No capitulo anterior...

É nessas horas que eu queria ser como Dominique, acreditar que um príncipe viria me buscar em um cavalo branco e tudo daria certo. Mas isso esta muito longe de acontecer.

Capitulo 23:

Witch Out Of Law

|| Alguns dias depois ||

P.O.V Alvo Severo Potter.

-Não, eu te amo mais. -Eu falava abestadamente no meu celular. Um objeto trouxa que Julie me forçou a comprar nessas férias por que a nossa ''comunicação'' ficaria mais fácil. Em outras palavras, ela acha que minha mãe não gosta dela. -Não, desliga você primeiro... É, você... Awn, eu sei que você me ama bobinha, mas desliga você pri... EI! -Gritei ao ver que James tomou meu celular e desligou, tacando em mim logo em seguida. 

-Já basta o som da televisão. -Deu uma única resposta e eu revirei os olhos.

Mas também pudera! Meu papo com Julie é mais meloso do que mel. Porém acredito firmemente na possibilidade dele estar todo nervosinho por que amanhã a tarde vai ser o seu casamento. À tarde digo, umas cinco quase seis horas. Justo na hora que o sol esta se pondo. E agora, bom, agora são vinte para as dez da noite. Falta menos de vinte e quatro horas para o tal casamento.

Rose esta olhando janela a fora, com certeza pensando em Scorpius. Ela não come quase nada desde o dia em que chegamos aqui. Tio Rony não esta se importando com o estado de depressão que Rose esta entrando. Tia Hermione, porém esta achando que é o fim. E eu, bom, eu estou pensando em como vou acabar com esse casamento. 

-Alvo. -Chamou tio Rony fazendo-me acordar do transe temporário. -Vá ao meu quarto, na segunda gaveta da minha mesa e pegue uma lista que esta por cima de tudo. E me traga, por favor. -Ele estava concentrado em algumas coisas de casamento, junto a papai. Só nós três sentávamos a mesa. Ambos por que resolviam coisas do casamento, e eu por que falava com Julie. 

Levantei e subi as escadas correndo. Abri a porta, aquele quarto tinha cheiro de livro velho. Também, do jeito que ele é velho. Tem o dobro ou o triplo da minha idade. Enfim. 

Vi uma mesa mais empoeirada do que os troféus da minha mãe, abri a segunda gaveta e vi muitos envelopes. O que achei estranho por que normalmente convidados não respondem aos convites de casamento. Ou será que respondem e eu que não sei? 

''Scorpius,

Eu sei que fiz a coisa errada. Mas por favor, não fique sem falar comigo. Eu estou triste sem te ver! Sem ver seu sorriso bobo em todas as ocasiões, estou triste sem ter que brigar com você toda hora, estou triste por estar longe. Eu sinto sua falta, e você bem que poderia responder alguma carta que eu te mando.

Já faz tempo que mando, mas você não responde nenhuma.

Já lhe disse que te amo, e queria tanto que você pensasse em algum jeito de acabar com esse casamento! Não precisamos ficar juntos. Estou pedindo a sua ajuda. 

Por favor, me responda. 

Te amo.

Rose Weasley. ''

''James,

Mandei muitas cartas, mas você não respondeu! Eu só vou poder ir na'Toca domingo a tarde. Nem sei por que, vai acontecer algo eu acho. E eu queria saber como vão as coisas com você e a Rose. Mas você não me responde! Por favor, eu já estou ficando preocupada!

Escrevi mais do que escrevo em um ano letivo inteiro e você não me respondeu!

Por favor!

Eu te amo tanto, James! 

Responda-me! 

Dominique Weasley.''

E ali tinha centenas delas. Peguei-as e li rapidamente uma por uma. Não acreditava no que lia e nem em que pensava. 

Além de Scorpius e Rose estarem juntos, James e Dominique também estavam. Por isso que ela não veio para cá, por isso que James esta chutando o vento. Tio Rony deve ter interditado o correio para não sair cartas daqui. Afinal, se aqui não respondesse ele poderia manter controle sobre tudo isso.

-ALVO! -Berrou o ruivo com o triplo da maldade de Voldemort da de baixo. -VOCÊ ACHOU?

-SIM! -Guardei-as por debaixo da camisa e desci correndo levando uma lista qualquer para ele. 

Não poderia falar para Rose, ela entraria em pânico. E nem para James, ao invés de chutar o vento ele me chutaria. Isso sim. É uma missão solitária então. 

Coloquei meu casaco e respirei fundo fitando meu tio e meu pai. Dois monstros. ISSO, ELES ERAM CUMPLICES NO PLANO ARRUINAR A VIDA DOS MEUS FILHOS. É, mas eles se esqueceram de que agora Alvo Severo Potter esta na parada. E quando eu estou na parada, nem mesmo Harry Potter consegue me deter. 

-Aonde vai? -Perguntou o todo poderoso senhor meu pai escrevendo cansadamente em um pergaminho. Na verdade, mais um entra para a lista de ''pergaminhos com a função desconhecida''. Deve ser mais um plano homicida. Credo estou parecendo Sherlock Holmes. 

-Na casa de Julie. -Afirmei e ele deu um riso abafado. -Antes de o James tomar o celular da minha mão, ela me convidou para jantar la. Eles jantam tarde mesmo... E quem sabe... -Sonhei alto agora, mas ainda vale quando se trata de meu pai. -... Você sabe né pai? -Ficou vermelho. Yeah, ele não é bom de conversar sobre essas coisas. -O sogrão não vai estar em casa mesmo. -Com certeza esta! E ainda por cima deve estar com uma espingarda esperando eu aparecer por la. Sinto muito, mas isso não vai acontecer.

-Vai logo! -Mandou ele rindo e fazendo tio Rony rir junto a ele. Cúmplices, o que vocês estão esperando?

Fechei meus olhos e imaginei o Chalé Das Conchas. E magicamente, estava em frente de uma casa com algumas luzes acesas e um choro de bebe alto o suficiente para eu ouvir la de frente. 

Quase corri até a porta apertando a campainha e esperando que alguém aparecesse. Já tinha se passado alguns minutos e era realmente preocupante quando não tínhamos mais 24 horas. E sim, menos. Eu batia o pé e as mãos, não tinha outra opção além de entrar em pânico. 

-Olá, Alvo! -Disse tio Gui e eu arregalei os olhos. Ele com certeza não deixaria eu sair com Dominique a essa hora da noite. Afinal, deve ser mais um cúmplice da gangue do tio Rony. -O que faz aqui a essa hora?

-Preciso falar urgentemente com a Domi. -Minha voz dizia claramente que eu estava entrando em pânico.

-Ela não esta! -Vadiazinha de esquina é foda demais. -Saiu com Victoire atrás de um vestido para o casamento de Rose e James. -Então ela já sabia. 

-Há essa hora? -Indaguei e ele deu ombros. Suspirei. Não podia ir atrás de Scorpius. Ele complicaria as coisas ou entraria em mais pânico do que eu. E também se eu aparecesse la a essa hora, o senhor Malfoy me capava. Porém eu tinha que juntar Scorpius e Dominique para acabar de vez com o casamento. 

-Se quiser esperar, fique a vontade. -Deu-me passagem e eu sentei no sofá enquanto via Teddy indo pra la e pra cá com Jean, tentando fazê-lo dormir. Ele cantava umas musiquinhas bestas para o pequeno, o que me deixava mais nervoso. 

As horas se passavam e elas não chegavam. Eu tentei ligar milhões de vezes para Scorpius. A essa altura ele já deve estar sabendo do casamento e com certeza deve estar bebendo até as tripas para esquecer minha prima. Respirei fundo com o pensamento. Mas já era a quinta vez que eu tentava ligar para ele, mas não adiantava. 

|| No outro dia. Chalé Das Conchas - 11:45 da manhã - Domingo ||

-Shiiu! Ou você vai acordar o tio Alvo, Jean. -O choro do bebe me acordou. Eu estava sentado no sofá coberto por uma manta cor de rosa. Mulheres. Fazer o que. -Ai, viu? Ele acordou! Bebe malvado! -O pestinha deu uma risada do meu sofrimento, educação de rei esse garoto tem. 

-Cadê a Domi? -Perguntei e Teddy apontou para a cozinha. Cheguei la e ela bebia água sentada em um banquinho enquanto sua mãe mexia em umas coisas da cozinha. -Dominique, precisamos conversar! -A puxei antes que pudesse dar uma resposta para mim.

Fomos até o lado de fora, onde meu coração quase saia pela boca ao saber que já era quinze para meio dia e o casamento seria daqui algumas horas. Ela estava calma, porém dava ver em seus olhos azulados que estava triste muito triste com tudo isso.

-Se for para falar do... -A loira não completou a frase, por que eu fiz questão de interrompê-la. 

-Casamento. Eu tenho um plano para impedir que Rose e James se casem! E você faz parte desse plano! -Disse determinado e ela arqueou as sobrancelhas.

-Ele não me quer mais, Alvo! Ele nem respondeu as mil cartas que eu mandei. -Sentou-se derrotada no chão e eu a acompanhei. -Eu o amo tanto e ele faz uma coisa dessas comigo. 

-Não é ele que quer! Eu vou explicar. -Ela me olhou com olhinhos de quem não esta tão feliz com o que esta acontecendo. Acho que ela realmente gosta do meu irmão. -Tio Rony e meu pai armaram tudo isso por que queriam ver Weasley e Potter juntos. Até ai tudo bem. Porém a gangue que o seu pai também faz parte, interditou o correio na'Toca. Ou seja, todas as cartas enviadas de la e as que chegam... Ficam na mão do tio Rony. Seu pai tem como função te prender aqui, pois tio Rony deve ter contado sobre sua carta! E o pior, ele descobriu que Rose e Scorpius estavam juntos. 

-Então... -Sua boca formava um ''O'' perfeito. Afinal, quem não ficaria surpreso com uma coisa dessas?

-Você e James traíam e eram traídos. E agora, você e Scorpius tem que acabar com aquele casamento de vez. -Ela se levantou rapidamente com um sorriso vitorioso no rosto. -Por que esta sorrindo assim?

-MÃE, EU VOU SAIR COM O ALVO! DAQUI A POUCO EU VOLTO! -Berrou e me puxou para darmos as mãos. -Esta na hora de ir atrás do Scorpius. Por que nós vamos acabar com aquele casamento nem que seja por cima do meu cadaver cor de rosa. 

-Com strass. -Ri com o meu comentário.

-Pode ser. -Fez um gesto estranho com as mãos e fechou os olhos. 

E logo após estávamos em frente à mansão Malfoy. 

Sinceramente, aquela casa me da arrepios. E não é arrepios igual quando eu vejo a comida da minha mãe. Não. É arrepio de ''Cara, que sinistro''. Dominique não ficava diferente, porém já tinha vindo aqui umas vezes para... Vocês sabem, não é?

Senti meu celular tremer em meu bolso. Julie.

-Amor não da para falar agora! -Ouvi um ''own'' de Dominique e revirei os olhos.

-Por quê?

-Estou em uma situação critica. -Para falar a verdade, desesperadora.

-Que situação?

-Nada, nada. O que quer? -Minha intenção não era essa. Porém quando eu começo a ouvir sua voz doce meu mundo desaba e nada mais faz sentido.

-Não precisa ser grosso. Eu só queria saber o que esta fazendo!

-Estou tentando acabar com o casamento da Rose e do James, feliz? -Dominique assentiu sorrindo e eu dei um riso fraco. 

-SÉRIO? AH QUE LEGAL! GRAÇAS A MERLIN!

-Eu tenho que desligar! Eu e Domi estamos na casa do Scorpius, logo estaremos na'Toca. Se você for pra la, fala que eu tive que ir comprar umas coisas. -Afinal, meu pai ou minha mãe iria estranhar se minha namorada chegasse e eu não.

-Mas por quê?

-Só fala isso. -Ela não poderia saber das bostas que eu falei pro meu pai ontem.

-Ok.

-Te amo, meu amorzinho. -Ouvi mais um ''own'' de Dominique e lhe mostrei o dedo do meio.

-Também te amo, Al. Se cuida e... Cumpre a sua missão.

-De ser cupido? -Era a única inclusive.

-Oh yeah.

E desligou. 

Eu e Dominique seguimos a diante passando por aqueles jardins que pareciam estar mais vivos do que a casa. Tudo dava medo, era impressionante. Deparamos-nos com uma grande porta de entrada e resolvemos tocar a campainha. Passaram alguns instantes, e o senhor Malfoy abriu a porta esboçando um sorriso. Estranho.

-Graças a Salazar. -Suspirou dando-nos passagem. 

-Olá senhor Malfoy, estamos atrás do Scorpius. -Disse Dominique com aquela voz de garotinha que ela tem.

-Ele não esta. Dormiu fora, como anda fazendo nesses últimos dias. -A senhora Malfoy apareceu do nada com um envelope na mão. -Creio que Rose Weasley é o motivo.

-O casamento, pois é. -Peguei o envelope e os encarei. Não é a toa que meu pai fala que encarar um Malfoy é igual a ir para o Alasca. É uma coisa tão fria a ponto de ser arrepiante. -Eu quero acabar com ele. E preciso do Scorpius. 

-Ele deve estar no bar da esquina da... -Eu já sabia que bar era. -Você sabe onde é. -Assenti. Era la onde ele me levava para esfriar a cabeça. -Deve estar jogado em algum canto como um bêbado. 

-Bêbado de amor, só se for senhora Malfoy. -Brincou Dominique fazendo à senhora esboçar um sorriso. -Vamos Alvo, antes que seja tarde demais.

Despedimos-nos e aparatamos em uma esquina de Londres, onde tinha um bar pouco movimentado mas que com certeza ganhava o ano com a fortuna que Scorpius gastava naquele lugar cada vez que ia. Eu e a loira entramos devagar e encontramos de cara Scorpius sentado em uma mesa enquanto bebia alguma coisa. 

-Scorpius! -E assim Dominique correu para seus braços. Que coisa mais clichê. -Você esta bem?

-O que fazem aqui? -Indagou ele com uma cara de quem estava derrubado. Seu cabelo espatifado, olheiras, tudo ao contrário do que ele era. 

-Viemos te buscar para acabar com o casamento de Rose. -Disse Dominique e ele revirou os olhos. -Não faz isso, ela te ama do mesmo jeito que você a ama.

-Na verdade, a Rose te ama do mesmo jeito que você a ama e Dominique ama James do mesmo jeito que ele a ama, é. -Comentei e ele me olhou confuso. -Eu te explico no caminho. Mas antes.

Saquei minha varinha e fiz um feitiço nos dois. Eles precisavam ficar mais bonitos - como sempre foram e como sempre esfregaram na minha cara - para encontrar o amor da vida deles. Como aqueles filmes trouxas onde o mocinho acaba com o casamento. Nesse caso, onde os amantes acabam com o casamento. 

-Alvo. -Scorpius apontou para o barman. -Ele viu.

-Obliviate. -Bum. Acabou. –Aprendi com a sua namoradinha, garanhão. –Brinquei com ele, mas não adiantou. –Ok, você quer que eu pule para os finalmentes. Repetindo: Aprendi com a sua mulher, fodão.

Ele esboçou um sorriso e se levantou acompanhando eu e Dominique até o fim do estabelecimento. Não poderíamos aparatar. Tio Rony e papai disseram que iriam fazer um feitiço anti-aparatação dentro da'Toca. Porém tinha guardas que impediam penetras ou até mesmo visitas indesejadas. No caso, Scorpius. 

-Vamos ter que ir com isso ai. -Apontei para uma camionete verde. Ambos se entreolharam e eu conjurei uma chave empurrando os dois para dentro do carro e dando partida no bichão. -Eu sou um bruxo fora da lei. 

Sorri com meu comentário e comecei a explicar tudo a Scorpius. Meu plano era simples e sem erro. Como já estava perto da hora do casamento, eu entraria primeiro passando a sensação de segurança para os destruidores de vida, no caso papai e tio Rony. Depois, iria para o altar como o padrinho de Rose. E quando ela estivesse entrando, os dois apareciam assustando a gangue do mal. 

Simples, prático e perfeito.

Meu plano é como nos filmes, por que o clichê é o melhor.

(...)

-Vocês tentam passar pelos guardas e na hora que eu assentir com a cabeça, vocês entram em ação. -Disse e ambos concordaram. Esconderam-se atrás de um arbusto. Já tinha gente sentando-se para o início daquela farsa. 

Passei a o feitiço de proteção e fui em direção a'Toca, onde encontrei Julie sentada e vindo em meus braços ao me ver na porta da sala. Ela estava perfeita. Na verdade, ela é perfeita... Para mim. Seu vestido era em um tom de bege meio prata, cumprido... Enfim, não sei descrever. Só sei que ela estava bonita. Seu salto a deixava mais ou menos na minha altura e seu perfume chique me fazia delirar legal.

-Ela esta la em cima. -Comentou mordendo o lábio. 

-Eu posso te beijar ou vou ter que esperar o fim dessa draga? Se bem que nem vai demorar muito. -Ri da minha piada sem graça e ela me deu um daqueles beijos gostosos e demorados. Espera. -Oh Deus, não me distraia, oh rainha do Nilo. Eu tenho um casamento...Para ir.

Deixei-a rindo sozinha e subi as escadas entrando no quarto onde Rose olhava janela a fora. Ela já estava com seu vestido de noiva, e estava linda. Pelo visto eu não vou ser o único a delirar por hoje. 

Pelo jeito, ela escrevia mais uma carta para Scorpius. 

-Me de a carta e ela chegara! -Ela suspirou e colocou em sua coruja. -É sério! 

-Eu não quero me casar, e mesmo que ele não tenha me respondido eu quero que ele saiba que eu o amo. -Disse se olhando no espelho. Meu reflexo ia atrás do seu. Ela parecia triste, mais triste que Dominique. Mas é óbvio, ela iria estragar a vida dela em alguns minutos.

-Mas você não vai se casar.