Você Se Lembra? escrita por Samantha Grace


Capítulo 11
Eu sou o Sr. Cheiroso!


Notas iniciais do capítulo

Muitas leitoras quiseram me matar no último capítulo, maaaaas eu ainda amo vocês mesmo assim! Eu sei, sou má com Liper. A Piper é abestada de não ter beijado o gato gostoso do Valdez *0* Enfim, capítulo novo!



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– PIPER, ACORDAAAAAAAA!

Frank pulava na cama e sacudia a garota sem parar. Ela não estava entendendo nada, o que havia acontecido em quanto ela dormia?

– O QUE FOI, ZHANG?!

– Ainda bem, pensei que tinha acontecido alguma coisa. Faz tempo que eu to te chamando. – ele disse, se levantando e cruzando os braços.

– Que horas são? – ela perguntou, se sentando e esfregando as têmporas. Mal havia acordado e já estava com uma baita dor de cabeça. Ela pegou um comprimido e o engoliu sem tomar água.

– 10:30.

– O QUE?!

Ele deu um leve sorriso, parecia zombar da cara dela.

– Que foi? Agora está preocupada em acordar?

– Vou ignorar seu comentário. Por que não me chamou antes? E cadê todo mundo? – Piper notou agora que não havia ninguém além deles dois no chalé.

– Todos já se levantaram, por incrível que pareça. Acho que Hipnos te abençoou essa noite, você estava dormindo feito uma pedra. Nem acordou quando te trouxeram.

– Me trouxeram pra cá? Quem? – ela agora estava se tocando de que não se lembrava de ter voltado para o chalé na noite anterior.

– Sim. O Valdez que te trouxe. Aliás, você está com a camiseta dele.

Piper olhou para si mesma. Por cima de sua blusa preta estava uma camiseta quadriculada folgada. Tinha um perfume que ela reconheceu como o de Leo.

– Por que eu estou com a camiseta dele?

– Você estava com os braços congelando! Ai ele colocou em você. Os braços dele estavam tão aconchegantes assim? Ou será que sua mãe deu uma passadinha lá ontem? – Frank tentava segurar o riso, sem sucesso.

– Cala a boca, seu idiota. – ela deu um soco forte no braço dele.

– Ai. Que violência!

– É que você fica ai falando besteiras, dá raiva! Você acha que Afrodite deu uma passada lá na fogueira ontem?

– Não sei. Estava o maior clima entre vocês. – ele falou envolvendo-a com os braços. – Só quero que saiba que sempre vai ser minha garotinha, viu? E eu mato aquele carinha do fogo se ele fizer alguma coisa com você.

– Sim, papai. – os dois riram. – “Carinha do fogo”?

– Nunca fui bom com apelidos, ok?

– Percebe-se. – Piper disse, se afastando de Frank. – Agora se me der licença, vou tomar um banho e tomar meu café da manhã.

– Ok. Te vejo depois. Vou dar uma volta com a Hazel.

– Uiii, depois você fala que eu que estou no maior clima!

– TCHAU, PIPER! – ele disse, fechando a porta em seguida.

Ela riu sozinha e depois foi para o banho. Após sair debaixo do chuveiro, escovou os dentes e foi se vestir. Ela escolheu um short jeans bem surrado e pegou uma blusa verde justa. Ia vesti-la, mas viu a blusa de Leo jogada encima da cama. Será que ele se importava? Ela achou que não, então jogou no corpo a camiseta. Era grande, apenas a barra de seu short ficava a mostra.

– Está perfeito. – ela murmurou.

Calçou uma sandália e seguiu para o pavilhão do refeitório. Não havia ninguém no lugar. Até aí tudo bem. A parte ruim: já haviam retirado toda a comida das mesas.

– Merda! – Piper falou baixo, apenas para si mesma. Ninguém a teria escutado, ela estava sozinha.

A garota sentou de qualquer jeito em uma mesa e colocou a mão no queixo, emburrada. Ela colocou a mão na barriga. Estava faminta! O que ela faria agora? Seu estômago roncou alto. Talvez os Stolls tivessem alguma coisa, ou talvez o Percy tivesse algum dos bolinhos da mãe dele...

Seus pensamentos foram interrompidos quando algo entrou em seu campo de visão. Uma pomba. Mas, espera. Aquilo não era um animal, era uma coisa de metal. Um autômato, essa era a palavra certa! Piper se afastou quando a máquina pousou na mesa. Havia um envelope em seu bico. Poderia chamar aquilo de bico? Hesitante, ela esticou a mão e tirou o papel. O abriu cuidadosamente. Estava escrito em uma letra bem feia, mas entendível, para sua sorte.

Vá para os campos de morangos, ao lado da Casa Grande.

Só isso. Nenhuma assinatura. Quem seria? Será que era uma armadilha, queriam capturá-la novamente? Ela sabia que não deveria ir, qualquer pessoa sensata sairia correndo para procurar ajuda.

“Vá”, uma voz em sua cabeça disse. Uma voz feminina, para ser mais exata. Como que em transe, Piper seguiu para os campos de morangos. O aroma doce das frutas invadiu suas narinas, fazendo-a se sentir leve. Ela olhou em volta procurando por quem quer que a tivesse enviado o bilhete, quando uma mão a puxou para trás, tampando sua boca.

Ela começou a espernear e tentar gritar. Começou a dar cotoveladas na pessoa, mas ela não reagiu, continuando a puxá-la. Em uma última tentativa de se libertar, ela mordeu a mão da pessoa.

– AI, PIPES! NÃO PRECISA DISSO!

– Deuses! É você! Pra que isso?! Eu me assustei!

– Pensou que eu fosse te matar, foi?

– Olha, quando se faz isso com uma pessoa que foi seqüestrada a pouquíssimos dias atrás, é bem óbvio que ela vá pensar isso.

– Foi mal. – ele passou a mão na nuca – Ei, essa camiseta é minha!

– É, mas você me emprestou, Leo.

– Ficou ótima em você.

– Também achei. E tem um cheirinho bom! – ela cheirou a gola da camiseta.

– Eu sou o Sr. Cheiroso!

– Não fica se achando ai, ta? Enfim, pra que você fez essa doidera toda aí de me mandar bilhete anônimo e me arrastar desse jeito?

– Ah, é surpresa. Vem comigo. – ele pegou sua mão e a guiou.

Piper reconheceu o caminho. Ele a estava levando para onde a havia achado, o Punho de Zeus. Por que eles estavam ali? Aquele lugar não trazia boas lembranças, muito menos o que ela viu quando pararam de caminhar.

– Leo, o que esse cavalo alado tá fazendo aqui?

– É parte da surpresa.

– O que você está planejando, Garoto de Reparos?

– Você queria que o dia valesse a pena, se lembra? Vou fazer de hoje o melhor dia de todos!

– Cara, você sabe que quando eu falei aquilo era só uma metáfora, né?

– Bom, tarde demais. Já planejei nosso dia inteiro. Agora vem cá. A gente vai voar.

– Espera, O QUE?!

Antes que Piper pudesse protestar, Leo já a havia colocado encima do Pégasus e estava subindo também. Ele deu algum comando e o cavalo alçou vôo.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.

Piper se agarrou ao filho de Hefesto com força. Ela não gostava de altura, nem um pouco! Tinha a sensação de já ter voado bem mais alto diversas vezes, mas naquele momento ela não estava nem aí. Só queria que aquilo acabasse logo.

– LEO, EU VOU MATAR VOCÊ QUANDO A GENTE DESCER DAQUI! – ela gritou com a cara enfiada nas costas dele.

– VAMOS LÁ, PIPES! OLHA PRA TUDO ISSO AQUI!

Por um tempo ela não fez nada, não queria olhar para baixo. Após alguns minutos refletindo a filha de Afrodite fez o esforço de olhar para baixo.

Eles estavam tão alto. Dava para ver tudo dali. Os campos de morangos, o pavilhão do refeitório, o lago. Além da colina, Long Island inteira e a cidade também. Era tão lindo. Piper se sentiu a dona de tudo aquilo, as pessoas tão pequenas lá embaixo.

– Ainda quer me matar?!

– Eu te poupo disso por enquanto, Valdez!

O vento que batia no rosto dela era frio, mas agradável. Naquele momento, lá encima, ela se sentiu mais em casa do que havia se sentido durante esses dias todos.



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Notas finais do capítulo

Eu quero a camiseta do Leeeeeeo! A-G-O-R-A!



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