Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson


Capítulo 12
Finalmente, conheço meu pai olimpiano.


Notas iniciais do capítulo

mil vezes desculpa! sei que fiquei um tempão sem postar e vcs devem estar bravos comigo T-T me perdoem, de verdade.



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Eu sabia que tinha morrido. Não sei como, mas sabia. E também sabia que após a morte, eu deveria ir para o Mundo Inferior ser julgada por três juízes que decidiriam meu destino. Mas algo estava errado. Eu ainda estava flutuando, e não estava indo ao Hades. Alguma força me puxava para outro lado.

Quando finalmente recobrei os sentidos, percebi que estava em um lugar desconhecido.  Estava no fundo do oceano, no palácio submarino do meu pai. Soube disso no momento que um cardume de peixes passou pelo lado de fora da janela do quarto.  Mas eu me sentia estranhamente leve. Olhei para minhas mãos, minhas pernas, mas não encontrei nada de errado. Quando desviei o olhar para analisar a sala, soltei um grito. Era eu. Mas não era. Meu corpo estava deitado em cima de uma mesa de mármore, com as mãos cruzadas como se eu estivesse morta. Isso me deixou confusa: afinal de contar, eu estava morta ou não estava?

Nesse instante, um cara alto, bronzeado e de olhos verdes usando uma camisa de estampa havaiana, bermudas e chinelos entrou no quarto brandindo um tridente. Poseidon. Sua aura de poder era quase palpável.  Ele olhou para meu corpo acima da mesa, com um olhar desapontado e depois olhou para onde eu estava. Eu, minha consciência, minha alma, seja como for. Mas ele me viu.

- STEFANIE! – gritou ele, com um sorriso. – ATÉ QUE ENFIM! HADES, IRMÃO, OBRIGADO, MUITO OBRIGADO!

- Pai? – perguntei.

- Sim Stef! – disse ele – Eu sou Poseidon. Senhor dos Terremotos, portador das Tempestades, pai dos Cavalos, o deus dos Mares. – ele disse como se fosse um texto decorado.

- Salve, ó grande deus – brinquei, fazendo uma reverência.

Ele sorriu.

- Stefanie, não temos muito tempo para conversar. Eu gostaria de poder responder a todas as suas perguntas, mas tenho que ser breve. – disse meu pai. – Antes de mais nada, sim você morreu. – ele disse sem cerimônia alguma. – Sua alma e seu corpo estão separados. Mas você não foi ao Mundo Inferior por que sua vida não poderia terminar aqui. Hades sabia disso. Você tem um papel importante a desempenhar, que ainda não foi cumprido. Cronos colocou você naquela armadilha do Bungee Jumping. Seu papel é de tamanha importância que até o titã do tempo se preocupa em fazer com que você falhe. Entende o quão perigoso é isso? O pergaminho de Apolo é o único artefato que poderá salvar tudo e todos que existem. Você precisa recuperá-lo e entregar ao deus.

- Mas pai... – disse eu.

- Sim, eu sei. Você precisa de um corpo sólido para fazer isso. – Disse ele, lendo meus pensamentos. – Por isso, resolvi fazer o que qualquer pai que se preocupa com seus filhos faria. Bom, o que qualquer pai como eu que se preocupa com seus filhos faria. – disse rindo. – Eu resolvi dar-lhe um presente para compensar todos esses anos que te deixei em segundo plano. Não pense que eu havia me esquecido de você, sempre soube que você seria uma peça importante, mas ainda não havia chegado a sua hora. Agora, seu presente. – disse com um ar misterioso. – Vou lhe dar uma parte da minha imortalidade para que você volte à vida, para que sua alma se funda ao seu corpo e você possa cumprir sua missão.

Fiquei boquiaberta. Poseidon soltou uma gargalhada.

- Sim, querida. Isso é possível.

- Mas como? – perguntei.

Ele ficou sério. Pousou sua sobre minha cabeça e fechou os olhos.

- Agora, Stef, feche seus olhos e se concentre.

Eu o obedeci. Ele começou a dizer palavras sem sentido em uma língua que eu não conhecia. Não era grego, caso contrário eu entenderia. Repentinamente ele começou a mover a mão rapidamente, bagunçando todo o meu cabelo e me deixando tonta. Parecia que eu estava sendo exorcizada.

- AGORA STEF – disse ele – DIGA “TRANSFERÊNCIA IMORTAL”

- Transferência imortal?

Ele colocou as duas mãos na minha cabeça e chacoalhou com força. Fez um barulho de explosão e me jogou para trás. Caí sentada no chão frio.

- Ai.

- E aí, deu certo? – Poseidon me perguntou.

Olhei para meus braços. Eles não aparentavam diferença alguma.

- Hã, acho que não...

Ele me encarou, tentando não rir. Eu o encarei de volta. Ele ficou sério, não desviou o olhar. Eu continuei séria. Eu sempre ganhava no jogo do sério. Era questão de honra ganhar do meu pai agora. Ele fez de tudo para me fazer rir. Arqueou as sobrancelhas, fez caretas, movimentou pequenas correntes oceânicas para me fazer cócegas. Nada adiantou. Fiquei olhando para ele, piscando, simplesmente. Ele não se aguentou e caiu na gargalhada.

- Ok, qual é a graça? – perguntei.

- Você achou que era assim que se transmitia imortalidade, Stef?

- Sinceramente? Não. – respondi.

- Ah, não seja estraga-prazeres – disse-me.

- Vamos logo com isso, por favor? Eu tenho que retornar ao meu corpo, voltar para junto de meus amigos e salvar o mundo, encontrando o pergaminho de Apolo. Dá pra adiantar o serviço de sua parte, pai? – disse ao meu pai.

- Claro, desculpe-me Stef.

Ele agitou a mão e, em um segundo, estava segurando uma pequena estrela do mar. Ele me entregou.

- O que você espera que eu faça com isso? – perguntei.

Ele pareceu ofendido.

- Eu lhe ofereço parte da minha imortalidade na estrela do mar mais amigável que encontrei e você recusa desse jeito? – perguntou-me.

- Ah, me desculpe pai – disse – O que devo fazer para adquirir a imortalidade, então?

- Segure-a pelos braços e quebre-a. Você vai desmaiar com tamanho poder, mas quando acordar estará de volta a seu corpo. Não estarei aqui quando acordar, portanto preste atenção: pegue carona com Delfim até o rio Hudson. Ele não gosta dos meu filhos meios-sangues, tampouco de ir até o Hudson, mas ele ajudará como um favor a mim. Depois será por sua conta. Seus amigos estarão onde você os viu pela última vez.

Assenti. Segurei a estrela do mar pelos braços e a quebrei, liberando uma onda de poder. Como meu pai me alertara, desmaiei. Fiquei jogada no chão do palácio por um longo tempo, pelo que me pareceu.

Acordei deitada no chão frio. Sentei-me e olhei meus braços. Eu estava de volta ao meu corpo. Senti algo tocar meu ombro. Gritei. Olhei para trás e vi minha carona de volta aos meus amigos. 


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Notas finais do capítulo

se gostaram do capítulo, mandem rewiew pra eu saber que está bom.
se não gostarem do capítulo, mandem rewiew dizendo no que posso melhorar.
beijinhos ;*



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