Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson
Notas iniciais do capítulo
PASSEI DE ANO, isso significa que estou de férias e vou postar mais frequentemente *-* até o natal, então fico do dia 25 até o dia 2 sem pc, e volto a postar dnv. enfim, aproveitem o cap ^^
Na verdade não era exatamente um plano. Apenas combinamos algumas coisas a serem feitas e a posição estratégica que teríamos que assumir. Conta como um plano? Bom, pode ser então. O plano era o seguinte: iríamos viajar pelas sombras com Nico até o pavilhão de julgamentos e procurar pela cadela infernal de Percy. Daríamos um jeito de tirá-la do transe, pegar o pergaminho e sair de lá o mais rápido possível, antes de Hades sair à nossa procura. Loucura? Sim, totalmente.
Todos fizemos um círculo e demos as mãos, para Nico poder nos transportar pelas sombras. Assim que estávamos preparados para partir, ele ficou mais pálido do que normalmente, e suor começou a brotar de sua testa. Ele olhou para mim com um olhar quase suplicante.
– O que houve? – perguntei.
– Eu... Eu não... – Nico suspirou. – Desculpe, mas não consigo transportar todos vocês. Mesmo se conseguisse, ficaria dormindo por dias.
Assenti. Droga, plano por água abaixo.
– Eu posso te ajudar – ofereceu Erich.
Um lampejo de esperança faiscou no olhar de Nico, mas logo apagou.
– Você provavelmente não conseguiria. Já fez isso alguma vez? – perguntou o garoto.
Um sorriso de divertimento ameaçou surgir no rosto do fantasma.
– Existem muitas coisas sobre mim que você não sabe, filho de Hades – respondeu.
Fizemos dois círculos menores. Nico, Haley e Charlie estavam com Nico. Eu e Peter, com Erich. As mãos do fantasma tornaram-se névoa assim que as toquei, e pressenti que algo daria errado. Fechei os olhos. Ouvi meus amigos dissiparem-se em sombras com um grito, mas eu não senti nada. Abri os olhos e encontrei-me sozinha com Peter, exatamente como eu havia previsto.
– Por que, exatamente – disse Peter – nós ficamos aqui?
– Queria saber também, loiro – respondi, resmungando. – E agora, vamos a pé?
Ele sorriu de lado.
– Sem chances, Stef – disse-me.
Então ele chegou mais perto de mim, devagar, como se fosse me beijar. Eu pude sentir sua respiração em minhas faces, e meu coração pulou uma batida. Ele sussurrou em meu ouvido.
– Confia em mim?
Atordoada demais para responder, fechei os olhos e assenti. Ele abraçou-me, passou o braço por trás dos meus joelhos, deu dois passos e pulou.
Espera, pulou?
Abri os olhos e vi que estávamos voando. Ah, maldito. Olhei para seu sorrisinho de triunfo e fechei a cara.
– O que foi, Stef? – perguntou o loiro sorridente.
– Nada. Eu só fiquei surpresa. – respondi, de mau humor.
Ele ergueu uma sobrancelha.
– Por quê, exatamente?
– Por que eu achei que você... achei que você fosse... – senti as bochechas corarem e virei o rosto.
– Achou que eu fosse o que? – perguntou, irônico. – Te beijar?
Resmunguei qualquer coisa.
– Sabe, se quiser um beijo pode simplesmente pedir – disse ele. – Não é um esforço tão grande assim pra mim.
Franzi a testa e olhei para ele. Eu mal havia parado de mover o pescoço quando ele segurou-me pela cintura e deixou meus pés suspensos, puxou meu pescoço e me beijou. Assim como começou o beijo, teve que interrompê-lo, pois eu nada fiz para separar-me de seus lábios. Dei um sorriso tímido para Peter, e ele retribuiu o gesto.
– Vamos continuar? – perguntou ele.
Assenti. Ele puxou minhas pernas novamente e continuamos o trajeto até o pavilhão de julgamentos. Recostei minha cabeça em seu peito e suspirei. Assim que chegamos, encontramos dois semideuses e um sátiro fêmea impacientes. Erich não demonstrava mudança de humor. Charlie ergueu uma sobrancelha para mim, como se perguntasse o que havia acontecido. Respondi com um revirar de olhos.
– Nico – chamei – você sabe onde está a cadela?
Ele apoiou a mão esquerda sobre o punho de sua espada.
– Exatamente? Não – respondeu ele, simplesmente. – Mas posso sentir que você tem uma bênção muito forte de algum deus, e presumo que seja Apolo. Você, melhor que qualquer um de nós, pode nos dizer onde o pergaminho está. Experimente fechar os olhos.
Fiz o que Nico pediu. Fechei os olhos e procurei esvaziar minha mente, como uma forma de concentração. As vozes dos meus amigos ficaram mais fracas gradativamente, e tudo se aquietou. Então uma fraca luz brilhante surgiu em minha mente, junto com o mapa de uma parte do mundo inferior. Pontos vermelhos indicavam onde estávamos, e a luz, meu objetivo. Fui atraída para a luz de olhos fechados, como se um ímã me puxasse. Vi os pontos vermelhos avançarem rapidamente pelo mapa, até chegarem muito perto da luz, que começou a irritar meus olhos. Quando os abri, vi que estávamos a poucos metros do lugar anterior. Tínhamos atravessado o grande pavilhão e estávamos parados atrás de uma coluna, que nos separava de um cão infernal abraçado com uma espécie de canudo dourado. O pergaminho de Apolo.
– Muito bem – disse Nico, que estava ao meu lado.
Afastei o olhar do pergaminho e voltei-me para o grupo, que aguardava instruções.
– Tenho uma ideia um pouco arriscada, mas vale a pena tentar. – falei.
Assim que terminei de explicar, todos assentiram.
– Alguém tem alguma outra ideia? – arrisquei.
Como eu previa, ninguém se manifestou.
– Ótimo – resmunguei. – Todos em seus lugares.
Fui para o centro do largo corredor, afastando-me das almas que passavam para ser julgadas. Peter ficou sobrevoando o local, com sua espada em punho. Haley ficou um pouco atrás de mim com suas flautas preparadas. Nico e Erich ficaram escondidos nas sombras, e Charlie cobria o lado oposto ao de Nico. Assim que estávamos prontos, pus o plano em ação. Invadi os sonhos da cadela e a acordei com um barulho irritante. No segundo seguinte, um bichinho de estimação muito grande e extremamente irritado levantou-se e começou a procurar a fonte do barulho. Como não achou, e a primeira visão que teve foi a minha, rosnou para mim. Ótimo.
Meu plano foi por água abaixo. A cadela estava com os olhos vermelhos, por causa da hipnose. Achei que ela sairia desse transe quando sentisse o cheiro de água marinha que meu sangue tem, assim como o do meu irmão, mas falhou. Numa tentativa desesperada de manter as coisas sob controle, joguei aos pés da cadela uma das esferas de Hipnos, que explodiu em uma fumaça acinzentada e a fez dormir imediatamente.
– Acho que ela não vai dormir por muito tempo – disse.
Corri até o pergaminho e o peguei, colocando dentro da minha mochila. Então a Sra. O’Leary levantou em um pulo. Hoje, sinceramente, não é meu dia de sorte. Como eu ia sair viva sem matá-la?
– Peter, Charlie, Nico e Erich – chamei – distraiam-na para mim, por favor?
Os quatro assentiram e chamaram a atenção dela para o lado oposto do corredor. Enquanto isso chamei Haley, que estava pálida, ainda recostada na parede.
– Vai, me fala como tirar essa hipnose – pedi. – Eu aguento a verdade e sei que você sabe como fazer isso. Diga.
Ela engoliu em seco.
– Só tem um jeito de fazer isso se você não quiser matá-la, Stef – respondeu. – E você não está pronta pra isso. Teremos que sacrificar alguém do grupo.
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muahaha.
deixem reviews dizendo quem vcs querem que morra u-u