris e o Siger. Ponto final.

– Eu ainda não acredito que o Siger possa...

– Presta atenção Harry. – a amiga não desistia um segundo. – Na missão você recebeu ordens pra não sair da formação. Vai ver porque o planejado era que você fosse capturado. Quando você desobedeceu foi tudo por água abaixo. Siger pode ter armado tudo.

– Ainda assim, - o garoto admitiu que fizesse algum sentido. – ele não ficou furioso comigo por ter desobedecido.

– Tudo bem. – Hermione não encontrou mais argumentos.

– Vamos só manter os olhos abertos. – Rony finalizou depois de alguns minutos de silêncio. – Qualquer coisa fora do normal e nós incluímos a pessoa na lista de suspeitos. – os outros concordaram com um aceno de cabeça.

– Vou ver o que descubro do Siger e do Chris nos arquivos do Ministério. – a perspectiva de pesquisar era bem a cara de Hermione.

– A Varinha está segura. Neville e Luna ainda estão fazendo as rondas. Estão meio desconfiados do que estamos escondendo lá dentro, mas não fizeram perguntas. – acrescentou Gina.

– Nós somos os únicos que sabem como passar pelos desafios, então tomaremos o cuidado dobrado. – Hermione ressaltou. – Especialmente você Harry, já que é o dono da Varinha. – ela o olhou, preocupada. - Olhos abertos, todos são suspeitos.

Que maravilha, pensou Harry. E não é que realmente o inimigo mora ao lado?

_________________________________________________________________


Harry Potter bebia um grande copo de Uísque de Fogo no Quartel General de Aurores.

A maioria dos Esquadrões estava em missão, e os poucos Aurores que estavam presentes fizeram uma pequena celebração de fim de ano. A maioria pertencia ao Primeiro Esquadrão, que era o maior. Quase cinqüenta bruxos com braçadeiras com o número Um bordado estavam presentes. Os outros se dividiam entre membros do Quatro e Dois.

O saguão foi enfeitado rapidamente. Alguns visgos pendiam do teto, e alguém enfeitiçara o local para que chovesse pequenos flocos de neve. Eles caíam suaves no chão e depois desapareciam. A comemoração foi célere. Houve um discurso caloroso de Kingsley, seguido por algumas palavras dos chefes dos outros esquadrões. Harry descobriu mais tarde que Siger e Jason eram os únicos líderes que acompanhavam as equipes nas missões, os demais permaneciam sentados confortáveis nos gabinetes apenas distribuindo ordens.

Sendo assim apenas Jason, líder do Sexto Esquadrão não estava presente. Depois de quase uma hora de alocução, eles se serviram do magnífico banquete no centro da sala. Bebericaram das taças que os garçons espalhavam de minuto em minuto, e trocaram palavras carinhosas. Quando a festa já ultrapassara o limite de horário permitido, o salão começou a esvaziar até não restar mais que dez pessoas.

– O ano passou depressa não é Potter? – Kinglsey se aproximou dele segurando uma caneca fumegante. O restante do Sétimo Esquadrão ainda se divertia com o resquício de bebida, e o assistente pessoal do Ministro o aguardava impaciente. – Num piscar de olhos.

– É verdade. – parecia que fora ontem que Harry decidira voltar a Hogwarts e fazer aquele teste de Aurores. – O senhor parece cansado Ministro. – ele observou o homem com cautela. Apesar do sorriso amigável, seus olhos estavam opacos.

– Ah, isso acontece depois ir a todas as festas de todos os Departamentos. – ergueu o copo sorrindo e deu um grande gole. – Estamos trabalhando no caso Alvorada Harry. – disse com um ar sóbrio. Era assim que a caça ao criador dos Lobisomens Mutantes foi denominada. Uma ironia muito forçada chamar de Alvorada, uma caça a criaturas da noite.

– Como estão indo as pesquisas? – Harry perguntou tentando não demonstrar um interesse maior que o usual.

– Avançadas. Eu não posso contar muito por questão de sigilo, mas temos uma pista boa. A Equipe Três está no rastro e temos alguns espiões disseminados em locais suspeitos. Melhor seria se conseguíssemos infiltrar alguém... Mas por enquanto é o que há.

– Então estamos perto. – deu um gole fitando o Ministro.

– Nem tanto. – ele sorriu amargo. – É um labirinto. Seja quem for que está por trás disso é quase um ninja. Pelo menos temos algumas cartas na manga. – gesticulou para o lado oposto da sala. Harry seguiu seu olhar e viu Siger Crowe num canto solitário observando a diversão dos companheiros.

– O quanto conhece o Crowe Ministro?

– Mais do que você imagina meu filho. – deu um tapinha nas costas de Harry e se foi.

________________________________________________________________

– Ah, droga... – Harry olhou para o ombro, irritado.

– O que foi? – Rony interrompeu sua marcha no meio do saguão principal do Ministério.

– Trouxe a pasta errada. – o ruivo fez menção de acompanhá-lo, mas Harry se interpôs. – Não. Vai indo, pega a Mione e me encontra em casa.

Harry correu de volta sem nem mesmo esperar uma resposta. Era comum que ele esquecesse algo pessoal no armário da sala e tivesse que buscar depois. Sua falta de organização sempre fora visível, e era motivo de piada para os colegas da Equipe.

Passou apressado pelos corredores, cumprimentando quem aparecia no caminho. Entrou no Quartel silencioso aquela altura, alheio a tudo a sua volta. Estava quase adentrando na sala Sete, quando um murmúrio de vozes o trouxe de volta à realidade. O garoto se aproximou da porta, mas os sons eram ininteligíveis. Com um arfar de vitória, Harry puxou da bolsa o par de orelhas extensíveis que jaziam ali há meio século.

Estendeu o fio cor escarlate, e jogou o objeto por debaixo da porta esperando que ninguém notasse o movimento. Com um aceno de varinha, usou o Feitiço Desilusório para camuflá-la. Aproximou a outra ponta da face, e escutou com atenção.

–... Magia... Você descobriu o Código?... – a voz de Siger Crowe veio falhada. O fio estava amassado, o que explicava a interferência. Harry ouvia apenas fragmentos da conversa. –... Como?

– Patrick... Encontrei... Soro 3T- i... Steven foi atacado... E tem o Potter. – Chris Hareston falava hostilmente.

– Ele pode ... Mutação... Útil como espião... – Siger tentava dissuadir Chris de algo. -... Se quisermos... Descobrir onde está.

– Você é o... – a voz de Chris se elevou e Harry afastou um pouco o objeto do ouvido. Aparentemente Siger tinha respondido algo, pois a voz do menino se atenuou. – Mas então... Quem... A Varinha?

Encolerizado Harry puxou o objeto de volta e arriscou encostar o próprio ouvido na porta. Era a única chance de entender algo. Surpreso ele ouviu a última frase na voz de Siger:

– Você não pode contar a ninguém Hareston. Estamos juntos nessa.










Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então pessoal? Bom nem fiquem animados com a conversa do Chris com o Siger... Vai que não é o que parece?? Num dos bônus o espião foi tido como um garoto, mas lembrem-se poção polissuco existe. E se for tudo uma trama maior ainda? Uai, tá parei.
Sem dramas natalinos! Se eu não voltar amanhã, um Feliz Natal pra todos vocês leitores queridos. Tudo de bom e que Deus abençoe a todos! Muitos presentinhos de Papai Noel e não esqueçam de me dar meu presente também! Mande um review com a sua opinião, ou até mesmo um "Feliz Natal" e façam-me a autora mais feliz do mundo!
Mil beijos pra quem acompanhou até agora, e eu juro... Tá Acabando. Até a próxima pessoal, quero meu presente hein? ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Herdeiro do Primeiro Peverell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.