Slide Away escrita por letter


Capítulo 21
Capítulo XX


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bombástico para vocês (postando na correria, por isso sem banner nem nada nas notas finais, mas não deixem de comentar)



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Eu deveria estar feliz, não devia? Quero dizer... Era meu aniversário, finalmente eu era uma bruxa maior de idade, poderia aparatar quando quisesse, fazer os feitiços onde quisesse, viajar para onde me desse na teia... Era um mundo de oportunidades que se abria a minha frente. E havia o fato de que Albus resolvera me dar um presente de aniversário: Voltara a falar comigo. Bom, ele também fizera uma festa ilegal na Casa dos Gritos, algo que ele sempre fazia, mas desde que Scorpius deixara Hogwarts, Albus havia perdido esse hábito, e em parte eu sabia que era apenas uma desculpa o fato de ser meu aniversário para ele dar essa tal festa ilegal.

Enquanto “Magic Works” tocava as alturas dentro da Casa dos Gritos surgiam diversos casais para se agarrarem e começarem a dançar um com o outro a minha frente, eu conseguia sentir o meu interior se encolhendo até se tornar quase invisível. Aquilo era deprimente.

– Verdade ou Conseqüência! – gritou Albus se materializando repentinamente em meio ao salão destruído da Casa dos Gritos onde todos dançavam, ele trazia uma enorme garrafa de uísque de fogo em uma das mãos, e assim que ele apareceu à música acabou – Mas já vou avisando, esse jogo não é para os fracos. Há uma boa dose de Veritaserum misturado a esse uísque, ou seja, ninguém vai poder mentir.

Algumas pessoas começaram a rir e preferiram voltar a dançar.

– Qual é seus diabretes! – exclamou Albus indignado.

Frank que se tornara tão invisível quanto eu naquela festa se levantou do meu lado dando de ombros.

– Não tenho nada a perder mesmo – e começou a andar na direção de Albus.

– Você vai – intimou meu irmão, Hugo, aparecendo repentinamente ao meu lado me puxando pela mão – Você é a aniversariante.

– Mas parece que ninguém sabe disso – murmurei deixando que me puxasse.

A multidão se aglomerara no meio do salão destruído, e quando dei por mim já estava no último andar da Casa dos Gritos, onde o som da música chegava abafado, e uma pequena roda se formara no chão.

– Vai passando a garrafa – disse Albus tomando um longo gole de uísque de fogo e colocando a garrafa em minhas mãos.

– Eu nunca fiquei bêbada – contou Lily, quando coloquei a garrafa de uísque em suas mãos logo após tomar um longo gole.

– Isso não vai te embebedar, maninha – falou Albus lançando um sorriso singelo para irmã – Não se você não tomar muito.

Albus tirou a varinha de dentro das vestes e a colocou no chão, girando-a. Eu tinha o vago conhecimento de que a ponta da varinha quando apontada para alguém nesse jogo fazia a pessoa responder a pergunta de quem estava com a culatra da varinha apontada para si.

As perguntas começaram clichês, as de sempre: Você já beijou alguém? Você é virgem? Quem você desejaria levar para o banheiro dos monitores para dar um bom banho? Quem você deixaria montar em sua vassoura? Quem você levaria para a câmera secreta? Qual sua maior fantasia? E os desafios eram sempre: Beije fulano. Enfeitice ciclano.

Mas à medida que todos iam tomando cada vez mais goles de uísque de fogo, as perguntas foram mudando, e aos poucos eu via sinais de um ou outro que começava a ficar bêbado, e mal ligavam se a Veritaserum os faziam dizer a verdade, pois haviam perdido a noção do que estava acontecendo.

– Verdade ou Conseqüência, Rosinha? – perguntou Albus sorrindo alegremente.

– Verdade.

– Por que você nunca pede conseqüência? – perguntou Dora Nott abalada.

– Por que não vou deixar vocês se divertirem as minhas custas – respondi dando de ombros.

– Deixa eu pensar – Albus apoiou o rosto nas mãos – A sim, quero lhe perguntar isso a muito tempo! – repentinamente senti meu coração tamborilar contra meu peito – Por que você não nos conta o motivo de Scorpius ter deixado Hogwarts?

E em um piscar de olhos todos que estavam dispersos grudaram seus olhos em mim. Eu quase podia jurar que até o som andares abaixo havia diminuído seu volume.

– Então é isso, não é? Essa festa... Tudo isso... Não é porque você realmente queria comemorar meu aniversário, certo priminho? Você apenas queria chegar a esse momento – quando eu vi, já havia falado. Meu corpo chacoalhava violentamente, não porque estava frio, mas sim porque eu segurava minha boca para não responder o que Albus queria saber, mas seria impossível segurar, seria impossível guardar isso para mim. A Veritaserum era competente em exercer sua função.

– Não pense isso de mim, priminha – respondeu ele – Eu realmente me importo com você, você sabe que estou falando a verdade, mas eu preciso saber – finalizou ele em tom de desculpas.

Fitei minhas pernas cruzadas, sentindo minha garganta arranhar.

– Você tem algo haver com a ida de Scor? – perguntou Dora com repulsa na voz.

– Não que lhe interesse – falei levantando os olhos para ela – Mas o pai de Scorpius não queria que eu ele ficássemos juntos.

– Ficassem juntos? – perguntou Hugo incrédulo – Maninha, você não está... Ele é um Sonserino!

– Obrigado, primo – falou Albus.

– Não é isso – Hugo balançou a cabeça para Albus – Você é um sonserino legal, mas Scorpius é repugnante!

– Não, ele não é! – exclamei antes que pudesse ver que o havia feito.

– Mas dessa parte eu já sabia, Rose! – exclamou Albus – Eu quero saber o porquê de ele não querer que vocês fiquem juntos.

– Talvez por que ele tenha tido um caso com minha mãe, e sei lá, não deve querer que seu filho faça o mesmo que ele fez, há muitas opções de resposta para essa pergunta! – exclamei jogando os braços para cima.

– Nossa... Mãe? – perguntou Hugo quase que inteligível. E de repente eu percebi o que havia falado.

– Hugo... – comecei.

Ele apenas levantou a mão e balançou a cabeça.

Albus me olhava perplexo, como se essa fosse à última coisa que ele teria imaginado. Na verdade, todos me olhavam perplexos e de repente eu apenas queria correr até a janela quebrada mais próxima e saltar dela.

– Por que você me traiu com o Albus? – perguntou Frank por fim, despertando a todos. Ele olhava diretamente para Nina, que eu mal havia notado que estava ali – Ele nem a quis depois.

– Eu não... – Nina pareceu se engasgar. A Veritaserum não iria deixar que Nina não dissesse apenas a verdade e somente a verdade.

– Isso deixou de ser um jogo? – perguntou Dominique, mas ninguém pareceu a ouvir.

– Na verdade, eu sempre a quis – respondeu Albus soltando um pesado suspiro – Só queria saber por que ela complica tanto as coisas.

– Eu não quero repetir a história... – sussurro Nina.

– Qual história? – perguntaram Albus e Frank juntos.

Nina engoliu em seco e olhou de um para outro, como se houvesse apenas os dois ali, e não o resto de nós.

– Minha mãe... Ela abandonou meu pai quando eu ainda era muito pequena. Meu pai era equilibrado demais, monótono de mais ela o trocou por um cara que era o oposto dele. Imprevisível, clamoroso, aventureiro... Meu pai nunca soube me criar sem minha mãe, nunca foi meu pai, morreu quando eu tinha oito anos e minha mãe... Ela não quis ficar com minha guarda, o seu atual marido havia a abandonado para aproveitar a vida, e ela arrependida pelo que fez a mim e ao meu pai perdeu a razão... Vivo em um orfanato... Eu não quero repetir a história.

Pela primeira vez eu prestara atenção no que a Nina falara “eu não quero repetir a história”, ela não queria nos contar, ou não queria ser o que a mãe foi?

– Albus e Frank seriam os dois homens da vida de sua mãe – falou Roxy por fim, com pesar na voz. Nina assentiu.

– Eu não... – Frank sacudiu a cabeça – Por que você nunca contou? – perguntou ele.

– Você contaria? – foi o que ela respondeu o fuzilando com os olhos.

– Nina... – começou Albus.

– Calem a boca, não estão vendo o que estão fazendo a garota? – se pronunciou Lucy rispidamente.

– Eu quero ouvir a história, deixem que falem – rebateu Dora.

– Você é nojenta – disse Lucy a olhando de cima a baixo.

– Por mim você achava apenas garotos nojentos – as bochechas de Lucy enrubesceram.

– Eu sabia! – exclamou Roxy.

– Eu não sou... – Lucy se engasgou.

Dora começou a rir.

– Desculpa lindinha, não sabia que nem sua própria família não sabia que você era gay.

– Eu não sou g... – Lucy se engasgou novamente, ela fechou as mãos em punho.

Não é como se eu não soubesse disso, fazia o total sentido: Lucy nunca se preocupara com roupas, aparência, garotos. Sempre enrubescia quando garotas atraentes trocavam de roupa a sua frente. Mas a forma como todos descobriram isso me deixou tão surpresa quanto a Lucy, era cruel que tivesse de ser assim, eu mesma queria esmurrar a cara de Dora e arrancar todos seus dentes brancos e reluzentes da fileira reta que os encontravam.

– E você Domi? – perguntou Roxy inocentemente.

Dominique arregalou os olhos.

– Eu nada – respondeu ela.

­- Você está diferente de um tempo para cá...

– Nem pergunte! – exclamou Louis me olhando suplicante - TPM permanente.

­- Verdade – falou Lily pensativa – Você não está... Sendo você.

– Vamos parar? – sugeri.

– Por que quer parar? – perguntou meu irmão, visivelmente irritado comigo.

– Acho uma boa ideia – respondeu Domi se levantando.

– Domi, o que está acontecendo com você? – perguntou Roxy.

Dominique me lançou um olhar desesperado, mas ela já estava de pé.

Ela olhou para o irmão que assentiu, e antes que ela pudesse responder já começado a descer as escadas.

– Mas que diabo – falou Lily assustada – O que há com ela? – perguntou ela olhando para Louis.

– Nad... – Louis começou a tossir violentamente no lugar.

– Louis, responde, estou ficando preocupada – pediu Lily colocando a mão no ombro do primo. Louis, Lily e Hugo, por serem da mesma idade sempre foram muito próximos, era normal que Lily estivesse preocupada, porém todos o fitavam, como se esperassem que Louis soltasse uma bomba. E foi o que ele fez:

– Domi está grávida – soltou Louis num sussurro.

– Uau, que família a de vocês – soltou Zabini.

– Uma está namorando proibido da família por motivos muitos suspeitos e a mãe dela já ficou com o pai do namorado, outra é gay, outra está grávida... O que mais falta?

Hugo que já estava uma pilha de nervos se levantou abruptamente.

– E eu sou apaixonado pela minha prima, você está satisfeita ou quer ouvir mais alguma coisa? – Hugo apontava a varinha para a cara de Dora, e o olhar dela sempre confiante por um momento vacilou.

– Hugo... – sussurrou Lily, surpresa e assustada – Não vale a pena – disse ela se levantando e colocando a mão sobre a mão de Hugo, fazendo-o abaixar a varinha.

– Com certeza vale à pena! – exclamou Roxy saltando do lugar e indo para cima de Dora.

Enfim deu-se a merda: Todos atavam todos, e no meio do bolo humano que nossa roda de “verdade ou conseqüência” havia virado eu só queria encontrar Dominique, avisar o que aconteceu, e fazer com que ela contasse a Teddy antes que ele soubesse por terceiros, por que eu sabia que ao amanhecer, todos já saberiam.

Consegui descer correndo as escadas, chegar ao primeiro andar, passar pela entrada secreta e apertada que havia no alçapão, me arrastar encolhidamente por baixo da terra e tropeçar repetidas vezes em raízes de árvores e finalmente chegar aos gramados que cercavam o castelo de Hogwarts. Eu não sabia por onde começar, mas tinha de achar Domi.

– Rose, Rose! – olhei para trás e logo vinha Albus, ofegante – Estou te gritando há um século!

– Eu tenho que achar Dominique – falei ofegante.

– Eu sei, mas... – ele balançou a cabeça – É todo minha culpa.

– Com certeza é... Droga, eu não queria falar.

Albus riu.

– Tudo bem, todos nós sabemos que é, mas não foi de propósito... Essa era a única forma que pensamos para eu lhe dar seu presente, no meio de todo mundo, todos bêbados, sem saberem o que viu...

– Albus, sinceramente? Eu não quero mais presente – falei – Eu só quero achar a Domi e ajudar ela a lhe dar com essa confusão.

– Mas seu presente está esperando! – exclamou ele.

– Guarde para ano que vem, ou para o natal...

– Sério, Rose, eu não vou esperar até ano que vem ou até o natal.

De um dos galhos petrificados do Salgueiro Lutador, saltava Scorpius Malfoy.



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Notas finais do capítulo

Paulinha deixando nota pra vocês: #CHOCADA #MORRI #COMO ASSIM PRODUÇÃO?? Não se preocupem que vou fazer o possível para a Letter postar o mais rápido possível, porque nem eu que sou a beta esperava por uma bomba dessas!! Algo me diz q a Nina n tenta apenas não repeti a estória da mãe, mas também de outra personagem, mas vou guardar minhas teorias pra mim!! Feliz Natal pra todo mundo e eu finalmente terminei de betar todos os capítulos *w* Finalmente vô sair do PC pra jantar kkk' Até depois e comentem dizendo o que acharam, que eu vou fazer meu papel e OBRIGAR a Letter a postar depressa!! HO HO HO ^^