No capitulo anterior...

–Eu não quero me casar, e mesmo que ele não tenha me respondido eu quero que ele saiba que eu o amo. -Disse se olhando no espelho. Meu reflexo ia atrás do seu. Ela parecia triste, mais triste que Dominique. Mas é óbvio, ela iria estragar a vida dela em alguns minutos.

–Mas você não vai se casar.

Capitulo 24:

At Long Last

P.O.V Alvo Severo Potter.

-Não. -Meu sorriso foi o melhor no momento. Para falar a verdade, eu estava mais nervoso do que os quatro envolventes juntos. Afinal, eu que descobri tudo. Modesta parte, mas eu realmente sou filho do cara sem coração, vulgo Harry Potter. -Eu encontrei as cartas que você mandou para Scorpius, encontrei as que Dominique mandou para James. Sim, eles estão juntos. -Acho que é a quarta ou quinta vez que falo isso hoje. -Juntei aqueles dois e eles vão entrar para destruir o seu casamento. 

-Mas... -Ela me parecia confusa, porém era normal essa reação.

-Confie em mim, Rose. -Fui jogando meus sapatos para os lados e fui tirando minha roupa enquanto entrava no banheiro antes que a gangue do mal me cape por não estar vestido corretamente. -E no seu namoradinho, gatona. 

-Fala sério! -Exclamou la do quarto enquanto eu ligava o chuveiro. 

-Você e seu namoradinho tem a mesma reação, credo. -Realmente, nenhum dos dois gostam das minhas piadinhas. Tudo tem que ser depois do finalmente. -Recapitulando: Confie no seu homem, gostosona. 

-Alvo! -Chamou minha atenção, mas eu sabia que ria silenciosamente enquanto olhava para a porta do banheiro. -E como eles vão fazer isso? James já sabe?

-Podemos dizer que James vai ter uma pequena surpresa. -Deduzi enxaguando meus cabelos. Tudo bem, não vai ser legal ver a ex com o Scorpius. Mas na hora que Dominique arrastar ele para um quarto, Dumbledore que segure o teto e as paredes. -Quando eu der o sinal, eles entram em ação. E você tem que fazer tudo normalzinho, como se fosse mesmo casar com o idiota do meu irmão.

-Hum... -Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. -Então James e Dominique...

-Pelo jeito a gostosona também tem chifres. Que lindo, os quatro tem chifres. Parecem uma família de cervos, ou de viados, quase a mesma coisa. -Ela deu uma risadinha e me jogou a roupa que eu deveria vestir. -Mas pelo menos o viado iria se casar com uma cervo fêmea muito linda. -Cervo fêmea? Cerva pega mal, então vai cervo fêmea. Dei uma piscadela para ela e a fiz virar de costas. 

Vesti a minha roupa que já começava a me pinicar e os sapatos a me matar. E ela, bom, ela sorria estampadamente janela a fora para toda aquela gente que eu jurava não conhecer. James recebia-os, Scorpius e Dominique ficavam escondidos e eu, bom, eu armava meu plano de como isso viraria um filme e uma história para Rose contar para seus filhos - e para os meus, por que eu não tenho paciência para histórias. 

-Alvo! Saia! -Gritou mamãe enquanto eu me encarava no espelho. -Agora!

-Qual a desculpa da vez? Eu não sou o noivo, posso ver o vestido dela o quanto eu quiser. -Mamãe quase nunca ri das minhas piadas ou dos meus comentários. Mas tudo bem, eu até me acostumei com isso. -Mas eu saio! Não por que você mandou, e sim por que eu quero. -Rose gargalhou enquanto eu fazia uma cara estranhamente engraçada. -E também por que a única mulher que manda em mim é a Julie. -Ela jogou um olhar fuzilador em mim, o que me deu mais medo do que o senhor Malfoy. -Além de você, querida mamãezinha. Boa sorte, Rose! 

Sai deixando as duas a sós, logo tendo companhia tia Hermione que esbarrou comigo na escada. 

Andei rápido até as cadeiras em frente ao altar, atrás delas estavam algumas moitas, e eu - logicamente - fui la ver se Scorpius e Dominique estavam preparados para a operação: Casamento Por Água Abaixo. E estavam sentados no chão espiando as pessoas, não é a toa que levaram um susto ao me ver.

-Encontrei Rose! -Disse me abaixando até eles e me escondendo. -Ela ficou tão sorridente, vocês nem fazem ideia. E eu descobri que ela é bem parecida com você, Scorpius, gosta dos finalmentes. -Os dois riram e, como a noiva, estavam sorridentes. Com certeza não vão ter coragem de dizer mais um não para mim, vou usar essa desculpa eternamente até mesmo quando eu for bem velhinho e mandar Scorpius pegar um suco para mim, ou Rose cuidar dos meus netos, ou Dominique me abanar por que o ventilador não esta pegando e James... Oh James. Tenho planos malignos para James. 

-James é tão cego a ponto de não me ver aqui! -Resmungou Dominique ao ver que meu irmão já tinha olhado várias vezes para essa moita. 

-Mas ele vai ver minha querida prima! Ele vai ver! -Levantei-me e disfarcei como se estivesse matando uma formiga.

-O que esta fazendo? É mais um passo do seu plano inteligente? -Perguntou Scorpius fazendo Dominique rir.

-Sim! Estou matando formigas! Vai que te picam e você não vai salvar a Rose, seu ingrato! -Sorri para minha velha tia avó Tessy e direcionei meu olhar a eles. -Em qualquer circunstância, só apareçam quando eu assentir! Eles podem estar falando sim, mas não apareçam! Só na hora que eu der o sinal! Entenderam? 

-Sim, senhor! Bruxo fora da lei! -Scorpius deu a mão para eu bater, e é claro que eu dei um soco na pobre mão dele. -Se eu ao menos estivesse brincando ao falar isso... -Olhou para sua mão e eu fui para meu lugar no altar. 

Fiquei ao lado de Julie, nós éramos os padrinhos de Rose. É claro, meu irmão ingrato não me quis, me trocou pelo Teddy e pela Victoire... E até mesmo pelo Fred e pela Lily Luna. No casamento do Scorpius da Rose, eu que vou ser o padrinho e o casamento vai pra frente, diferente desse que nem vai engatinhar. Comparação horrível, mas continuemos.

Passou alguns instantes e Rose apareceu vestida de noiva junto ao cabeça da gangue, vulgo seu pai. Ambos estavam com sorrisos estampados. Pena que eram por motivos diferentes. 

P.O.V Rose Weasley.

Respirei fundo, agora era a hora. 

-Você esta pronta? -Perguntou meu pai. Minha vontade era falar ''não'', mas me calei e apenas assenti fazendo-o sorrir mais do que antes.

Aparecemos na frente de todos, prontos para irmos até o altar. Muitas pessoas nos encaravam como se fosse a coisa mais bela de se ver. Alvo sorriu passando uma sensação confortante, o que me fez respirar fundo mais uma vez.  

Começamos a andar e eu virei meu rosto para uma moita atrás das cadeiras, onde vi Dominique mandando um sinal de positivo para mim. Um sorriso se instalou no meu rosto, por mais que eu não tivesse visto Scorpius. 

Tudo em volta estava impecável. Escolheram a hora exata do por do sol, onde o céu fica lindo. Pena que esse casamento não é exatamente a coisa que eu quero. James Sirius estava postado ao lado de seu pai com um sorriso meigo no rosto, mas nada que se comparava ao meu.Mas eu até o entendo.

-Cuide dela, James Sirius. -Pediu papai me entregando para James.

-Faço isso desde o primeiro dia em que a vi aqui na'Toca, tio Rony. -Dei um riso abafado junto a ele. Recebi um beijo na testa de meu pai. Entreguei meu buquê de flores para Lily e logo ajoelhei para ouvir aquele padre falar, falar, falar e falar. 

-Estamos reunidos aqui hoje, para... -Olhei para Alvo, que encarava o padre com cara de tédio. Eu olhava para trás muitas vezes, mas não via nenhum sinal. Alvo estava concentrado até demais no que aquele velho falava. Meu coração parecia querer sair a qualquer instante que aquele padre enrolava para terminar logo. 

Finalmente, ele nos fez levantar e virar um para o outro. Meu primo parecia estar em outro mundo, deve ter se esquecido de que foi ele quem bolou o plano todo. Mas tudo bem. Confiar nele é o que eu tenho que fazer. 

-James Sirius Potter, você aceita Rose Jean Weasley como sua futura esposa, para amar-lhe e respeitar-lhe na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença... –Blá, blá, blá. Esse padre fala muito. E esse é que é o engraçado: As pessoas com as vozes mais irritantes são as que falam mais. 

-Sim. -O vi fechar os olhos e controlar a respiração. Dava para ver que hora ou outra ele afrouxava sua gravata. Se desse para afrouxar esse vestido... Seria bom.

-Rose Jean Weasley, você aceita James Sirius Potter como seu futuro esposo para... -Olhei para Alvo mais uma vez, ele apenas sorria para mim. O que era definitivamente estranho. Piscou para mim, falando por olhares que eu deveria falar sim.

-Sim. -Ele sorriu e eu revirei os olhos mentalmente.

-Se tem alguém contra esse matrimonio, fale agora ou cale-se para sempre! -Exclamou o padre, fazendo Alvo assentir devagar. 

-Nós temos. -Disseram Scorpius e Dominique aparecendo no final do corredor. Soltei um suspiro de alivio e percebi que lágrimas de tranquilidade invadiam meus olhos. O meu casamento definitivamente não seria hoje.

P.O.V Scorpius Malfoy.

Todos moveram os olhares para nós dois. Eu e Dominique estávamos como dois trambiqueiros, nem parecendo os verdadeiros. Murmúrios começaram a surgir e uma comemoração interna era exposta pela afeição do meu melhor amigo.

-Como é que é? -Indagou o senhor Weasley não parecendo nada feliz.

-Nós temos algo contra o casamento. Ouviu agora? Ou quer que eu repita? -Indaguei fazendo-o estreitar os olhos e me encarar como quem iria festejar quando eu morresse. 

-Desculpem, realmente, mas creio que Rose não é a mulher certa para James. -Todos ficaram estáticos com o comentário de Dominique, que foi andando até ele. -Do mesmo jeito que eu não sou a mulher ideal para Scorpius. -Ela se aproximava cada vez mais dele, e Rose ficava parada olhando tudo com os olhos brilhando. -Mas eu tenho certeza que posso fazer James feliz. 

-Eu também tenho certeza disso. -E se abraçaram até começarem a se beijar enquanto o silêncio apavorante predominava entre todos. 

-Rose? -A chamei fazendo-a virar o rosto alucinada de tantas emoções e vim correndo em minha direção. Ela segurava a ponta de seu longo vestido branco, e alguns fios do seu coque de rainha iam ao vento. 

Ela pulou em meus braços a fim de que eu a girasse como naqueles velhos filmes que Alvo vive assistindo com Julie. E foi exatamente isso que eu fiz até beijá-la depois de semanas sem sentir seus lábios, seu cheiro, sua pele. Era tudo como antes, só que agora tudo estava completo e o quebra-cabeça estava encaixado por completo. Ela era minha e eu dela.

-Finalmente, meu amor. -Sussurrou afastando sua boca da minha.

-Finalmente. -Nossas lágrimas se misturavam a cada instante que nossos rostos ainda permaneciam colados. Eu sei homem não chora, mas quando chora é por que ama. 

-Alguém pode nos explicar o que é tudo isso? -Pediu o senhor Potter e Alvo logo veio à frente de todos. -Ah não.

-Ah sim, papai. -Alvo ficou sorridente e logo desengonçou a falar. -Missão Acabar Com O Casamento Ridículo, completa. -Nós cinco trocamos olhares, realmente foi tudo por sua causa. E agradecemos por isso.

-Aham, agora nos explique. -Pediu a senhora Potter encarando o filho e segurando o sorriso que queria nascer em seus lábios. 

-Quando tio Rony me pediu para pegar uma lista na gaveta dele, achei muitas cartas de Rose e Dominique. Elas estavam fazendo de tudo para falar com o amor da vida delas, mas tio Rony as pegava. Ele avisou tio Gui que isso estava acontecendo, e ele trancafiou Dominique em casa e Rose começou a achar que era o fim. -Respirou fundo e prosseguiu. -Mas eu descobri que James e Dominique estavam juntos do mesmo jeito que Rose e Scorpius estavam isto desde o aniversário de dois anos de Scorpius e Domi. E me vi no direito, como filho de Harry Potter, me intrometer e acabar com o plano de juntar o babaca do meu irmão com a linda Rose. -O pai dele o encarava meio que orgulhoso e bravo ao mesmo tempo, mas nem isso o fez parar. -Então, virei um bruxo fora da lei e fui atrás de acabar com o Lord Ronald Weasley e seus fiéis seguidores, ou deveriam ser chamados de comensais contra casamentos? Não importa. Tio Gui, papai e tio Rony estavam achando que conseguiriam passar Alvo Severo Potter para trás, mas não conseguiram. E foi exatamente isso que aconteceu. E é claro, eu armei tudo como em um filme que eu vi semana passada com Julie. Onde o mocinho do filme acaba com o casamento. Nesse caso, os amantes e o primo intrometido.

-Bela história. -Comentou James Sirius tentando prender o riso. 

-Por que não falou comigo, James? -O senhor Potter parecia estar chocado com a história de Alvo.

-Eu falei, mas o senhor fez questão de me ignorar. -Os dois deveriam ter feito isso com Rose também, ignorar para conseguir. 

-Tio Harry, eu prometo que vou fazer o James feliz e não vou decepcioná-lo de nenhuma maneira. -Dominique entrou no meio dos dois com um sorriso amigavelmente encantador, fazendo com que Harry Potter suspirasse. 

-Como vejo que não tenho escolha... -Olhou para os dois, que o encaravam sorridentes. -Bem vinda a família Potter, Dominique. -E se abraçaram. Muito bom. 

-Ainda pode juntar Lily e Hugo, tio Harry, fique tranquilo! -Brincou ela, descontraindo o ambiente. 

Eu e Rose trocamos sorrisos, essa era a nossa deixa para ir embora de vez. Porém, como em todo conto de fadas... Teve um empecilho. Ronald Weasley percebeu que sorriamos um para o outro.

-Ei, ei! Casalsinho feliz! -O senhor Weasley que já tinha seu rosto vermelho de raiva e o smoking aberto entrou furioso no meio da passagem até o altar, encarando-me como eu sabia que ia acontecer. -Eu não dei permissão para vocês se beijarem no meio do casamento e nem para serem felizes para sempre. -Rose deu um passo para ir encarar o pai, mas eu pus minha mão em sua frente e o encarei.

-Quando se trata de mim, senhor Weasley, não existe regras e nem ninguém que precise ou não dar permissão. -Pelo andar da carruagem, o senhor Potter levou a coisa na boa, já que ele é uma pessoa pacifica. Mas não é exatamente isso que pode dizer de Ronald Weasley. 

-Quem esta em questão não é você, é a minha, MINHA, filha. -Rose me segurava pela mão para não me mover para ir até ele. Todos nos fitavam o que deixavam as coisas mais interessantes. -E você vai largar dela agora, por bem ou por mal.

-Eu nunca vou largar da sua filha, senhor Weasley. Sabe por quê? Por que ela é a mulher da minha vida. E nem você e nem ninguém vai fazer com que isso aconteça. -Eu lhe atingia com as palavras, e isso era parcialmente bom.

-Então o pequeno Malfoy esta tentando bancar o corajoso batendo de frente comigo? -Me encarou com um sorriso de deboche, e começou a rodar em volta de mim. -Se afaste Rose, vamos ver até onde essa valentia vai. -Hermione confortou a filha nos braços e ficou aguardando para ver o que seu marido faria comigo. -Me diga rapaz, prefere magia ou força física?

-Física. -Respondi secamente sem expressar nada que ele queria perceber. Como medo.

-Por que esta em vantagem? -Indagou me olhando de cima a baixo enquanto continuava a me rodear. 

-Não, e sim por que o senhor esta em desvantagem. -Ele fechou a mão para me dar um belo soco na cara, porém eu desviei e peguei seus dois braços, ficando por trás dele. 

-O que vai fazer comigo? Ferir-me? -Perguntou com um sorriso duvidoso no rosto.

-Não, não teria coragem de lhe ferir na frente de sua família. -A essa altura, Hermione já tinha um sorriso orgulhoso no rosto enquanto acariciava os cabelos de Rose. Todos me olhavam. Uns achavam que eu iria acabar com ele, outros achavam que ele acabaria comigo. E outros, bem, outros estavam preparados para me matar a qualquer instante. 

-Por que eles te atacariam? -Tentou confirmar ainda achando que podia se confrontar comigo.

-Novamente errado. Eu não vou lhe ferir por que Rose jamais me perdoaria por isso. E eu não consigo viver sem ela por perto. -O soltei em um empurrãozinho fraco, juntando-me a Rose, que se agarrou em meu braço. 

-E você, Rose? Vai ficar do lado dele? -E foi nessa hora em que ela se soltou de mim e foi abraçar seu pai dando-lhe um beijo no rosto.

-Eu jamais me perdoaria, se não ficasse. -Entrelaçamos nossas mãos e aparatamos dali para melhor.

Agora sim, tudo seria do jeito que eu sempre sonhei.