O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 15
Bônus: O plano


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, nem era pra eu ta aqui hoje... Mas tive essa inspiração repentina pra um bônus então né?? Aproveitei! Primeiro bônus da "parte do mal" muahahahaha'
Lembrando que os bônus são à parte, então não têm problema se você não tiver a fim de ler, eles não atrapalham no curso da história é só mais informação.
Chega de falatório, tá pequenininho mas taí. Boa leitura ^^



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Bônus:

O Plano

O Tic Tac do relógio era realmente irritante. Ainda mais para alguém que odeia esperar.

Era noite, e uma brisa fresca entrava pela janela. A Lua cheia fazia do céu um grande espetáculo iluminado, com todos os seus pontinhos brancos brilhantes. Não que ele estivesse a fim de observar. Estava muito cansado. A semana tinha sido exaustiva, muita coisa havia acontecido em muito pouco tempo. E como se não bastasse o seu convidado estava terrivelmente atrasado.

Ele não sabia o que era pior. O atraso, ou as notícias que estavam por vir. Ele é claro já podia supor o resultado pelo tom de voz de seu partidário mais cedo quando ele lhe mandou um patrono. Pelo visto as coisas não saíram como ele planejara, mas como pra tudo na vida, ele sempre tinha um plano B.

Não estava nem um pouco preocupado, tudo isso não passava de uma pequena complicação. Ele já passara por obstáculos muito maiores até chegar onde estava agora. Era um pequeno desvio, repetiu a si mesmo.

A noite calma não refletia o interior do homem. Ele ainda estava sentado na poltrona de veludo vermelho batucando com os dedos na mesa. Paciência não era sua virtude. E aquele lugar realmente não lhe era agradável. Mesmo depois de se mudar da antiga casa corroída de cupins, essa não lhe parecia melhor de aparência.

As paredes revestidas de um papel de parede bege depressivo davam ao ambiente um ar de solidão. O piso de madeira rangia a cada passada enchendo os ouvidos dos passantes com um eco aterrorizante e os poucos móveis espalhados pela casa tinham uma camada espessa de poeira.

Ele ainda não tivera tempo de organizar as coisas. Não sabia bem porque insistia em deixar o lugar intacto. Talvez fosse pelas lembranças que este o trazia. Tinha ciência do quanto era perigoso retornar depois de tanto tempo, mas ele fora inconscientemente atraído até lá. Por uma força sobrenatural, algo mais arrepiante que a dor, e muito mais forte que o amor.

Dispensara seus capangas momentos antes. Eles encontrariam com seu outro partidário e o trariam até ali. Ele achou mais seguro assim. Quanto menos pessoas soubessem do seu esconderijo, melhor.

Agora que estava sozinho na casa, as lembranças invadiram sua mente num turbilhão. Há muito tempo ele as bloqueara, um passado que merecia ser esquecido. Elas lhe traziam uma variedade de emoções tão adversas, que sua face se contorcia num misto de dor e euforia. Era como se ele esfaqueasse alguém enquanto sorria descaradamente ao ver o sangue jorrando. Aos poucos ele foi se perdendo nos flashes de imagens coloridas, e depois de 19 anos se permitiu lembrar.

A mesma casa de agora em tempos melhores. Um campo gramado se estendia além da janela de madeira envernizada. A luz do sol iluminava as paredes laranjas e fazia reluzir o assoalho. Um cheiro doce preenchia o ambiente vindo das madressilvas no parapeito. A casa tinha um ar alegre. Mas pra ele faltava algo.

Ou alguém.

(...)

Um menino de cabelos loiros escuros, olhos cinza-tempestade voava pelos corredores montado na vassoura do pai. Na época o garoto tinha seis anos então era perdoável que fizesse esse tipo de travessura. Não havia adultos em casa que o repreendesse dando oportunidade para que ele aproveitasse ao máximo.

Ele estava veloz e tinha que se esforçar para fazer as curvas perfeitas e não esbarrar nos móveis e nos vasos preciosos. Num dado momento ele perdeu o equilíbrio e topou na mesinha de centro caindo a uns metros de distância e quebrando alguns objetos de porcelana. O barulho quebrou o silêncio da casa e o menino ouviu alguém sair das sombras. Houve uma discussão.

Um feitiço... Um grito... A dor.

(...)

Aquele tinha sido um péssimo dia. Mal sabia ele que estava pra piorar.

(...)


O homem sacudiu a cabeça e despertou de seu transe. Agora não era hora pra se lembrar dessas coisas. Ainda mais daquilo. Ouviu passos do lado de fora, algumas palavras e a porta da sala se abriu num rompante. Um garoto de cabelos pretos e dois outros homens de sobretudo adentraram. Finalmente, pensou raivoso. O garoto se posicionou ao centro em sua frente, e os dois homens fizeram guarda na porta.

– Nem precisa dizer. Posso imaginar o que aconteceu. – disse aparentando estar mais calmo do que realmente se sentia.

– Houve um imprevisto, mas não é nada para a qual não estamos preparados. Ainda assim, desculpe senhor. – o menino respondeu temeroso.

– Não se desculpe. Talvez seja melhor assim. – massageou as têmporas pensando. - Às vezes temos de crer no poder do destino.

– Não acredito em destino, mas creio que a vida às vezes nos dá uma segunda chance. – respondeu pensativo depois voltou à realidade. – Mas e o plano?

– Ele continua. – disse decidido. – Como você bem disse, não vamos deixar um simples empecilho nos atrapalhar. Não agora. Continue no seu papel, e eu continuarei no meu. Desde que ninguém desconfie de nada, ainda pode dar certo.

– Vai dar certo. - disse como se necessitasse daquilo. - E qual meu próximo passo?

– Deixe essa parte comigo. Fique perto dos nossos amigos feiticeiros com os olhos abertos. Relate-me tudo, mas com o devido cuidado. Não quero ter surpresas desagradáveis no meu mais recente “lar”.

– Sim senhor. Mas, não acha perigoso ficar aqui? Quer dizer... Tão óbvio. E se alguém vier fazer perguntas?

– Receio então que não vá voltar pra entregar as respostas. – disse com um sorriso irônico.

– Ainda assim não seria melhor voltar pra onde estava? – continuou em seu raciocínio. - Sua vinda pode levantar suspeitas... Ainda mais depois que as coisas começarem a acontecer.

– Acredite, eu não me importo de ser descoberto. Desde que no momento certo.

– Melhor não abusar da confiança. Ainda acho esse lugar muito exposto. – insistiu o garoto.

– Ora nem mesmo você conseguiu descobrir onde eu estava não? – argumentou. – Isso me parece prova suficiente...

– Na verdade eu havia descoberto. – ele sorriu sem graça e com um pouco de medo da reação do chefe. – Encontrei seus capangas na metade do caminho pra cá. Como eu disse é óbvio. Qualquer um que o conheça, ou saiba ao menos o seu nome vai deduzir que este é o “esconderijo” perfeito pra você. Afinal, foi aqui que tudo começou não?

O homem se calou por um momento espantado com a quantidade de informações que o rapaz adquirira dele em tão pouco tempo. Ele era o membro mais novo da equipe e já conhecia seu modo de pensar de tal forma que nem mesmo os veteranos ao seu lado imaginavam. Ele se recompôs e fez uma nota mental de tomar cuidado com esse garoto. Quem sabe demais é sempre um perigo.

– Vejo que está bem informado. – ele sorriu ironicamente numa tentativa de desmerecer o feito do garoto. – Mas eu insisto em ficar. Tenho minhas razões. Alem do que, depois que eu conseguir o meu prêmio, ninguém conseguirá me deter. – disse sério. – E para isso eu quero estar perto coordenando tudo, não aceitarei outro fracasso como da última vez.

– Isso não vai acontecer. – o outro assentiu mesmo sem ter culpa do episódio anterior.

–É o que espero. – rebateu. – Agora, esqueça essa parte. – falou ao menino e depois dirigiu-se ao capanga da esquerda. - E o resto do plano como anda?

– Muito bem senhor. Dentro de alguns dias a fase dois vai entrar em ação. –respondeu prestativo.

– Ótimo, podem ir e levem o nosso convidado. – voltou-se para o garoto com autoridade. - Agora volte pra lá e mantenha a discrição... Sua ausência pode levantar suspeitas, mesmo você sendo tão reservado.

O outro assentiu e se deixou ser guiado pelos capangas porta afora, só parou tempo suficiente para perguntar por cima do ombro com uma expressão curiosa.

– E o que vai acontecer quando isso tudo acabar?

– Não se preocupe com isso agora meu caro. – sorriu ironicamente. – Ainda há muita coisa por vir.



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Notas finais do capítulo

E então? Ficou bem pequeno e bem confuso... Acho (espero)que ninguém tem ideia de quem são esses dois né? hsuahsuha
Emfim me digam o que vocês entenderam nesse bônus, que posso até dizer se vocês estão no caminho certo... (ho, spoiler
Obg a todos que leram, beijos e até a próxima lindos! ^^



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