Give It A Rest escrita por Nyuu D


Capítulo 1
único




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Aquela era uma bela ilha; muitas árvores e flores, uma vegetação densa e bela, com estranhos elefantinhos com orelhas grandes que os permitiam voar pelos ares... Espera.

– Meu Deus! Elefantes voadores! – Usopp gritou com entusiasmo. Chopper adiantou-se para comunicar-se com os animaizinhos, que pareceram receptivos com o bando. Os pequenos elefantes ofereceram-lhe as frutas da ilha, explicando quais eram comestíveis, tudo por intermédio de Chopper. Contaram sobre a cachoeira e a água pura que dela vinha.

Luffy estava extremamente entusiasmado com os animais. Eles ficaram brincando com ele enquanto Usopp falava com Franky e eles decidiam que iriam fazer aos elefantes uma casa.

Brook tocava uma música de forma entusiasmada enquanto os elefantinhos voavam em volta dele e seu afro, como que dançando junto da canção. Chopper auxiliava dois filhotes que caíram do ninho, enquanto Nami o assistia e dava palpites, falando para não machucá-los. Claro que Chopper não iria machucá-los.

Robin fazia carinho num dos pequenos elefantes, achando-os adoráveis.

Enquanto isso, um certo espadachim e um certo cozinheiro haviam ficado para trás porque Zoro queria pegar uma garrafa de saquê. E Sanji ficara incumbido de ajudar Zoro a não se perder na floresta da ilha, mesmo a contragosto. Roronoa subiu no navio para entrar na cozinha e pegar saquê da adega, enquanto Sanji fumava no deque e observava as árvores e flores cor-de-rosa daquela ilha.

– É tudo tão alegre, mas não vejo pessoas. Me faz lembrar de Little Garden.

– Tinha gigantes em Little Garden – Zoro falou enquanto abria a garrafa de saquê, já no deque também.

– Tinha dois gigantes. Mas não tinha uma vila, nada do tipo. Era em sua maioria habitada por animais. Aqui só tem um monte de elefantinhos alados.

– Mesmo assim tinham pessoas em Little Garden. – O espadachim deu uma bela golada no saquê, lambendo os lábios em seguida, satisfeito. – Agora podemos voltar.

– Hunf. – Fez Sanji, descendo do navio para ir à praia. Eles andaram um pouco e logo estavam no meio da floresta. O cozinheiro olhando para os lados para ver se alguma aranha com asas não aparecia no meio da história, torcendo para isso não acontecer. Zoro andava ao seu lado, despreocupado, como se não o estivesse seguindo.

– Você não me contou nada sobre sua estadia em Kamabakka Kingdom.

– Nem vou contar, isso é um assunto proibido. – Sanji apagou o cigarro que fumava, e logo acendeu outro. – Você também não me falou nada, então estamos quites.

– Ok. – Zoro ajeitou a camisa preta no corpo e bebeu mais do saquê. Sanji parou de andar repentinamente e o espadachim ainda continuou um pouquinho, até perceber que o outro havia parado. Virou-se e o olhou. – Que foi?

– Não vai insistir?

– Eu não. – Zoro franziu a sobrancelha. – Eu já sei de boa parte, na verdade. É meio óbvio, aquele monte de okamas, e você no meio. Deve ter sido uma canseira.

– Sim – o cozinheiro lamentou-se, tristonho. – Nunca corri tanto na minha vida. Foi medonho.

– Imagino.

Eles ficaram um instante em silêncio, se encarando. Zoro não estava com vontade de falar. Na verdade, ficava aborrecido com a ideia de Sanji ter sofrido tanto na mão dos okamas, embora fosse muito engraçado imaginar a cena. Pior ainda se saísse algum cartaz de procurado dele no meio da bagunça. O cartaz atual dele já era uma piada, imagina em outras circunstâncias.

– Pois é, cook. Você deve ter descansado bastante agora, então. Já deve estar bem mais relaxado.

– Acho que sim. – Sanji fumou despreocupado.

– Dormiu bastante, sem medo de ser atacado à noite.

– Mais ou menos – o cozinheiro passou a olhar o nakama. – Você estava no quarto.

– Decidi te poupar. Pelo menos um pouco.

– Que gentileza.

– Mas agora, eu estava pensando...

– Ah não, marimo. Agora não. – Sanji fez um gesto com a mão. – Aliás, eu bem queria falar com você sobre isso. Esse negócio tem que parar. Não podemos continuar com essa... Coisa. Isso só vai dar trabalho depois.

– Que trabalho? Nada mudou, a única coisa é que nossas brigas partem pra um físico diferente às vezes.

– Puta merda. – Sanji grunhiu. – Ninguém que olha pra você te toma por um pervertido desse calibre. É só comigo?

Zoro fez uma expressão maliciosa e um pequeno sorriso ergueu um dos cantos da boca. Sanji estremeceu. Não gostava daquilo, seja qual significado tivesse. Decidiu que era melhor seguirem caminho, mas quando deu por si, o espadachim o havia puxado pela camisa xadrez e o apertava contra seu peito nu. Por que ele tinha que andar por aí desse jeito?

– Me solta. – Falou categórico, sem erguer a voz.

– Me obrigue. – Zoro ergueu a mão e tirou o cigarro da boca de Sanji. O rapaz estreitou os olhos, pelo menos o visível. Zoro largou a bituca no chão e chegou um tanto mais perto, mais do que já podia, quase pisando nos pés do cozinheiro.

– Marimo estava triste sem minha presença? – Sanji deu um sorriso maroto, aproveitando-se da situação. – Que dó.

– Não se gabe tanto, cook.

– O que você quer, Zoro? – Sanji fechou o sorriso. Zoro suspirou.

– Te dar aquela canseira que você deve estar sentindo falta.

– Eu é que estou?! – O cozinheiro deprimiu-se. Aquele espadachim burro era tão óbvio que dava pena.

Zoro ignorou-o e segurou a cabeça loira com força, puxando-o contra seu próprio rosto e colando os lábios. Sanji resistiu um segundo, apenas para não ser tão fácil, mas mal podia explicar como estava seu coração. Queria ter feito isso desde quando voltou para Sabaody, mas quem disse que poderia? Não se atrevia. E Zoro devia estar na mesma situação.

Que patético, dois homens não podiam se resolver. Orgulho demais envolvido.

Sanji esparramou-se contra Zoro, jogando os braços por cima do ombro do rapaz. Incrível como um beijo poderia trazer à tona tamanha familiaridade. Sanji sentia como se nada tivesse mudado.

Eles se beijaram mais um pouco, depois começaram a se tocar. Sanji pôs a mão no peito quente de Zoro, e o espadachim entrou na camiseta e na camisa que o outro vestia. O toque era o mesmo, talvez mais músculos aqui e ali, mas a sensação era a mesma. A saudade se desvanecia enquanto as peles se tocavam e as bocas brigavam.

Não demorou para o beijo partir e Zoro migrar para o pescoço de Sanji, atacando-o ferozmente, sentindo uma necessidade incontrolável de senti-lo. Havia perdido tempo, ele achava, fingindo que não devia mais acontecer. Que se ferrasse o mundo. Queria que acontecesse porque queria o maldito cozinheiro.

Suas mãos passaram a empurrar a camisa de Sanji para fora do corpo, enquanto o loiro enfiava as próprias por trás da camisa preta de Zoro e tocava-lhe as costas, satisfeito com a sensação dos músculos contra os dedos, notando que havia muito mais ali do que antes. Devia ter treinado feito louco.

– Não saia correndo agora. – Zoro disse num sussurro e Sanji deu um sorriso, meio ofendido, mas meio achando engraçado.


Mais tarde, os dois se encontraram com o restante do bando. Nami encarou-os, desconfiada. – Demoraram tanto, o Zoro que guiou o caminho?

O espadachim ignorou-a. Sanji pediu desculpas, mas não explicou nada.

Eles juntaram-se aos demais e Zoro bocejou, sentando-se. Deitou a cabeça numa raiz de árvore que lá havia, ouvindo Luffy entrar numa pequena briga com um dos elefantes. Não deu bola para isso, porque um barulho qualquer nunca interrompeu seu sono. Bocejou mais uma vez, e caiu no sono tão rápido quanto deitou.

Sanji ainda questionou se as meninas estavam com fome. Nami alegou que não, mas que em breve iria gostar de comer alguns docinhos. Robin agradeceu a gentileza, e concordou com a navegadora. Sanji prontamente garantiu que os docinhos sairiam assim que elas desejassem.

Porém, naquele momento, seu corpo estava precisando de um descanso... Sentia-se exausto. Exausto porque Zoro tirara suas forças, como sempre fazia. Gostava de fazer, aparentemente.

Encostou-se para ouvir Brook cantar, alegre. Os elefantinhos ainda dançavam ao seu redor, e um havia pousado no afro para descansar. Era uma cena engraçada, Sanji riu ao ver o bichinho praticamente nadar naquele tanto de cabelo. Usopp e Franky já estavam quase concluindo uma casinha para os elefantes filhotes, e Nami ajudava um deles a voltar para seu ninho.

Sanji ficou olhando Nami esticar-se para recolocar o elefante onde deveria estar, e sorriu. Ela era tão adorável. Não podia deixar de admirar as meninas, mesmo que, no final acabasse atraído tão magneticamente pelo brutamontes Roronoa Zoro.

Fazer o quê.

Sorriu uma última vez e sentiu o sono pesar, fechando os olhos. Dormiu aos sons da reclamação de Luffy, da música de Brook e a confabulação de Usopp e Franky sobre a construção. As meninas conversavam sobre a existência das pequenas criaturas, e Chopper conversava com um deles sobre um punhado de frutas que havia numa cesta.

Sem falar nos roncos de Zoro, logo ali.

Era um ambiente maravilhoso.



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