Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson


Capítulo 30
Inevitável


Notas iniciais do capítulo

oi gente,
perdoem a demora... eu sei que é um capítulo curto, mas... acho que vai valer a pena a espera.
nos vamos nas notas finais, eu esclareço algumas coisas lá ;)



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É, eu realmente não estava preparada para aquilo. Olhei para cada um dos meus amigos e imaginei vivendo sem um deles. Não, seria impossível.

– Não tem nenhum outro jeito? – perguntei. As lágrimas invadiam meus olhos.

– Se eu soubesse de alguma coisa, eu te diria – respondeu Haley. – Mas é tudo o que sei.

Assenti. Rezei para Atena, pedindo alguma ajuda, mas ela me disse a mesma coisa que Haley. O jeito seria correr, então.

– Nem pense nisso, Stef – disse Haley. – Correr só vai piorar a raiva dela por nós.

– Como... como você consegue adivinhar? – perguntei, pasma.

– Nunca me subestime – falou ela, sorrindo.

Devolvi um breve sorriso e fui para junto dos garotos. Eu ainda tinha que decidir o que fazer.

– E então, algo que a gente possa fazer? – perguntou Charlie, esquivando-se da cauda da cadela.

Abri a boca para responder, mas fechei-a. Eu tinha que decidir por mim mesma.

– Não – respondi. – E correr só vai piorar.

– Ah, ótimo. E o que a gente faz então? Matamos? – perguntou Peter.

– Nem pense nisso, criatura! – disse. – Se matarmos essa cadela, meu irmão mata a gente depois. Bom, não literalmente, mas é melhor a gente não arriscar.

– Qual é o plano então? – perguntaram Charlie e Peter ao mesmo tempo.

– Vamos tentar cansá-la. Quando ela desistir de nós e pegar no sono, vamos sair daqui – arrisquei.

Eles assentiram.

Lutamos pelo que pareceram horas, e nenhum sinal de cansaço da parte dela. Já nós, estávamos pingando suor, quase desmaiando de dor nos músculos e sono. Em alguma parte da luta Haley apareceu para nos ajudar, tocando sua flauta. A melodia fazia a cadela tropeçar e cair algumas vezes, confusa. Mas depois de alguns tombos, Sra. O’Leary avançou em minha amiga, que escapou por pouco. Como um último golpe desesperado, joguei duas pérolas de Hipnos no focinho da cadela infernal e caí no chão, esgotada.

Dormi por poucos minutos, então Haley veio me acordar. Mastiguei um pedaço de ambrosia e tomei um gole do néctar que estavam na minha mochila. Acordei Peter e Charlie e ofereci-lhes o que restou dos meus suprimentos, o que era arriscado. Quando o grupo estava reunido, resolvemos tentar fugir do Hades, mas assim que toquei o pé fora do corredor, Sra. O’Leary rosnou enquanto dormia.

– Não que eu esteja reclamando – falou Charlie – Mas Hades não deveria ter vindo atrás de nós há um bom tempo? Com certeza já se passaram dez minutos.

– Meu pai não é idiota – disse Nico. – Ele vai esperar até que tenham resolvido a questão da cadela. Quando tudo estiver pronto para vocês partirem ao Olimpo e terminarem sua missão, ele vai aparecer e pegar seu pergaminho. E provavelmente matar ou prender vocês.

Olhei para Charlie.

– Respondeu a sua pergunta? – perguntei.

Ele assentiu, sem graça.

– O que a gente faz agora? Estamos ficando sem opção – disse Erich, que normalmente ficava calado.

– Tá bom, já chega – disse Peter, desembainhando a espada e caminhando até Sra. O’Leary. – Já que é matar ou morrer, vou acabar com ela. Perdoe-me, Stef.

Em um momento de pânico, entrei nos sonhos da cadela e a acordei com a imagem de Peter. Quando ele levantava a espada para o golpe que tiraria sua vida, ela acordou e atacou o garoto com suas garras, como se fosse um mosquito atrapalhando seu sono. Peter voou e bateu de costas na parede oposta. Pude ouvir uns estalos desagradáveis. Sra. O’Leary voltou a dormir, e eu corri para Peter, com lágrimas nos olhos. Todos vieram atrás. Virei-o para mim e vi suas pálpebras tremendo, apesar de tudo. Seus olhos abriram com esforço.

– Peter, me desculpa! – disse, as lágrimas rolando por minhas faces. – Desculpa, desculpa! Eu não... não devia...

– Shh – sussurrou uma voz rouca. – Não faça isso.

Levantei o rosto e encarei seus olhos azuis. Ele levou a mão até meus cabelos e os acariciou.

– Desculpe por ter falhado com você – pediu ele. Então virou-se para Charlie. – Me desculpa por ter sido tão idiota. Proteja-a por mim.

Charlie assentiu. Peter tombou a cabeça, aliviado. Fechou os olhos e aceitou seu destino.

– Espera, Peter! Eu posso fazer algo por você, eu... – virei-me para Haley – Deve ter algo que possamos fazer para curá-lo!

Haley negou, de cabeça baixa.

– Me perdoe. Não consegui te salvar, assim como você fez comigo – disse baixinho ao garoto que ainda trazia consigo a camiseta do Chapolin.

Ele estampou um breve sorriso e abriu os olhos uma última vez. Então seus músculos relaxaram, e ele respirou uma última vez. Olhando em seus olhos, pude ver a vida se esvaindo de seu corpo, e segurei Peter nos braços enquanto ele morria.

Mesmo depois de ter partido dessa vida, sua face ainda exibia um sorriso metálico, estampado com borrachas azuis.


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Notas finais do capítulo

é, então... peço desculpas a quem shippava Petanie.
sério, NÃO ME MATEM.
mandem reviews, nem que seja pra me xingar, rs.



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