I was alone, I took a ride,
I didn't know what I would find there.
Another road where maybe I
Could see another kind of mind there.
Ooh then I suddenly see you,
Ooh did I tell you I need you
Ev'ry single day of my life?

- Nina, desliga essa música, pelo amor de Deus. – Luce tampava os ouvidos. – É impossível me concentrar com você escutando isso!

- “Isso” Se chama The Beatles e a música é Got to Get You Into My Life. Sabe Luce, um pouco de cultura é bom.

- Detesto discordar Nina, mas é melhor mesmo desligar o som. Assim a gente não se concentra no principal assunto. – Mel falou.

Contra a minha vontade, eu me levantei da minha cama e desliguei o pequeno som portátil vermelho que havia ganhado no natal do ano passado. Eu, Luce e Mel nos reunimos para esclarecer a história do “espião” que estaria passando informações pessoais minhas e do Harry para a Carold. Embora eu continuasse achando uma loucura, eu preferia acreditar nisso a pensar que Harry não fosse quem eu realmente pensei que era. Não do que aconteceu conosco ontem com Lux. Algum me dizia que era mentira, e eu iria provar isso. Iria fazer a senhora Flack engolir tudo que disse sobre ele.

- Certo. Agora, precisamos de provas que o tal espião existe. – Luce olhou para mim.

- Não olha para mim não! Quem é a Sherlock Holmes é a Mel.

- Eu estou tentando pensar... – Mel andava de um lado a outro. – Eu achava melhor ligar para o Harry e tirar essa história a limpo.

- Nem pensar! Não quero que ele se envolva nisso. – Falei firme, passando minhas mãos em meus cabelos.

- Tá difícil de encontrarmos alguma resposta. – Luce suspirou.

Nós três deitamos juntas em minha cama e ao mesmo tempo, suspiramos. Não tínhamos nenhuma pista, nem sabíamos como começar e muito menos se aquela história era verdade. A porta do meu quarto bateu e Luce soltou um “pode entrar” bem desanimado. Logo, a cabeleira negra de tia Susana entrou no quarto analisando bem nossas expressões.

- Porque tanto desanimo?

- Problemas, tia. – Respondi.

- Desde quando jovens tem problemas, minha querida?

- Desde quando o amor existe, mãe.

- Onde tem amor tem barreiras. – Mel completou.

- Barreiras existem para serem superadas. – Susana sorriu carinhosamente para nós. – Mas eu vim aqui para entregar uma carta que chegou agorinha para você Nina.

- Para mim? Meus pais devem ter esquecido que existe internet só pode! – Ri um pouco e me levantei para pegar a carta que minha tia estendia em minha direção.

- Bom, o jantar vai ser servido daqui a cinco minutos. Não demorem, certo?

- Pode deixar. – Respondemos em uníssono.

Voltei ao lugar de inicio e abri a carta, o engraçado é que não tinha remetente. Mel e Luce se amontoaram no meu lado para ver o que tinha. Para a minha surpresa, quando eu abri a carta não tinha nenhuma e sim fotos. Fotos minha e de Harry no maior beijo dentro do carro dele, arregalei os olhos e por pouco não soltei um grito.

- COMO ISSO É POSSIVEL?

- Nina, calma, olha o Harry é cheio de paparazzi... – Luce tentava me relaxar.

- Esquece isso, Luce! Paparazzi não mandam essas fotos na casa das pessoas fotografadas. Isso foi trabalho da Carold. – Mel afirmava. – O que prova que minha teoria é a certa!

- Deixa eu ver essas fotos de novo. – Peguei novamente todas as cinco fotos e olhei atentamente. – Isso aqui foi ontem, quando fomos ver a Lux! Ninguém sabia que iriamos vê-la!

- Ninguém não... – Luce olhou desconfiada para Mel.

- Tá achando que sou eu? Sério mesmo, Luce?

- Ou o Niall, ele também sabia.

- Deixa de besteira que eu e ele temos coisas melhores para fazer do que ficar olhando a vida deles dois.

- Concordo. Mel e Niall nunca iriam fazer isso comigo.

Lá em baixo, tia Susana anunciava que o jantar já estava pronto. Eu apenas olhava as fotos e depois as meninas. Foi-se o tempo em que a minha maior preocupação era física ou matemática, agora, eu tinha alguém me vigiando, digo, não só eu, como também o Harry. Joguei as fotos todas no lixo, completamente irritada pelo que via. Tentei respirar fundo algumas vezes para me acalmar, mas não estava dando certo.

- Caroline pode ter tirado tudo isso. Ela quer me amedrontar, tá na cara! – Falei, ignorando o chamado de minha tia.

- Ela não tem cara que se sujeitaria a fazer essas coisas. – Mel se adiantou. – Ela contratou alguém, e visto o jeito que ele fez o trabalho, já deve estar acostumado.

- Como assim? – Luce indagou.

- Olha, Nina não viu e ouviu o som da câmera, ou seja, isso mostra que ele não é novato.

- Eu acho que você deveria parar de assistir Sherlock Holmes, sério. – Luce debochou.

- Não, Mel está certa. Isso mesmo. E para saber onde eu e Harry estávamos ou ele nos seguiu ou... Ele realmente é próximo dos meninos. Próximos a tal ponto de saber a aonde eles vão.

- Obrigada, Nina. – Mel deu língua para Luce.

- Certo, e o que faremos agora? Não temos uma pista de quem ele é! Só que ele é próximo dos meninos. – Mel e eu nos entreolhamos e Luce começou a balançar a cabeça. – Não, não. Definitivamente eu não vou fazer isso.

- Vamos ter que interrogar todo mundo próximo ao Harry e Nina. Isso inclui... Os meninos e sua mãe. – Mel apontou nomes.

- Liam, Niall, Louis e Zayn não iriam fazer isso conosco. Pode excluir da lista. – Defendi.

- E o que minha mãe tem haver com isso tudo?

- Ela não gosta do Harry, já é um começo. Nina, nada disso. São suspeitos.

Mais uma vez tia Susana nos chamava e dessa vez, todas nós fomos jantar. Steve também estava lá e nos cumprimentou com um breve aceno e um sorriso. Meu corpo estava presente naquela mesa, mas minha cabeça estava em outro lugar. Eu ainda me recusava a acreditar que algum dos meninos poderia estar envolvido naquilo, então, fui buscar em outras pessoas. Caroline deve ter alguma amiga ou informante naquele meio, pode até não parecer, mas existem algumas pessoas que apoiam ela e Harry. Deve ter alguém assim trabalhando com eles. Droga! Mas quem seria?

Igualmente a mim, não notei Luce ou Mel interessadas no jantar, na maioria das vezes Steve e Susana cansaram de pedir para a gente se concentrar no jantar que agora conversavam entre si. Não sei exatamente o que eu comi, contudo, o gosto estava bom. Já estávamos comendo a sobremesa quando ouvi meu celular tomar. Luce e Mel olharam para mim como quem dissesse: “VÁ ATENTER SEU CELULAR LOGO E RÁPIDO!” Bom, elas não precisavam me olhar porque na mesma hora eu já estava correndo atrás do aparelho.

- OOOOOOOOOOOOI!

- Harry? – Perguntei ofegante.

- Não confunda minha voz sexy com a voz daquele Haroldo, Nina. – Louis dizia no outro lado.

- Louis? Desculpa, eu... Nem percebi que era você.

- Não olhou no identificador de chamadas? Como você é atenciosa comigo, Nina. – Ele riu.

- Deixa de bobagem! Cadê o Harry?

- Ele está no banho e perguntou se você não quer ir junto.

- Sério, Louis. Sem brincadeiras, por favor. – Aí Meu Deus, eu estava perdida com esses meninos.

- Seu Romeu mandou te avisar que amanhã é para você aparecer no estúdio, ele tem uma coisa para te falar.

- Estúdio... Amanhã. Certo. – Cerrei os olhos após me dar conta do que ele tinha chamado Harry. – Romeu? Como você sab...

- Sou o melhor amigo dele, Carter, acha mesmo que ele não vai me contar às besteiras que ele te chama? – Louis se divertia a cada minuto.

- Pensei que ninguém sabia.

- Não ficou chateada, não é? Porque ele me fez jurar não falar para você que eu sabia, mas eu não sei guardar segredos, desculpe.

- Não, tudo bem. Diga a ele que amanhã estou lá, certo?

- Beleza, Julieta! Até amanhã.

Mel e Luce entraram na mesma hora que eu havia desligado o telefone. Eu tentava absorver que Louis sabia de como eu o Harry nos chamávamos e como ele mesmo disse: “não sei guardar segredos, desculpe”. Ele poderia ter sem querer contado isso para a Carold, não é? Olhei para cada uma que esperava alguma novidade. Joguei meu celular na cama e disse:

- Vamos para o estúdio amanhã. Hora de pôr o plano em prática e concordo Mel, temos que interrogar TODOS os meninos. E os caras da banda também, Luce.

- Sei o que está tentando dizer! O Josh não é espião de araque da Carold! – Ela o defendia.

- Inocente até que se prove o contrario. – Mel simplesmente olhou para mim e sorriu.