Everything Happens In London escrita por ForeverYoung


Capítulo 9
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Ficou um pouco longo, mas espero que gostem e comentem. :) Xoxo



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Estou me sentindo uma fora da lei. Por quê? Deixa-me explicar. Ontem, quando Harry disse que sairíamos às 11 horas – da NOITE! – não tinha contado que tia Susana não iria me deixar sair tão tarde. Então, marcamos para que quando chegasse a hora, ele me mandava uma mensagem e eu sairia pela janela. Como meu quarto fica no segundo andar, eu tinha que pedir a ajuda a alguém, e no momento que eu contei para Luce o que iria fazer, percebi que iria se chantageada. E não é que fui? Ela me fez pedir para Harry marcar um encontro com Josh, o baterista da banda. Ok, depois de uma tentativa de seduzir o Liam falha, Luce finalmente tinha ido em frente. Bom, em frente do baterista. Ela diferente de mim, tinha ido se encontrar com os meninos no estúdio hoje à tarde e pelo que eu soube do Harry, ela e Josh não se desgrudaram.

Voltando a minha fuga, Luce tinha posto uma escada alta que ela e mãe usaram quando foram pintar a casa no verão passado. Ou seja, dava para eu descer por ali. Posicionamos a escada bem em frente da minha janela, sendo assim, era só eu descer e tentar não fazer barulho enquanto me movimentava. Como era meio de semana, tia Susana não dormia tarde, e minha prima jurou que iria ficar de olho na mãe caso ela resolvesse me fazer uma visitinha noturna. Meu Deus! Quando em minha vida eu iria imaginar que um dia eu estaria saindo escondida da casa de minha tia em LONDRES para me encontrar com HARRY STYLES. Era muito para processar! Se meu irmão estivesse aqui, ele iria surtar em me ver quebrando as regras.

Por falar em meu irmão... NÃO! Eu não iria ficar mais triste, pelo menos não por hoje. Hoje eu estava disposta a fazer o que Harry me disse: Relaxar, me divertir e esquecer os problemas. Já estava no carro que ele tinha ido me buscar, o mesmo do dia que fomos conhecer o esconderijo dele e dos meninos. E até agora, ele não me falava e nem me dava pista desse lugar misterioso. Eu esperava que não fosse nenhum lugar sofisticado ou que precisasse de uma produção a mais que calça jeans, blusa listrada, casaco de couro e sapatilha. Mas vendo como ele estava, eu não precisaria me preocupar.


– Só uma dica! Só umazinha, vai! – Eu implorava para ele me falar sobre onde iriamos.

– Já disse que é uma surpresa, Carter. Agora pare de atormentar meu juízo com isso.

– Alguém já lhe falou o quanto você é chato?

– Já sim. Você. – Ele sorriu.

– Sou uma pessoa sábia então! – Ri.

– Gosto de te ver rindo novamente. – Quando ele falou isso eu corei e ele continuou. – E de ter vermelhinha também.

– Dirige, Styles! É melhor dirigir.


Demoramos um pouco para chegar ao lugar tão esperado. A verdade é que o lugar tinha deixado de ser misterioso quando avistei a London Eye iluminada. Cada vez mais que nos aproximávamos, a roda gigante ficava mais... Gigante. Ok, acho que enorme ou qualquer outro adjetivo não faria jus a dimensão daquele brinquedo. Harry estacionou o carro em um lugar mais escondido, já que não queria que ninguém soubesse onde nós estávamos e fomos caminhando lentamente até o brinquedo.


– Tá vendo o tamanho disso? – Aquilo deveria ter seus 100 metros de altura no mínimo. – Imagina a gente lá no topo!

– Não imagine. Nós vamos ficar lá. – Ele me puxava em direção à entrada.

– Tá fechado. Olha o que diz ‘Funcionamos das 7 da amanhã às 8 da noite’ – Terminei lendo a placa informativa. – Segundo o meu relógio são 11:34 já passou do horário.

– É, mas eu pedi para um contato fazer um favorzinho para mim. – Ele piscou.

– Tá brincando né? Eu vou lá pra cima?!


Eu deveria conter um pouco minha animação, daqui a pouco Harry iria dizer que eu parecia uma garotinha de cinco aninhos e me chamaria de louca. Finalmente entramos na cabine espaçosa da roda gigante e o tiozinho que trabalhava lá nos informou que quando chegássemos ao topo à cabine poderia balançar, mas que não iria acontecer nada. Tá bom, eu fiquei com medo dessa parte. Imagina se aquele negócio soltasse? Ai caramba! Para de pensar nisso, Nina. Se concentre na vista. Sentamos no banco largo da cabine e ficamos esperando o tiozinho ligar a rodinha.


– Você já veio aqui?

– Não... – Harry respondeu sorrindo. Quando viu minha expressão de ‘aham, tô acreditando’ explicou: - Quando se mora aqui, esses lugares turísticos pouco nos interessa. Principalmente se alguém como eu aparece aqui.

– Me deixa adivinhar: Muitas fãs histéricas pedindo um pouco da sua atenção. Você como bom garoto, dá atenção a elas, mas...

– Não consigo curtir direito sabendo que vou ser fotografado e que estas fotos vão estar em todos os sites no dia seguinte ou na mesma hora. – Completou suspirando.

– Vou tentar falar como uma amiga e esquecer meu lado fã. – Disse sorrindo meigamente. – O caminho que você escolheu é esse: o de ser cantor. Tudo tem um preço. E o seu é abrir mão da sua privacidade, vai ter que se acostumar com isso.

– É só que... Às vezes, eu sinto medo disso tudo... A fama, as festas e essa ‘atenção especial’ me subam a cabeça. – Harry abaixou a cabeça e olhou para suas mãos em uma delas tinha tatuado ‘I can’t change’.

– Por isso que tatuou esta frase? – Não esperei confirmação e continuei: - Ontem você me disse que eu não precisava passar por tudo aquilo sozinha. Hoje eu digo o mesmo para você. Estou ao seu lado, assim como os meninos.

– Eu sei... – Ele me encarou e sorriu – E fico grato por isso.


Por um momento, meu coração acelerou e eu não sei por que e a situação piorou quando eu percebi que nossas mãos estavam entrelaçadas. Desviei do seu olhar e agradeci que a roda começou a funcionar. Eu levantei da onde estávamos com a desculpa de observar as coisas encolhendo. Não poderia estar acontecendo isso, eu e Harry... Somos amigos. Apenas amigos e ele têm namorada – mesmo que Luce e Mel digam o contrario, é fato que ele e Caroline Flack estão juntos.

Quando chegamos ao topo, tínhamos uma visão ampla de Londres e suas luzes. Harry me mostrava onde era cada coisa, quero dizer, ele tentava me mostrar onde seriam as coisas que ele conhecia. Também me mostrou para qual lado estiva o estúdio onde ele e os meninos gravavam e me mostrou a lanchonete favorita do Niall.


– Vou te levar lá qualquer dia, a comida é boa. Mas não fale do Niall ou ele vai acabar com a comida. – Me dizia sorrindo. – Já do outro lado, é mais ou menos onde jogamos golf. Eu e os meninos moramos do outro lado, tá vendo aquele prédio branco? Daquele lado.

– Vocês moram juntos? – Perguntei.

– Moramos bem próximos um do outro. Ninguém iria querer ter um Liam, Niall, Zayn e Louis dividindo o mesmo apartamento. – Gargalhou.

– Por quê? Não pode ser tão ruim...

– Liam é todo certo aí se deixamos alguma coisa fora do lugar ele briga. – Harry fez careta. – Zayn é todo vaidoso, se alguém pegar o espelho dele ou um creme para aquele topete ele pira! Niall, nem vou falar né? Não sobraria comida em casa. E Louis... Ah, o Louis! – Harry se animava cada vez mais ao falar. – É um bagunceiro de primeira! Um palhaço e só sabe gritar o dia inteiro!

– E você? Pelo que eu sei, só saberia andar pelado pela casa toda! – Comecei a rir.

– Sério que isso é um problema? – Ele me olhou e sorriu maliciosamente.

– Besta! – Dei língua.


Basicamente isto foi nossa noite. Conversas do tipo nada haver, tiramos inúmeras fotos juntos – já que o Sr. Perfeito queria uma foto perfeita para guardar daquela noite – e até demos uma volta de carro pelos arredores de Londres. A noite estava perfeita. Era o tipo de momento que você queria que o tempo parasse, sabe? Mas infelizmente, assim como a Cinderella, meu encanto acabou. Por volta da uma da amanhã, eu e Harry estávamos em frente a minha casa e andávamos como gatos.


– Segura a escada, não quer que eu caia, não é? – O avisei pela décima vez.

– Até que não iria ser má ideia.

– Quer parar, por favor? – Reclamei já subindo cuidadosamente.

– Você que é lerda! Eu já estaria ai em cima!

– Meu nome é Harry Styles e eu sou muito resmungão. – Tentei imitar a voz dele.

– Meu nome é Nina Carter e eu sou muito desajeitada e amo muito o Harry, aquele Deus Grego! – Harry fez sua voz bem fina e não tinha nada haver com a minha só para deixar claro.

– Minha voz nem é assim e eu não te amo. – Respondi rapidamente.

– Mas admite que seja gatão.

– Nunca disse que não era. – Falei baixinho já entrando no meu quarto. Coloquei minha cabeça para fora da janela. – Cheguei bem, pode ir.

– Isso tá parecendo Romeu e Julieta. – Ele riu alto.

– Quer acordar a minha tia? – Falei desesperada. – E desde quando conhece a obra de William Shakespeare?

– Quem não conhece melhor a história de amor trágica de todos os tempos? – Ele respondeu de lá de baixo.

– Tá bom. Tá bom. Agora já pode ir. Boa noite...

– ESPERE! – Harry umedeceu os lábios e proferiu: - Que santa noite! Mas eu temo que tudo isto seja só um sonho, lisonjeiro demais pra ser real. Três palavrinhas, amor. Ai, então... "boa noite" de verdade. E se é verdade que as suas intenções são as mais sérias, mande um recado, amanhã, que eu logo mando alguém à sua procura, pra marcar lugar e dia e hora: o meu destino segue os seus passos até o fim do mundo.

– Copiou isso de quem? – Perguntei sorrindo.

– É Romeu e Julieta nunca leu?

– Não. E não imaginava que alguém como você lesse e gostasse desse tipo de coisa. – Falei surpresa.

– Você não sabe tudo sobre mim. – Ele mordiscou os lábios. – Boa noite, Julieta.

– Boa noite, Romeu.


Depois de uma troca de sorrisos, Harry deixou a propriedade. Pude ver seu carro desaparecendo ao longe e só quando não pude mais vê-lo, sai da janela e a fechei. Naquela noite, fui dormir sorrindo.



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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem! ;) Xoxo