Trintero escrita por Veves


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui com uma nova entrada estranha!! E não deixem de ler, SEMPRE, minhas notas finais!
QUEM ACOMPANHAVA ANTERIORMENTE LEIA QUE FOI MODIFICADO!



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Olhei o homem avançar para mim com a espada na mão e tentei apertar a arma, mas ela estava travada. Ele olhou para mim com um sorriso crédulo no rosto. Achava que eu não iria atirar. Um sorriso macabro.

Não... Não... Não ia ser morta assim... Não.

Destravei. Atirei. Ele caiu.

Apenas alguns paços na minha frente com um buraco na testa, agora estava um corpo morto. Um corpo que eu matei.

Como se isso não fosse importante, ignorei e rastejei para longe do seu corpo. Fui na direção oposta, engatinhando para minha madrasta.

Eu morei com ela nos últimos dois anos. Ela era minha vida. Só me restava ela. Minha mãe sumiu quando nasci e nunca conheci sua família ou a do meu pai. Eles falavam que eram filhos únicos. Só me sobrou ela, minha madrasta, pois até meus avós morreram segundo meus pais. Meu pai morreu... Em um trágico acidente, tentando me proteger. Um assalto. É o que os policiais falaram e o que iram falar da minha madrasta, mas eu descobri a verdade.

Olhei para ela e vi sua camisa branca machada de vermelho no seu estômago, logo uma mais acima, em seu coração, onde provavelmente a espada quebrou uma costela... E a matou.

Lágrimas caíram dos meus olhos, manchando seu rosto. Ouvi as sirenes. Ouvi as pessoas. Desabei sobre ela. Meu corpo inerte sobre o dela, como se eu pudesse apenas alcançá-la. Como se eu pudesse puxar a vida dela de volta para seu corpo. Ouvi uma batida no seu coração, com os olhos fechados vi o sangue se espalhar mais dentro de seu corpo, saindo do coração pelo furo da espada e então... Nada. Fiquei lá e desejei ir com ela. Morrer com ela. Não me sobrou nada. Tudo parecia tão solitário, tão impossível...

Senti as pessoas me segurarem pelo braço, me afastando dela. Eu não tinha mais expressão. As lágrimas secaram dos meus olhos e eu olhava fixamente para ela.

Ouvi as perguntas, senti o calor de uma pessoa me rodear, mas ao mesmo tempo pareceu tão frio... Tão distante. Entretanto, nada disso importava. Eu simplesmente fiquei quieta e desejei que todos desaparecessem nesse momento. Eles não iam. Como um interruptor, desliguei meu cérebro.

Desmaiei.

~!~

Abri os olhos devagar e...

ONDE EU ESTOU?!

Até onde eu sei, eu estava fazendo ioga com minha madrasta e...

Uma lembrança... Sangue. Tanto sangue. Lágrimas ameaçaram nascer nos meus olhos, à vontade de gritar presa na minha garganta, mas apenas engoli em seco e fechei meus olhos com força. Não ia deixar isso acontecer. Não foi o primeiro. Nem seria o ultimo. Eles continuariam a vir atrás de mim e matando todos que são importantes. Eu preciso morrer... E então...

Uma porta se abriu e eu olhei para um homem velho, com olhos lilás.

—Bem vinda ao Trintero.

—O que? – perguntei, já planejando minha fuga.

Pesquisar o ambiente. Achar saídas e entradas... E então fugir. Correr tão longe que puder e... Morrer.

—Uma escola. Seu pai te inscreveu aqui, caso algo acontecesse com ele e sua mãe.

—Ela não era minha mãe. - o cortei rapidamente, tentando amenizar a dor, como se isso a diminuísse.

—Como?

—Ela não era minha mãe. Era minha madrasta. – falei com dor no coração, com minha garganta parecendo lixa e minha fala pareceu uma traição ao seu nome – Ela era morena e eu sou uma coisa tão pálida que parece leite.

—Bem... Se algo acontecesse a sua madrasta ele disse que você não pode continuar a viver sozinha no mundo sem conhecer a verdade sobre você.

—Como? – por uns instantes esqueci a fuga, pensando no que meu pai falou sobre mim para esse estranho... E se no fim ele quisesse me matar também?

—Seu pai...

—Eu entendi o que o senhor disse, mas eu já sei a verdade sobre mim.

—Não, não sabe.

—Sim, eu sei sim! – falei teimosa e levantei da cama.

—Não, você não sabe! – ele falou agora ficando com profundas linhas em sua testa.

—Sim, eu sei!

—Que seja. – ele abriu uma pasta e jogou uma folha na minha cama – Ai tem os horários das suas aulas e também um mapa atrás. Seu material está na sua bolsa. Quando estiver pronta, pode sair. A alimentação é na escola mesmo. Aqui você também pode se alimentar, mas terá que ir a aldeia ou na escola para pegar suprimentos. E se for à aldeia, vai precisar de dinheiro, que só irá receber no final do mês.

—E como explica o dinheiro.

—Vamos falar simplesmente que seu pai gastou uma fortuna com você, para que ganhasse uma boa mesada por mês aqui e ainda tivesse esse chalé só para você. E ainda faltam dois anos para você terminar a escola, sem contar com esse!

Falando isso, ele fechou a porta com força, fazendo barulho pelo pequeno chalé de pedras pretas. Olhei em volta, vendo uma cama de solteiro um pouco maior que o normal e em frente uma TV. A cama ficava em baixo de uma grande janela, com dobradiças pintadas de branco e a madeira que passava por ela em quadrados como enfeites do mesmo tom. A cama tinha grossos edredons brancos e travesseiros do mesmo modo.

Eu já havia terminado o colegial no final do ano passado... O que ele queria dizer com isso?

Ignorando esse sentimento confuso, continuei a conhecer a “minha” casa.

Atrás da TV tinha uma bancada de madeira, com uma pedra de mármore preta lisa e reta por cima. Lá se encontrava uma cesta com frutas.

Tinha espaço suficiente para quatro pessoas. Dava vista também para uma cozinha metálica, bonita, e moderna com fogão digital. Com as bancadas sabia que lá tinha tudo o que é necessário para uma cozinha.

Abri um armário vendo apenas cinco pratos de sopa, cinco retos, cinco copos, cinco canecas... Tudo em cinco.

As panelas tinham de todos os tamanhos e formas.

Eu não podia mentir e falar que meu pai era pobre ou classe media. Ele era bem rico. Eu até tenho uma poupança em um banco, que me deixaria levar uma vida de solteira bem confortável...

Suspirei e fui para a porta, abrindo com insegurança.

Engoli em seco, vendo milhares de chalés, parecido com o meu, e com apenas algumas pessoas rindo e brincando. Brigando e se beijando.

Amigos. Confidentes. Amores. Eu nunca poderia ter isso.

Fixei meu olhar na grama que era verde, parecendo até macia, tentando me distrair. Ousei e andei até ela, com a luz da lua me banhando. Minha mente estava em outro lugar, minha alma sangrando com as perdas e meus medos.

Toquei a grama e uma luz branca cegou meus olhos por um instante. Quando abri, as pessoas corriam para seus chalés e eu olhei para a mata, vendo grandes olhos vermelhos.

Ele avançou e jogou seu peso em cima de mim, começando a me lamber.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo deixou a desejar, mas o outro promete!!



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