O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 21
Capítulo XVI - A Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Boa noite queridos leitores, como sempre atrasada mas o cap. acaba de sair do forno.
Depois da fatigante missão, o Sétimo Esquadrão descansa em paz. Ou será que não? Steven Morris no hospital, Jessica se sentindo culpada e Loren tendo um ataque de nervos!
Enquanto estavam fora algo balançou as estruturas do Ministério e de Hogwarts, uma denúncia anônima. Mas o que seria? Será que Harry Potter vai finalmente descobrir que plano é esse do qual ele faz parte?



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Capítulo XVI

A Descoberta

– Siger, não me leve a mal, mas... Acho que a culpa não foi do Harry. – Patrick Stane disse cautelosamente sentado numa das cadeiras acolchoadas da sala do Sétimo Esquadrão.

Há poucas horas o Sexto e o Sétimo Esquadrão haviam retornado da missão ao covil dos lobisomens. Um grupo de Obliviadores foi mandado ao local para cuidar de apagar a memória dos trouxas presos na igreja, e outra equipe ficou responsável pela recuperação da cidade em frangalhos. O único animal que capturaram, graças a Rony, agora se encontrava na forma de um homem carrancudo de barba espessa sob a custódia do Quarto Esquadrão, a Equipe de Investigação, para interrogatório.

O Sétimo Esquadrão foi direto para sua sala, e Harry Potter estava esperando o seu sermão por ter desobedecido ordens e saído da formação. Ele não estava nada contente, sabia que fora errado agir impulsivamente daquele jeito, mas se ele não tivesse feito talvez Steven e Jessica não estivessem vivos. Se bem que o Steven não está muito melhor agora.

– E você faz o que aqui, - Siger indagou com um olhar mortal. – Sr. Stane?

– O Sexto Esquadrão já foi liberado. – o menino respondeu deliberadamente. – Se não tiver problemas com minha presença aqui...

– Fique. – o chefe ordenou com a voz seca. – Vai contra os meus preceitos expulsar alguém, mesmo que seja da minha sala.

– Parece com alguém que eu conheço. – Patrick sorriu de canto.

Siger olhou para o menino de uma forma curiosa. Sua cicatriz pareceu pulsar na face fechada e ele instantaneamente passou a mão pelo pingente no pescoço. Pareceu se esquecer de continuar a bronca e Harry agradeceu mentalmente a coragem de Patrick ao enfrentar Siger. Só não entendia aquela expressão do chefe do Sétimo Esquadrão. O que seria capaz de abalar as estruturas do homem mais indiferente que Harry já conhecera?

– A questão é, - Chris se manifestou quebrando a tensão. Ele sentava ao lado de Jessica, provavelmente segurando sua mão por debaixo da mesa. – concordo com o Patrick. A intenção de Harry foi das melhores.

– Certamente. – Siger pareceu despertar. – Uma feliz... Coincidência.

– O que foi coincidência? – Loren perguntou de um canto da mesa.

– Que os fatos se desenrolassem dessa maneira. – o chefe fitou uma peça de xadrez que tinha entre os dedos. – Coincidência até demais. Quase como um jogo... Um plano bem arquitetado.

– Não acredita em sorte? – indagou Chris.

– Existe um limite até para a sorte Sr. Hareston. – ele respondeu ainda com a peça entre os dedos. – Aqueles lobisomens não eram lobisomens comuns. Eram uma mutação.

– Como uma nova espécie? – Jessica perguntou ainda com a voz fraca. Ela havia acordado minutos depois que eles saíram da cidade, um tanto confusa e bastante pálida. O corte na testa agora estava totalmente cicatrizado.

– Quase isso. – o superior contrapôs. – O único porém é que essa “mutação” não foi algo natural. Isso – ele tirou um minúsculo frasco do bolso com uma substância verde que Harry reconheceu do corpo de Steven. O veneno das garras dos animais. – foi produzido por um bruxo e eu me pergunto o porquê...

– Está dizendo que alguém alterou a natureza daqueles lobisomens, deixando-os com garras de veneno mortal e simplesmente soltou-os por aí? – Chris se mostrou descrente.

– Parece muita perda de tempo. – Rony murmurou. Estivera quieto até agora só observando a situação. Assim como todos, ele estava perplexo com os lobisomens mutantes.

– Parece uma idiotice isso sim! – Loren se exasperou. – Está dizendo que o Steven está naquela cama de hospital simplesmente porque algum psicopata gosta de brincar de Dr. Maluco e ficar fazendo experiências com monstros?

– Loren... – Patrick tentou contê-la.

– Não! – ela rebateu já se levantando. – Eu vou matar esse desgraçado! É melhor o Quarto Esquadrão já ter conseguido alguma informação daquele cachorro que o Rony pegou se não eu mesma vou interrogá-lo! – gritou enquanto saía e fechava a porta com uma batida violenta.

– Vai deixar ela sair assim? – Rony se virou para Siger pasmado.

– Ela vai ficar bem. – Chris assegurou. – Eu acho.

– Eu não diria o mesmo do nosso prisioneiro. – Siger disse com um ar irônico. Ele voltou-se para Harry com a expressão séria. – Potter, eu não estou aqui para condená-lo. Longe disso. Admiro o que fez, mas ainda assim preciso alertá-lo. Por mais que suas intenções tenham sido boas, você nos colocou em perigo. Sair da formação foi imprudente e infantil.

No fundo Harry concordava. Ele havia recebido ordens expressas de permanecer na formação, e mesmo assim não hesitou em ir correndo ajudar Steven. Por outro lado, Chris Hareston também havia desobedecido ordens ao ir atrás de Jessica e Harry dava graças por ele tê-lo feito. Com um pouco de vergonha, o garoto admitiu interiormente que se tivesse a chance de voltar no tempo faria tudo exatamente igual.

– Sei que está pensando no seu colega, que igualmente desobedeceu às ordens. – Siger leu seus pensamentos e apontou para Chris com a peça de xadrez. – Porém, o Sr. Hareston tomou todas as providências para que sua ausência não causasse um desfalque na equipe. Tanto que só fui perceber sua falta quando os desgraçados fugiram. Está me entendendo Sr. Potter?

– Sim senhor. – ele disse com toda a sinceridade que pode reunir. – Não acontecerá novamente.

– Aí você me desapontará. – esboçou um sorriso. – É isso que espero de você Harry. Essa sua impulsividade que trouxe você até aqui. Não estou pedindo que mude seu jeito de agir, só que da próxima pense num modo mais eficaz de desobedecer. – ele disse sério. - De preferência um em que você me avise o que pretende fazer, e que não deixe os seus companheiros desesperados para cobrir a sua posição.

– Sim senhor. – Harry respondeu incrédulo. – Vo...Vou tentar.

– Ótimo. Agora de novo sobre os lobisomens, eu...

Siger foi interrompido por um pequeno pergaminho em forma de aviãozinho que adentrou pela porta. Memorandos interdepartamentais. Espero que não seja mais uma missão. O chefe estendeu a mão e o objeto obedientemente pousou em sua palma. Os ocupantes da sala fizeram silêncio enquanto ele o lia com atenção, o sangue fervendo a cada linha. Quando terminou jogou-o sobre a mesa, pondo os dedos nas têmporas.

– Mas que filha da mãe... – xingou entre dentes.

Chris se levantou rapidamente puxando o papel de cima do móvel e examinando seu conteúdo.

Intimação da Suprema Corte ao chefe do Sétimo Esquadrão... – leu em voz alta. – Maus tratos aos trouxas? – disse incrédulo. – Estão de brincadeira não é?

– Me deixe ver. – Harry pegou o pergaminho das mãos do garoto e se apressou em ler. – Departamento de Proteção aos Trouxas... Quem é essa Charlotte Charpentier? – perguntou apontado para a assinatura no documento.

– Uh, é uma intelectual gostosa. – Patrick se aproximou estudando o memorando. – Se precisar de alguém para ir numa reunião particular com ela, pode contar comigo Siger.

– Ela é a chefe do Departamento? – Rony chegou perto. – Não é a mesma que participou da mesa de jurados no PSEA? – perguntou exasperado enquanto olhava de longe o papel.

– Ela mesma. – Harry concordou.

– É a terceira vez esse mês... Maldita vadia! – Siger surpreendeu-os ao dar um soco na mesa de tamanha intensidade que Harry pode jurar que o tampo afundara uns três centímetros. - Dê-me essa droga. – ele puxou o pergaminho do meio dos três garotos e foi se encaminhando furioso na direção da porta.

– A audiência é somente daqui a três horas... – Chris gritou antes que o chefe saísse. – aonde vai?

– Estão dispensados. – ele respondeu antes de bater a porta ferozmente.

– Sabe... Essa porta não vai durar muito tempo. – Jessica disse baixinho.

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Chris Hareston vasculhava a sala com cautela.

Desde que voltou da missão, uma pergunta martelava sua mente. Ele odiava não saber as coisas, e esta em especial, ele não poderia deixar passar. Informação importante. Repetiu a si mesmo.

Todos os membros do Esquadrão Sete saíram da sala assim que Siger Crowe os dispensou. Harry e Rony correram atrás de uma Hermione e uma Gina preocupada, Jessica disse que ia até o hospital ver Steven e seus pais que vieram assim que foram informados do acontecido e Patrick se ofereceu prontamente para acompanhá-la até o elevador.

Ele permaneceu.

Precisava encontrar algo que comprovasse sua teoria. Por mais improvável que parecesse aquele pensamento, Chris só sossegaria depois que estivesse convencido do contrário. Uma carta, um arquivo, um documento pessoal... Qualquer coisa. Abriu as gavetas da mesa do chefe, olhou os armários no fundo da sala.

Nada.

Talvez estivesse errado. Deveria parar de assistir os filmes trouxas de teorias da conspiração e ficar em paz. Estava tudo certo. Nada fora do comum. Os acontecimentos que se sucederam pareceram uma mera obra do acaso, não fazendo parte de algo premeditado como um plano diabólico. E ninguém mais desconfiara de nada, então porque se preocupar?

– Fazendo hora extra? – uma voz conhecida chamou da porta. Chris disfarçou suas atividades empurrando alguns papeis pra debaixo da mesa. Patrick Stane o encarava com um sorriso convencido.

– Procurando algo na verdade. – respondeu cauteloso. – Mas não está aqui.

– E o que seria esse “algo”? – ele indagou desenhando aspas no ar enquanto se aproximava olhando atentamente a bagunça sobre a mesa.

– Nada demais. – sorriu aliviado pela falta de reação de Patrick. Continuou mais tranqüilo contando meias verdades. – Siger mencionou alguns outros memorandos da tal Charlotte. Pela forma como ele falou fiquei imaginando se eles não teriam algo mais. – o que inventara não era tão absurdo, ele pensava mesmo nessa possibilidade.

– Se eles têm um caso? – Patrick riu escandalosamente. Ele enxugou os olhos lacrimejantes com as palmas das mãos. – Cara, se o Siger ta pegando aquela gostosa... Realmente ele cresceu no meu conceito.

– Ele já não era estimado por você? – indagou distraído.

– Não muito. Ele é... – pensou sem saber ao certo o quanto poderia compartilhar.

– Misterioso? – Chris arriscou.

– Sim. Sinto que há algo secreto nele. – observou a expressão do colega. – Me entende?

– Acho que sim. – ele se empolgou frente à possibilidade de conseguir a informação que queria. – O que exatamente você consideraria secreto?

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Estar em casa depois de dias tão conturbados como esse era realmente uma paz, Harry admitia.

Ele e Rony encontraram Hermione e Gina no saguão do Ministério assim que foram dispensados. Sua namorada ainda com o uniforme de Quadribol não hesitou em agarrá-lo no meio de todos os bruxos do refeitório. Quando foram pra sua casa algumas horas mais tarde Hermione os contou da Audiência e Harry ficou surpreso. Pelo que a menina relatara a acusadora, a tal Charlotte - que por acaso era a nova chefe de Hermione -, não fez novas investidas permanecendo praticamente calada toda a sessão se contentando com a pena para o Esquadrão Sete que era “permanecer em observação”.

Agora Harry Potter comia tranqüilo na cozinha de sua casa a sopa que Gina e Hermione acabaram de preparar. Rony repetia pela terceira vez e o Sr. Weasley suspirava de barriga cheia. Seria uma noite perfeitamente agradável, não fossem as notícias que ele acabara de receber.

– Então... Resumindo. – Rony disse entre uma colherada e outra. – O Ministério arrancou o caixão de Dumbledore e as Relíquias dos Fundadores de Hogwarts?

– Pelo que soube de Kingsley, sim. – o Sr. Weasley respondeu cansado. – Foi a maior confusão enquanto vocês estavam fora. Uma denúncia anônima pegou o Ministro de surpresa. Alegaram que nenhum outro diretor foi enterrado nos territórios do Castelo, e que as Relíquias eram um patrimônio da comunidade bruxa.

– Não foi qualquer diretor, era Dumbledore! – Harry se exasperou quase engasgando com a sopa quente. Ele já estava cansado disso. Foi o mesmo discurso que fez à Mc Gonagall quando o diretor morrera.

– Quem fez a queixa? – Rony perguntou de boca cheia.

– Não sabemos Rony, por isso que se chama denúncia anônima. – Gina debochou. - Já temos o museu no Largo Grimauld, o que mais eles querem?

– Encher o saco... – o ruivo murmurou baixinho.

– Não tinha motivo pra alguém fazer uma queixa dessas. – Hermione se apoiou na mesa pensativa. – Por que isso agora? Depois de tanto tempo desde a Batalha Final?

– E aí que está a parte mais estranha de toda a história. – o Sr. Weasley continuou. – Quando estavam removendo os itens do Castelo, o carregamento foi abordado.

– Roubaram alguma coisa? – Harry perguntou aflito. Não sabia porque alguém teria interesse no corpo do ex-Diretor, mas as Relíquias dos Fundadores deveriam valer uns bons galeões no mercado negro. A própria Hogwarts depois da reconstrução havia trago as Relíquias para o Grande Salão do Castelo, em cima da ampulheta de sua respectiva casa. A Espada de Godric Grifindor, o Medalhão de Salazar Slytherin, a Taça de Helga Hufflepuff e a Tiara de Rowena Ravenclaw agora repousavam no seu local de direito. Isto é, antes do Ministério ser forçado a retirá-las de lá.

– Não. E essa é a parte estranha. – Arthur Weasley prosseguiu. – Eles detiveram os Aurores, vasculharam tudo e não levaram nada.

– Que idiotas... – Rony se levantou para pegar o resto de sopa na panela.

– Como não levaram nada? – Hermione ficou confusa. E não era à toa. – Porque atacaram então?

– Não sabemos. Pelo visto ninguém faz a mínima idéia. Nem mesmo Kingsley tem algo em mente. – Arthur fez uma pausa. – Bom, esta ficando tarde é melhor eu ir. Gina? – ele olhou pra filha convidando-a a vir com ele.

– Eu a levo amanhã Sr. Weasley. – Harry afirmou. O Sr. e a Sra. Weasley não faziam objeção a Gina dormir fora de casa, desde que não fosse mais de um dia na semana.

– Muito bem. – ele foi se encaminhando para a porta. – Boa noite pra vocês, e Rony não chegue muito tarde, sua mãe está com o coração nas mãos desde que vocês foram para aquela missão.

– Tudo bem. – Rony assegurou.

– Até mais... – ele saiu pela porta e lá de dentro os meninos puderam ouvi-lo aparatar.

– Estranho isso não é? – Hermione perguntou ainda absorta no assunto. – Quer dizer, o que esses ladrões queriam?

– Pelo visto nada, já que saíram de bolsos vazios. – Rony disse incerto.

– Eles poderiam estar procurando algo... – Gina arriscou.

– Como o quê? – Hermione olhou confusa.

– Não sei. – a garota suspirou desistindo da idéia.

– Ou... Terem simplesmente topado com o carregamento por acaso. – Rony sugeriu. – Vai ver nem sabiam o que tinham nas mãos.

– E aí recusar as Relíquias dos Fundadores de bandeja? – Harry argumentou. Os outros concordaram, não tinha sentido. – Acho que não. – uma idéia acabara de lhe ocorrer. – Neville está em Hogwarts agora?

– Provavelmente. – Hermione afirmou sem saber a importância da informação. – Ele está substituindo a Sprout enquanto ela tira férias.

Harry não esperou mais nada. Correu até a sala, pegou pó de flu e jogou na lareira enquanto murmurava:

– Sala de Pomona Sprout, Hogwarts.

Com um pouco de apreensão, e tentando escolher a posição mais confortável possível, o garoto enfiou a cabeça nas chamas verde esmeraldas que não fizeram nada mais que uma carícia suave em sua pele. Cerrou um pouco os olhos e pôde vislumbrar através das labaredas a superfície imunda da Sala da professora de Herbologia. Adiante, os pés de uma cadeira de mogno e uma mesinha simples eram distinguíveis.

– Neville! – chamou de dentro da lareira. Ele ouviu um baque de algo caindo pesadamente no chão, um gemido de dor e a cara não mais robusta de Neville Longbottom a encará-lo.

– Harry! – o menino exclamou contente. Ele vestia uma capa cor de musgo, e tinha a mesma expressão jovial. Ninguém jamais diria que fora aquele menino que abatera uma das Horcruxes de Voldemort, a cobra Nagini, tirando a espada de Godric Griffindor de dentro do chapéu Seletor. – O que faz aqui? Isso é, o que sua cara faz na lareira?

– Desculpe, é que eu não tinha tempo pra fazer uma visita por inteiro. – Harry riu. – Preciso saber de algo Neville, mas antes, será que poderia trocar de lugar comigo? Minha lareira é mais baixa, eu estou quase beijando o carvão. – se queixou rindo. Estava realmente desconfortável, e além do mais precisava que os outros ouvissem a conversa por inteiro.

– Ah, claro. – o menino concordou olhando pros lados. – Luna! Veja se tem algum pó-de-flu por ai! – chamou. Harry viu com alegria cabelos loiro acinzentados virem encará-lo nas brasas.

– Harry! – ela sorriu. – Do quê você precisa?

– Algumas informações. – Harry respondeu sem graça. Luna sempre tecia comentários capazes de deixar qualquer um sem reação. No entanto era isso que o garoto mais admirava nela, sua sinceridade, ainda que exagerada e inoportuna. – É bom te ver. E então? Vamos trocar? – ele se dirigiu a Neville, suas costas protestavam a cada segundo que ele permanecia naquela posição.

– Pode ir. – o garoto pegou um pouco do pó nas mãos. – Está em casa?

– Sim. – Harry respondeu antes de tirar a cabeça das chamas e vê-las desaparecer. Olhou ao redor e tudo que viu foi Rony, Hermione e Gina o encarando confusos. – Já vou explicar. – Neste exato instante a cabeça de Neville brotou nas brasas. – Ok Neville, você estava aí quando os Aurores chegaram?

– Você quer dizer para remover as Relíquias? – ele perguntou um pouco confuso.

– E o corpo de Dumbledore. – Harry acrescentou angustiado. O mínimo que Alvo merecia depois de tudo era descansar em paz.

– Bom, sim. Mas só quando vieram buscar as Relíquias.

– Como assim? – Hermione perguntou do canto do sofá. - Eles não levaram o corpo?

– Sim. Mas eu não vi quando o fizeram, estava em aula. – um rubor discreto se materializou no rosto-brasa do menino. – Pelo que soube uma equipe do St. Mungus veio mais cedo remover o corpo. À noite os Aurores levaram as Relíquias.

– Qual dos carregamentos foi assaltado? – Gina olhou de Neville a Harry.

– Bom, o Sr. Weasley falou que os ladrões desarmaram Aurores... – Hermione concluiu. – Então eles pegaram o comboio que possuía as Relíquias.

– Você soube disso Neville? – Rony se manifestou curioso.

– As notícias correm por aqui. Mas não levaram nada não é? Então não houve problemas...

– Isso porque eles não encontraram o que estavam procurando. – Harry disse seco. – Não imaginavam que o carregamento ia ser dividido em dois.

– Mas Harry... – Hermione olhou sem saber onde o garoto queria chegar. – que interesse esses ladrões teriam no corpo de Dumbledore?

– Não no corpo. Em outra coisa. - Harry fitou os olhos da menina e viu todo um filme se desenrolar em sua mente.

Aquele momento há quase dois anos atrás, quando estava na busca desesperada pelas Horcruxes e se envolveu em algo mais misterioso e sinistro.

As Relíquias da Morte.

O momento em que vira todas as peças se encaixarem, e a teia de acontecimentos finalmente fazer sentido.

Por fim pulou para o desfecho daquele enredo, depois que derrotara Voldemort e descobrira o bem que lhe pertencia por direito. A decisão que tomou para garantir que outras pessoas não se aventurassem naquela busca, e para que o rastro sangrento de morte deixado pelo objeto se encerrasse de uma vez por todas.

Ele jamais imaginara que todas as precauções foram em vão. Mais alguém seguiu as pistas, mais alguém sabia sobre Ela.

Naquele primeiro carregamento não se encontrava apenas o corpo de Dumbledore, como também o objeto que Harry recolocara entre suas mãos cruzadas em repouso eterno. O que os ladrões procuraram frustrados no meio das Relíquias dos Fundadores. Ela. A arma mais poderosa de todas.

A Varinha das Varinhas.









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Notas finais do capítulo

E então? Finalmente né? Bom eu volto amanhã como compensação por uma semana sem postar mas com um bônus que sei que vão curtir!
Façam suas apostas, quem está atras da Varinha das Varinhas?
* Dica: os que fazem parte do plano - o(s)da parte do mal e vítima(s)- aparecem neste capítulo. Ou são lembrados de alguma forma.
Ps.: Gostaram da fotinha do Chris Hareston? I Love!!♥
Beijos e até a próxima ^^



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