No capitulo anterior...

–Se eu largasse Scorpius, você ficaria comigo de uma vez?

Capitulo 16:

Unconditional 

P.O.V Dominique Weasley.

-Mas é claro. -Respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo. O que na verdade não era já que tínhamos um grande problema e estávamos tentando resolvê-lo. Todavia minha primeira reação fora pular em seu pescoço por saber que eu não estava tentando fazer a coisa errada. -Agora me diga o porquê dessa pergunta... -Pediu segurando minha cintura e aproximando-a de seu corpo. 

-Eu tenho um plano. -A cara dele não foi a das melhores já que todos sabem que meus planos são ridículos, porém na maioria das vezes eles funcionam perfeitamente. -E é dos bons. 

-Estou com um pouco de medo. Mas já vou avisando: Eu não vou matar ninguém, não vou virar um travesti e nem vou partir o coração da Rose, esta me entendendo? -Arqueei as sobrancelhas em revolta. Como assim ele estava achando que o meu propósito era acabar com o coração apaixonado dos nossos respectivos namorados? Não. Eu sou uma pessoa sensível, e também não gosto de choradeira. 

-Só para constar, o meu plano não envolve nada disso. -Defendi-me e ele riu passando o braço por minha nuca. -O que eu pretendo é terminar com o Scorpius no dia em que estivermos saindo de Hogwarts. Pois antes da formatura não seria justo, estragar um dos melhores momentos adolescente da vida dele.

-Então você pretende terminar com ele no expresso Hogwarts? -Repetiu e eu assenti com a cabeça. -Huhum. Mais uma pergunta: E o que eu faço com Rose? Não posso simplesmente acabar uma coisa de uns três anos e correr pra você, as coisas não funcionam assim. 

-Eu não vou poder ir para a Toca nessas férias. Então enquanto você e ela estiverem lá, chama a ruiva para conversar e acaba com essa ''coisa de três anos''. -Opinei e ele deu ombros. -E depois disso vai voltar tudo ao normal, acredite. 

-Oh yeah, como já não bastasse os nossos pais nos quererem juntos, eu tenho que ficar com outra prima minha, mas que coisa maravilhosa. -Zombou revirando os olhos e eu depositei um beijo em sua bochecha. 

-Agora, vamos voltar para o grande salão por que esta me dando fome. -Propus e ele riu. Afinal: Existe algum Weasley que não sente fome? Com certeza não.

P.O.V Scorpius Malfoy.

-Rose? -Chamei sua atenção e ela pareceu acordar do transe em que estava. -Eu fiz uma pergunta.

-Eu ouvi. -Confirmou e eu continuei a olhá-la. Era essa resposta e tudo mudaria. Todavia Rose nunca fora uma pessoa que gosta de fazer a coisa errada e quase sempre tenta desviar disso. Sempre tem uma escapatória. Por mais que ela queira, Rose quase nunca faz o que seu coração quer. Ela só segue sua mente. E isso é ruim.

-Então responda. -Pedi e ela começou a fitar seus pés. 

-Você sabe que é complicado, Scorpius. -Vou encarar isso como um: ''Não, mesmo que você largasse Dominique eu não teria coragem de largar o namorado que o meu pai julga ser perfeito para ficar com você, um Malfoy, que tem um grande peso em seu sobrenome e que com certeza minha família nunca aceitaria.'' - Me dê 24 horas para pensar. E eu juro que te darei uma resposta. -Suspirei e me acomodei em minha poltrona com a pior cara que eu poderia fazer no momento.

Fiquei encarando Logan e viajando em pensamentos.

Como assim 24 horas? Pensar? Pensar em que? Nós já bagunçamos tudo mesmo e nem foi preciso pensar para isso acontecer. Mas é claro, Scorpius Malfoy tem que fazer a coisa errada mesmo. Não dá para eu ser diferente, não dá para não me meter em confusão. É tão simples aceitar esse fato.Para mim é claro.

Percebi que seu olhar era fixo sobre mim e não resisti a olhá-la assim que o absurdo silêncio ficou entre nós. Eu não a conseguia encara-la sem ver uma garota baixinha com cabelos ruivos desgrenhados se transformando em uma das mais belas garotas de Hogwarts. 

Era tão mais fácil quando nós nos odiávamos. Ela com seu orgulho e eu com o meu jeito esnobe. Mas não,tudo tem que mudar.

-Não fique emburrado, Scorpius. -Pediu se sentando no braço de minha poltrona.

-Não to emburrado. -Claro que eu estou emburrado. Como poderia não ficar? Depois de um balde de água fria no meu ego, é impossível sorrir e falar: ''Ah, poxa vida, tudo bem. Você esta certa. Fica la com o seu namorado perfeito, com a sua família perfeita. E me larga aqui. ''

-Eu gosto muito de você, Scorpius, só não sei se é a coisa certa a fazer. -Disse passando a mão em meus cabelos. Paparicar-me não vai ajudar dessa vez, Weasley.- Vai, fica bonzinho comigo. Não gosto de te ver assim. Vai, por favor. -Pediu vindo em direção para me beijar.

-Não quero seu beijo, também. -Desviei meu rosto e ela revirou os olhos. -Deve estar pensando: ''Nossa como você é criança, Scorpius. O James não é assim.'' 

-E o pior é que ele não é assim mesmo. -Deu ombros e eu a olhei feio. Era nessa hora que ela deveria falar: '' Aah, como eu amo o seu jeito ciumento, own. ''Ou até mesmo ''Larga de manha, Scorpius ''ou qualquer coisa que servisse de consolo. 

-Então vai atrás dele, ora essa. -Raiva misturada com ciúme, é igual a eu falando estridentes. 

-Meu casal vinte já está brigando? -Alvo entrou todo sorridente na ala hospitalar sendo seguido por Julie, que não era dona da melhor cara por aqui. -E o dorminhoco do Logan ainda não acordou? Essa geração esta completamente perdida.

-Com sua prima complicando, tudo fica perdido e impossível. Ela é impossível! Na verdade, as mulheres são impossíveis. -Desabafei indo até o moreno que me olhava como se eu fosse um louco. -E nem mentindo eu estou. 

-Acho que vocês deveriam tomar um pouco de ar. -Propôs Julie vendo que o clima ali tava pra la de tenso. -Os dois.

-É, eu e ela ficamos aqui pelo resto da noite. Vocês estão acabados. -Alvo veio ao meu lado e murmurou algo como ''La no nosso dormitório tem whisky de fogo, se quiser''. -Completamente acabados. Andem, saiam! 

Saímos então da ala hospitalar e eu comecei a andar em passos pesados até o salão comunal da sonserina. Poderia estar na hora do jantar, mas eu tinha perdido o resto da minha fome. E ela me seguia, a passos delicados por imensos corredores que para mim eram praticamente intermináveis.

Se o vovô Lucius estivesse sabendo de tudo isso, com certeza me daria dois conselhos.''Ô meu jovem, mulheres são complicadas por natureza. Tenha paciência por que mesmo com raiva delas, sem as mesmas seu mundo pode parar de girar a qualquer instante''. Ou outro como'' Quando se trata do amor, vale a espera, vale as lágrimas, o sofrimento, vale tudo.'' 

Virei-me e ela não estava mais ali. Meu destino seria com certeza passar a noite bebendo whisky de fogo até esquecer que isso realmente aconteceu. Afinal, o que melhor do que bebida para esquecer mulher?

|| No outro dia ||

-Scorpius, acorda! -Alvo me chacoalhava, mas eu não queria, e nem conseguia, abrir os olhos.

-Me deixa. -Foi à única coisa que pensei antes de dizer.

-Você bebeu seis garrafas de whisky de fogo? É isso mesmo? -Indagou vendo-as jogada pelo chão de nosso dormitório. -E você esta bem? O que aconteceu ontem? Por que a Rose ta desanimada para a vida? O que você fez?

-Cala a boca, Alvo. -Pedi e ele sentou-se no pé de minha cama, encorajando-me a sentar-me encostado na cabeceira. -Ontem, eu perguntei para ela se... Se ela ficaria comigo de uma vez por todas se eu largasse Dominique.

-E o que ela disse? -A preocupação de Alvo era uma coisa admirável e chata ao mesmo tempo.

-'' Me de 24 horas ''. -Imitei seu jeito de falar e meu amigo revirou os olhos.

-Ela disse que você se manteve longe dela o máximo possível desde àquela hora. -Afirmou e eu assenti. -Como consegue ficar longe dela desse jeito?

-Rose me prometeu uma resposta. Mas eu não quero promessa, pois elas podem não se cumprir. -Creio que estou pensando demais nas frases do vovô Lucius. Até estou pensando como ele. 

-E você tem duvidas sobre essa resposta? -Eu já sabia que Alvo era lerdo, mas não a esse ponto.

-Com certeza. -Murmurei fitando meu reflexo no espelho. 

-Por quê? Ela te ama! -Exclamou e eu fiz um breve gesto com a sobrancelha. -Rose só não quer magoar ninguém nessa história. Vocês sempre foram inimigos, entenda, e agora estão juntos. O pai dela nunca foi com a cara de nenhum Malfoy e ela sabe disso. Tio Rony sempre quis que ela ficasse com um dos dois Potter. Eu não me coloquei a valer, e então ele e o meu pai relacionaram James e Rose. Eles não se amam, Scorpius, eles apenas estão juntos por que os pais querem. Pois se tivessem que escolher... Não seria isso.

-É complicado. -Senti meu estomago revirar. Não era fome, era ressaca da noite passada. Seis garrafas de whisky de fogo tem que ter alguma reação no meu organismo... E no meu fígado, é claro. -Eu acho que não estou bem, Alvo. 

Dei um pulo da cama e fui até o banheiro. Vômito era o jeito de por pra fora todas as besteiras que eu fiz. Por mais nojento que aparente ser.

-Da próxima vez, me chama. -Disse ele atrás de mim, me olhando com os braços cruzados. -Ai nós dois passamos mal juntos. 

-Por que você é meu melhor amigo? -Indaguei cedendo à coisa nojenta que saia da minha boca.

-Também. -Sempre a mesma piadinha sem graça. Às vezes, ele nem parece ser primo dos bobos da corte de Hogwarts. Na verdade, nem tudo o que parece é de verdade, pois na maioria das vezes as aparências enganam. E muito, inclusive.

(...)

P.O.V Rose Weasley.

-Hey. -Meu primo sentou-se no banco enquanto eu mexia no aparelho de som. Só ele veio, e isso era estranho já que era para eu e Scorpius o ajudar. -Antes que pergunte, o Scorpius esta passando mal já que bebeu seis garrafas de whisky de fogo ontem e... É isso. 

-Ele estando aqui ou não...Você tem que aprender a dançar! -Quem ouvisse acharia que eu não me importo com a presença de Scorpius. Quando na verdade, é uma das melhores coisas do dia. O ver sorrindo para mim, fazendo piadas sem graças e com certeza ter aquele jeito que só ele consegue ter. -E chegou essa hora, Alvo. -Disse animada para meu primo quando acabei de arrumar o som. Só estávamos nós dois naquela grande sala que nos proporcionava tudo o que precisávamos. 

-Tem certeza? É só uma formatura e tem mais, eu sou o pior aluno que você possa imaginar. -Comentou e eu revirei os olhos. 

-Não é apenas uma formatura, tudo irá mudar. -Ele arqueou as sobrancelhas e eu assenti. -Mas levante-se e vamos aprender a dançar! E um, dois, três, quatro!

A música começou a tocar porém Alvo não sabia como acompanhar. Mamãe me dizia que tio Harry também não era um grande dançarino, e eu acredito nisso agora. Meu primo tem a quem puxar, por que realmente ele é o pior pé de valsa que Hogwarts poderia ter. 

Ficamos horas e horas treinando até que ele conseguiu um pequeno passo. Sabia que ele estava prestes a desistir, mas eu sou mais fixa com ideias do que ele. Eu me dedico 1000% ao que quero, por isso consigo na maioria das vezes. Mas ele era mole demais.

-Eu não consigo, Rose! -Comentou enquanto dançávamos admiravelmente certo. 

-Estamos conseguindo, olhe só! -O fiz olhar para nossos pés, que conseguiam seguir a música normalmente. -Nada é fácil nessa vida, mas com um pouco de esforço nós conseguimos. Continuamos a dançar e ele mal acreditava que realmente estava conseguindo fazer algo que ele julgava ser difícil. 

Um silêncio deixou nossas bocas caladas com apenas a música tocando. Era uma bela música. Todavia dizem que quando ouvimos uma música pela primeira vez, a lembrança fica presa nela. Nunca acreditei nisso, mas agora acredito já que foi essa música que meu pai teimava em me ensinar quando eu era pequena. Uma troca de olhares profundas com Alvo fora o suficiente para ele adivinhar o que eu estava pensando.

-Você deve uma resposta a ele, Rose. -Falou em um tom baixo enquanto me conduzia. -Não vai ser o que o seu pai quer que vai lhe fazer feliz. Pense nisso. -Murmurei algo como ''eu sei disso'' e ele continuou a me conduzir e a olhar-me de vez em quando. -Como se a resposta não fosse bem óbvia.

Realmente era. Eu o amava, mas as coisas são mais complicadas do que parece. Por mais que pareça bobo tudo isso, mas é verdade: Quando se é filha de Ronald Weasley, tudo se torna mais difícil por natureza própria. E nem precisamos nos esforçar para isso acontecer.

-Rose! Rose! -Chamou-me Lily Luna correndo até nós. -Ensinando o perna de pau do meu irmão a dançar? Boa sorte. -A cara emburrada de Alvo fora algo cômico, todavia sua irmã mais nova segurava algo. -Chegou essa carta para você, e é do seu pai. 

Ela e Alvo começaram a discutir de o porquê dela implicar tanto com ele. Eu simplesmente abri a carta com a esperança de que fosse algo bom e encorajador. Mas não. 

Senti o sangue ferver em minhas veias e senti que as borboletas do meu estômago começaram a morrer rapidinho. Cada palavra era como se eu estivesse em um beco sem saída, onde eu era pressionada pela vontade de meu pai me ver junto a James, e não pelo o que eu queria fazer da minha vida.

-Eu vou falar com James, já volto! -Exclamei e sai da sala andando em passos incertos. Não fazia a mínima ideia de onde estivesse. Mas supus que estava no salão comunal, e então, fui até la.

Se antes eu estava confusa, agora eu estou muito mais. Já não era fácil, mas agora com essa carta ficou praticamente impossível resolver a situação. E eu teria que fazer uma escolha difícil. Que acabaria ferindo ou meu pai ou Scorpius. E era a pior coisa para mim. Já que o meu amor por ambos éincondicional.

-James! -O chamei. Ele estava quase que dormindo no sofá, e despertou assustado quando ouviu minha voz que continha um pingo de desespero.

-O que foi, Rose? -Indagou esfregando os olhos.

-Lê essa carta! -Ele pegou a da minha mão e começou a tentar entender. A cada linha que seus olhos se moviam, seu rosto se tornava uma face de desespero.Parecia que não era só eu que não queria aquilo, ele também não queria.