O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 18
Bônus: O Sexto Esquadrão


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, de novo eu me atrasando... Mas é que ultimamente minha vida ta uma loucura. Sei que não interessa mas estudo em um colégio que pega pesado pakas, e agora que é final de ano então... :S Mas aqui estou eu e essa semana eu compenso...

Esse bônus foi necessário pra alguns furos que eu deixei do outro cap. que postei na correria. E também pra dar um suspense sobre... Sem spoiler.

Acompanhem a narrativa de Patrick Stane, um dos perdedores do PSEA. Lembranças e pensamentos em itálico. Espero que curtam ^^



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Bônus:

O Sexto Esquadrão

Patrick Stane ouvia as palavras do Ministro da Magia com uma atenção exagerada.

O garoto temia perder qualquer detalhe, pois sabia que cada informação era de suma importância. Essa seria sua vida agora. A vida de um Auror.

Ele chegara ao Ministério alguns minutos antes do horário marcado, e ficara sentado na sala de espera do Saguão Principal olhando tudo atentamente. Sempre sentia uma curiosidade incrível a tudo que lhe era desconhecido. Às vezes sentia fascinação por detalhes escrupulosos, como a espessura dos ladrilhos do piso ou a marca da roupa íntima na calça social da bruxa de cabelos presos que passava em sua frente naquele momento... Ele a reconhecera. Era a mesma que se sentara à mesa de jurados no dia do PSEA. O garoto se esforçou e conseguiu ouvir seu nome do bruxo que conversava com ela: Charlotte.

Patrick não pode conter um sorriso malicioso. Pelo menos algo de bom naquele torneio. Ele deu mais uma olhada dos pés a cabeça na moça e se recostou no banco com um suspiro. Sua visão privilegiada dos quadris da mulher foi interrompida por outros bruxos que chegavam. Com um pouco de desgosto ele desviou a vista e cumprimentou Martin, Stuart e Anthony.

Os quatro, reprovados no PSEA, haviam se inscrito no teste normal para Seleção de Aurores e ficaram contentes em ver que se tratava de algo tremendamente mais fácil que os duelos que tiveram de enfrentar. O teste não passava de uma medição de habilidades, ou como eles chamaram “dissociação técnica”, em que o principal objetivo era determinar em qual área você atuava melhor e depois passar um pente fino nos candidatos.

Depois de rolarem de um lado a outro desarmando bruxos posicionados estrategicamente atrás de bloqueios murados, eles foram escolhidos para o Grupo de Aurores.

Durante aquele tempo eles tinham freqüentado a casa dos vencedores do PSEA, para a alegria de Jessica que tinha jurado de pés juntos que eles iam se ver de novo. Quase todos os dias apareciam por lá, já que a casa oferecida a eles pelo Ministério ficava naquelas redondezas.

Tirando as desavenças costumeiras de sempre, em grande parte, causadas por Loren e Martin, eles já eram bem companheiros. Patrick se lembrava do primeiro dia que saíram juntos, logo na primeira semana que ele fizera o segundo teste. Harry alegara estar ocupado com algo muito importante, e Rony tinha saído com a Hermione. Dessa forma apenas os novos membros da comunidade Britânica confirmaram a presença. O Caldeirão Furado nunca ficara tão animado...

– Loren vem logo pra cá! – ele gritara já muito alterado pela bebida.

– Porque a pressa? – ela riu descaradamente enquanto cambaleava em cima da mesa segurando a caneca de cerveja amanteigada. – Venha pulando até aqui Sr. Canguru!

– Eu acho que ela bebeu um pouquinho além da conta. – comentou Jessica.

– Um pouquinho? – Chris perguntou sarcástico. – Ela vai cair a qualquer momento... Steven é melhor você ir lá.

– Deixa ela. – Steven fechou a cara e tomou mais um gole de cerveja. – Ela sabe o que faz e de qualquer forma ela está chamando o Sr. Canguru...

Patrick não pode deixar de perceber a nota de ressentimento na voz de Steven. Estava mais que na cara que ele já tinha tido algo com a Loren, e que o fato dela estar dando bola para ele – mesmo bêbada – o incomodava profundamente. E Patrick poderia ser muitas coisas, mas se tinha uma coisa que prezava era a lealdade. Apesar de seu senso racional estar descartando essa parte ao ver a Loren rebolando em cima da mesa entornando a caneca.

– Eu concordo. – disse Martin mais descontraído. De longe ele era o mais confortável de todos ali com a situação da Loren, quase como se gostasse de vê-la daquele modo. – Deixa a garota se divertir, desde que não saia daqui não oferece perigo a ninguém. Eu acho. – acrescentou baixinho maliciosamente para que só Patrick ouvisse.

– Isso aí! – brindou Anthony com um grito.

– E tem mais... Se ela pode se divertir, todos podemos. – afirmou Stuart da outra ponta da mesa. – Um desafio: cinco canecas para cada um. Quem não agüentar limpa as duas casas por um mês. O que acham? Para fechar a noite?

Todos se entreolharam desconfiados. Lançaram um olhar a Loren ainda em cima da mesa cantando – gritando – uma canção estranha, e imaginaram o que se passava pela cabeça dela. Por fim pareceram concluir que pior que a garota não ficariam.

– Eu aceito! – Steven se levantou num rompante com cara de quem não tem nada a perder, e com ele murmúrios de concordância vieram. Todos estavam dentro da aposta.

Patrick não perdeu tempo e virou caneca atrás de caneca se esforçando para não ficar para trás. Até mesmo Jessica tinha a sua frente as cinco canecas do desafio. Chris já estava quase na última e para a surpresa de todos foi o primeiro a terminar. Steven veio em seguida, e depois Patrick, Martin, Anthony, Stuart e Jessica.

– Uow! – Chris exclamou com os olhos arregalados e um sorriso bobo. – Essa valeu!

– Com certeza! – Patrick deu uma batida nas costas do menino.

– Mas e então quem ganhou? – Stuart se manifestou com uma cara de enjôo.

– Todo mundo fechou a aposta. – Martin comentou. – Quem ficou por último leva então...

– Não é justo! – Jessica argumentou. – Vocês bebem como uns trasgos!

– E você como um belo unicórnio... – riu Anthony enquanto lhe dava uma piscadela.

– Haha. – ela revirou os olhos. – Eu não ligo. Uns dez feitiços por dia devem bastar para limpar a bagunça de vocês.

– Se quiser eu posso lhe ajudar... – Chris comentou sério. – a fazer um pouco mais de bagunça. – disse na orelha da garota com um sorriso malicioso.

Patrick um pouco surpreso pela atitude do tão reservado Chris, internamente parabenizou o garoto pela cantada. Qualquer frase de segundas intenções capaz de deixar uma garota sem graça a esse ponto e sem qualquer respostinha malcriada depois, merecia seu respeito.

Neste momento ouviu-se um baque e eles puderam ver Loren despencando da mesa e esbarrando no balcão. O impacto teve força o suficiente para quebrar alguns frascos de bebida e deixar o velho Tom irritadiço.

– Vocês vão ter de pagar por isso!

– Melhor irmos logo embora. – Patrick comentou.

Eles pagaram a conta e saíram do bar tropeçando pelas ruas desertas. Nenhum deles se atreveu a aparatar no estado em que estavam. Muito menos conjurar vassouras. Stuart, Martin e Anthony se despediram deles numa esquina qualquer alegando que iam passar a noite na casa de uma prima do Anthony que estava na cidade, e que por um acaso tinha trago algumas amiguinhas mexicanas. Stuart e Martin não se deram ao trabalho de chamá-lo, não depois que ele roubara a garçonete do restaurante outro dia.

Loren aos poucos ia se recuperando, embora seu estado normal não diferenciasse muito do “bêbado”. Ela ia abraçada à cintura de Patrick ziguezagueando com os pés. Steven ia à frente com as mãos nos bolsos chutando as pedrinhas do asfalto, e Chris e Jessica vinham mais atrás conversando baixinho.

Depois de uns instantes Steven deu meia volta indo no caminho de Martin, Anthony e Stuart sem dar nenhuma explicação exceto:

– Ele trouxe mexicanas cara...

Chris e Jessica estavam no ponto dos cochichos ao pé da orelha, então Patrick já podia imaginar o que aconteceria dali para mais tarde. Os quatro caminharam juntos durante um tempo até se despedirem na cabine telefônica. Ele e Loren foram para a direita e os outros enamorados seguiram em frente.

Se a mente de Patrick não estivesse tão turva aquela noite por causa do excesso de bebida, e se Loren não estivesse com aquele short jeans justo, talvez as coisas não tivessem tomado o rumo que tomaram.

Mesmo depois de toda a culpa que Patrick sentira, ele não se arrependera daquela noite. Ainda que a lealdade lhe pesasse no peito, ele não conseguiu evitar levar Loren para a casa, de jogá-la na cama com pressa e deixar suas mãos percorrerem livremente o corpo esguio da bruxinha...

Sua dita amizade com Steven podia esperar, seu desejo era mais urgente.

Ele riu ao se lembrar da confusão do dia seguinte. Ele e Loren acordaram cedo e aparataram na casa do Sétimo Esquadrão com ar de que nada havia acontecido. Eles abriram a porta com a cópia da chave da garota. Antes não o tivessem feito e talvez estivessem livres da visão que se sucedera: Jéssica e Chris enroscados no tapete numa posição bem... Flexível? Era a melhor palavra que Patrick encontrara para descrever aquela cena. O melhor foi a cara dos dois ao perceberem a invasão. Primeiro choque, depois pânico e por último embaraço.

Loren sem se importar, apenas sorriu e lançou a capa do sofá mais próximo para os dois se cobrirem indo procurar uma xícara de café na cozinha. Steven estava adormecido no andar de cima, provavelmente o motivo pelo qual Chris e Jessica haviam descido. Quando o loiro acordou estava com a mesma roupa do dia anterior, exceto pelo par de mini-chocalhos amarrado em volta do pescoço.

Os garotos nem puderam bater muita resenha disso, pois a primeira coisa que Steven perguntou naquela manhã foi por que diabos a Jessica passou a madrugada inteira implorando para que “lhe dessem o cheque mate”. Possivelmente o garoto ainda estava muito grogue pela noite anterior para associar o sentido das coisas por ali, mas o caso é que Chris foi atormentado durante dias como o “campeão do xadrez”.

Tudo isso veio à tona para Patrick no momento de entrar na sala. Assim que o fizeram sentiram a atmosfera silenciosa banhar-lhes o cenho e no momento que Kingsley começou a discursar, sua voz ribombou nas almas dos jovens combatentes das Artes das Trevas.

– Bem vindos novos Aurores. Parabéns a todos que chegaram até aqui. Esse é o Quartel General, onde os senhores se reunirão todos os dias. Esse ano o Grupo de Aurores será dividido em equipes, os Esquadrões. A sua volta estão as salas de cada um. Mas vamos por partes. – ele sorriu amistoso. – Vocês receberão o número do seu Esquadrão em instantes. Cada um tem uma função específica, e assim vocês serão divididos de acordo com suas capacidades.

Patrick respirou fundo percebendo o longo discurso que viria pela frente e inconscientemente vasculhou a sala a procura de Loren. Ficou espantado ao perceber que não só ela, mas todos os outros colegas do PSEA não haviam chegado ainda. Estranho... Ou não. Talvez eles só tivessem perdido o horário...

– Em ordem hierárquica temos sete Esquadrões. O primeiro deles em importância é o Sétimo Esquadrão, o grupo de operações táticas. Seguindo vem o Esquadrão Seis, equipe de resgate. O Cinco é a equipe de infantaria, ou força bruta. – sorriu. – O número Quatro é responsável pela investigação, o que inclui a dita espionagem e depois entra o Esquadrão Três, a equipe de caça. O Segundo Esquadrão será formado por uma liga de guarda costas, encarregados de proteger as testemunhas de crimes mágicos, ou famílias ameaçadas. E finalmente o Esquadrão Um, a equipe de campo. Serão incumbidos de realizar todos os tipos de missões mais simples que não requeiram o auxílio dos demais Esquadrões.

Patrick não pode evitar desejar cair em qualquer Esquadrão menos no número um. Ele imaginava que tipos de missões simples seriam essas: correr atrás de ladrõezinhos de lojas ou contrabandistas de artefatos mágicos. Preciso de algo mais empolgante.

Naquele momento o garoto ouviu a porta da sala se abrir do outro lado de onde estava. Com um suspiro aliviado ele viu Harry entrar a frente, seguido dos outros vencedores do PSEA e do sinistro jurado do teste, que como Patrick bem sabia tinha sido o instrutor deles. Kingsley interrompeu sua explanação ate que os recém chegados se acomodassem.

– Então, como eu dizia... – o Ministro continuou.

Patrick logo deixou a mente vagar. Realmente tinha dificuldade para prestar atenção no que devia. Deve ter sido por isso que se dera tão bem com o Chris, apesar de achá-lo um pouco reservado demais. Pelo menos até a cena que vira recentemente. Boa pegada garoto, com certeza a Jessica caiu na sua direitinho.

Discretamente ele tentou abrir espaço entre a multidão de Aurores para se aproximar dos outros companheiros. Ele fez um sinal para que Martin, Stuart e Anthony o seguissem, mas naquele mesmo instante houve um estrondo de aplausos e os bruxos começaram a se movimentar rumo ao centro da sala onde Patrick viu uma espécie de cálice.

Hora do sorteio.

A sua mão tremeu mais do que nunca quando puxou o pedaço de pergaminho do objeto. O número “6” escrito em tinta preta atraiu o olhar dos seus três amigos. Eles também tinham puxado o mesmo. Os quatro olharam em volta buscando a próxima instrução e viram um dos bruxos que estava ao lado de Kingsley com uma placa do mesmo número dos garotos. Eles cavaram uma abertura até lá e o bruxo sorriu para eles.

– Bem vindos. – sua voz era amistosa e relaxada. Tinha um porte relativamente grande comparado aos outros, mas sua estatura baixa compensava o desequilíbrio. Os cabelos pretos encaracolados, e os olhos escuros laqueavam a sua expressão. – Meu nome é Jason Andersen e serei o líder de vocês no Sexto Esquadrão. Essa é a Sylena Hathaway, outro membro da equipe. – apontou para a garota ao seu lado que também segurava o pergaminho com o número seis. - Vamos por aqui. – ele gesticulou até uma porta em que se via o número seis gravado numa plaquinha de metal.

Os quatro e a garota nova adentraram a sala com agilidade. Era um ambiente claro e de certo modo objetivo. As paredes eram ocupadas por diversos diagramas, desenhos e traçados do corpo humano. Algumas possuíam esquemas de formações efetivas para se proteger uma vítima incapaz de se locomover, ou formas rápidas de curar ferimentos em campo de batalha.

Nos cantos em prateleiras mais altas estava um verdadeiro arsenal de frascos cheios de poções e outros ingredientes sinistros. Num baú aberto estavam diversos apetrechos desconhecidos, coisas pontiagudas, e vidrinhos vazios.

– Bom. – disse Jason depois de um tempo. – Gostaria que se apresentassem rapidamente, pois o tempo urge. Já conhecemos a Srta. Hathaway.

– Sim senhor. – ela sorriu.

Patrick finalmente parou para prestar atenção na garota, ela tinha cabelos ondulados de um ruivo escuro e uma pose um tanto austera. Mesmo assim seu tom de voz era neutro e demonstrava apenas eficiência. Patrick não deixou de notar seu corpo curvilíneo e de fixar os olhos no decote da blusa verde.

– E agora você. – se dirigiu a Patrick. – Antes que comece a babar.

– Claro. – ele despertou do transe sem nem um pouco de embaraço. – Patrick Stane senhor.

– Muito bem, continuem. – o homem se virou e caminhou até a ponta da sala mexendo nos objetos.

– Martin Leston.

– Stuart Greysson.

– Anthony Summers.

– Então senhores... – ele sorriu enquanto se virava. – e senhoritas. Vamos ao que interessa. Somos o Sexto Esquadrão, equipe de resgate. Creio que já observaram bem a sala não? Pois devemos saber utilizar tudo que se encontra aqui dentro e os senhores podem começar agora. Tem pergaminhos, penas e tintas naquele canto. Quero que vocês cataloguem tudo o que existe aqui com sua determinada função. – ele olhou a cara de descontentamento dos bruxos e acrescentou um pouco secretamente. - Se terminarem rápido poderemos ver a parte legal ainda hoje. O que estão esperando?

Um pouco mais animado Patrick e os outros começaram com o trabalho árduo. O garoto aproveitou o dia ao máximo para conversar com a Sylena, seja ajudando com a lista ou dando uma de idiota para que ela o ajudasse. Ele estava quase sugerindo que eles poderiam sair e descobrir a utilidade de outras coisas quando um memorando em forma de aviãozinho entrou pela sala caindo aos pés de Jason. Ele leu seu conteúdo com uma expressão séria.

– Vamos garotos. – disse decidido. – Missão de Resgate.

– O que houve? – Martin perguntou.

– O Sétimo Esquadrão está com problemas.


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Notas finais do capítulo

E então? Valeu a pena o atraso? Espero que sim... E espero não estar confundindo demais as coisas... Mas é que eu to adaptando algumas coisas da fic de acordo com os cometários de vocês haha'

Essa semana eu posto mais... I Promess.

O que será que aconteceu com o Sétimo Esquadrão?

Gostaram do Patrick? Eu realmente estou amando ele. ^^

Não esqueçam de dizer o que acharam, rsrsrs'

Beijos e até a próxima^^



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