O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 26
Capítulo XIX - Potencialmente Perigoso


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus leitores lindos! Olha eu õ/
Obrigada Carol, Ferlous e Pryn pelos reviews. Ah, e meus anônimos também por estarem acompanhando claro. ;*
Bom, não dá pra esconder o quanto ando empolgada esses dias né? Pois é, e por isso terminei esse capítulo num átimo de inspiração. Eu passei horas e horas imaginando como seria a transformação de Steven, e bem... Acho que me decidi.
Além do que no último cap., terminamos com um susto no Avada Kedavra!
Confiram Harry saindo da mente louca do lobisomem, Steven sendo liberado do hospital, seu estranho caso com a Loren e a mais que estranha transformação do garoto. Eu gostei de escrever esse capítulo, e isso é potencialmente perigoso. Boa leitura ^^



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Capítulo XIX

Potencialmente Perigoso

Preciso sair, se desesperou Harry. Preciso voltar antes que seja tarde.

Estava imerso naquela irritante névoa amarela. Não conseguia distinguir nada a sua frente. O tempo e o espaço se condensavam em espirais de névoa. Quando estava prestes a perder as esperanças de voltar ao mundo real, Harry sentiu um solavanco. Um túnel escuro se abriu diante dele e ele foi sugado com força, numa velocidade incrível.

Não conseguia respirar, estava se perdendo na escuridão.

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Siger Crowe abaixou a varinha logo depois do feixe de luz verde cessar. O lobisomem prisioneiro caiu com um baque surdo da cadeira. A convulsão parara, e os olhos estavam abertos num esgar permanente.

Estava morto.

Harry desabou logo em seguida. O corpo inerte sendo coberto pela massa de amigos aflitos.

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Harry abriu os olhos num torpor, abrindo a boca em busca de oxigênio.

O mundo a sua volta estava fora de foco. Ele via rostos amedrontados se aglomerando no seu campo de visão. Ruídos indistintos lhe martelavam os ouvidos. Ele poderia simplesmente fechar os olhos, e ignorá-los. Assim ficaria em paz. Mas a urgência do que presenciara na lembrança o fez despertar de uma vez. Ele agarrou um braço próximo e se pôs de pé num salto, ofegando como se acabasse de disputar uma partida de Quadriboll.

- Kinglsey!– chamou meio tonto. Ainda estava desnorteado. Não voltara inteiramente ao mundo real. – Kingsley!

O Ministro se antecipou entre a massa de amigos do garoto e ele lhe agarrou os ombros buscando apoio. Seus olhos verdes estavam aflitos.

- Existem mais! – Harry tentava explicar, mas aos poucos os detalhes da lembrança lhe escapavam. – Tem alguém criando eles. Ele... Ele...Um laboratório... Tanques... – ele arfava.

- Acalme-se garoto. – o Ministro olhava preocupado para ele. Tinha dúvidas se o menino estava mentalmente são. – Respire. – Harry balançou a cabeça tentando falar tudo de uma vez. – O que você viu?

- Existem mais deles. – ele apontou para o homem morto no chão. Não ficara surpreso. Pelo modo como fora retirado do sonho só poderia significar que o prisioneiro não resistira. – Alguém está criando um exército. Não só de lobisomens, mas de outras criaturas também. Um... Soro. – gesticulou tentando se lembrar.

- Não faz sentido. – Siger se interpôs. – Por que alguém faria isso?

- Eu não sei. – Kingsley olhou confuso. Parecia mais perdido que nunca.

- Não importa. – Harry cortou. – Temos de pegá-lo. E depressa.

Todos ao redor concordaram. Não havia dúvidas. Se alguém estava criando um exército de criaturas-híbridas eles tinham de intervir. Não importasse qual o motivo, uma legião desse porte de crias-mutantes era extremamente perigosa. Ao que parecia a folga do Sétimo Esquadrão seria revogada. Kingsley já contatava a equipe de caça.

 Se o Terceiro Esquadrão falhasse, era a vez de Siger Crowe e sua equipe entrarem em ação.

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Steven Morris suspirou cansado.

A semana tinha sido intensamente fatigante. Acordara no hospital, com uma enorme e feia cicatriz do tórax e morrendo de fome. Lembrava-se de pouco dos acontecimentos da missão. Exceto das imagens em seus pesadelos: enormes garras perfurando-lhe.

Quando chamou a enfermeira naquele mesmo dia, ela lhe contou o ocorrido superficialmente. Ele tinha sofrido um acidente na missão, ficara inconsciente e pelo visto fora envenenado. A mulher escondeu o rosto ao falar-lhe do veneno de lobisomem que corria em suas veias, mas não o poupou ao dizer que também havia outra substância desconhecida.

Ele não soube como lidar com aquilo. Primeiro sentiu raiva do imbecil que o havia atacado. Depois medo. Ele se transformaria num lobisomem? Toda lua cheia sofreria com a mutação a ponto de ter que se acorrentar pra não matar os amigos? Ele sofreu noites com esse pensamento até que começou a receber visitas. Loren tentara animá-lo um pouco, fazendo piadas e lhe contando todas as novidades. Jessica viera pra lhe tranquilizar sobre os efeitos do ataque. Ele se sentira melhor, mas como ela não disse quais seriam os efeitos da substância, isso o deixou temeroso.

A visita de seus pais não ajudou nem um pouco. O Sr. e a Sra. Morris eram o motivo pelo qual sempre fora etiquetado de playboy. Cheios da grana e esbanjando beleza, os dois eram bruxos influentes no seu país. Sempre se esforçavam para passar a imagem de uma família feliz. Mas Steven sabia que essa não era a verdade. A relação entre ele e os pais era complicada, e envolvia ações, contas bancárias, e os rombos que ele deixara no saldo da família quando se mudou abandonando o cargo na empresa. Quando eles vieram visitá-lo tudo aquilo pairava em seus olhos. Nenhum indício de preocupação ou afeto. Só decepção e um cubo mágico para ele “se distrair”. Como se pudesse se livrar de todas as suas mágoas ao brincar com o estúpido objeto. Ele agradeceu quando foram embora e rezou para que permanecessem na Alemanha por um bom tempo.

As horas passavam e ele não tinha nada pra fazer. Não tinha nem ao menos um companheiro de quarto pra conversar, pelo visto os curandeiros o achavam perigoso demais para dividir o aposento com alguém. Até mesmo na hora das refeições, ninguém ousava se aproximar muito dele. Sentiu-se quase um monstro.

Sem opção passou a brincar com o cubo mágico que os pais lhe presentearam. Pegou a varinha na mesa de cabeceira e pela primeira vez depois do acidente realizou um feitiço. Sentiu suas entranhas arderem numa incrível sensação, mas ela logo cessou. O brinquedo rodopiava no ar, mudando suas arestas de acordo com os movimentos de varinha do garoto. Estava realmente concentrado, até o momento que foi interrompido por um grito vindo da porta.

Ele se virou atônito e deu de cara com a curandeira olhando pra ele aterrorizada. Antes que ele pudesse pronunciar uma palavra ela saiu do aposento correndo e berrando pelos corredores em busca de ajuda. Menos de um segundo depois o quarto se encheu de outros curandeiros, eles lhe prenderam na maca com correntes pesadas e o menino não teve chance de contra atacar. Eram muitos, para ele sozinho. Depois de preso, os especialistas passaram a analisa-lo, observando seus olhos e arrancando alguns fios de seus cabelos. Como se não bastassem começaram a retirar amostras de sangue.

A cada meia hora ele sentia a agulha retirar o seu líquido vital. Como sempre havia gente segurando-o ele não podia observar a retirada. Estava sendo tratado como um animal. Com o passar do tempo ele foi solto. Podia mexer os braços e as pernas livremente, mas havia sempre alguém de guarda do lado de fora.

Só foi entender o que se passava quando naquela noite ele mirou seu reflexo no prato da sopa de legumes que acabara de devorar. Olhou com terror fios de cabelos esbranquiçados na nuca e as manchas amarelas nos olhos.

Lágrimas escorreram pela face. Estava realmente se transformando num mostro.

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O Sétimo Esquadrão chegou ao St. Mungus na companhia de Patrick. A pena à equipe se daria por encerrada na semana seguinte, quando voltariam à ativa. O Terceiro Esquadrão ainda estava no encalço do bruxo-cientista misterioso. No momento a prioridade era levar o companheiro pra casa.

Era o dia de alta de Steven.

Na porta uma curandeira de cabelos curtos fez objeção a deixá-los entrar no quarto. Segundo ela, os efeitos do veneno ainda eram desconhecidos assim como sua forma de contágio. Steven estava de quarentena desde a terça passada quando ele deu indícios de mutação.

- É mais um motivo pra levarmos ele pra casa. – Loren insistiu zangada.

- A alta dele vai ser revogada. – a mulher continuou indiferente. – Ele está classificado como “Potencialmente Perigoso”.

- Potencialmente perigoso vai ser o feitiço que vou meter na sua cara! – a menina se enfureceu. – Nós vamos levar o Stev pra casa! – ela avançou prepotente e Siger a deteve pelo braço com um pedido de calma.

- Entendemos a situação. – ele disse num tom neutro. – Mas vocês não podem reter um paciente contra a sua vontade se não houver provas de sua periculosidade. – deu a deixa.

- Um “Potencialmente Perigoso” não basta. – Chris salientou.

 - Estão certos. – Jessica veio reforçar. – Isso é contra os Direitos Bruxos.

- Seu superior não vai gostar de saber que você está agindo contra a lei. – Patrick mentiu para intimidá-la.

- E nós sabemos nos defender. – Harry acrescentou.

- É. – Rony sobrepôs cruzando os braços somente pra não ficar de boca fechada. Os olhares convergiram pra ele numa acusação de “você não está ajudando". Ele olhou para os lados sem saber o que fazer.

A mulher pareceu não perceber o jogo de manipulação e se deu por vencida. Ela deixou-os passar sobre aviso de que alertassem para qualquer coisa fora do normal. Os Aurores adentraram o quarto que Steven ocupava sozinho e o viram sentado displicentemente na maca tentando resolver um cubo mágico com o auxílio da varinha.

            Ele usava um conjunto branco de hospital e tinha os cabelos desarrumados. A roupa que usara na missão estava empacotada num plástico vedado em cima da cômoda ao lado da cama. Parecia perfeitamente saudável não fossem a pele pálida e as olheiras em torno dos olhos. E que olhos, Harry pensou. Com estranhas manchas amarelas, contrastando com os raros fios grisalhos na fronte do cabelo loiro.

            - Droga de brinquedo! – ele xingou fazendo alguns movimentos com a varinha. A peça rodopiava no ar. Subiu os olhos e contemplou os amigos se amontoando na entrada. – Até que enfim vieram me visitar. – disse seco.

            - Mais do que isso queridinho. – Loren chegou perto e bagunçou seus cabelos com as mãos. – Vamos levá-lo pra casa. – ela pegou o pacote com as roupas e estendeu a mão.

            - Não vejo a hora. – ele abriu um sorriso. Apoiou-se na mão da menina para se levantar.

Fraquejou um momento perdendo o equilíbrio e Chris e Patrick que estavam mais próximos, correram para segurá-lo.

– Estou bem. – tranquilizou-os. – É só o sangue que eles vêm tirando de mim. – apontou para um canto onde cinco ampolas de vidro com um líquido rubro pigmentado de amarelo estavam expostas. – Vamos embora. Eu cansei desse brinquedo idiota! – ele jogou o cubo mágico no chão e deixou os amigos o guiarem para fora.

            Aliviados por encontrar um Steven tão parecido quanto o que conheciam os membros do Sétimo Esquadrão, juntamente com Patrick o escoltaram de volta pra casa. A curandeira da porta não deixou de lançar um olhar mal-humorado quando eles passaram por ela. Steven arriscou alguns passos sozinho e logo já estava caminhando sem ajuda. Eles conversaram e brincaram durante todo o caminho de volta. O clima de tensão se aliviou e logo só havia ali oito amigos se divertindo e fazendo piadas.

Tamanho foi o contentamento em ter o companheiro de volta, que sete pessoas ali não perceberam que no quarto do hospital que deixaram pra trás, ficaram apenas quatro amostras com o sangue de Steven. E que agora um traidor entre eles tinha um sorriso convencido no rosto ao esconder o pequeno frasco entre as vestes.

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- Ei... Você está bem? – uma voz sussurrou da porta.

Steven Morris não conseguira dormir aquela noite. Passara a tarde na companhia dos colegas rindo e brincando, mas não podia esconder a tristeza agora que estava sozinho novamente. Agradecera a Patrick inúmeras vezes por seu atendimento rápido que salvara sua vida. Harry também, pelo esforço e luta que empenhou para socorrer a ele e a Jessica.

Durante todo o dia se esquecera da terrível condição em que se encontrara. Seus amigos pareciam contentes em vê-lo agir naturalmente e ele não podia decepcioná-los mostrando o que realmente sentia. Foi quase natural pra ele rir das piadas sem graça de Patrick, xingar Chris quando ele o venceu no xadrez ou censurar o Siger quando este roubou cerveja amanteigada da geladeira.

 Por mais que tentasse não demonstrar percebia o cuidado que os companheiros tinham para com ele. Só o alimentando com frutas ou verduras, alegando que não tinham ido às compras essa semana, ou fugindo de brigas como se para evitar que ele ficasse nervoso. Além disso nenhum deles o encarava nos olhos, fugindo das estranhas manchas amarelas, e não teciam comentários sobre os fios brancos no cabelo.

Aceitou todos os mimos sem reclamar. Eles desviavam-se ao falar na missão, ou no acidente de Steven. E ele agradecia por isso. Talvez precisasse esquecer por algumas horas que era um monstro.

Os celulares mágicos que a Loren encomendara pra eles haviam chegado, e ela passou várias horas ensinando a todos como se comunicar através deles. O clima ficara tão ameno depois de algumas horas, que Patrick buscara dois grandes barris de cerveja amanteigada e eles beberam a vontade. Comemoravam a volta de Steven, e o garoto sorria. Sentindo por dentro uma grande desilusão.

Á noite, ele se retirara cedo, antes mesmo do pessoal ir embora. Mas não conseguira pregar os olhos. Estava na janela do quarto, com sua cueca Box habitual, olhando a cidade pela janela quando a voz de Loren irrompeu da porta.

- Estou. – ele sorriu pra ela. Sempre preocupada. Eles não tinham nenhum compromisso. Tinham transado duas ou três vezes, mas nenhum dos dois mostrou interesse de assumir algo. E de qualquer forma, Steven ainda se debatia sobre a noite que ela tivera com Patrick Stane.

- Sei que não está. – ela se aproximou devagar, a camisola vermelha dançando em sua pele. Afagou o braço do garoto com cuidado, encostando delicadamente a cabeça em seu ombro.

Loren tinha esse talento de entendê-lo quando ninguém mais podia. Era uma das coisas que Steven gostava dela. Sua compreensão nata, o talento de ficar calada quando convinha, ou de extrapolar nas palavras quando queria algo. Ele não pode evitar fazer um cafuné na nuca da garota. Seus cabelos loiros sedosos escorriam entre seus dedos.

- Onde estão os outros? – ele perguntou estranhando a ausência de barulho da casa. Não passava das oito da noite, e normalmente todos os moradores dali dormiam tarde. Hoje especialmente, depois de ficarem embriagados por causa da tarde de comemoração, era pra estarem a todo vapor.

- Saíram. – ela respondeu ainda com a cabeça em seu ombro. – Siger saiu àquela hora de tarde, já estava um pouco bêbado, mas insistiu em ajeitar algumas coisas no escritório. Harry saiu pouco depois que você se deitou. Junto com o Rony. Jess e Chris foram passar a noite fora, ou algo assim.

- Estamos sozinhos? – ele perguntou a princípio sem nenhuma pretensão. Mas ao perceber como as palavras soaram, aproveitou-se e beijou a cabeça da menina, aspirando seu cheiro.

- Sim. – respondeu aceitando o carinho.

- Por que não saiu também? – se virou pra ela, encarando as íris verdes. Cerrou os olhos para não encarar o decote da menina. Sabia dos hábitos de Loren, debaixo daquela camisola não havia nada mais que uma calcinha rendada.

- Quis ficar com você. – sussurrou fazendo um carinho na bochecha do garoto.

Steven a admirou por um momento, dos pés a cabeça. Devorando-a com os olhos. Passou a mão pelas costas da loira, sentindo a textura da seda gelada em sua pele. Podia sentir o olhar dela no ponto mais abaixo de sua cintura, onde sua ereção já começava a despontar. Ar fresco entrava pela janela aberta, fazendo os cabelos da menina esvoaçarem. Ele a virou de costas, retirou as mechas do pescoço e depositou beijos castos ali. Subindo e descendo, os ombros e as orelhas.

Loren suspirou com as carícias. O homem estava incrivelmente quente, ao ponto de lhe causar arrepios. Suas mãos contornavam seu corpo por cima da camisola, delineando a cintura e parando logo abaixo dos seios. Ela estendeu seus braços pra trás e aproximou seus corpos com um puxão. Sentiu o membro rijo do amante próximo a suas nádegas, e não pode evitar o gemido de satisfação.

- Acho que deveria dormir. – ela soou provocante. – Está cansado.

- Ainda estou cheio de vigor... – falou ao ouvido dela. – Não sabe o quanto está sexy.

- Na verdade... – ela gemeu quando Steven lhe deu uma mordida no lóbulo da orelha. – Acho que posso imaginar. – apertou o sexo do garoto com vontade.

- Ah... – ele arfou no seu cangote.

Loren se livrou do abraço do Morris e deu um passo a frente. Ela cruzou os braços numa pose extremamente sensual e puxou as alças da camisola. A peça deslizou pelo corpo da menina, parando em suas curvas até chegar ao chão. Steven contemplou a visão da loira seminua. A pele macia, os cabelos como um véu, as pernas fortes, a calcinha rendada moldando as nádegas. Ele se aproximou com calma, ainda inebriado pela paisagem. Aquela mulher estava-o deixando louco.

- Ops. – ela fingiu surpresa colocando um dedo na boca. – Caiu. Será que poderia pegar pra mim Sr. Morris? – sorriu maliciosa.

- Tenho uma ideia melhor... – sorriu de canto. Não era homem de esperar. Queria possuí-la mais que tudo. A prensou pelas costas na parede, colando o membro inquieto de propósito no corpo da garota.

- Neste caso, - rebolou contra o sexo dele. – melhor se livrar da cueca lobinho. Ou não vamos a lugar nenhum.

Steven sorriu.

Naquela noite Loren Price mostrou toda a sua ferocidade. Que ironia, pensou entre os momentos de prazer, ela parecia uma loba selvagem.

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Quando acordou Loren ainda estava ao seu lado. Ainda não amanhecera, deviam ser umas três da manhã. Ele estava satisfeito. Tivera uma noite incrível e sem ninguém em casa pra atrapalhar. Mas ainda estava com o sangue quente, não conseguiria voltar a dormir. Levantou-se tomando cuidado pra não acordá-la, desceu as escadas, entrou na cozinha e bebeu um copo d’água.

Percebeu o quanto estava morrendo de fome e abriu a geladeira em busca de algo suculento. Viver a base de legumes e verduras não era pra ele. Deparou-se com um delicioso prato de almôndegas, mas estacou com os dedos em cima de uma. Eu não deveria comer carne, pensou, posso acabar piorando as coisas.

E o que iria piorar afinal? Ele já tinha essas estranhas manchas nos olhos, e esses cabelos descoloridos na fronte. O que mais poderia acontecer? De qualquer forma era só uma almôndega, outros bruxos já morreram por mais.  Ele pegou a bolota de carne e enfiou na boca. Mastigou com vontade saboreando cada pedaço enquanto voltava pro quarto.

Debruçou-se na janela engolindo o restante da comida. Muito gostoso. A carne desceu de uma forma estranha, revirando seu estômago. O que estava acontecendo? Instantaneamente o garoto sentiu um tremor nas estranhas. Uma sensação poderosa se espalhando pelo corpo. Seus olhos começaram a arder, eles estavam em chamas. Mordeu o braço para não gritar de dor. Ainda poderia acordar a Loren.

Queimando, agonizou em silêncio, estou queimando.

Caiu no chão delirando de dor, sem saber o que ocorria. Num átimo ele puxou o celular da cabeceira e mirou seu reflexo.

Mordeu o braço novamente para não gritar de espanto.

Os olhos estavam completamente amarelos, numa cor viva e atemorizante. Os cabelos tinham perdido a cor, se arrepiando numa tonalidade esbranquiçada. Jogou o objeto na cama em pânico. Olhou para as mãos e viu as unhas com pontas. Garras afiadas prontas pra dilacerar carne.

A sensação de poder se espalhou, o formigamento nos seus membros se intensificou gradativamente. Ele suspirou de prazer. Logo não se importava com a aparência que tinha. Sentia-se completamente invencível. Poderia lutar contra milhares de bruxos armados e sabia que venceria.

Completamente transformado, Steven empoleirou-se na janela aberta. O vento frio castigou seu rosto, mas ele se encheu de adrenalina. Os olhos adaptados à escuridão, e os membros fortes ansiavam por liberdade. Então ele saltou. Com leveza aterrissou no chão e pôs-se a correr.  As ruas estavam desertas, e seus passos ecoavam na noite.

Estava livre e parcialmente nu, e isto era potencialmente perigoso.

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Loren Price abriu os olhos já de manhã. Passou a mão na cama em busca do corpo do amante e assustou-se quando só encontrou o celular do mesmo.

Um pressentimento atravessou a sua mente e ela correu por toda a casa a procura do menino. Já estava prestes a acordar Jessica e Chris para avisar de seu desaparecimento quando o telefone da sala começou a tocar. Atendeu pronta pra dispensar qualquer um.

- Não, eu não quero um seguro de varinha... – ela começou prevendo a conversa.

- Alô... Loren? – a voz de Steven soou rouca do outro lado.

- Steven! – gritou surpresa sem se preocupar com os dorminhocos. – Onde você foi? Onde você está?

- Eu não sei... – a ligação estava horrível. Ruidosos chiados interrompiam a fala do garoto – Não me lembro de ter... Posto... Uma senhora...

- O quê? Eu não consigo entender nada... – a menina se desculpou. – Não importa. Aparate e volte logo pra cá.

- Não dá. – ele suspirou.

- Como assim não dá? – ela riu nervosa esperando uma piada.

- Não consigo usar magia.


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Notas finais do capítulo

Eita! Se ligaram nos factos?!
O Terceiro Esquadrão tá na busca pelo cientista-bruxo-misterioso, e o Sétimo tá se preparando pra entrar na briga.
Steven recebeu alta, e o cara ta mal né minha gente? Não ter controle sobre o próprio corpo é barra! Gostaram da transformação dele? Desconsiderem, sou péssima em montagens. Mas deu pra pegar o espírito né? No próximo capítulo vamos descobrir onde o nosso lobinho foi parar, e novos mistérios nos aguardam. Harry, segura essa Varinha!
Beijos e não esqueçam de dizer o que acharam... Please *-*
*Dica: Sim, já reduzi as opções de vocês para o espião em oito pessoas. Uma dessas oito é o nosso queridinho duas caras. Alguém se arrisca a dar um palpite?



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