No capítulo anterior...

–Eu quero terminar. -Dissemos ao mesmo tempo. A surpresa fora grande, mas la no fundo nós dois sabíamos que tudo aquilo não iria para frente mais do que já foi. E estava na hora de dar um fim em tudo isso. E a hora... Era essa.

Capitulo 22:

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P.O.V Dominique Weasley.

–Wow, isso foi definitivamente estranho. -Comentei logo após olhando envergonhadamente para o chão.

–Pois é. -Scorpius balançava as mãos e me olhava.

–Mas temos que seguir a diante, não é? -Dei uma risada de timidez, coisa que não acontece comigo toda hora muito menos quando o assunto tratado é término de relacionamento. -Encontrar outras pessoas...

–Seguir com a vida. -Ele respirou fundo e pegou a minha mão. -Obrigado.

–Obrigada digo eu, Scorpius. -O abracei sorridente do mesmo modo que ele fez. Agora, a única coisa que estava no meu caminho era Rose, mas é uma coisa que James consegue lhe dar sozinho. -Mas acho melhor não comentarmos com o pessoal, você sabe o alvoroço que Alvo faz nessas situações.

–Alvoroço é elogio, ele simplesmente sai anunciando que eu estou solteiro. Digo por experiência própria! Da última vez que eu lhe contei assim que terminei, passaram umas duas horas e Hogwarts inteira resolveu fazer com que eu fosse a ultima varinha de alcaçuz do mundo bruxo. -Revirou os olhos fazendo-me dar um riso abafado. O loiro fechou a porta da cabine e seguiu ao meu lado até onde todos estavam.

Chegamos até la, onde Alvo contava uma piada para Julie, que ria quase tendo um infarto. Eles eram fofos juntos. Dava para ver o quão carinhoso era o olhar de Alvo e o quão meigo era o sorriso dela.

Todos sempre tiraram uma com a minha cara quando eu falava que conto de fadas existe, mas poucos acreditaram. E são esses poucos que hoje são felizes. Por que para falar a verdade, até eu comecei a desconfiar dessas histórias trouxas ha algum tempo... Mas elas são mais reais do que aparentam. Muitas coisas são mais do que aparentam.

–Do que tanto riem? -Indaguei sentando-me ao lado de Rose, tendo Scorpius a minha frente.

–Seu primo é um idiota! -Disse Julie e eu assenti causando risos no loiro.

–Idiota que você ama. -Contestou Alvo, começando a beijá-la.

–Quem disse? -Julie o fez parar com os beijos fazendo uma cara sacana.

–Você. -Alvo respondeu rápido já fechando os olhos novamente e indo para cima dela. Charme Potter, existe modo de resistir?

–Não, eu disse que a se a sua mãe pedisse para eu ir atrás de você eu iria, só isso. -Ri olhando para James, que assistia a cena do mesmo modo que eu, não acreditando como ficamos tapados quando estamos apaixonados.

–Ela vai pedir isso se um dia, quando James me expulsar da casa dele, Lily fugir com Hugo, Scorpius me por para fora com pontapés e eu ter que morar com ela. -Virou-se para nós e suspirou. -Fim trágico, esse o meu, concordam? Mas se a minha namorada continuar do meu lado até la, isso não vai acontecer.

–Namorada? Que namorada? -A cara dela foi de surpresa, pois ele fingia falar sério com ela.

–A que esta do meu lado, ora essa. -Era tão óbvio, tão clichê, mas era tão lindo de se ver.

–Nossa Scorpius, eu ainda acreditava na sua masculinidade! Dominique, como pode perdê-lo para o Al? -Scorpius explodiu em gargalhadas junto a mim e James. Apenas Rose que não se interessava o suficiente em nossa conversa, para deixar o livro de lado.

–Bobona. -Deitou-a em seu colo e beijou ternamente.

O resto da viagem correu super bem. Por mais que pareça estranho, eu e Scorpius conversamos mais do que em dois anos inteiros de namoro, onde a única coisa que falávamos era sobre garotas e garotos e tudo acabava em beijos. E eu estou quase certa de que ter ele por perto foi o suficiente para eu perceber que a vida não é apenas aparências, e nosso namoro foi exatamente isso. Todos acreditavam que eu e ele seriamos perfeitos um para o outro, e foi exatamente isso que aconteceu. Começamos a namorar por que os outros achavam que daríamos certo, e não nós mesmos.

Horas se passaram rapidamente, e quando vimos estávamos quase chegando em casa.

–JAMES! CORRE AQUI! -Berrou Fred da porta quase rolando de dar risada. Ele levantou calmamente e foi ver o que nosso primo queria. O que foi uma pena, já que estava esperando que ficássemos sozinhos para lhe contar sobre o término. Mas ainda teríamos meses e meses para falarmos sobre isso.

–Olhe que fofos! -Apontei para Julie e Alvo que cochilavam abraçados um ao outro. Rose deu um riso e apontou para Scorpius, que dormia com a cabeça repousada em seu ombro. Neguei com a cabeça e fui chacoalhá-lo enquanto Rose fazia o mesmo com Julie e Alvo.

–Vamos deixá-los aqui, vai! -Sugeriu Rose maldosa, causando-me risos. -ALVO, JULIE E MALFOY! ACORDEM OU FIQUEM AQUI ETERNAMENTE!

–Ninguém aqui com exceção de você, Weasley, é surdo! -Despreguiçou-se Scorpius fazendo minha prima revirar os olhos. -Então pode ir abaixando o tom de voz. -Ela ignorou tudo o que ele disse e saiu da cabine.

Logo todos acabaram por ir em direção aos adultos que nos esperavam. Scorpius me deu um abraço ao sairmos do trem e disse mais um ''obrigado'', recebendo um sorriso meu como resposta. Ele logo fora com seus pais, que eram abraçados por Alvo. Como meu primo era tapado.

Passei os olhos pela multidão, mas não achei James de maneira nenhuma, e então logo fui asfixiada pelo abraço quebrador de ossos de Victoire, Teddy e é claro... Meu pequeno sobrinho, Jean. E então, eu arrastei Louis até nossos pais já que o fofucho queria ficar cantando a nossa prima. Entre tapas e socos, ele foi.

Eu estava ansiosa para ir logo para a'Toca, como de costume após as férias. Primeiro por que eu amo ir para la, e segundo por que James estaria la e seria uma ótima oportunidade para conversarmos.

–Vamos para a casa, queridos? -Perguntou mamãe e eu lhe olhei confusa.

–Mas por que não para a'Toca? Sempre vamos para la! -Relembrou Louis e eu assenti concordando com ele.

–Tio Rony esta arrumando umas coisas la e vocês sabem como ele fica nervoso quando esta preparando algo. -Comentou papai pegando Jean dos braços de Teddy. -Além do mais, sua irmã desnaturada resolveu deixar eu e sua mãe curtir o nosso netinho.

–Ele chora nos seus braços e eu que sou a desnaturada. -Assentiu Victoire sarcasticamente.

–É que ele quer a vovó! -E mamãe abriu os braços para paparicá-lo.

–É foda. -Murmurou Louis.

Passando um certo tempo, todos estávamos em casa. Jean chorava sem parar já que queria seu papai e não seus avós corujas. Ele e Teddy tem uma ligação bem forte já que Victoire é uma mulher muito ocupada e muito preguiçosa. Mentira, é que ela não sabe trocar frauda e nem fazer nada com o coitadinho do meu sobrinho. Só Teddy mesmo que sabe fazer essas coisas.

Deixei-os paparicando o pequeno e subi quase tropeçando em meus pés para o meu quarto.

Peguei uma pena e um pergaminho e comecei a escrever uma carta para James, avisando-o sobre o término do meu namoro com Scorpius.

''Querido James,

Eu sei que é tolice minha enviar uma carta sendo que qualquer um poderá ver. Mas é uma coisa normalzinha, nada de extraordinário. Enfim, eu e Scorpius terminamos hoje. Metade do plano esta concluído, agora só falta a sua outra metade. Eu não irei para a'Toca hoje e acho que nem amanhã já que todos aqui em casa querem paparicar o Jean... Inclusive a tia coruja dele, eu, ahaha. Espero que me responda.

Beijos,

Dominique W.''

Joguei-me em minha cama logo que enviei a carta por minha coruja para ele. Agora seria apenas esperar uma resposta.

|| 19:34 - Toca dos Weasley ||

P.O.V Rose Weasley.

Eu estava sentada na sala terminando de ler meu livro, calmamente. Estava quase na hora do Hugo ficar com fome, quero dizer, quase na hora da janta.

Alvo e Julie foram para a casa de Scorpius, para ''relaxar'' um pouco. A'Toca ficou praticamente vazia já que estava apenas eu, Hugo, Lily, James, meus pais, tio Harry, tia Gina e meus avós. Papai e tio Harry mexiam em alguns envelopes, muitos envelopes. Mamãe cozinhava, o que diminuía minha fome a cada vez mais.

–Teddy não vem hoje, pai? -Perguntou James sentando na ponta da mesa onde eles estavam enquanto enxugava seu cabelo encharcado.

–Não. Ele resolveu ficar paparicando o Jean junto com o sogrão. -Ri com a resposta de meu tio, que fez com que James risse também.

–Hum... E que carta é essa? -Ele pegou um pergaminho enrolado e amassado que estava perto dos envelopes. Fui ao seu lado enquanto ele tentava abrir.

–É minha. -Disse meu pai rapidamente tomando a carta de suas mãos. -Uma velha amiga minha.

–Tomara que não seja Lilá, por que se for... -Gritou mamãe la da cozinha, causando gargalhadas em tia Gina.

–É nada. -Riu papai também, voltando a colar alguns adesivos chiques nos envelopes.

–E o que é isso? -Indagou James se referindo aos envelopes.

–Os convites do casamento de vocês. É domingo, ou se esqueceram? -Eu e James nos entreolhamos e minha reação não fora outra a não ser sair correndo para meu quarto.

Lágrimas escorriam por meus olhos, embaçando a visão de onde estava um pergaminho e uma caneta. Comecei a escrever o mais rápido que podia, mesmo que minha letra saísse como a de uma criança na pré-escola. Era melhor ele saber por mim do que pelo convite que eu sabia que meu pai mandaria apenas como provocação.

''Scorpius,

Mandei essa carta apenas para comunicar-lhe sobre o meu casamento com James que será nesse próximo domingo. Surpreso? Eu também. Antes que pense qualquer bobagem, eu nunca lhe deixaria por ele, nunca. Mas eu fui obrigada, tente entender. Meu pai sempre me imaginou com James ou com Alvo, como eu sempre lhe disse, e agora ele resolveu nos casar. Não é por que eu quero! Se fosse por minha vontade, você que seria o noivo, você que seria a pessoa que me faria feliz pelo resto da minha vida.

Porém minha opinião não esta contando nisso tudo, e eu prefiro que saiba por mim do que por qualquer outro. Podemos considerar esse o nosso fim, podemos mesmo. Mas nem esse casamento nem nada vai mudar o que sinto por você, acredite em mim.

Perdoe-me, por favor.

Eu te amo,

Rose Weasley.''

Dei o pergaminho para a minha coruja levar até ele, e nesse mesmo momento James entrou em meu quarto fechando a porta e vindo ao meu encontro. A única coisa que fiz foi abraçá-lo e desmoronar em seus braços.

Eu não estava conseguindo acreditar que em todos esses anos as pessoas em minha volta me iludiram falando que eu iria encontrar o meu príncipe encantado. E eu, muito boba, acreditei.

É nessas horas que eu queria ser como Dominique, acreditar que um príncipe viria me buscar em um cavalo branco e tudo daria certo. Mas isso esta muito longe de acontecer.