O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 19
Capítulo XIV - Formação V


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente!! Olha eu õ/ e o cap. fresquinho, fresquinho hehe.
Primeiro: pedindo desculpas por não ter postado na sexta, mas esse requeria muita atenção então eu revisei quatrocentas vezes, reescrevi mil e trezentas mas terminei. Segundo: AHHH, eu já disse o quanto amo leitores novos? Nããão? Pois eu AMOO leitores novos. Obg Maga por estar "devorando" a minha fic. Além dos perfeitos e lindos reviews de Pryn, Carol e Ferlous.
Sem mais demoras de minha parte, espero que o cap. compense vocês! Se liguem na missão do Sétimo Esquadrão... ^^



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Capítulo XIV

Formação “V”

            - Cara as garotas vão pirar! – Rony sussurrou exasperado a Harry.

            - Nem me diga.

            A floresta de coníferas se abria diante deles ameaçadora. O Sétimo Esquadrão assistia o espetáculo da luz solar se infiltrando pelas árvores e resplandecendo nas folhas dos abetos e carvalhos. O solo úmido grudava nos calçados dos jovens bruxos, repletos de folhas e outros restos orgânicos.

            Harry ainda estava estupefato. Desde o instante em que saíram do Ministério sob a pressão de realizarem sua primeira missão como Aurores, se passaram apenas cerca de trinta minutos. Eles fizeram um desvio até a casa do Esquadrão Sete, pelos percalços que Loren os incutira sobre serem pegos de surpresa.

            Depois de se armarem com o necessário – roupas mais folgadas, botas de cano alto e capas resistentes – eles ouviram as instruções de Siger com toda a atenção possível.

            - Muito bem me escutem. – O chefe anunciou seriamente. A cicatriz no olho parecia intensificar seu ar austero. – Um bando de Lobisomens foragidos desde a Batalha Final foi encontrado. Eles estão perto de uma cidadela trouxa na parte sul da Espanha. Nosso objetivo: encontrá-los e capturá-los. Essa missão é extremamente perigosa, vamos tomar todas as precauções possíveis.

            - Relaxa Siger. – Steven anunciou com um sorriso convencido. – Acho que estamos mais que preparados para enfrentar um grupinho de Lobisomens qualquer.

            - Mesmo Sr. Morris? – Siger perguntou sarcástico. – Talvez queira saber que dia é hoje.

            - Como assim? Que interessa o dia de hoje?

            - É noite de lua cheia. – Chris apareceu ao lado de Siger com a expressão grave. – E já são quase cinco da tarde.

            Ah, que ótimo. Harry pensou temeroso. Não concordava com a imagem nociva que tinham os lobisomens, pois sabia que eles não tinham culpa de serem amaldiçoados e que nem todos eram do mal. Mas não pode discordar de que aparecer num esconderijo repleto deles, perto do pôr do sol numa noite de lua cheia não seria nada parecido com um passeio no parque. Realmente vamos precisar agir com cautela.

            Ele aproveitou o último instante antes de saírem para mandar um patrono para Hermione e Gina explicando a situação. Depois o Sétimo Esquadrão aparatou.

            Agora se encontravam naquela floresta temperada, tão densa que seria preciso eliminar boa parte da vegetação para se enxergar em linha reta mais de três metros. Harry olhava apreensivo em volta, e os outros mantinham a pose alerta.

            - Me esperem aqui por um minuto. – Siger sussurrou. – Não façam nenhum tipo de barulho.

            Harry assistiu enquanto o chefe lançava um feitiço Desilusório em si mesmo e se misturava com a atmosfera verde ao seu redor. Ele foi caminhando na direção norte, mas tudo que os garotos puderam ver foram as pegadas se formando no solo e o farfalhar das folhas sendo pisadas.

            Os garotos se olharam, Loren já ia abrir a boca para fazer algum comentário quando Chris encostou o dedo em sua boca silenciando-a. Steven fez uma cara indagadora e Chris apontou para seu ouvido enquanto olhava em volta. Jessica pareceu entender o recado, pois puxou a varinha e montou guarda. Harry rapidamente a imitou. Alguém está vindo.

            O farfalhar de folhas aumentou gradativamente. Rony rodopiou tentando descobrir a origem do ruído. Harry também não tinha noção da direção do atacante. Quase que instintivamente os seis se aproximaram colando os corpos um no outro, formando um círculo. Cada um apontando a varinha para um sentido diferente. O barulho se ampliou junto com a ansiedade dos jovens.

Ouviu-se um estalo e os garotos suspiraram aliviados ao notar a presença de Siger Crowe caminhando em sua direção.

- Bom saber que estavam preparados. – elogiou a meio tom. – Eu examinei o local, cheguei o mais perto possível do esconderijo deles. É uma espécie de caverna. Tem um feitiço anti-ladrão em torno de vinte metros quadrados, ou seja, não podemos aparatar até lá.

- Já era esperado. – Chris salientou.

- Com certeza. – Siger concordou. – Tampouco ajudaria nos camuflarmos já que o feitiço vai disparar assim que atravessarmos. Existem outros feitiços de proteção na área, mas nada que nos impeça de se aproximar por terra. Eles não podem aparatar lá de dentro exatamente por conta desses encantamentos, então teremos alguma vantagem de tempo. Seja para eles saírem do perímetro, seja pra desfazerem a proteção.

- Vamos simplesmente entrar lá? – Rony perguntou com cara de espanto.

- Tecnicamente sim. – Siger afirmou puxando a varinha do sobretudo e fazendo um ponto no chão. - Esse é o esconderijo deles. Teremos segundos até o alarme do feitiço anti-ladrão disparar, até lá temos que fazer certos arranjos para evitar que eles fujam.  – Ele desenhou um circulo em volta do ponto e fez um “X” um pouco afastado dele. – Estamos aqui. Alguns metros e chegaremos até a barreira enfeitiçada. Vamos fazer o seguinte. Potter, você, o Hareston e eu vamos à frente como chamariz. Provavelmente eles vão voar em cima de nós, mas há sempre aqueles que tentarão escapar e considerando a proximidade com a cidade trouxa é provável que façam reféns. Por isso, - Ele fez algumas setas saindo do “x” em direção aos extremos da barreira. – Price e Weasley vão cobrir a esquerda. Aley e Morris à direita. Não deixem nada passar. Essa á a nossa posição final. – ele interligou os pontos onde ficavam cada um. Um grande “V” se formou no solo úmido a seus pés. – Vamos testar a Formação “V”.

- Melhor irmos, temos pouco tempo. – Chris anunciou. - O Sol já esta quase se pondo e com ele nossa vantagem não vai adiantar.

Siger confirmou com a cabeça e se virou na direção do ataque.

- A primeira lei é: não matem a menos que seja estritamente necessário. Precisamos levá-los a interrogatório para descobrir o paradeiro de outros fugitivos. Segundo: ninguém sai do perímetro. O combate não será levado pra fora. E Terceiro: haja o que houver mantenham essa formação. – anunciou sério. – O sucesso desta missão depende dela. Vamos.

Eles se colocaram a caminhar tentando fazer o mínimo de ruídos possíveis. As folhas estalavam sobre seus pés, e ecoavam no silêncio absoluto da floresta temperada. Ao chegar em determinado ponto eles se dividiram. Harry, Siger e Chris continuaram em frente, Loren e Rony foram em diagonal pra esquerda e Jessica e Steven na direção oposta. Andaram assim por algum tempo, sem se perder de vista, até que Siger estacou.

O chefe observou os lados encontrando os olhares dos outros garotos e acenou com a cabeça, fazendo-os estacionarem também. Em frente a eles podia se discernir uma pequena clareira, rodeada por árvores altas que acabava em uma encosta de um morro rochoso. Ali havia uma pequena entrada circular que dava acesso a uma caverna escura. Siger apontou para o local e acenou novamente contando com os dedos.

Um. Eles montaram guarda.

Dois. Cada um pareceu preparar sua rota imaginária até o local de ataque.

Três. Com uma arrancada cronometrada eles correram na direção da caverna e sentiram um arrepio ao atravessar a barreira encantada. No mesmo instante uma sirene aguda começou a ressoar por todos os lados.

O feitiço anti-ladrão disparara.

Harry viu com certa apreensão dois homens carrancudos saírem de dentro do buraco na rocha com as varinhas em punhos. Ao verem os invasores eles gritaram chamando os outros e começaram a lançar feitiços na direção dos três. Rapidamente eles pularam pra trás de um arbusto grande e sentiram as folhas queimarem com o efeito do feitiço. 

Os três alternaram entre disparos e protegos e cada vez mais homens saíam da fenda, agora já passavam de dez. Nos flancos as duplas se esforçavam para se aproximar sem delatar sua posição. Pelo jeito do campo de vista dos adversários era impossível enxergá-los. Quem estava na linha de fogo eram Harry, Siger e Chris.

- Saiam daí seus covardes! – berrou um deles.

Harry aproveitou a distração e disparou um Estupefaça atingindo o homem no peito e fazendo-o se espatifar no chão. Antes que os adversários se recuperassem do choque, os três saíram do esconderijo vegetal e se lançaram no meio da chuva de feitiços.  Ao mesmo tempo, as duplas das linhas de contensão entraram no campo de batalha surpreendendo os agressores.

Viramos o jogo. Harry, Siger e Chris se embrenhavam cada vez mais para perto da entrada da caverna. Eles ainda estavam em desvantagem, para cada um havia cerca de três ou quatro lobisomens. Enquanto duelava Harry viu um panorama de todo o combate.

Na esquerda Loren e Rony se revezavam para enfrentar um grupo de cinco homens carrancudos. A garota se esquivava dos feitiços com uma flexibilidade incrível enquanto o ruivo lançava flashes e mais flashes vermelhos da varinha com violência. Do lado oposto Steven perseguia dois fugitivos e foi com satisfação que Harry viu Jéssica usar um Encarcerous para ajudá-lo. Dentro do seu campo de ação estava Chris combatendo com uma perícia incrível e Siger lutando contra cinco oponentes de uma vez.  Literalmente lutando. Percebeu Harry com espanto.

Siger lançava feitiços estuporantes nos adversários que estavam fora de seu alcance e desferia golpes certeiros nos mais próximos. Com uma destreza admirável ele dava socos e pontapés nos bruxos que, sem imaginar tal situação, iam ao chão com um só golpe. Harry se perguntou que arte marcial seria aquela, ou mesmo porque um bruxo se daria ao trabalho de aprender a lutar com o corpo. Mas antes que pudesse conjecturar mais sobre aquilo ele ouviu um grito e viu a Jessica ser arremessada contra uma árvore.

- Jessica! – Steven berrou enquanto se interpunha entre ela e os dois lobisomens.

A garota se mexeu molenga e voltou a cair. O loiro continuou com a batalha dando tudo de si para proteger a companheira. Harry hesitou por um momento. Chris e Siger já estavam quase chegando até a entrada da caverna, que uma hora dessas já devia estar praticamente vazia pela quantidade de homens que estavam do lado de fora.  Loren e Rony estavam se saindo bem do lado esquerdo. O único problema era a Jessica. Numa decisão repentina ele lançou um último feitiço contra seu adversário e correu para ajudá-la.

            - Potter! – Siger berrou furioso enquanto golpeava um grandalhão de cabelos pretos. – Não... Saia... Da formação. Fique onde está!

            O garoto ignorou os gritos e protestos do chefe e continuou correndo. Chegou ao lado de Steven num rompante e começou a duelar.

            - Volte pra lá Harry! – Steven gritou enquanto lançava um protego. – Eu posso cuidar disso aqui!

            - Está tudo sobre controle. Eu posso ajudar. – o garoto garantiu.

            Siger continuava ordenando que Harry voltasse para a formação. Mesmo com ele e Chris na linha de frente, o buraco deixado por Harry traria conseqüências. Alguns homens já haviam percebido o desentendimento entre o Esquadrão e aproveitavam o caos para correr por entre a linha de frente, sair do limite do feitiço protetor e escapar aparatando. Loren percebeu a situação e foi rápido até lá para cobrir a falta deixando o lado esquerdo sobre a proteção de Rony.

            Naquele instante tudo desabou.

            A confusão pela troca de posições pareceu atrapalhar o desempenho dos combatentes do Sétimo Esquadrão. Eles não sabiam pra que lado atirar, ou quem cobrir, era uma luta pela sobrevivência. E foi nesse clima de desordem, quando aparentemente nada poderia piorar a situação, que o que eles mais temiam aconteceu.

            O Sol começou a se pôr.

            - Depressa! Protejam-se! – Siger berrou dando um empurrão no seu adversário.

            Harry olhou assombrado enquanto todos os homens que ainda estavam de pé olharam, admirados, o surgimento da lua. Depois, um a um eles caíram de joelhos agonizando e rolando pelo chão de húmus. Harry já sabia o que aconteceria depois. Apressou-se e com a ajuda de Steven foi arrastando Jessica pelas sombras até o lugar seguro mais próximo. A caverna.

Ele depositou a menina no colo do loiro e foi na retaguarda fazendo proteção caso algum já tivesse completado a transformação. Estavam quase na entrada quando algo gelado agarrou a perna de Harry. Ele sentiu garras penetrarem em sua carne e deu um urro de dor. A criatura cinza esquelética o puxou, derrubando-o no chão. Harry viu com horror a varinha escapar de suas mãos. Steven fez menção de ajudá-lo, mas o garoto se interpôs:

- Corre!

O loiro obedeceu desaparecendo na abertura escura da caverna com Jessica no colo. Harry puxou a perna com todas as forças e usou a outra pra acertar um chute no focinho do animal que se afastou grasnando. Harry foi rastejando a procura da varinha e tentando se afastar do bicho, mas novamente sentiu-se ser puxado para trás por unhas geladas.

Ele se virou pronto para golpear o lobisomem novamente quando ouviu um uivo vindo de dentro da floresta. O animal estacou, farejou o ar desconfiado e sem mais delongas correu até a direção do ruído. Isso sempre funciona. Agradecendo mentalmente a quem o tinha salvado, Harry tateou o chão até encontrar a haste da varinha e correu na direção da caverna.

            Seus passos ecoaram no chão de pedra. Olhou atônito para os cantos a procura de Steven, cambaleando por causa da perna ferida. Apalpou as paredes para recuperar o equilíbrio até que mais na frente pode vislumbrar os contornos de duas pessoas no chão.

            - O que houve? – Steven perguntou com pressa ao perceber a chegada do garoto.

            - Shiu! – Harry pediu silêncio. – Nada. Alguém conseguiu atraí-lo pra longe.

            - Você esta ferido. – o garoto sussurrou olhando para a perna de Harry.

            - Vou ficar bem. Melhor irmos mais pra dentro. Eles podem voltar.

Steven concordou e ergueu Jessica novamente. Eles caminharam com cautela, ouvidos abertos a procura de qualquer agressor que pudesse ainda estar do lado de dentro, mas só o que ouviram foi o absoluto silêncio. Foram até um pouco mais fundo e se esconderam sobre uma fissura úmida.

- Ela está bem? – Steven sussurrou. Lá fora os uivos dos recém-transformados lobisomens enchiam o ar de pavor e tensão. Eles não tinham como saber se os outros estavam bem e em segurança.

            - Acho que sim. – Harry respondeu baixinho enquanto acomodava Jessica ao seu lado. – Só está desacordada.

            Ele olhou mais atentamente a garota. Ela respirava num ritmo constante, e parecia perfeitamente bem exceto pelo corte na cabeça. Sangue escorria e manchava a face meiga da menina.

            - Conhece algum feitiço para estancar isso? – ele perguntou preocupado. – Ela está perdendo muito sangue.

            - Não só ela. – Steven apontou para a perna do garoto com um ar decidido. – Eu sei algo que pode ajudar por enquanto.

            Ele puxou um cordão em volta do pescoço com um pequeno vidrinho pendurado. Ele abriu o recipiente, afastou os cabelos da testa de Jessica e despejou algumas gotas do conteúdo no ferimento. A menina gemeu ainda com os olhos fechados e a corrente de sangue diminuiu.

            - Estique a perna. – ele ordenou enquanto jogava o restante do líquido no ferimento de Harry. – Não vai poder se mexer durante algum tempo. Vou ficar de guarda.

            - E o que faremos agora? – Harry perguntou vendo a cicatriz em sua perna se fechar aos poucos.

            - Só nos resta esperar.

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            Do lado de fora da caverna o restante do Sétimo Esquadrão tentava se reagrupar.

            No instante em que Siger deu a ordem para se retirarem, todos pareceram se dar conta do perigo iminente. Chris puxou Loren com violência para trás de uma árvore com tronco grosso, e Rony apareceu logo em seguida respirando afobado.

            - Subam. – Siger surgiu das sombras apontando para cima, uma nova cicatriz na testa derramando sangue. – Depressa.

            Eles escalaram a planta até chegar ao alto. Lá embaixo as criaturas completavam a transformação e saiam em disparada a procura de presas frescas.

            - Onde estão os outros? – Rony perguntou enquanto se acomodava num galho mais graúdo.

            - Olhem! – Loren apontou. – É o Harry!

            Eles viram o animal cinza agarrar a perna do companheiro e tentar puxá-lo.

            - Temos que ajudar. – Rony exclamou já descendo da árvore. Chris o impediu.

            - Espere. – ele apontou pra longe onde as luzes de uma pequena cidadezinha cortavam a escuridão. – Escutem.

            Ao longe puderam escutar gritos de desespero na noite sombria. Os lobisomens estavam atacando a cidade.

            - Muito bem. – Siger começou pragmático. – Rony, vá ajudar o Harry. Tome cuidado e assim que possível mande um patrono. Se não se comunicar dentro de uma hora, vou presumir que algo deu errado e vou atrás de vocês. – O garoto confirmou e desceu da árvore veloz. Siger se virou para Loren e Chris. – Vamos. Temos muito trabalho pela frente.

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            Rony correu ligeiro até o extremo da clareira. De lá pode ter uma visão privilegiada da criatura que atacava Harry. Se lembrando da história que Hermione contara para ele da sua viagem pelo tempo, ele colocou as mãos em forma de concha em volta da boca e soltou um som que esperava ser parecido com o uivo de um lobisomem.

            No mesmo minuto ele teve a confirmação.

            Com horror Rony viu a criatura soltar o amigo e correr em sua direção. Okay Rony, agora corre. Ele se precipitou floresta adentro se aproveitando da abundancia de vegetação para se camuflar, enquanto ouvia aterrorizado as passadas ferozes do animal perseguindo-o. 

            Mantenha a calma, despiste ele e encontre o Harry. Rony continuou correndo desembestado pela floresta sem se dar ao luxo de seguir uma direção. Se ele parasse era certo que o animal o alcançaria. Um pouco mais a frente ele pode vislumbrar um arbusto robusto, sem demora saltou atrás dele e um segundo depois ouviu a criatura continuar sua perseguição em linha reta.

            Rony ficou alerta, esperando a todo o momento o bicho arrancar aquelas folhas que o escondiam e soltar um rugido bestial ao encontrar sua presa. Ele manteve a varinha em punho pelo que lhe pareceu horas. Sua respiração formava um eco estrondoso naquele silêncio absoluto.Quando se convenceu de que estava seguro outra vez, saiu do esconderijo e olhou ao redor. Precisava procurar o Harry. Só havia um problema.

            Rony não tinha a menor idéia de onde estava.

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            A cidade estava um caos.

            Por todos os lados homens, mulheres e crianças corriam apavorados tentando fugir das horríveis criaturas que pareciam ter saído dos seus piores pesadelos. Os animais destruíam tudo que encontravam pela frente, carros, bicicletas, caixas de correio, postes, casas... O Sétimo Esquadrão estava numa missão tremendamente difícil.

            A primeira precaução que Siger tomou foi usar um feitiço para dar curto nos meios de comunicação. Com certeza eles não queriam a polícia, nem a imprensa por perto. Já bastava de problemas. Depois, um feitiço limite que impedia que os trouxas saíssem da cidade. Uma manobra arriscada, mas necessária. Todos os que tinham presenciado o evento teriam a mente apagada, e para isso eles não podiam deixar ninguém escapar.

            Chris tivera a brilhante idéia de arrombar o único açougue do lugar para distrair os lobos. Dera incrivelmente certo. Eles ganharam tempo suficiente para abrigar a maioria dos trouxas na igreja local. Só para ter certeza, Siger lançou um Petrificus Totalus nos corpos de cada um, que agora jaziam inertes como uma pedra de mármore. Eles trancaram a construção e lançaram alguns feitiços de proteção em torno.

            - Siger, - Loren disse quando eles voltaram a praça principal. – já estamos aqui a um bom tempo e nem sinal do Rony. Não devemos ir atrás dele?

            - Nosso problema aqui é maior. – ele disse sério. A carne do açougue estava no fim, logo o nível de dificuldade dobraria. – Dê mais um tempo a ele.

            - Estou preocupado com o nosso tempo. – Chris apontou para os animais que brigavam pelo último pedaço de carne. – Logo, logo vão ficar famintos de novo. E nós seremos um ótimo aperitivo.

            - Vamos nos esforçar para segurar as pontas até eles chegarem. – Siger anunciou puxando a manga das vestes.

            - Eles quem? – Loren perguntou confusa.

            - Nossos reforços. – ele fez um aceno de varinha e um patrono em forma de águia rompeu o céu escuro.

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            Na caverna o silêncio era quase absoluto. Os únicos sons audíveis eram as respirações dos três membros do Sétimo Esquadrão. O tempo estava frio, e cada vez mais Steven ansiava por sair dali.

            - Não acha bom mandarmos um patrono? – ele perguntou esperançoso.

            - É perigoso. – Harry respondeu com um gemido de dor. A perna ainda não melhorara. – Não sabemos onde os outros estão, nem quantos lobisomens há lá fora. Podemos acabar revelando nossa posição a toa.

            - Tem razão. – Steven suspirou. – Será que conseguimos acordá-la? – ele apontou para Jessica. – Se alguém chegar vai ser difícil fugir depressa.

            Harry concordou e puxou com delicadeza a cabeça de Jessica pro seu colo. Ele olhou o corte na cabeça, estava quase cicatrizado.

            - Jessica. – Chamou sacudindo-lhe os ombros. – Jessica. Enervate! –Harry apontou a varinha. A menina gemeu, mas continuou inconsciente. - Acho que está com febre. – disse meio incerto enquanto encostava as costas da mão em seu pescoço. – Provavelmente a pancada na cabeça foi forte.

            - Vamos esperar mais um pouco. – Steven decidiu. – Se ela não acordar eu vou buscar ajuda.

            Harry concordou. Era a melhor saída no momento. Ele não podia se levantar, mas estava consciente. Poderia tomar conta de Jessica até que Steven voltasse.

            - O quê foi isso? – Steven sussurrou assustado.

            - O quê?

            - Pegue a varinha Harry. – ele se levantou tenso. – Tem alguma coisa se aproximando.


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Notas finais do capítulo

E então? Espero que a espera tenha valido a pena!! hsauhsuahsuahsau'
Não se preocupem que esse momento de tensão acaba logo, mas é melhor o Steven tomar cuidado! E sobre o misterioso plano? Sei que vocês tem suspeitas... Logo logo eu vou confirmá-las, ou não, rsrsrsrs.
Até a próxima pessoal. Torçam pelo Sétimo Esquadrão ;D



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