Você Se Lembra? escrita por Samantha Grace


Capítulo 2
Ela não havia voltado...


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tá meio grandinho, mas tá muito legal. Eu espero, né? Nos vemos nas notas finais!



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Leo virou de costas e saiu andando com passos largos. Precisava ficar longe. Longe de Piper, de Frank, de Hazel. Ainda doía, bastante. Não só o fato de ela tê-lo largado por Frank, mas também o real motivo de ela ter se aproximado dele no início. Tudo por causa de Sammy. Ela nunca teve reais sentimentos por ele, apesar de ter dito o contrário.

Flashback On

– Leo, você é extremamente importante para mim, não tem noção do quanto! É só que...

– É só o que Hazel? Eu não sou quem você pensava que eu fosse? Então me desculpe, mas eu não controlo esse tipo de coisa!

– Não te culpo por isso, entenda! Você ser Leo Valdez é a coisa mais maravilhosa que pode acontecer. Estar com você abriu meus olhos para tanta coisa, me fez ver alguns erros que cometi e agora tenho a possibilidade de corrigi-los. Sempre terá um lugar muito especial no meu coração. Espero que algum dia possa me perdoar.

E ela se foi, deixando o filho de Hefesto com lágrimas nos olhos. Depois de ter perdido Festus, achava que não poderia sofrer nenhuma dor pior. Ele estava errado.

Flashback Off

– Mas que droga Valdez. Qual é o problema com você? - ele murmurou para si mesmo.

Frustrado, o garoto chutou uma grande pedra perto do lago. Uma dor excruciante invadiu seu corpo. Ele gemeu de dor e caiu no chão, segurando o pé e xingando o nada. Leo não sabe quando começou, mas quando deu por si, lágrimas escorriam por seu rosto. Não era apenas a dor física que estava sofrendo, mas também a dor da perda da única pessoa que o estava fazendo feliz. Ele chorava porque Frank era, no final das contas, um cara legal e não havia jeito de odiá-lo. Ele chorava por ter brigado com Piper. Ela só estava feliz por seu amigo, e ele a havia feito se sentir mal e depois havia saído daquela maneira. Será que ele podia piorar as coisas?

– Leo, tá tudo bem? - uma voz disse ao seu lado. – Meus deuses cara, você tá chorando. O que aconteceu?

– Tá, eu to bem. – disse, tratando logo de enxugar as lágrimas e se levantar.

– Tem certeza? - disse Will, pegando em seu ombro.

– Claro cara, não precisa se preocupar.

– Ok, se você diz. Se precisar conversar, sabe onde é meu chalé.

– Obrigado.

O filho de Hefesto se despediu e foi para o único lugar que onde tinha um pouco de paz: o Bunker 9. A floresta estava silenciosa, nenhum pássaro se quer cantava. Isso era muito esquisito, mas ele não notou. Só queria chegar em seu refúgio o mais rápido possível. Logo pode ver uma grande porta de ferro com um grande 9 na frente. Suspirou. Não havia percebido que sua respiração estava presa. Apressou o passo. Logo chegou e abriu a porta. Quando estava prestes a fechá-la ouviu um barulho. Parecia uma espécie de grito sufocado. Colocou a cabeça para fora e observou. Um minuto. Dois. Como não viu nada, voltou para dentro.

Agradeceu por estar sozinho. Nesses momentos, ele se sentia mais acolhido no meio de ferramentas, projetos e desenhos do que de pessoas. Leo se sentou em frente à sua mesa de trabalho. Pegou um lápis e começou a desenhar algo. Era apenas algo abstrato, rabiscos sem nenhum nexo. Não estava com cabeça para isso. Deixou de lado o que segurava e pegou algumas engrenagens que estavam em seu bolso. Isso sim o acalmou. A sensação de ter algo sob seu controle, de poder fazer algo concreto. Minutos e passaram e no fim ele tinha uma haste parecida com a de uma luneta em suas mãos. Estava muito bonita. Só precisava de uma lente. Procurou em sua caixa de ferramentas, sem nenhuma esperança. Por incrível que pareça, achou uma lente perfeita. Era de vidro, delicada e do tamanho perfeito. Colocou-a na extremidade da haste. Se encaixou perfeitamente. Ele não sabia exatamente ainda o que iria fazer com uma luneta, mas gostou do resultado.

Leo olhou para o relógio na parede. Estava na hora do jantar. Colocou sua nova criação no bolso e saiu do Bunker. Enquanto caminhava, pensou em Piper. Não gostava de estar de mal com sua Rainha da Beleza. Iria falar com ela assim que chegasse ao pavilhão do refeitório.

Chegou lá em poucos minutos e seu estômago roncou alto. Não havia percebido antes, mas estava com muita fome. Esquecendo por algum tempo o que queria fazer, foi para a fila. Pegou tudo o que podia: pizza, pães, fatias de queijo e hambúrguer. Fez sua oferenda e depois foi para sua respectiva mesa. Todos conversavam animadamente sobre projetos que estavam montando, em especial um autômato que imitava um humano. Nyssa dizia que eles estavam colocando uma espécie de “memória” nele, programando-o para ajudar na Caça a Bandeira com algumas estratégias para fazer campistas de prisioneiros. Leo não escutou muito depois disso, estava mais preocupado em tentar engolir toda sua comida. Algum tempo depois, ele estava completamente cheio. Começou a observar as mesas e lembrou-se do que havia ido fazer ali para começo de conversa. Olhou para a mesa de Afrodite procurando por Piper. Havia muitas garotas ali, mas nenhuma era a que ele estava procurando.

– Que coisa mais esquisita... – murmurou para si mesmo.

– O que é esquisito?

– Muito estranho...

– Valdez, tá me escutando?

– O que?

– Por Zeus, você tá muito desligado! – Nyssa disse, rindo – Não dá pra conversar desse jeito!

– Desculpe, estava pensando em uma coisa. Enfim, o que você tava falando antes?

– Me diz você. Eu tava perguntando o que era esquisito, te ouvi resmungando ai sobre isso.

– Ah, é só que... eu não estou vendo a Piper. Sabe onde ela está?

– Não, mas ela deve aparecer. Talvez não estivesse com fome, não se preocupa. Vamos, tá na hora da fogueira.

Leo a seguiu. A cantoria dos filhos de Apolo estava bastante animada essa noite. Mas Leo não conseguia prestar atenção nas letras das músicas, estava mais preocupado com o fato de que uma certa filha de Afrodite ainda não havia aparecido. O que havia acontecido?

Logo chegou a hora de recolher e todos foram para seus chalés. O filho de Hefesto demorou algum tempo para dormir. Só conseguiu se acalmar quando uma vozinha disse em sua cabeça:

Ela está bem. Logo irá encontrá-la.

Na manhã seguinte, Leo acordou com um susto. Todos em seu chalé estavam agitados e uma campista o sacudia desesperada. Demorou algum tempo para ele se lembrar de onde estava.

– LEO, ACORDA POR FAVOR!

– JÁ ACORDEI, JÁ ACORDEI – ele se sentou para mostrar que estava mesmo acordado – Pra que tanto desespero? O que aconteceu?

A campista respirou fundo. Era uma garota de uns 13 anos de idade, filha de Afrodite. Ela estava ofegante.

– É a Piper! Ela não voltou ontem à noite para o chalé.

Nessa hora, foi como se tivesse lhe dando um soco no estômago. Ela não havia voltado.



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Notas finais do capítulo

E ai, opiniões?



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