Primeira historia:

1 ano depois.

Era uma manha de sábado, o sol estava quente, o céu azul sem nenhuma nuvem para enfeitá-lo, crianças brincavam e dava para escutar suas risadas de longe.

Dandara, de 17 anos, estava em seu quarto tentando fazer o dever de casa de matemática, mas sua cabeça estava longe. Ela pensava em como tinha odiado a ideia de se mudar, ser a aluna mais nova do colégio Joana Pereira aonde era ‘a estranha’ ou ‘a antipática’ e deixar a melhor amiga para traz. Ela não tinha muitos amigos, na verdade ela não conseguiu fazer nenhum amigo para passar o tempo mais rápido, todos a evitavam em qualquer lugar no colégio.

Mas, alem do que estava acontecendo na escola, havia outra coisa que a perturbava desde que acordou, naquele dia ela se sentia estranha, estava com muito medo e não tinha dormido a noite toda, pois havia escutado alguém a chamando e ligando para ela a noite toda, e não era qualquer pessoa, era da sua melhor amiga, Suzanna que havia morrido a três dias atrás e Dandara ainda sentia a falta dela.

Ela estava perdida em pensamentos, em as suas lembranças com a amiga e se perguntando se tinha que consultar um medico da cabeça para saber se não estava louca até que o telefone tocou.

Dandara não queria atender ao telefone pois tinha medo de quem a ligava, mas também poderia ser seus pais ou algo importante então não tinha outra escolha se não atender.

Ela atendeu com o coração batendo na garganta de medo, a noite toda sua amiga pedia só uma coisa... E ela já estava pensando na hipótese de aceitar.

–Dandz!-A voz do outro lado da linha não era apenas conhecida, mas ela a atormentava a dias.

Ela começou a ficar desesperada e começou a chorar e gritar no telefone.

–Suze?! O que esta acontecendo? Para de me ligar, pelo amor de Deus! Eu não vou me matar!

–Dandz! Venha comigo, Dandz! Sei que sua vida não esta boa, você odeia esse lugar e aonde eu estou é muito melhor! Não vai doer nada apenas pegue a arma, que você sabe que esta na cômoda do seu pai, e atire na sua cabeça! Você não vai nem sentir e quando notar já estaremos juntas para sempre! Sem mais ter que ir para essa escola que você tanto odeia, longe dai...

Ela desligou o telefone, não queria mais escutar o que ela já havia lhe dito varias vezes em dois dias, todos os dias.

Dandara pensou que tinha ficado louca e foi mexer no computador para se distrair e ele começou a digitar sozinho: 'Dandz,venhacomigo,Dandz,euquerosuacompania,Dandz,...'

A menina assustada desligou o aparelho da tomada e começou a pensar, na verdade a voz da Suzanna começou a falar na sua cabeça: Isso não pode ser uma coisa horrível, pode ser uma escapatória dessa vida terrível em que seus pais a há meteram.

Foi então que ela decidiu ceder ao pedido da amiga e a vontade que tinha de querer sair dessa vida mais do que tinha medo de se matar. Levantou-se da mesinha do computador e foi até o quarto dos seus pais, seu pai era policial e guardava uma arma em seu criado mudo como segurança, na terceira gaveta, ela a pegou e mirou na sua cabeça.

Ela respirou fundo, quase desistiu, mas queria fugir daquele lugar de uma forma ou de outra, então fechou os olhos e com um tiro certeiro tirou sua vida para se juntar a Suze e sair daquela vida que até então achava que era terrível.