Você Se Lembra? escrita por Samantha Grace


Capítulo 3
Quem é Piper?


Notas iniciais do capítulo

Hello people!
Mais um capítulo fresquinho pra vocês!



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Ignorando os gritos de seus irmãos, Leo correu para fora do chalé. Ele estava desesperado. Olhou para todos os lados procurando por ela, mas não a encontrou. Ele gritava seu nome, mas ela não respondia. Todos os campistas olhavam enquanto o filho de Hefesto passava, atônitos demais com os acontecimentos para detê-lo. Will, vendo que o garoto poderia fazer besteiras, correu e segurou Valdez pelos ombros. O garoto começou a tentar se livrar daquilo que o impedia de continuar, mas o filho de Apolo o colocou contra uma árvore na tentativa de acalmá-lo.

– Leo! Pelo amor dos deuses, você não pode sair por aí sozinho!

– Não posso parar, Will. Piper deve estar por aí, sozinha. Ela pode estar machucada! Me deixe em paz!

– Para! Você vai acabar causando um problema a si próprio dessa maneira! Vá ao seu chalé, troque de roupa e vá para o pavilhão do refeitório. Quíron que dar um aviso. Ele quer nos organizar para procurá-la. É a sua melhor chance! Não quer achá-la?

– Sim, eu quero. Preciso. – ele disse em voz baixa.

– Então pare de gritar por aí feito um louco e vá tomar um banho. Ah, e não vá de pijamas para a reunião, sim?

Leo olhou para si mesmo. Usava uma calça preta desbotada e uma camiseta cinza manchada de algo que podia ser graxa ou algum tipo de molho escuro. Não sabia ao certo qual dos dois. Devia ter sido uma cena muito esquisita, um garoto descabelado vestido daquela maneira gritando por alguém que não respondia.

De cabeça baixa, voltou para o chalé. Tomou um banho e vestiu uma calça jeans, tênis gastos e uma camiseta do Acampamento. Quando saiu, todos estavam indo em direção ao pavilhão do refeitório. Decidiu segui-los, mas sem chamar muita atenção. Ainda estava um pouco envergonhado pela gritaria de minutos atrás. Quíron estava ao lado do altar das oferendas. Todos estavam sentando nas mesas de seus chalés, Leo sentou ao lado de seus irmãos. Notou que o diretor do Acampamento, senhor D, não estava ali. Por que deveria? Ele não se importava com ninguém além de si próprio. Aliás, se pudesse dava suco de uva envenenado para todos os campistas, assim ficaria com todo aquele espaço apenas para ele. Não que alguém vá dar essa ideia.

O centauro tinha uma expressão preocupada em seu rosto. O filho de Hefesto tentou localizar outras pessoas na multidão. Ele viu Frank, não estava nada bem. Seus olhos viravam em todas as direções, como se procurasse por alguém. Ele segurava a mão de uma garota. Hazel tentava acalmar o namorado de todas as formas possíveis. Ela deveria estar na mesa de Hades/Plutão, mas ninguém mais parecia notar. Leo desviou o olhar, precisava se concentrar em outras coisas mais importantes naquele momento.

– Atenção, campistas. – Quíron bateu o casco no chão, todos se calaram. – Provavelmente, já devem saber o motivo de estarmos aqui. Uma filha de Afrodite, Piper Mclean, está desaparecida desde ontem.

Murmúrios invadiram o pavilhão. Todos ficaram agitados, de modo que Quíron teve que bater os cascos novamente para que se calassem. Ele ia começar a falar depois de o silêncio estar aparentemente instalado, mas alguém fez questão de se pronunciar.

– Não entendo o porquê de tanta procura por essa aí. Campistas somem o tempo inteiro, se ela tiver sorte vai voltar. Não há motivo para tanto alarme, deveríamos voltar para nossas atividades diárias.

– Você só fala isso porque tem inveja! – uma outra campista falou, se levantando.

– Como é que é? Eu? Inveja? Mas por que eu teria... – Drew ia continuar, mas foi interrompida.

– Ah, fala sério né! Todo mundo sabe que você tem inveja da Piper. Ela já namorou o Jason e ele não te deu nenhuma chance. Ela é uma conselheira de chalé muito melhor do que você jamais foi. Ela é muito mais bonita que você. Se enxerga!

– Olha aqui sua...

– Garotas – Quíron se colocou entre as duas, que já estavam para começar uma briga de puxão de cabelo – Resolvam seus problemas pessoais depois. Drew, nós vamos procurar pela Piper. Cada campista conta, todos são importantes. Agora, vamos nos dividir em equipes de busca. Chalés de Atena, Ares, Poseidon e Hefesto vão para o lado norte. Hermes, Deméter, Hades e Zeus, lado sul. Dionísio, Apolo e Afrodite, lado oeste. Eu e os chalés dos deuses menores iremos para o lado leste. Cada um pegue dois sinalizadores com os Stolls, para o caso de se perderem. Tentem ficar próximos de seus grupos o tempo todo. Vamos, temos que procurá-la.

Os campistas se levantaram e formaram uma fila indiana. Cada um recebeu dois sinalizadores e uma lanterna. Leo seguiu seu chalé até perto dos estábulos. Annabeth estava encima de uma caixa para poder obser var todos do grupo.

– Oi, gente. Quíron me deixou no comando do grupo então, por favor, sigam as instruções: fiquem juntos, não se arrisquem em fissuras entre pedras e se a encontrarem comecem a gritar. Tudo bem?

Todos assentiram.

– Então vamos!

Ela desceu da caixa e começaram a andar em direção a floresta. Eles nem haviam começado a procurar de verdade e Leo já checava cada arbusto para ver se ela estava ali. Estava um pouco mais atrás do grupo. Nem percebeu quando alguém se aproximou.

– Nem entramos na floresta ainda. Acho que ela não está ai.

– Percy! Você me assustou!

– Eu sei. Deu pra ver.

– Está tão na cara assim?

– É, está sim. Mas não se preocupe, eu entendo como é a sensação. Já perdi muitas pessoas que eu amava. Mas tenho a impressão de que vamos encontrá-la, não pode ter ido muito longe.

– Eu só queria um jeito de olhar tudo, entende?

– Sei. Ei, o que é isso no seu bolso?

Leo pegou o objeto ao qual ele se referia. Era a luneta que ele havia construído no dia anterior. Devia ter esquecido de tirá-la quando trocou de roupas.

– Ah, é só...

De repente, ele sabia exatamente o que deveria fazer. Deixando Percy para trás, o garoto correu na direção contrária a qual seu grupo estava seguindo, retornando ao estábulos. Lá ele abriu a primeira porta que viu e encontrou um lindo Pégasus branco dentro. O cavalo alado estranhou quando Leo começou a subir em suas costas. Ele começou a relinchar e bater os cascos no chão.

– Por favor, garotão. Eu preciso da sua ajuda pra achar uma amiga. É a Piper, sabe. Aquela que vem todos os dias dar comida pra vocês. Não faça isso por mim, e sim por ela. Por favor.

O estábulo ficou em silêncio por algum tempo. Leo já estava pensando em desistir e começando a desmontar o animal quando, de repente, o garanhão alçou voo.

O vento batia em seu rosto enquanto ele dava piruetas no ar. O garoto se agarrou fortemente no pescoço do animal, estava com medo de cair. Depois que atingiram certa altura e estabilidade ele pode finalmente sentir a sensação de voar em um Pégasus. Era incrível. As asas eram majestosas e muito fortes, não entendia como podia aguentar tanto peso. Olhou para baixo e viu muitos campistas apontando. Achou ter visto uma certa filha de Atena xingando-o em grego ao lado de um filho de Poseidon fascinado. A cena chegava até a ser um pouco engraçada. Agora, tinha que se concentrar.

– Pode abaixar um pouco? Preciso checar a área.

A altitude diminuiu um pouco. Assim, pegou sua luneta e começou a olhar tudo. Estava torcendo para que ela estivesse em uma parte da floresta sem muitas árvores, ficaria mais fácil de achá-la assim. Ele viu muita coisa. Campistas correndo, gritando por Piper e entrando em cavernas. Uma vez, um sinalizador quase o atingiu. O cavalo teve de fazer uma manobra bastante arriscada e Leo quase caiu, mas conseguiu se segurar na crina. Foi por pouco.


Já fazia pelo menos duas horas que Leo estava lá encima. O Pégasus já estava ficando cansado, ele mesmo já não sabia mais onde procurar. Será que alguém a havia encontrado e, por estar voando, ele não ficara sabendo?

– Vamos parar um pouco, amigão. Desça perto daquele lago, assim podemos beber água.

O animal foi descendo fazendo círculos no ar até pousar em uma pedra. Ele imediatamente meteu a cabeça na água, tomando o máximo que podia do líquido. Leo riu daquilo. Não estava com muita sede, então foi explorar a área.

Perto do lago havia uma porção de pedras altas e árvores baixas, boas para escalar. Demorou um pouco, mas ele reconheceu onde estava assim que avistou o Punho de Zeus. Correu até lá, mas não foi por amar aquela pedra. Foi pelo fato de haver uma garota amarrada na base do “monumento”. Quando se aproximou, seu coração disparou. Era ela. Estava amarrada e amordaçada, com um corte no braço e um galo na testa. O que havia acontecido?

– Por favor, acorda! – ele disse, tirando tudo o que a prendia e colocando sua cabeça em seu peito. – Por favor.

Após alguns segundos, houve um movimento. Ela abriu os olhos e começou a virar a cabeça em todas as direções para entender onde estava. Quando seu olhar se cruzou com o do garoto a usa frente, ela recuou um pouco, mas bateu as costas na pedra.

– Graças aos deuses! Você está viva, Piper! Me diz, o que aconteceu com você?

A expressão dela mudou de apreensão para confusão. Com uma simples pergunta, ela conseguiu acabar com todas as estruturas de Leo.

– Quem é Piper?



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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sou aberta a sugestões também, viu?
Um beijo, cupcakes.



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