Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson


Capítulo 7
O que eu faço agora?


Notas iniciais do capítulo

queria agradecer:
- Anna Styles, Rafael L4D2, GiihBruno e Aninha2friend pelas rewiews ^^ queridos vocês u-u' e principlamente pra Anna que acompanha a fic desde o primeiro capítulo...
- as duas pessoas que favoritaram minha fanfic
- e a todos os leitores que eu tenho (que podem não ser muitos) por lerem, espero que estejam gostando da fic ;)



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Saímos dos limites da jornada e fomos em direção ao anfiteatro, conversar com Quíron a respeito da missão que eu acabara de receber. Ele e o sr. D. nos esperavam lá.

– Vejo que alguns dos pestinhas voltaram vivos – disse Dionísio. – Então, Pedro, Samantha trouxe alguma novidade?

Percy, senhor – respondeu meu irmão – e sim, Stefanie trouxe uma missão enviada pela própria deusa Atena.

Dionísio ficou quieto. Quíron arqueou uma sobrancelha. E disse:

– Os outros grupos estão vindo, vamos nos reunir ao redor da fogueira e apresentar os prêmios que encontramos. Então você recita a profecia.

Os grupos chegaram e se acomodaram nos seus respectivos lugares na arquibancada. Quíron se dirigiu ao centro e chamou a atenção dos campistas batendo seu casco três vezes no chão de madeira. Todos se aquietaram. Uma garota ruiva estava ao seu lado. Por que ela não sentava junto com seus companheiros de chalé?

– Sejam bem vindos de volta, meios-sangues. Gostaram do desafio?

Todos resmungaram uma afirmação. É, tanto faz. Até que foi bom.

– Agora, peço que um campista de cada grupo se dirija até o centro para apresentar o prêmio que encontrou. Por favor, se apressem, amanhã terão um dia cheio e devem dormir cedo.

Percy, Annabeth e Clarisse se levantaram. E eu também. Éramos os líderes daquele grupo, e não parecia justo que um só fosse. Eu era uma novata ali, então achei melhor que os veteranos decidissem entre eles quem iria. Mas Annabeth disse:

– Não. Foi Stefanie quem recebeu a missão. As bênçãos. Ela deve ir.

Sorri. Annabeth sentou. Percy sentou. Clarisse estava incrédula, mas sentou também, relutantemente. Segui em direção ao centro, junto a Quíron. Os outros dois campistas estavam descendo da arquibancada também. Um era David, outro era um garoto de Hermes. Não conseguia lembrar seu nome... começava com T... ou seria com D?

– Muito bem, Stefanie, David, Travis – disse Quíron – agora, apresentem seu prêmios a seus colegas.

Travis deu um passo à frente e levantou o objeto que trazia nas mãos. Era um pequeno espelho de mão, com um cristal na ponta, onde segurava.

– É um espelho de Afrodite. Eu recebi a missão de devolvê-lo à sua dona em cinco dias, levando comigo um filho de Apolo e uma filha de Hécate. Devo começar amanhã.

– Você recebeu uma profecia? – perguntou a garota ruiva que estava ao lado de Quíron.

– Não. Quando eu peguei o espelho uma voz falou em minha mente me dizendo isso – respondeu Travis.

– Interessante. Então acho que você deve receber uma profecia.

Quando a garota disse isso, fraquejou e caiu. Não, na verdade cairia, mas David segurou-a no último segundo. Travis buscou um banquinho de três pés que estava em algum canto por ali e colocou-a sentada. Quando a garota abriu os olhos, estes estavam verdes. Quando ela falou, sua voz soava triplicada.

– “O filho do deus mensageiro / acompanhado de dois amigos / sairá do acampamento ligeiro / para devolver o espelho antigo;”

“Terão cinco dias somente / para encontrar sua proprietária / antes que ela, de repente / destrua toda essa área.”

Dito isso, ela desmaiou de vez.

– Obrigado, Rachel – disse Quíron – pela profecia. Algum filho de Apolo, por favor, ajude a acordá-la? Temos mais profecias.

Danny foi socorrer a garota, enquanto Travis prosseguiu:

– Bom, devo escolher um filho de Apolo e um de Hécate, então... Bom, Jennifer, de Hécate. E de Apolo, Frank, com certeza.

Todos reprimiram um riso quando Travis disse que iria levar Jennifer. Que fofo, um casalzinho no acampamento... mais um, na verdade. Já que temos Percy e Annie, Clarisse e Chris.

– Muito bem. Se Jennifer e Frank aceitarem participar, vocês partem pela manhã.

Tanto Jennifer quanto Frank assentiram.

– Muito bem. Sente-se Travis. David, apresente seu prêmio.

David deu um passo à frente e levantou uma lupa dourada cravejada de rubis.

– Essa lupa pertence à deusa Atena. Tenho seis dias para devolvê-la à deusa, acompanhado de um irmão ou irmã meu e um filho de Afrodite.

– Você recebeu a profecia?

Ele negou com a cabeça. Rachel acabara de despertar, e estava pronta para mais uma profecia. Ela devia ser uma espécie de adivinha, ou algo desse tipo.

– Então ouça com atenção, David – disse Rachel.

Ela sentou-se no banquinho, de olhos fechados, e quando abriu os olhos, eles novamente estavam verdes.

– “O objeto da deusa da sabedoria / que agora tens em mãos / deverá ser devolvido ao crepúsculo do sexto dia / para que o mundo não fique em negação;”

“As memórias serão apagadas / pessoas sofrerão sem motivo / grandes mentes serão roubadas / desaparecerá o saber intuitivo;”

“Corra meio-sangue / corra contra o relógio / para evitar que Atena se zangue / e lhe tire o conhecimento, lógico.”

Rachel segurou-se no banquinho e abriu os olhos. Podia estar muito pálida, mas manteve-se acordada. Tomou um gole de néctar e estava bem novamente.

– Bom, acho que resta a você escolher seus parceiros e esperar amanhecer – disse Quíron.

– Bom, de irmão eu levarei Danny. E de Afrodite... bom, tanto faz. Julie, pode ser.

Os dois assentiram.

– Pode sentar-se David – disse Quíron. – Agora, Stefanie, sua vez.

Eu estava ficando nervosa, com as mãos suadas. Nunca havia falado para tanta gente. Respirei fundo e imitei Travis e David: levantei o pergaminho para mostrá-lo a todos. Assim que fiz isso, Rachel começou a falar. Nem me esperou proferir alguma palavra. Simplesmente vomitou minha profecia, a mesma que aparecera no pergaminho:

–“Parabeniza-os a filha de Zeus / por enfrentarem com bravura e coragem / ao lado de amigos seus / um desafio em nossa homenagem;”

“De todos que aí estão / agora três terão de sair / em uma difícil missão / que terão um prazo para cumprir;”

“A filha do deus do Mar / e o filho do deus ferreiro / vão seguir, acompanhar / um sátiro guerreiro;”

“Terão sete dias para procurar / o pergaminho de Apolo / encontrar e devolver / colocando-o junto a seu colo;”

– “Corram meios-sangues – continuei-/ façam o que é certo / antes que Apolo se zangue / e liberte sua raiva, desperto”.

Rachel piscou e seus olhos voltaram ao normal.

– Como... você já havia escutado sua profecia?

– Claro – respondi ironicamente – quando eu a li no pergaminho que encontrei.

Ela me encarou de cara feia. E eu me segurei para não rir.

– Desculpa Rachel, não pude evitar. Mas sim, eu já havia ouvido. E agora tenho uma semana para encontrar e devolver o maldito pergaminho.

– Correto. Você já escolheu quem vai com você?

– Sim. Charlie e Haley.

– Muito bem, Stefanie. Sente-se. Amanhã, pela manhã, receberão alguns suprimentos do acampamento e Argos os levará até o ponto de ônibus mais próximo. Depois, é por conta de vocês. Boa noite campistas, é hora de seguirem para seus chalés. Amanhã todos terão um dia cheio, e é melhor descansarem – disse Quíron.

Ele fez um movimento com a mão e a fogueira apagou completamente. Segui Percy até o chalé três, onde ele entrou e se jogou em um beliche. Peguei minha mochila, que estava jogada em um canto perto da porta do chalé, escolhi um beliche com a cama em cima e comecei a retirar minhas coisas da mochila e arrumar meu espaço. Tirei Alfa e Ômega e os coloquei cuidadosamente na mesa de cabeceira. Fui até o guarda roupa e coloquei minhas roupas em uma prateleira vazia, meu gorro em cima das camisetas e minha pérola no bolso da calça que eu ia usar amanhã. Pendurei minha mochila em um cabide, peguei um cobertor que tinha ali dentro do guarda roupa arrumei no beliche. Peguei meu pijama, entrei no banheiro e troquei de roupa, coloquei minhas roupas no guarda roupa e me deitei. Percy ficou me observando enquanto eu fazia tudo isso. Quando eu me deitei ele sorriu:

– Aleluia! Como você demora para se deitar!

– Ha-ha-ha. Você não está dividindo o chalé com um garoto. Trate de se acostumar.

Começamos a rir. Eu estava nervosa, e minha risada soou estranha. Percy percebeu.

– O que houve Stef? – perguntou-me.

– Eu estou nervosa. Nunca saí em uma missão antes. Percy, como é uma missão? –eu estava fazendo aquela carinha do gato de botas e uma vozinha meiga que derretia todo mundo. Percy estava quase chorando – Eu vou morrer?

Uma lágrima escapou dos olhos dele. Ele foi até o meu beliche, sentou-se na beirada da cama e me abraçou. Seu abraço era reconfortante, caloroso. Eu me sentia uma criancinha, protegida pelos pais. Ele me fez um cafuné e disse:

– Nenhum monstro vai te fazer mal, maninha. Nenhum deles vai te matar. Em sete dias você vai estar de volta, e tudo vai voltar ao normal, você vai ver. Você é melhor que aqueles monstros bobões.

Eu estava com um nó na garganta. Mas eu não podia chorar agora.

– Eu lembro – disse ele – da minha primeira missão. Eu tinha acabado de chegar ao acampamento, como você. E já estava sendo acusado de roubar o raio mestre de Zeus. Foi tão difícil para mim como está sendo para você. Mas eu consegui. E você também vai conseguir. Sabe por quê?

Fiz que não com a cabeça.

– Porque eu estou dizendo que vai. Como você é minha irmã não te sobra opção. Ei, baixinha – disse ele – olha pra mim. Olha pro seu irmãozinho.

Eu não queria olhar. Meus olhos estavam vermelhos e meu lábio inferior, tremendo. Eu ia começar a chorar. Mas ele segurou meu queixo e virou para o rosto dele.

– Ei, não chora. Você vai ver. Em uma semana você vai estar aqui, vitoriosa, com um irmão mais velho explodindo de orgulho. Eu te amo Stefanie. Não se preocupe, tudo vai dar certo.

– Ta bom. –respondi.

Ele se desvencilhou do meu abraço, mas eu não queria soltá-lo. Queria me sentir protegida. Mas ele desceu e voltou para o seu beliche. Ele virou-se para mim, quando estava deitado, e antes de apagar as luzes, me deu uma piscadinha e ofereceu sua mão para eu segurar e me manter calma. Eu peguei sua mão e as luzes se apagaram. Logo Percy estava ressonando profundamente, e eu estava acordada, ainda. Segurei a mão de Percy mais forte e fechei os olhos com bastante força, o mesmo que eu fazia quando era pequena e não conseguia dormir. “Aperte bem os olhos, querida” dizia minha mãe. “Assim os sonhos ruins não passam, os monstrinhos não te atacam e você dorme mais rápido”. Mas e se eles atacarem do mesmo jeito mamãe?” Eu sempre fazia a mesma pergunta. “Aí eu estarei aqui do seu ladinho pra te defender”. E era sempre a mesma resposta. Então eu apertava os olhos com força e adormecia.

– Mas e agora – sussurrei para mim mesma – quem poderá me defender?

E apertei os olhos com força novamente. Adormeci.

E naquela noite eu sonhei com o Chapolin Colorado.



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Notas finais do capítulo

gentee, quero mais cinco rewiews no mínimo pra postar o próximo capítulo ok? ja estou escrevendo, mas quero minhas rewiews (as duas últimas que recebi, nesse capítulo contam como parte das 5)
;*