A paz estava de volta a Alabasta. O bando do chapéu de palha estava indo embora e nas margens do imenso mar a jovem princesa e o seu fiel escudeiro, o Carue, choravam em silêncio... A despedida havia sido intensa. Como seria dali para frente sem revê-los, sem aqueles momentos engraçados? Suspirou, virando-se para o pato e tentando sorrir.

— Vamos, Alabasta precisa da gente!

— Quack! — Carue, virou-se, como se mandasse montar.

Foi o que a jovem fizera. Montou em seu pato e voltou para a cidade. A cidade ainda estava em festa, comemorando a tão sonhada e esperada paz. Mas por que aquela dor no coração ainda estava presente? Deveria estar feliz... Tudo voltaria a ser como era antes. Mas... mesmo no meio daquela mutidão, estava sozinha.

Depois de alguns minutos de cavalgada, chegou até a mansão. Seu pai estava na entrada lhe esperando.

— Vivi, não nos assuste mais assim! Pensei que tinha ido com eles. — O rei era um homem agradável e gentil. Aproximou-se da filha, colocando a mão sobre o ombro da mesma. Não tinha tanto tato para certas aproximações.

— Ah, meu pai, não se preocupe, o Ingram sabia de tudo e me deu uma forcinha... Precisava me despedir deles.

— Tudo bem, agora vamos... Você precisa descansar. Amanhã teremos muitas coisas para fazer...

— Ok. — Murmurrou triste. 

Foi para o quarto, entrou juntamente com o seu pato, fechando a porta em seguida. Retirou o manto rosa, jogando ao canto e indo até a janela. Sentou-se e ficou admirando os jardins do castelo. As risadas e a voz do Luffy ainda estava em sua mente... Seu coração novamente apertou e os olhos marejaram. Abraçou as pernas, encolhendo-se ali e voltando a chorar. Queria mesmo ir com eles... E esse desejo tomava cada pedaço do corpo da jovem.

Ouviu um barulho na porta e em seguida alguns passos. Não se movimentou.

— Vivi.

Era seu pai, apenas ergueu um pouco a face, deixando os olhos aparecerem. Não conseguiu dizer nada.

— Minha filha... Sabe quando precisamos tomar decisões que não vão de acordo com o desejo de outras pessoas, mas que são os nossos desejos? Você lutou por esse reino e todos amam a princesa que tem... Mas de que adiantaríamos ter uma princesa que no fundo deseja ser uma pirata? De que adiantaríamos aprisioná-la aqui?

— Mas eu amo Alabasta... Se eu for, não sei quando irei voltar e não sei quando irei ver vocês de novo...

— Todos nos sabemos o quanto você ama esse povo. Todos. E também sabemos o quanto você deseja ir com o bando. E... mesmo sentindo essa dor no peito em saber que você estaria longe, eu queria que seguisse seu coração e eu sei que ele anseia em ir... Então vá! Alabasta ficará bem!

Ergueu o corpo, abraçando o pai de uma forma intensa, apertando-o. Parou de chorar aos poucos e sorriu. Aquele sorriso radiante e cheio de energia. Levantou-se rapidamente, jogando algumas roupas em uma mochila e colocando sobre o Carue, que naquele instante também estava empolgado.

— Obrigada pai! Muito obrigada! Prometo que volto sempre que passar perto de Alabasta! Te amo!

O Rei apenas a empurrou de leve nas costas, e assim Vivi montou no seu escudeiro e saiu pelos corredores a todo gás, deveria encontrar o bando em uma das ilhas ali perto. Quando estava saindo, o seu guarda, o Chaka, gritou. 

— Oe, Vivi!

Carue parou, virando.

— O que foi, Chaka?

— O Luffy e sua turma estão lhe esperando na encosta oposta de onde a marinha está.

— Ah! Obrigada! E se cuida ein! Cuida do meu pai!

Ele apenas sorriu e acenou para a jovem. Pelas ruas da cidade, passava correndo e algumas pessoas acenavam para a princesa e davam tchau para ela. Todos estavam sabendo... todos sentiam. As lagrimas escorriam ainda mais pelos olhos da jovem. Demorou apenas alguns minutos para chegar onde estava o navio do bando, que estava na borda, olhando-a.

— OEEE VIVI, VEEM! — Era o Luffy. — Gomu Gomu no PISTOL!

Arregalou os olhos, vendo uma mão vir na direção do Carue, onde agarrou o jarro de água que estava pendurado no pescoço, puxando os dois. Fechou os olhos, berrando e depois ouviu a pancada, caindo por cima do pato, que estava em cima do Luffy.

— Seu louco! — Deu um cascudo no topo da cabeça do pirata.

Todos riram. Vivi ergueu a face, olhando em volta. Todos estavam ali... Até mesmo a Miss All Sunday.

— VIVI-CHWAN! ~ — Era o Sanji. — Vou preparar algo para comemorarmos!

— EBA, ESTOU COM FOME! — Disse o Luffy se levantando e ajudando a princesa a se levantar também. — VAMOS NAMI-SAN! Vamos para a próxima aventura!

 Vivi sorria radiante. Tinha feito a escolha certa... Ali era o seu lugar. Virou-se, olhando para Alabasta. Um dia iria voltar, com muitas histórias para contar... mas por enquanto, seria uma pirata. A pirata de cabelos azuis do Bando do Chapéu de Palha!